Capítulo 13
- Que merda! - Engfa xingou quando se jogou em um banco, em uma praça no centro da cidade.
Ela suspirou, frustada. Desde que Charlotte fora levada pela criatura no início do dia, ela aproveitou a bagunça que estava no jornal, pegou sua bolsa que havia deixado no armário de vassouras no dia anterior e foi embora, vestindo-se no primeiro beco que achou e saltando pelos prédios em seguida.
Ela havia passado o dia todo procurando Charlotte e o monstro por toda a cidade. Até nos esgotos ela procurou, mas nada. Engfa estava começando à ficar desesperada, já estava escurecendo e, quanto mais tempo demorasse para encontrar Charlotte, pior poderia ser a situação dela.
- Que droga! Por que isso tá acontecendo comigo?! - Engfa se perguntou, olhando para os grandes prédios à sua frente, o sol poente estava atrás deles, deixando-os escuros e o céu alaranjado.
- Ah, Mulher Aranha! Finalmente te achei!
Engfa olhou para o lado, avistando Kaene. Ele parecia ofegante e veio até ela, se sentando ao seu lado.
- Eu não tô com tempo. - Engfa avisou.
- Você tá sabendo que a sua namoradinha, a Charlotte, foi levada por aquele monstro de ontem? - Kaene perguntou.
- Eu sei disso. Estou procurando ela o dia todo. - A heróina respondeu.
- Como você sabe? - Kaene estreitou os olhos, olhando para a heróina desconfiado.
- Porque você postou isso no jornal! - Ela respondeu, vendo Kaene assentir, aceitando sua resposta. - Você tá tentando descobrir minha identidade?
- Temos aqui a Enola Holmes! - Kaene bateu palmas, vendo a heróina bufar.
- O que você quer comigo? Eu tenho que procurar a Charlotte! - A Mulher Aranha lembrou.
- Ah, é verdade. - Kaene pareceu se lembrar de algo. - Nós, do Clarim Diário, recebemos uma mensagem do monstro há algumas horas.
- Vocês o que?! - Engfa gritou, virando seu corpo para Kaene. - Que mensagem? O que dizia? A Charlotte está bem?
- Na-ah. Não tão fácil assim, Aranha. - Kaene riu. - O que você vai me dar em troca?
- O que? - A heróina se irritou. - Charlotte está desaparecida e você está dando em cima de mim?!
- Claro que não! - Kaene riu novamente. - Eu posso ser tudo, menos talarico. Apenas acho que nós dois podemos nos beneficiar com tudo isso: uma troca de informações.
- Eu não vou te falar a minha identidade. - Engfa avisou.
- Ah, não me diga. - Kaene revirou os olhos. - Você é namorada da Charlotte mesmo?
- Não. Agora me fale o que dizia na mensagem.
- Mas o que foi aquilo ontem? - Kaene insistiu. - Você me disse que era casada e, logo depois, corre para pegar a Charlotte e levar ela pra longe.
- Ok! Eu menti, sim. Não sou casada, apenas menti para você não insistir em ter algo comigo. - A mascarada respondeu.
- Isso eu já notei. - Kaene disse. - Quero saber se vocês namoram.
- Eu amo a Charlotte.
- Não foi isso que eu perguntei.
- Mas é esta a resposta. Não vou falar mais nada, e se você não quiser me ajudar, não precisa, vou achar outro jeito de encontrar a Charlotte. - Engfa deu de ombros, se levantando e pronta para lançar sua teia em um dos prédios.
- Espera! - Kaene a parou. - Eles estão no ferro-velho, fora da cidade.
- Certo, obrigada. - A heróina agradeceu.
- Vou chamar a polícia também. - Kaene avisou. - Você não deu conta da última vez.
- Obrigado? - Engfa soltou uma risada nasal com a fala de Kaene. Ergueu o pulso e soltou sua teia, que prendeu em um dos prédios e ela começou à saltar pela cidade, em direção ao ferro-velho.
Kaene, quando perdeu a heróina de vista, se virou e correu o mais rápido que podia até encontrar um policial e falar sobre a situação e falar o paradeiro de Charlotte.
[...]
Engfa chegou ao ferro-velho quando o sol tinha se posto por completo. À sua frente, pilhas e mais pilhas do que um dia foram carros, motos, ônibus e semelhantes, todos enferrujados e jogado ali havia muito tempo.
Ela andou lentamente por entre as pilhas de automóveis enferrujados, tentando não fazer barulho, procurando por algum sinal de Charlotte.
Engfa notou o quão Nova York era iluminada, porquê, mesmo estando à quilômetros de distância, as luzes da cidade conseguia iluminar o ferro-velho.
