Capítulo 1
Engfa olhava com bastante interesse para os pequenos recipientes onde haviam posto as aranhas.
Os recipientes estavam dispostos em cima de uma mesa, escolhidas à dedo para a reportagem que ela, e sua colega, estavam fazendo.
Estavam na empresa do tio de Engfa, que era um biólogo cientista, que estava modificando o DNA das aranhas. E elas estavam ali para saber mais sobre o experimento e o porquê dele.
Engfa não era uma grande fã de biologia, sua grande vocação era a fotografia. Desde criança gostava de tirar fotos, pegava os celulares de seus pais e, ao invés de jogar, ficava horas tirando fotos e editando. Foi sua mãe que deu sua primeira câmera de presente: uma DSLR, daquelas que você poderia ver a foto no visor logo após ela ter sido tirada. Ela à tinha guardado até os dias de hoje, mesmo ela não ligando mais. Era uma lembrança de sua mãe.
Engfa estava no segundo ano da faculdade, com 22 anos, e, há poucos meses, começou à fazer um estágio no Clarim Diário, um dos melhores jornais de Nova York.
E, agora, estava ali, observando e tirando fotos das aranhas em seus recipientes.
- Eai, Engfa?
Engfa deu um salto, assustada, sentindo um ventinho quente em sua nuca. Quando se afastou, viu que era Charlotte, a sua colega do Clarim Diário, que estava ali para fazer a entrevista com seu tio para o jornal.
Charlotte riu de sua reação e Engfa suspirou apaixonada.
Quando começou o estágio, Charlotte foi a primeira pessoa que ela conheceu. Ela que apresentou o prédio do jornal para Engfa.
Charlotte era tão linda, tão fofa e tão inteligente. Engfa se apaixonou rapidamente por ela. Mas escondia sua paixão à sete chaves, apenas por achar que Charlotte não gostava dela do mesmo jeito. Achava que Charlotte apenas a via como uma irmãzinha mais nova.
- Que susto, Char! - Engfa riu, nervoso. - Achei que fosse uma aranha!
Charlotte riu ainda mais, não notando, ou não ligando, que estava chamando atenção das pessoas à sua volta.
- Desculpe, Fa. Não foi minha intenção te assustar. - Charlotte disse, vendo Engfa levantar uma sobrancelha. - Ok, você me pegou. Foi minha intenção te assustar. Mas, quem mandou você ficar tão perto das aranhas? Era a oportunidade perfeita!
- Ainda vai ter volta, Waraha. - Engfa ameaçou, vendo Charlotte fingir uma expressão de medo, a fazendo rir. - Cadê ela que não chega?
- Está falando de mim? - Engfa olhou para trás, avistando sua prima Milk, que era a filha mais nova de seu tio.
- Apareceu a margarida. - Engfa brincou, sorrindo e cumprimentando Milk com um abraço rápido. - Oi, Milk. Como você está?
- Eu tô ótima, prima. - Milk respondeu, com seu sorriso aumentando quando seus olhos cravaram em Charlotte. - E essa é a sua colega?
Milk se aproximou de Charlotte e apertou sua mão, mais que o necessário, na opinião de Engfa.
Não tinha nada além de amizade com Charlotte, mas não podia deixar de sentir ciúmes.
- Sim, sou a colega de Engfa. Charlotte, prazer. - Charlotte se apresentou, apertando de volta a mão de Milk.
Os olhos de Milk ganharam um brilho diferente quando ouviram o nome dela.
- Ah, você que é a Charlotte? - Milk deu um sorriso malicioso e olhou para a prima. - Engfa fala muito de você, sabia?
Engfa prendeu a respiração. Filha da puta.
Nunca mais contaria nada para a prima.
- Ah! Ela fala? - Charlotte perguntou, olhando para Engfa, com as bochechas levemente coradas.
Engfa, naquele momento, estava com o rosto pegando fogo. Ela olhou para a janela; era alta o suficiente para que ela morresse, caso decidisse se jogar?
- Fala. Fala muito. Estou surpresa que minhas orelhas não caíram de tanto que ela fala de você. - Milk brincou. Engfa se aproximou e beliscou a prima discretamente. Milk fez careta.
Charlotte riu, um tanto envergonhada com aquela informação.
- Mas, vocês duas não estão aqui para que falemos bobagens, não é? - Milk mudou de assunto rapidamente.
Engfa pode respirar aliviada quando Charlotte e Milk começaram à se entreter com o assusto nas aranhas. Charlotte tinha um bloquinho de notas, onde havia perguntas sobre o trabalho que elas estavam desenvolvendo na empresa. Ela também estava com seu celular, gravando tudo que Milk estava falando.
