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秋 (Aki) - Proximidade

Presente (05/12/2020 - outono)


Termino de enrolar a toalha branca em meus fios de cabelo, a cada passo desço os degraus sentindo a temperatura ternal subir por minhas pernas. O calor da água aquece meu corpo, com mais da metade de meu corpo submersa posso sentir melhor essa agradável temperatura.

A expressão que carrega é o mais sincero semblante de preocupação, aproximo-me até que nossa única distância seja o fato de estar fora dessas águas. Mesmo com minha presença seu olhar permanece sob a tela do aparelho à qual suas teclas são pressionadas pelos dedos velozes, nem mesmo o suposto momento de descanso pode afastar o trabalho de sua vida.

Apoio minha cabeça em minhas mãos flutuando sob as águas, minha insistência é recompensada, no abaixar da tela busca meu olhar e como sempre um sorriso surge para evitar explicar seus motivos.



— Sabe que poderia ter recusado o pedido de meu pai não é? Por mais que tivesse ficado com raiva ele entenderia.

— Fazendo isso eu não seria um médico descente não acha? Como poderia abandonar minha paciente sem nem mesmo tentar socorrê-la direito? Fora que não estou preocupado com isso.

— Seu casamento é o problema? Concordo que minha experiência não foi boa, mas pelo menos poderia fingir se importar com esse casamento tão precoce digamos assim.

— Um casamento arranjado não é motivo de comemoração para mim, é meramente uma formalidade, um acordo entre famílias pelo bem maior.

— Um bem maior que passa por cima de suas vontades? Não me parece justo quando todos os seus outros irmãos evitam essa cerimônia.

— Você sabe bem que eu não tenho interesse naquela mulher, nossos sentimentos não dão recíprocos e eu acredito que nem mesmo anos farão com que sejam.


Queria atestar que pode estar errado em sua visão, mas quanto mais penso, recordo-me apenas da garota que lhe concedeu uma troca de turma na fundação.


— Ao menos Yukie Akari é uma bela mulher e pelo menos não é tão inocente, pelo menos caso tudo de errado podem se divertir sem peso na consciência.

— Claro que não — suspira. —, não tenho olhos para ela e tão pouco almejo algo sério vindo de alguém que se coloca nessa situação.

— Ela gosta de você desde a universidade segundo o que eu me lembro... dizia que um dia iria se casar com você e realmente está conseguindo.

— Graças as visões precoces de meu pai e o apelo de minha mãe irei me casar, apenas isso.


Noto seu semblante baixo surgir em meio as expressões, nem mesmo quando eu o conheci carregava essa tristeza estampada.


— Em breve ela irá fazer uma cirurgia complexa e eu queria executar ela, mas fui proibido, por isso o hospital me deu férias.

— Ela ficará bem, em pouco tempo estará de volta para casa e você poderá passar mais tempo com ela.

— Tenho medo, minha mãe nem sempre foi tão boa assim comigo.

— Imagino isso sendo comum para famílias como a sua onde seus irmãos e sua única irmã sejam mais velhos que você.

— O mais curioso ainda é que sou agora o único que se importa com ela de verdade.


Se volta para a bolsa buscando algo em meio aos seus desorganizados espaços.


— Você está coberta de razão, entretanto a taxa de sucesso é baixa e eu não terei cabeça para estar distante em Santorini enquanto ela estiver naquela mesa.

— Antes deveria se perguntar se você realmente quer esse casamento, antes de tentar salvar outra vida pondo em risco a sua lembre-se que a sua vida também é valiosa.

— Quero interromper esse casamento, tem alguém que eu vejo sempre que posso... ela é alegre, gosta de descobrir sobre o mundo e sempre que eu me sinto perdido ela está ao meu lado como as cores na escuridão.

— Entendo, a garota dos vinte e cinco, esquecido o nome dela... seu amor de Quioto.

— Oito anos de diferença entre nós dois me assusta um pouco.

— Você está apaixonado e não pode negar, porém, me assusta que um prodígio na arte da enganação como você iria se enrolar com a primeira aluna de sua classe.

