. o banho .
A primeira coisa que Olivia diz quando entro com ela no meu banheiro é "uau". É só uma palavra simples e eu me surpreendo por salivar pelo jeito como ela diz, com a voz embevecida.
― Esse é um banheiro bonito, definitivamente.
Eu a coloco sentada sobre a pia de mármore escuro ao lado do lavabo e dou uma olhada em volta. É um banheiro com paredes e pisos em cinza médio e escuro. O espelho atrás de Olivia tem um bom tamanho. A banheira fica dentro do box, com um chuveiro bom. E eu ainda posso fechar os vidros se quiser mais vapor e silêncio. Há alguns pontos de luzes alaranjadas nas bordas geométricas e no teto, deixando o ambiente cálido. Mas nunca havia parado para pensar que meu banheiro é bonito.
O que me faz sorrir na direção dela.
― Se você diz...
Olivia se encolhe em um sorriso. Quando ela faz isso, umedeço meus lábios para beijá-la de novo. Desvio os olhos de seu rosto antes que eu tente. Preciso me concentrar no que estamos fazendo ali antes que ela mude de ideia. Mas, acima de tudo, preciso me concentrar em fazer as coisas direito.
Eu me abaixo, empurrando seus pés para o lado à procura de toalhas. Tento não pensar no jeans colado em sua panturrilha enquanto alcanço o armário abaixo do lavabo. A perna dela roça levemente no meu braço e olho mais uma vez, engolindo. Preciso sair dali e pensar. Eu só esqueço de que pensar é um ato contínuo e isso faz com que eu bata a cabeça na pedra.
― Au. Merda.
― Oh, Deus! Você está bem?
― Estou. ― Aperto os olhos, andando de costas. ― Eu só... Me dê um minuto. Estou sem aquela coisa que faz espuma. Vou buscar nas coisas do meu pai.
Agora estou mentindo para ela, também. Não que eu me orgulhe disso, mas não consigo pensar com a probabilidade de que em poucos minutos estaremos nos abraçando dentro de uma banheira. E sabe-se lá o que mais poderemos fazer.
― Droga, Seth. ― Sussurro para mim mesmo quando atravesso o corredor e chego no quarto do meu pai, indo até seu banheiro. ― Ela é virgem. Você não pode assustá-la. Só... Se acalme aí embaixo, amigão.
É mais fácil falar, naturalmente. Por mais que a minha capacidade de me controlar e ser cuidadoso seja eficiente, eu sei que em alguma hora meu corpo vai acordar sem que eu consiga contê-lo. Eu não quero assustá-la. Eu quero que seja bom. Então algumas alternativas de produtos estão rolando pelas minhas mãos enquanto bagunço os produtos do meu pai.
Nós podemos ficar de roupa, claro. Ou, não sei, deixar que ela me guie até onde queira ir. Porque o pedido partiu dela, apesar da minha sugestão maliciosa no carro. Então, certo. Só... Vou deixar rolar. Se as coisas ficarem muito quentes ainda teremos água fria da ducha.
― Pode funcionar, ahn? ― Falo com alguns sais de banho. ― Veja só, estou balbuciando para ninguém. É isso, sais de banho, que o tesão faz com um homem. A TENSÃO! Quis dizer, tensão.
Gemo de frustração por ter gritado, mas acho que Olivia não pôde me ouvir. Quando retorno para o quarto ela está andando pelo banheiro, tocando nas luzes incrustadas em uma das esquinas da banheira. E lá está ela: a sua bunda perfeita. Mal posso esperar para vê-la de novo longe de seus jeans. Não há como não admitir isso para mim mesmo. O que me enche de expectativa.
― Ei, você. ― Ela se vira com o meu chamado, jogando os cabelos áureos para trás. ― Encontrei algumas coisas. Você pode me ajudar?
― Claro. O que você precisa?
― Que tire os seus tênis, em primeiro lugar.
Olivia revira os olhos azuis. Não sei se estou imaginando, mas eles parecem maiores. O que faz com que fiquem ainda mais bonitos.
Aciono a água da banheira e jogo qualquer um dos sais de espuma lá dentro. Há alguns xampus e sabonetes também, que eu entrego a ela para que escolha assim que ela retorna descalça.
― Espuma de banho hidratante com mel de flores selvagens da Etiópia. ― É engraçado o jeito que isso soa, por isso nós rimos. ― E sabonete líquido espumante refrescante com fragrância 100% natural do óleo essencial da casca do limão. Ei, eu uso um desses. É bom. Para a caspa.