Enquanto isso, Engfa começou a tirar fotos do laboratório, os cientistas e dos biólogos, e, principalmente, das aranhas, que eram os grandes protagonistas da reportagem.
- Por que você não tira uma foto junto das aranhas, Milk? - Engfa perguntou, fazendo um sinal para os recipientes com as aranhas.
- Beleza. - Milk assentiu e se aproximou dos recipientes. Os quais Charlotte estava observando. - Charlotte?
- Está faltando uma. - Charlotte apontou para o recipiente vazio.
Milk se aproximou e olhou para o recipiente.
- Que estranho. - Milk murmurou. - Só um instante.
Então ela se afastou para falar com alguns dos biólogos que estavam por perto.
- Enquanto esperamos, você não quer tirar uma foto? - Engfa perguntou para Charlotte, que a olhou.
- Foto minha? - Charlotte repetiu, vendo Engfa assentir.
- É. Sabe, pra foto ficar bonita. - Engfa explicou, vendo Charlotte ficar vermelha novamente, e concordar com a cabeça. - Ótimo, fique na frente da mesa.
Charlotte se aproximou da mesa, ao lado dos recipientes. Deu um grande sorriso e sinalizou para as aranhas. Engfa riu apontou sua câmera para Charlotte, apertando o botão diversas vezes, para tirar o maximo de fotos possíveis. Enquanto isso, Charlotte fazia caras e bocas, que arrancavam risadas altas de Engfa.
Quando ambas saíam juntas para fazer alguma reportagem, era sempre assim: leve, descontraído e engraçado.
- Ai! - Engfa teve sua risada interrompida por uma pontada em seu pescoço. Levou a mão até região levemente dolorida, raspando suas unhas.
- Tudo bem, Fa? - Charlotte perguntou.
- Claro. - Engfa respondeu, dando um sorriso tranquilizador para Charlotte. - Só senti uma coceirinha, nada demais.
Milk voltou logo em seguida e tirou a foto na frente das aranhas, então deu a ideia delas fazer pequeno passeio pelo prédio. Charlotte adorou a ideia e agradeceu por Milk estar sendo tão gentil e receptiva.
- Tudo pela minha priminha. - Milk disse, dando uma piscadela para Engfa, que revirou os olhos.
Charlotte não havia entendido, por isso sorria, achando que Milk falava sobre Engfa.
Milk não tinha chamado Engfa de prima, e sim, Charlotte, já que Engfa gostava dela e, caso elas começassem a namorar, Charlotte se tornaria, em tese, prima de Milk também.
Elas começaram o pequeno tour pelo prédio, apenas explorando o andar que estavam para baixo, já que, o que havia em cima, nas palavras de Milk, ainda não estava pronto para serem visto pelas pessoas normais. O que deixou Charlotte empolgada e curiosa para saber o que havia nos andares superiores. Não era para menos: era uma jornalista.
Quando o tour acabou, Milk as acompanhou até o hall do prédio, se despedindo da prima e de Charlotte.
- Tchauzinho, Milk. Muito obrigada pelo seu tempo. - Charlotte agradecia, com seu sorriso brilhante. - Espero que possamos nos encontrar de novo.
- Eu que agradeço a visita de vocês. É super gratificante que reconheçam o que estamos fazendo aqui. - Milk respondeu. - E eu também adoraria encontrar você novamente. Talvez possamos marcar um encontro duplo: eu e minha namorada, a Love, e vocês duas.
- A-ah.. - Charlotte ficou vermelha novamente, sem saber o que dizer. - Claro. Vamos ver... É.. Tchau!
- Tchau. - Engfa disse, baixo, enquanto sentia Charlotte segurar seu braço e a puxava.
Ela se sentia pesada, mas Charlotte a puxava com tanta facilidade que parecia que Engfa pesava a mesma coisa que uma pena.
- Fa? - Ela ouviu Charlotte a chamar, ao longe. - Você tá bem?
- Hm? - Engfa olhou para Charlotte, com sua vista embaçada.
- Você tá se sentindo bem? - Charlotte repetiu. - Parece distante.
- Eu tô bem, eu só... O que você tava dizendo? - Engfa perguntou, tentando manter os olhos abertos.
- Estava falando como sua prima é legal, embora seja um pouco incoveniente que..
Então Engfa parou de ouvir. Não porquê não queria a ouvir. Charlotte era uma tagarela, mas ela amava ouvir o que ela tinha à dizer.
Engfa se sentia aérea e quente. Seu corpo estava quente. Estava resfriada?
- Engfa!