— Isso não é engraçado, eu realmente não sei o que fazer.

— Eu jamais pensei que veria você sem reação alguma e eu devo admitir que isso é incrível, sério, quando eu poderia imaginar que o grande Kazui Hisagi conhecido por suas noites de farra após o plantão estaria de quatro por alguém tão jovem?

— Ela difere das mulheres mais comuns, perto dela eu tenho a sensação de que a vida soa com um ar de leveza maior.

— Uma coisa eu tenho certeza, olhar a foto dela não vai mudar nada.


No ligar da tela vejo o sorriso percorrer seus lábios, se não for essa mulher eu sou louca, admito que somente ela para fazer ele sorrir quando não está comigo.


— Sei que permanecer parado não irá alterar nada, eu apenas não sei o que fazer

— Uma mensagem para ela ou talvez uma simples ligação? Contar que infelizmente você vai se casar e que talvez o único meio de impedir isso seja assumindo ela?

— Ainda assim será complicado, não é tão fácil.

— Apenas faça isso, assuma seu relacionamento de uma vez, ela está disposta a ficar com alguém como você e isso deveria ser seu único motivo.

— Minha vida é complicada e ela terá que aprender a lidar com minha família, são muitos contras para simplesmente enfiar ela nessa história.

— Se você mostrar o caminho para ela, assim como fez com outras, tenho certeza de que poderão conseguir tendo em vista que ela é uma garota forte, mais forte do que o homem que se diz apaixonado entende.

— Uma garota simples em um mundo complicado? Não, não gosto de pensar que gradualmente ela poderia se perder nesse universo.

— Ela vai namorar você e não sua família, eu entendo ser chato, mas não há necessidade disso... acredite em minhas palavras.

— Apenas não quero um mal-entendido capaz de magoar ela.

— Por algum momento nessa cabecinha pensou na possibilidade dela simplesmente acabar com o casamento antes dele acontecer? Ela gosta de você e você dela, apenas seja corajoso e assuma esses sentimentos.

— De qualquer forma irei fazer uma ligação para ela depois, não agora, por hora quero saber como foi no hospital ontem.

— Normal, conversamos um pouco e no final eu me encontrei com Murano... enquanto estava esperando ela acordar me lembrei de um último momento nosso na adolescência.

— Vocês duas sempre estiveram conectadas, eu acho isso algo bem bonito ao menos tempo deprimente.

— Sim, lembra do que eu disse sobre tentar morrer quando estava no seu hospital?

— Lembro, me disse que não esperava sua amiga pular para te salvar e que ele sozinha seria capaz de te reanimar.

— Isso mesmo, mas eu nunca disse o motivo, sua irmã morreu no começo de nosso segundo ano e aquilo mexeu com ela... ela pulou do mesmo lugar e naquela época Murano não conseguiu proteger ela.

— Devido ao pai imagino.

— Exato, quando acordei no hospital e escutei a história fiquei impressionada.

— Não é tão incomum as pessoas enfrentarem seus traumas diante de situações desesperadoras ou com características que envolvam a vida de seus semelhantes mais importantes.

— Naquele momento eu realmente me senti importante para ela e sabe, sempre que penso nela fico inevitavelmente feliz.

— Me faz pensar no quão curioso é sua fala sobre o fato de gostar dela especificamente, gosto de imaginar o que teria acontecido se nada daquele acidente tivesse acontecido.

— Garanto que não seria professora, passaria longe da profissão e por mais que eu goste ainda sigo pensando no meu primeiro plano de vida.

— Seria curioso, mas acredito que você não levaria jeito para barista. Respeito você como professora, porém como barista é uma dúvida gritante.

— Mais uma vez o senhor sabe tudo ataca minhas ideias.

— Falando sério, não quer mais votar a dar aula?

— Não, — fito meu reflexo na água. — desde o meu afastamento devido o ocorrido familiar eu perco o gosto por muitas coisas.

— Aquele homem acabou com você, eu sabia ser uma péssima ideia permitir isso.

— Agora passou e não posso retroceder para evitar todo aquele apodrecimento... foi uma escolha minha, não pode alterar, por mais que deseje proteger minha integridade apenas eu posso decidir o final.