― Você não tem caspa!
― Eu tenho! Pode desistir agora se quiser.
― Nem pensar, Seth Rowan.
Sorrio mais para mim mesmo enquanto volto para o quarto e procuro o meu celular.
― Você quer ouvir alguma coisa?
Estou tentando parecer casual.
― O que se ouve quando se toma banho de banheira?
― Geralmente os meus roncos. ― Grito, ouvindo a risada dela ecoar nas paredes contra os azulejos. ― Eu só usei essa banheira uma vez e dormi nela até acordar me afogando.
Quando volto para o banheiro, noto que a camiseta dela não está mais por dentro da calça. É difícil não pensar nos detalhes, afinal.
― Você devia estar exausto para dormir aqui. Não parece confortável de ficar por muito tempo.
― Eu precisava relaxar depois de ter perdido feio para você na sinuca. ― Pisco um dos olhos, tentando me distrair com a escolha da playlist. Omito a parte em que pensei bastante nela naquela noite. De um jeito errado por causa dos ângulos certos de seu corpo ao longo do jogo. ― Onde aprendeu a jogar daquele jeito?
― Ah, foi para um projeto de ciências no primeiro ano. ― Ela senta-se na borda da banheira. Seu orgulho é genuinamente tímido. ― Quando Mischa e eu ainda éramos uma dupla. Nós calculamos o ângulo dos braços, a força das tacadas, o atrito entre as bolas e a mesa. Nada demais.
― Nada demais? ― Incredulidade me atinge. ― Se você apresentar isso à Stanford, eles a aceitariam imediatamente.
― Ah, claro. ― Ela revira os olhos, tomando minha incredulidade para ela. ― Seria magnífico ter no corpo docente uma estudante que salvou os jogadores de sinuca do mundo graças à física.
Ela é engraçada de um jeito natural, devo admitir. Estou rindo quando balanço o celular para lembrá-la da música.
― Eu não sei. Escolhe você.
Foi uma péssima ideia a dela. Porque eu decido engatilhar uma das minhas playlists feitas especialmente para momentos mais íntimos. Eu tenho uma sorte fodida porque o aleatório nos dá Billie Ellish cantando Ocean Eyes. Exatamente como eu acho que são os olhos de Olivia.
https://youtu.be/viimfQi_pUw
Ainda estou trabalhando em um flerte enquanto me viro para ela novamente, mas ela salta na minha direção com um grito baixo. Nossos corpos se chocam e percebo o que a assustou. Eu exagerei um pouco nos produtos para espuma e meu banheiro está começando a parecer uma lavanderia estragada.
― Oh, merda. ― Sorrio, abaixando meus olhos para o rosto dela, a centímetros do meu. ― Todas essas bolhas e essa música. É como estar mergulhando no oceano olhando seus olhos tão de perto.
A minha mão direita encontra a mão esquerda dela. Meus dedos acariciam seu pulso em movimentos longos e lentos. Alcanço a parte interna de seu cotovelo e desço novamente. Quando dou um passo em sua direção, Olivia engole. Ela inspira profundamente, o que faz com que seus seios comprimam o meu peito. Quando o ar escapa, desejo que ela respire de novo.
Estamos criando algo maior do que a espuma ali. É uma grande e fodida expectativa cheia de tensão sexual.
Seus lábios se curvam como se ela não soubesse o que fazer. Apenas para o caso de ela sair correndo e mudar de ideia, decido brincar um pouco. Alcanço uma parte da torre de espuma e atinjo sua franja.
― Não! ― Ela goteja indignação. ― Você não fez isso!
Virando-se para a torre como um cachorro cego por causa do cabelo e do sabão, Olivia enche as mãos com espuma e se vira para mim. Sopro as bolhas em seu rosto antes que ela consiga me atingir. Ela grita por cima da minha gargalhada, tentando me segurar às cegas.
Seus dedos agarram a minha camisa e me puxam. Nós derrapamos no sabão, escorregando da banheira e caímos no chão como no dia em que ficamos presos no rinque. Ela vem para cima de mim, os olhos apertados por causa do sabão.
― Há uma coisa que não contei a você. ― Sussurro.
― O que?
― Todos esses produtos são feitos para não machucarem os seus olhos. Tecnicamente não vai arder nem ficar irritado.
― Não acredito. ― Ela joga a franja para trás, piscando na minha direção. Mas sorri quando nota que estou sorrindo para suas sobrancelhas de bolhas e seu novo bigode. ― Bom, a minha falta de experiência vai me matar algum dia.