Engfa ouviu um grito monstruoso e, em seguida, sentiu algo vindo por trás de si. Ela, rapidamente, desviou e o capô de um carro passou voando pelo mesmo lugar onde ela estava segundos antes.
A criatura veio até ela. Engfa, surpreendida, acabou tomando o primeiro soco, mas conseguiu desviar dos outros.
Pelas quelíceras espirrou um líquido amarelo fraco, quase branco, e os jatos acertaram Engfa, um acertou o peito e, o outro, no braço esquerdo.
Engfa gritou de dor quando o líquido começou à queimar e corroer, tanto sua roupa, quando tua pele. Por causa da sua distração, o monstro conseguiu lhe dar um chute, que a fez voar longe, atingindo uma outra pilha.
No alto dessa pilha, havia uma carcaça de moto que, com o impacto do corpo da heróina sendo jogado contra ela, se desequilibrou e caiu em cima de Engfa, que conseguiu à segurar no último segundo.
Ela jogou a carcaça da moto na criatura, que não teve tempo de desviar, e, ao ter a moto sendo jogada contra seu corpo, foi jogada alguns metros longe. Ela atingiu uma pilha e várias carcaças caíram em cima dela, a soterrando.
Engfa, então, viu pela visão periférica algo se movendo. Ela virou o rosto e pode ver Charlotte, que se debatia com toda sua força, querendo se soltar das amarras que o monstro tinha posto em seus membros.
- Char! - Engfa correu até ele. Charlotte arregalou os olhos quando à viu. - Você tá bem!
Engfa cortou a teia que prendia os braços de Charlotte, e as mãos dela à agarraram, à abraçando. Engfa correspondeu.
- Você tá bem, meu amor. - Engfa suspirou, aliviada. - Eu fiquei tão preocupada!
Engfa se afastou e cortou as teias que prendiam os pés de Charlotte, e, logo em seguida, retirou a teia que prendia os lábios dele.
- Me diz, Charlotte: onde está Milk? - Engfa perguntou.
- A Milk? - Charlotte franziu a testa.
- Sim! Se aquele monstro te sequestrou, ele pode ter sequestrado Milk também. - Engfa explicou o seu raciocínio.
Charlotte negou com a cabeça, agarrando os ombro de Engfa com firmeza, querendo que ela olhasse para si.
- Engfa, aquele monstro é a Milk!
Engfa ficou alguns segundos estática, absorvendo aquela informação.
- A Milk... O que?
- Engfa, cuidado!
Engfa, no mesmo segundo, agarrou Charlotte e deu um salto. O monstro, que Engfa sabia, agora, que era Milk, deu um encontrão contra o lugar que Engfa e Charlotte estavam. Se Engfa tivesse demorado um segundo para sair dali, as duas teriam sido esmagadas pelo corpo grande e pesado dela.
Engfa se afastou, se escondendo por entre as pilhas do ferro-velho, olhando apreensiva para Charlotte.
- Como assim aquilo é a minha prima, Charlotte? Como você sabe?
- Ela mesmo me contou! - Charlotte respondeu. - Ela me trouxe até aqui, pra te atrair e se vingar de você, e de mim, por estar namorando a Mulher Aranha!
- Mas como ela ficou daquele jeito?
- Eu não sei!
A cabeça de Engfa trabalhava interessantemente, tentando lembrar da conversa que tivera com o tio mais cedo. Milk havia sido picada por uma das aranhas para ficar daquele jeito? Mas ela havia sido picada por apenas uma, e sua aparência não mudou em nada. Será que Milk havia sido picada por mais de uma e o veneno delas havia mudado o seu DNA drasticamente? Era a teoria mais aceita.
- Engfa! Engfa!
Engfa estava tão imersa em seus pensamentos, que não ouviu Charlotte gritar, nem sentiu Milk chegar por trás.
A única coisa que sentiu, foi uma grande dor em seu estômago ao ser perfurada por uma das patas de Milk.
- Não! - Charlotte gritou.
Charlotte tentou correr até Engfa e Milk, mas Milk, com apenas uma de suas mãos, deu um soco no rosto de Charlotte, que foi jogada para longe.
- Agora, eu vou te matar. - Milk avisou, enquanto via o corpo da heróina tremer. Sua pata que atravessava o corpo da Mulher Aranha se ergueu, levantando-a junto. - Mas antes, vou ver o rosto da minha heróina favorita.
Com sua mão, levou-a até a máscara de Engfa, a retirando lentamente. E se surpreendeu quando viu que, atrás daquela máscara, estava sua prima.
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eita fodeu agora gente 😍 (já tinha fodido antes, mas agora fodeu mais ainda
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