— Eu sei, mas ver seu estado.

— Kazui, não é culpa sua o ocorrido..., mas admito que voltar para a escola e dar aulas desencadeou um problema. — busco seu olhar. — fui punida pelo comitê disciplinar então tudo permanece neutro.

— Uma punição injusta.

— E ainda assim foi uma punição importante para perceber onde falhei como professora.

— Não apoiei aquela decisão do comitê disciplinar, não foi culpa sua, tentou salvar aquela garota.

— Era meu trabalho como professora e eu falhei não somente com sua família... falhei com minha aluna.

— Ela estava doente, você também, no final a culpa é totalmente de seus pais por não notarem uma filha naquelas condições.

— Ela morreu por minha negligência, se eu tivesse encontrado seu bilhete mais cedo tudo poderia ter sido diferente.

— Controlar vidas alheias não é possível, por isso que humanos como eu e você somos incapazes de fazer tudo... a vida não pode ser controlado não importa o quanto tente.

— Aquela garota foi um erro, mas eu entendi e aprendi minha lição com sua deixa.

— Porque não tenta?

— Retornar como professora talvez? Nunca foi nada que eu desejei de fato e quanto mais faço esse trabalho melhor fica minha percepção sobre a decadência de meus pensamentos.

— Então vai desistir de ajudar na escola imagino.

— Eu ainda tenho amanhã para pensar, mas talvez eu aceite como uma supervisora, não quero precisar ensinar ninguém.

— Ainda acredito que deveria se poupar para o começo do ano, serão muitas mudanças em pouco tempo e você vai precisar estar pronta para elas.

— No final vir para este lugar não foi nada bom, todos os meus problemas retornaram e eu mal pude discutir sobres eles sem influência externa.

— Lembra do conselho que me deu quando me descobriu?

— Aproveite antes que você se arrependa disto.

— Repito o mesmo para você, se permita curtir um pouco e logo estará recuperada.

— Não gosto muito de curtir essas coisas, mas talvez eu devesse sair e explorar outros ambientes... aproveitar que irei ficar aqui.

— Decidiu ficar aqui comigo?

— Sim, não tem muito o que eu fazer em Shirawaka e pensando bem pode ser bom ficar aqui por alguns dias.


Em um movimento de mãos busco o tecido e em seu agarra retiro a toalha de minha cabeça expondo meu cabelo para seus olhos, o escuro permeia a extensão dos fios agora cortados na altura de meu ombro. Um terno sorriso se alastra por sua face, é impressionante como se mostra genuíno por tão pouco e são em horas como essa que compreendo o motivo daquela mulher gostar tanto dele.


— Agora entendo o motivo dela gostar tanto de você, sua sinceridade encanta, no mais simples dos gestos você consegue demonstrar uma grande emoção e isso faz com que as pessoas se atraiam pela sua brilhante personalidade.

— Será?

— Tenho certeza de que esse é o principal motivo e não minto quanto a isso... basta lembrar do dia em que nos conhecemos.

— Tudo isso é para me motivar a ligar para ela? Saiba que está conseguindo.

— Quero que faça diferente do que eu fiz, você tem uma oportunidade de ser sincero e seguir com ela diferente de mim que não tive tal oportunidade.

— Entendo.

— Vou subir para o quarto, estou com sono e passar o dia fora de uma casa estranhamente me cansa mais do que deveria.


Retorno ao quarto de hotel tendo como primeiro encontro a vista que cobre uma parte de Takayama, talvez ficar aqui realmente seja benéfico, cansada busco minhas vestes e sobre a cama lanço-me.

Parar e permanecer aqui segue sendo bom independente de vantagens ou desvantagens, tudo que preciso fazer é parar com esses questionamentos que invadem minha mente.
Coisas como será que eu estou agindo da maneira certa? Seguir como a mulher por trás de toda uma organização e esquecer meus desejos?