― Você não pode morrer sem saber como é tomar banho de banheira, então.
― Certo. Você tem razão. De novo. Por que você sempre tem razão? E por que eu admito isso com facilidade?
Ela se senta ao som da minha gargalhada. Eu não sabia que meu corpo poderia protestar tão violentamente com a falta do dela contra o meu quando ela sai. Por enquanto estou mantendo tudo sob controle. Mas é esquisito que eu queira ficar grudado nela.
Não ajuda muito o fato de que a música que começou tem uma batida mais lenta e sedutora. E ajuda menos ainda que Olivia fique de pé e arranque a própria camiseta. Permaneço deitado no chão, com a visão dela em frente à uma cortina de espumas. Seus seios estão desenhados dentro de um sutiã de rendas cor de corais. Eu lembro do oceano novamente e sorrio, impulsionando os cotovelos até estar de pé.
Meus olhos ficam saltando dos lábios dela para as curvas em seu sutiã. É um bom sinal que ela esteja rindo de um jeito tímido quando pigarreio e coço uma das minhas costeletas, puxando meu cabelo em seguida.
― Então. ― Olivia avança na minha direção, concentrada nos botões da minha camisa assim que seus dedos os encontram. ― É agora que a gente entra, certo?
Umedeço o lábio inferior com a língua, tentando não parecer desesperado para que cada botão se solte ainda mais rápido. O desejo faz com que meu corpo se contraia assim que os dedos dela empurram a minha camisa para trás. Já era, estou bem acordado agora.
― Tudo bem se eu fizer isso?
Seguro o cós da calça dela. Olivia ergue os olhos para mim, entreabrindo os lábios. Não ouço nada, mas ela balança a cabeça em afirmação. Cerro os dentes porque minha ereção está me empurrando na medida que abaixo a calça dela. Tocar a lateral de seu quadril e sentir a calcinha dela sobre a pele me mata. Baixo os olhos, mas sou amaldiçoado por uma grande quantidade de espuma que se enrolou ao seu corpo.
Ela está rindo de mim quando caminha para trás e sobe na banheira. Puxo os cabelos para cima, considerando arrancar a minha calça ou não. Jeans são bons em conter ereções, por mais que doa.
― Seth? ― O meu nome vibra de forma gutural nos lábios dela.
Tomo a decisão mais correta: me livro da minha calça também e decido que cueca é o bastante.
https://youtu.be/hz8iwhc_SJQ
Uma versão muito quente de alguma outra música começa a tocar quando estou dentro da banheira. A água morna é reconfortante no início, mas faz com que eu imagine o quanto irá nos queimar se as coisas fugirem do controle. Não me importo, afinal.
Olivia afasta a espuma o suficiente para podermos enxergar o rosto e dorso um do outro. Eu ainda tenho os maravilhosos seios dela para olhar.
Mas o modo como ela repara no meu peito é que faz o meu autocontrole rasgar por inteiro. Há desejo espalhado por cada contração de seu rosto. Abro os braços e prendo as mãos no vidro e nos azulejos, caso contrário avançaria para ela rápido demais. Deixo que ela venha. E Olivia não decepciona.
Ela tem o meu xampu entre os dedos. Reconheceria aquele cheiro em milhares. Suas mãos pressionam as laterais do meu pescoço e me pergunto se ela sente a pulsação. Engulo de forma nervosa quando as mãos macias dela vão escorregando. Vejo em seus olhos que ela está adorando que eu fique ali parado, deixando-a fazer o que quiser comigo.
No entanto, nas idas e vindas torturantes de sua mão pelo meu peito e abdômen, uma delas pousa sobre o meu coração. É aí que minha respiração fica mais forte.
Não posso mais ficar parado. Eu desisto, enroscando meus braços ao redor do corpo macio dela. Eu puxo Olivia para tão junto de mim que não há como ela não perceber a luxúria que se alastrou por mim. Ela não reluta para fugir. Pelo contrário. Suas mãos percorrem por trás das minhas orelhas e alcançam o meu cabelo. Oh, droga. Ela gosta mesmo do meu cabelo. E eu gosto ainda mais quando ela se agarra nele.
Vou escorregando as minhas mãos suavemente para baixo. Não demoro muito para sentir a renda de sua calcinha e a maciez de sua pele por onde o tecido não alcança. Minhas mãos se enchem contra os glúteos de Olivia e eu a pressiono um pouco para cima. Um gemido rouco reverbera contra meu ouvido, fazendo mais estragos lá embaixo.
