- Juro que não fui eu! - Rachel diz assim que explico toda a situação.

- Rachel, você mesma estava falando que seria divertido eu participar. Como não vou suspeitar de você? - Continuo questionando.

- Eu não pus seu nome e número naquela urna, Jade. Não posso fazer nada se eu sou suspeita. Mas não fui eu. - Rachel insiste. E cruza os braços. - Eu realmente queria você nesse jogo. Mas, inscrever você, não é algo que fiz.

Respiro fundo e tiro meus olhos dela. Encaro o chão com as mãos na cintura.

- O que eu vou fazer agora? A tal pessoa já me mandou mensagem. E até me enviou uma foto do...meu par. - Digo, pegando o celular e abrindo na conversa.

- E quem é? - Ela vem ao meu lado e olha pra tela do celular, arregalando os olhos e pondo a mão na boca. - ELE?!

- É, ele. - Encaro a foto. - Eu preciso me tirar dessa.

- Ah, por que? Essa é a chance da sua vida de chegar nele! - Rachel diz.

- Mas e daí? Rachel ele nem sabe que saiu nisso! Ele nem me conhece. - Respondo.

- Que ele não te conhece nós duas sabemos. Mas se o nome dele estava lá, é por que ele colocou. Então ele sabe que é possível.

- Ou ele foi sabotado que nem eu.

- Não chame de sabotagem. Isso é uma benção. - Ela ri.

- Isso é um pesadelo. Não tenho certeza se isso é uma boa ideia, Rachel. É muito tentador porque eu gosto dele e essa pessoa me ajudaria. Mas ainda assim. A situação toda me dá uma sensação estranha. - Digo, revirando o pouco de palavras que troquei com a pessoa.

- Eu compreendo que possa estar se sentindo desconfiada e insegura. Mas você não tem nada a perder. Se ficar estranho demais, a qualquer momento você pode só bloquear a pessoa. E acabou. Mas se eu fosse você, eu tentaria. Não custa nada.

Abro novamente a foto que recebi. Como eu digo não pra isso? Não sei se me deixar levar por um crush é seguro. Mas, é como a Rachel disse. Eu posso bloquear se algo ficar parecendo errado demais. E eu gosto tanto dele...

Merda.

- Certo. Certo, certo. Eu vou continuar. - Digo e uma luz parece se acender no rosto da Rachel.

- Mesmo?? Ai, meu casalzão! Estou feliz. - Ela diz, dando pulos.

- Okay. Calma. O que eu faço agora?

- Conversa com essa pessoa. Ela sempre vai conversar sobre vocês dois, coisa sobre o seu par, sobre possibilidades...e pode ser um bom amigo. Não se preocupe. A escola vigia a escolha de quem fala com você. Não é ninguém perigoso. - Ela explica.

- Tudo bem. Então eu vou...conversar sobre alguma coisa. Eu acho. - Vejo a barrinha azul piscando, esperando eu digitar algo.

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Oi, voltei.
Eu decidi continuar.
Mas peço que tenha paciência.

Desconhecido: Olha só.
Desconhecido: Nada que incentivos não mudem, mesmo.
Desconhecido: Sabia que não ia resistir ao garoto que você ama a tantos anos.

Como você sabe disso???

Desconhecido: Fontes confiáveis.
Desconhecido: E não se preocupe. Não vou contar pra ninguém. E terei paciência.
Desconhecido: Se quiser, pode me chamar por qualquer apelido que preferir.
Desconhecido: Não posso expor minha identidade.

Certo...
Eu preciso mesmo salvar seu número, então...
Vou te chamar de Oráculo.