Os dias se passam, meus pensamentos se vão e quando eu menos espero não possuo a certeza daquilo que realmente almejo, será que posso ser alguém tão importante quando mal consigo ajudar um amigo? A mesma coisa ocorreu com aquela aluna e eu falhei, talvez eu apenas não seja qualificada para tal.

Pela primeira vez em tempo me sinto atormentada por meus demônios mais distantes de minha realidade atual, sempre ignorei essas emoções e pensamentos, mas agora todos eles retornam como algo que nunca havia sentindo.

Nessas horas pergunto-me se você também se sente perdida, por muitas vezes se mostra tão forte que eu simplesmente dou incapaz de aceitar que sofra... pensar nessas dificuldades me magoa ao mesmo instante em que sinto uma incontrolável vontade de cruzar tudo e repousar em sua ternura.


— Talvez... eu esteja começando a mudar mais do que gostaria.


Passado (10/01/2006 - inverno)


— Está sorrindo hoje, algo de bom aconteceu?

Na busca por seu olhar noto o curativo na face risonha, esse garoto sempre voltar, estranha essa atitude. Sua mãe não está mais aqui e mesmo assim retorna diariamente como se algo de inovador fosse ocorrer... garoto estranho, talvez ele seja alguém como eu, sem propósito ou desejos claros.


— Oi! — acena em minha direção. — Garota dos lábios roxos.

— Diga o que você quer.

— Eu vim ver como você estava e recebi uma imagem inusitada de seu sorriso.

— Também sei sorrir.

— Todos nós sabemos, — em seu aproximar o toque sob meus cabelos bagunçando-os com sua mão. — lavou eles.

— Idiota.

— Sim, eu sou, como descobriu? — seu sorriso se realça e com o afastar pude ver seus olhos brilhantes. — Está tudo bem Naomi?

Por sua risada sou envolvida sendo contagiada tão facilmente como uma criança, não importa, esse garoto não pode ser analisado com lógica.


— Por que sempre vem aqui? Sua mãe foi transferida de ala, pode simplesmente parar de perder tempo aqui.

— Testemunhei algo legal, um gesto bom de alguém que nunca conheci por isso estou aqui.

— A... fala daquela vez em que eu conversava com ela.

— Minha mãe foi contra a intenção e assim que ficou aqui, no hospital que tanto trabalhou, preciso enfrentar a solidão e você foi a única que testemunhei estar com ela em uma conversa sadia.

— É algo simples em minha visão, não tem nada de muito grande em conversar com outras pessoas ainda mais com alguém como ela.

— Agora que ela está doente poucos são aqueles que ainda mantém contato e você sendo uma paciente me provou algo... ela não precisa dos filhos e sim de alguém com quem possa conversar.

— Ficar em um hospital é tedioso e às vezes isso pode pesar, fora que em nossas conversas ela me disse o que atormenta ela... falou sobre você junto do fato de que é o único que realmente se importa com ela agora.

— Por um lado isso é verdade, todas as histórias possuem três lados e o meu é o mais próximo da verdade... eu odeio minha mãe ao mesmo tempo em que nutro amor por ela.

— Não nos diferimos então. Carrego os mesmo sentimentos que você por minha mãe e talvez até pior do que os seus.

— O que ela fez com você para isso acontecer?


No pequeno banco de metal senta-se a minha frente, seus olhos brilham em curiosidade, esse menino estranhamente me parece confiável.


— E o que sua mãe fez com você? Não acredito que seja uma pessoa ruim, na verdade, vejo que você está longe de ser alguém ruim e tão pouco parece como esses “punks” de Tóquio.

— Nasci em Takayama, mas, quer saber não vem ao caso onde eu nasci... bom ela me bateu por um motivo besta.

— Espero que não tenha sido um motivo bobo como gostar de uma amiga... outro dia uma garota fez presença nesta mesma sala, disse que veio para cá por conta disso.

— Garota?

— Sim, seus cabelos eram loiros ou quase isso, não entendo bem sobre cores e os olhos dela eram algo que eu nunca vi em minha vida... violeta.

— Qual era o nome dela? — me movo na cama sentindo a agulha se mexer em meu braço. — Você sabe?

— Murano alguma coisa... ela saiu deste hospital ontem pela noite.