Eu sou rápido para soltá-la e percorrer minhas mãos por seu corpo até o pescoço. Acho que seus joelhos vão ceder pelo modo como ela se apoia em mim. Afasto os cabelos dela para expor seu pescoço e pressiono meus lábios na altura de sua jugular. Olivia arfa, lutando contra mais um gemido, mas ele escapa.
Acho que Olivia precisa de fôlego ou algo assim porque ela cria um pequeno espaço entre nós, mas não nos separa. A palma da sua mão pressiona contra minha garganta, tentando fazer com que eu ceda. Entendo o que ela quer. Ela quer se sentar na banheira. Mas eu tenho uma ideia muito melhor.
https://youtu.be/5uUApCWptYE
Encontro sua mão no meio de todas as bolhas e vamos abaixando a espuma. Escolho o melhor jeito para me acomodar e trago-a para baixo comigo. Minha mão agarra sua coxa com força e uma de suas pernas passa por cima das minhas. Há um segundo de dúvida antes que ela se sente sobre em mim. Seus lábios se abrem um pouco mais e seus olhos se fecham assim que entramos em contato. Tenho certeza de que ela sentiu a pressão de verdade agora entre os tecidos que ainda nos restam.
Não penso muito quando arrasto minha língua entre os lábios dela e a sorvo em um beijo. Ela se acomoda em uma posição melhor e seu simples movimento faz com que eu gema sem querer. Olivia se desloca sobre mim novamente, uma de suas mãos deslizando do meu peito até o abdômen.
Eu a pressiono com um beijo mais intenso. Mas é quando agarro suas coxas por baixo da água que ela se movimenta de novo. E dessa vez ela não para. Estamos no mesmo clima de absoluto tesão. Não consigo não me imaginar dentro dela enquanto ela se movimenta sobre mim. É tão delicioso quanto doloroso.
Aproveito de cada curva escorregadia de seu corpo com os dedos. E a cada região nova que desbravo, ela geme e me pressiona um pouco mais. Arqueio as costas quando a ponta da língua dela passeia pela minha orelha.
― Você quer me matar, Olivia?
Ela afunda um pouco mais contra mim e sobe novamente. Gemo contra seu ouvido enquanto aperto o centro de suas costas arqueadas.
― Não. ― A voz dela está rouca de tesão o que aumenta o meu ainda mais. ― Eu não sei, talvez a gente morra junto. Como Romeu e Julieta.
― Por mim tudo bem.
Meus dedos escalam até suas costas e encontram o fecho de seu sutiã. Acho que é ali que cometo o erro de querer avançar ainda mais, porque ela se retesa. Seu corpo se enrijece e eu posso senti-la tremer involuntariamente. Abaixo a mão.
― Desculpa. ― Olho com sinceridade para os olhos dela. ― Viemos tomar banho de banheira. E é isso que vamos fazer.
Olivia despensa o meu colo, deslizando para trás e atingindo a outra extremidade da banheira com as costas. Ficamos por um tempo em silêncio, deixando a música ecoar.
― Eu preciso de uma ducha. ― É a coisa mais estúpida que sai da minha cabeça porque o chuveiro está acima dela. ― Mas eu vou tomar banho no outro quarto.
Tropeço para fora da banheira, puxando uma toalha e me enrolando. Odeio deixá-la ali sozinha, sem entender. Dou meia volta e me debruço na borda, alcançando seus lábios com um beijo longo, mas bem mais inocente do que o que trocamos antes.
― Fique o quanto quiser. Quando você acionar o chuveiro a água automaticamente escoará. Eu já volto.
Olivia pisca algumas vezes, balançando a cabeça sem dizer nada. Ela sorri, o que me deixa aliviado. Então posso correr para outro banheiro e me enfiar na água gelada.
A minha maior urgência é que preciso me aliviar. Vou ter que contar com a velha ajuda manual dessa vez. Com a vantagem que agora tenho pensamentos muitos mais vívidos para acionar.
Notas:
É importante que você esteja com a leitura de REGRAS MAIS SELVAGENS atualizada. Essa cena acontece entre os capítulos 31 e 32. Ela será mencionada no próximo capítulo do livro principal de um jeito menos detalhado, mas pelas palavras da personagem Olivia Wilder.
Não é uma leitura recomendável aos menores de 18 anos.
As músicas deixadas ao longo do capítulo servem apenas como inspiração para a leitura. Mas você pode escolher o que ouvir ou o que não ouvir.
E, para quem quiser, eu imagino o banheiro de Seth Rowan assim:
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