Charlotte a agarrou e impediu que ela fosse atropelada por um carro.
- Meu Deus, Engfa! - Charlotte a olhou com uma expressão brava e assustada. - Você quer morrer?
Engfa não respondeu, sua boca estava seca. Sua cabeça doía. E estava tão quente para um dia nublado.
- Engfa, você não está bem. Acho que não vai conseguir pegar o metrô. - Charlotte continuava falando, distante, enquanto a conduzia pelo braço para a direção contrária à que estavam indo.
Engfa olhou em volta, não reconhecendo o lugar onde estava. Sua vista estava embaçada. Achou que era hora de ir ao oftalmologista, já que, ao que parecia, estava precisando de um óculos.
Ela mal notou quando Charlotte a pôs num táxi e subiu junto com ela no banco traseiro.
- Engfa, onde você mora? - Charlotte perguntou.
Engfa murmurou seu endereço, que ficava no Queens. Charlotte agradeceu por não ser tão longe do seu bairro, no Brooklyn.
- Tá muito calor, né? - Engfa tentou tirar seu casaco, mas Charlotte não deixou.
- Não, Engfa! Isso pode ser gripe, você não pode tirar o casaco, vai piorar. - Charlotte disse, abotoando o casaco novamente. - Vem aqui.
Charlotte puxou Engfa para si e encostou sua boca na testa dela, medindo sua temperatura, igual sua vó fazia quando ficava doente quando criança.
Engfa, se estivesse minimamente consciente do que Charlotte estava fazendo, com certeza teria um colapso nervoso.
- Você tá ardendo, Engfa! - Charlotte exclamou. - Quando que você ficou gripada assim?
Engfa não respondeu, deixando Charlotte preocupada.
O táxi logo chegou no endereço de Engfa, e Charlotte desceu do veículo, arrastando-a com ela.
A levou até a porta da casa e tocou a campainha, sendo atendida segundos mais tarde por uma mulher mais velha, provavelmente a mãe de Engfa.
- Engfa? Você está bem, filha? - Ela perguntou, olhando de Engfa, para Charlotte. - Quem seria você?
- Olá, senhora. - Charlotte cumprimentou-a com um sorriso. - Sou Charlotte, trabalho no Clarim Diário com a sua filha. Acho que ela pegou um resfriado. Ela está queimando!
A mulher puxou a filha para si e pôs a mão em sua testa, afastando rapidamente logo em seguida, olhando assustada para Engfa.
- Cristo! Engfa, filha, você tá bem? Tá me ouvindo? - Ela perguntou.
- Para de falar, minha cabeça tá explodindo. - Engfa resmungou.
- Aqui está a câmera dela. - Charlotte entregou a câmera para a mais velha. - Tome conta dela, ok?
- Ok. Obrigada por trazê-la em segurança. - Ela agradeceu, tentando equilibrar a filha nos braços, que estava mole, quase caindo.
- É o mínimo que eu poderia fazer. - Charlotte respondeu, com um sorriso gentil. Levou sua mão aos cabelos de Engfa, que estavam molhados de tanto suor. - Melhoras, Fa. Se ela não melhorar, vou segurar as pontas para que o Jameson não fique irado com ela.
A mulher assentiu, agradecendo novamente por Charlotte ter trazido sua filha até ali.
Charlotte se afastou da entrada da casa e subiu no táxi, dando seu endereço para que fosse deixada lá.
Já Engfa, foi levada pela mãe até o seu quarto, e foi colocada na cama.
- Char? - Engfa resmungou, olhando ao redor.
- Ela já foi, filha.
- Não! - Engfa agarrou o casaco que sua mãe tentava tirar. - Não bota pra lavar, tem o cheiro dela.
Ela riu. Engfa era uma boba apaixonada.
- Não vou pôr pra lavar, eu prometo. - Ela garantiu, embora estivesse mentindo. O casaco estava empapado de suor, precisava ir para a máquina de lavar urgentemente.
Depois de retirar o casaco, terminou de despir Engfa, o deixando apenas de sutiã e calcinha.
- Vamos pro banho. - A senhora ordenou, puxando Engfa para o banheiro do quarto. - Depois a mãe vai fazer uma sopinha pra você melhorar.
- Eu quero dormir! - Engfa resmungou chorosa, igual criança, mas sua mãe não lhe deu ouvidos, a pondo debaixo do chuveiro.
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finalmente o canal grandtv tá lançando os eps de show me love pra que sapatonas pobres como eu possam assistir E EU TO COMPLETA.ENTE APAIXONADA PELAS ENGLOT AJJJDJDJDNDDDN
espero que vcs gostem da fic :3
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