— Eu conheço ela.

— Ela chegou aqui bem machucada, sofreu um acidente de carro e recebeu alta há uma semana e pediu para ficar aqui mais um pouco.

— Isso é bom. — sinto meu peito doer... mesmo que doa não parece doer tanto quanto meu coração. — Graças a ela que eu estou viva e respirando, mal, mas respirando.

— Ah então deixa eu adivinhar, você é a garota que ela disse ser especial? É a primeira vez que eu conheço um casal não convencional.

— Especial? Casal? — sinto minha face arder.

— Você está vermelha. — ele sorri. — Ela disse que devido salvar uma pessoa especial acabou sofrendo consequências e agora provavelmente viveria sem se encontrar com ela.

— Entendi.

— Ligando um ponto ao outro posso dizer que ambos os pais foram idiotas, até onde sei é claro, no final não existe nada cem por cento bom.

— Sua mãe fez o mesmo com você?

— Não necessariamente, eu apenas fui rejeitado desde a infância e essa rejeição causou isso aqui que eu — o vejo levantar sua blusa revelando a marca avermelhada sobre a pele — carrego, uma queimadura.

— Uau... eu não esperava por algo assim.

— Agora entendo que não sou o único no mundo que nutre sentimentos assim.

— Existem mais pessoas, não somos os únicos infelizmente... pensar que outros podem sofrer assim me incomoda.

— Tem razão Naomi, é triste.


Com seu levantar do banco caminha até a janela observando o cair dos flocos brancos que permeiam as nuvens claras.


— Obrigado por conversar comigo... me ajudou muito.

— Não vou mentir, continuo pensando ser estranho..., mas obrigada por compartilhar a história de Murano e a sua comigo.

— Não é nada de mais. — se vira sorrindo. — Lembrei, nunca te disse meu nome... sou Kazui Hisagi.

— Prazer Kazui, eu sou Naomi Minamoto.


Presente (06/12/2020 - outono)


O casaco escuro desce por meu corpo e com ele finaliza minha arrumação voltando-me para a porta de entrada do quarto. Primeiro o silêncio deste corredor em seguida do elevador até que o lado de fora seja a única paisagem que possa ter em meio a essa paisagem mais solitária.

Caminho pela calçada sentindo a brisa refrescar minha face enquanto o véu desta noite me envolve num abraço, andar por essas ruas era um passatempo do qual gostava ainda que fosse pouco. Distante do hotel sigo pelas trilhas entre árvores chegando ao topo do parque de onde parte de Takayama se torna visível.

Suas luzes brilham abracadas pela noite e frente a essa imagem tenho certeza de que este lugar permanece com certa essência mesmo após minha partida.

Sento-me no banco de madeira, do bolso de meu casaco retiro o aparelho voltando minha atenção para uma imagem, sua presença no vestido azul sorrindo e carregando a aliança em seu dedo. Talvez esse retorno não tenha me feito tão bem, reencontrar você me instiga a querer continuar perseguindo sua imagem.

A sacola para ao meu lado, sinto o toque em meu ombro e no voltar-me para a direção vejo seu sorriso, no final você sempre sabe como agir quando o assunto sou eu... não há o que fazer quando o assunto é sua preocupação e eu admito gostar disto.


— Sem sono?

— Um pouco, preciso de ar fresco.

— Medo? O futuro pode ser assustador, sabe disso.

— Um pouco, mas não sei se é pelo mesmo motivo que imagina. Estou em outra página, essa é mais perigosa.

— Dúvidas não é? Se questiona sobre assumir ou não enquanto lida com essa vontade de estar com ela, acertei?

    — Sim... conseguiu traduzir perfeitamente o que eu estou sentindo aqui dentro, parte de minha mente deseja desistir, mas depois de tudo que fiz me parece errado.

— Não precisa continuar Naomi, faça o que deseja fazer, esqueça essas obrigações... eu sei que é fácil falar da minha posição, porém se não é seu desejo não irá valer a pena manter.

— Parece que estou vivendo uma “reprise” sem fim sobre essas emoções, às vezes eu invejo você que apenas precisa se preocupar em casar ou não.


Senta-se ao meu lado e no abrir da lata a põe em minhas mãos, até mesmo um gesto desse se torna difícil.


— Entendo seu desejo, mas não é tão simples assim estar no meu lugar também. — seu olhar recai na imagem cintilante da cidade. — Talvez essa seja a ideia de seu pai com esse seu retorno repentino, preparar você para continuar ou desistir sem que isso quebre sua consciência como das vezes anteriores.

— Não gosto dessa ideia, me íntima a desistir e querer viver aquilo que desejava no auge de meus dezessete anos... ainda mais depois do encontro com minha mãe, isso tudo apenas se agrava em minha mente.

— Sabe quando eu descobri que realmente gostava da Minami?

— Primeiro dia de aula?

— Antes de anunciar que iria parar de palestrar na faculdade pelo hospital, estávamos em uma sala de aula vazia e ela veio até mim com questões simples enquanto eu carregava milhares de desculpas complexas.


Ajeito-me no banco buscando sua imagem cujo o olhar apenas se atenta a Takayama e seu véu noturno.


— Ela disse entender ser errado uma aluna e um professor, mas antes que eu pudesse palestrar sobre o quão errado poderia terminar fui fisgado por um beijo repentino.

— Ela tomou o primeiro passo?

— Sim, por mais solto que eu seja ela ainda é mais rápida e com essa atitude eu fui a pessoa surpreendida naquela tarde.

— Estranho imaginar que você tenha sido o primeiro a ser pego.

— Ela viu que eu estava rendido, confessou e disse que não se importava contanto que nós dois estivéssemos um para o outro. Aproveitou uma oportunidade e transformou naquilo que realmente deseja.

— Agora eu entendo o motivo de nunca negar nada para ela, não consegue, essa garota é mais esperta que você.

— O que eu quero dizer com isso é que você consegue lidar com esse problema, — sua palma afaga meus cabelos. — eu confio em sua decisão e sei que fará o que julga melhor.

— Não posso escapar?

— Nem um pouco. Mas acredite em mim, isso te fortalecerá com o passar do tempo, ainda mais se for de seu desejo ir até ela.

— Não gosto muito dessa métrica, por mais que eu confie, não parece seguro.

— Vou te dar um conselho e esse não será como um médico, busque ela, não importa o quão difícil seja busque ela. Você sofreu e continua sofrendo com essa indefinição, precisa saber a resposta.


A íris reluz o brilho da noite e no encontro com meus olhos passo a ter certeza de suas palavras diretas.


— Assim como você me incentiva a buscar Minami como esposa, eu acredito fielmente que eu maior problema seja a indefinição com Murano. — busco a imagem da lua desviando de seu olhar. — Murano mexeu com você, não tem como negar por isso precisa enfrentar.

— E se a resposta não for boa? Como eu vou seguir?

— Daremos um jeito, posso garantir que não ficará sozinha então busque ela e esclareça o que puder... mostre o que sente de verdade e verá uma resposta para este primeiro momento.

— Eu quero acreditar nisso, mas é difícil, depois de tantas coisas sofridas no passado... fica difícil.

— Eu sei, mas confio que conseguirá, afinal você é a Naomi. Se tem uma pessoa no mundo que pode conseguir aquilo que deseja não importa o quão difícil seja essa pessoa é você.


Sinto sua palma afagar minhas costas, esse toque, talvez meu esteja certo e esse homem seja o único capaz de mostrar uma visão minha que ainda não entendo. De qualquer forma eu sou grata a suas palavras, por mais que o receio percorra meu peito neste instante eu realmente desejo fazer isso para mostrar a Kazui que não sou incapaz e tornar crível essa visão que possui sobre mim.




Notas do capítulo.

Santorini, chamada oficialmente Tira e Tera na Antiguidade, é uma ilha no sul do mar Egeu, a cerca de 200 quilômetros a sudeste da Grécia continental. É a maior ilha de um pequeno arquipélago circular que leva o mesmo nome e é o resto de uma caldeira vulcânica.

Uma foto de Santorini

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