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秋 (Aki) - Memórias de nosso cômico passado (parte IV)

Este capítulo contém cenas de violência explícitas que podem acabar gerando gatilhos e até mesmo desconforto.




No descer destes comprimidos o arranho por minha garganta tão comprimida pelos gritos exaltados. Sempre que tomo as cinco pílulas sinto minhas memórias se exaltarem e pela fraqueza lembranças de minhas fragilidades joviais, coisa de garota talvez.
As versões de minhas memórias se alinham e imagem do passado volta assombrando minhas ideias, foi em verão distante, irônico talvez, mas foi em um marcante verão onde encontrei pela primeira vez sua essência caridosa.

Ainda naquela época o cruzar de sua flecha que ganhou a competição foi o estopim que motivou meu alegre coração a sorrir, eu não sei se gostei sempre de garotas ou se isto foi rebeldia aos dogmas..., porém eu sei que no momento em que ganhou conquistou bem mais que uma simples medalha ou troféu. Levou consigo o meu coração tão fluído, despertou em mim um repentino desejo de viver sentimentos inimagináveis para uma mente fechada.

Inegável é o sentimento que carreguei durante aqueles dias de dois mil e quatro, época onde eu mal sonhava com um conceito de liberdade, algo construído após conversas e mais conversas com você. Ali, não havia volta para minhas emoções, já sabia que Naomi Minamoto era a pessoa que eu gostava e não importava o quão difícil ou distante isso fosse eu iria desejar buscar essa emoção.
Hoje que penso nisso percebo o quanto minhas histórias favoritas não eram mentiras infundadas, eu me apaixonei pela heroína, quando passei pela minha primeira crise de dores menstruais ela me ajudou e pensar que mesmo sabendo que ocorreria eu agi como criança... e por fim a competição apenas reforçou aquilo que eu sabia desde o início, um fato que não poderia ser negado nem pelo próprio tempo, uma garota havia me conquistado com sua expressão única.

Lembro das tardes onde despendi tempo para desenhar suas expressões enquanto pensava nas explicações mais elusivas para evitar admitir minhas emoções, coisa como o fato de uma garota gostar de outras ou simples fatos mundanos de como eu poderia desenvolver tal afinidade. Tolice perder tempo com tantas questões? Sim, tolice, mas a verdade é que eu pouco conseguia explicar e até hoje não sei.

Em dois mil e cinco quando estávamos no final de nosso segundo ano ela me beijo após uma crise que tive, naquela manhã meu pai havia feito algo ruim e eu estava em choque, porém mesmo com tantas emoções ruins eu senti seus lábios e por eles o calar de minha voz repleta de confusão. Senti que meu mundo estava repleto de sentido e por mais que nosso sentimento tenha sido afogado em rumores e ofensas ocultas persisti neutra para evitar sua explosão repentina.

Suportei por meses até que no dia mais sombrio a chegada da frente fria trouxe espanto para minha mente, corpo e principalmente alma.
No instante em que observei seu reconfortante olhar pela última vez naquela tarde fria testemunhei um último sorrio singelo, pois a emoção que sentia morreu no instante em que eu cruzei a porta de casa... no segundo em que o olhar de minha mãe recaiu sobre minha face, uma fração de segundo e quando me dei conta já estava no lugar que tanto fui imposta a estar.

Passado (24/12/2005 - outono)

Por suas mãos o sufocar, forte é sua pressão em meu pescoço e pela desesperança da iminente falta de ar fito seu olhar tomado por uma extrema raiva. As mãos que sufocam minha traqueia enquanto meus olhos recaem sobre ela que ao chão está parada observando ele com seu marejado olhar, o brilho de seus olhos é semelhante ao meu... é inexistente... ausência de vida define a expressão de sua face e a fraqueza a impede de vir até mim.

A brutalidade de seu aperta se desfaz, contra à escadaria sou largada caindo sobre os degraus. O impacto aflige meu corpo franzino, dói, mas eu não consigo chorar não importa o quanto isso me machuque... a mão percorre seus fios e abaixo deste olhar percebo minha insignificância.

— Eu disse para não seguir o caminho o desta mulher — pela gola segura a blusa de minha mãe. — depositei minha fé em você e como desonra você faz isso.

Vejo suas unhas percorrem o braço rasgando sua pele, mas mesmo com o arranhão sua postura inerte permanece... este homem... meu pai... acabou com tudo que eu tinha em questão de minutos.

— Tolo fui eu por permitir que uma mulher depravada como essa conseguisse criá-la sem minha visão, não irei cometer mais este erro... não mais.

Contra sua face à tapa é deixada e no carpete vermelho seu corpo cai, largada ali sem reação alguma, essa é a força desse homem. Fecho meus olhos e sinto seu toque em meu ombro, é isto, não há como fugir da teia deste homem ainda mais quando o erro cometido vai contra seus ensinamentos ríspidos.
O puxar revela meus fios dourados tão claros quanto a luz que recai sobre nós, agressivo é o puxar e escada acima dou alçada sendo golpeada pela quina de cada degrau feito de mármore... meu corpo clama pelo parar desta dor e ainda assim se mostra inflexível as lágrimas, pelo corredor sou arrastada e contra a porta de meu quarto jogada.

— Esta será sua punição por desobediência.

Abrindo a porta de meu quarto sou lançada contra a cômoda derrubando meus pertences, frascos de perfume, porta-retratos, livros, tudo foi ao chão assim como eu. O vermelho tingi a tonalidade branca de meu tapete, minhas mãos ardem pelas perfurações dos pequenos cacos de vidro, frente a meus olhos se põe a segurar meu queixo e no fechar de meus olhos a ardência percorre minha face.
O som metálico ecoa por minha cabeça e no impacto ardência, meu corpo estremece, pelo toque sinto minha pele queimar e se romper... uma, duas, três... sinto o aglomerar das lágrimas em meus olhos. No estalar em minha pele sinto o escorrer percorrer minhas costas espalhando-se como água ao chão.

— Nunca mais esquecerá do que acontece para aqueles que desobedecem minhas ordens.

Puxa meu cabelo mais uma vez e desta vez se põe a observar minhas lágrimas presas, com as costas de sua mão atinge meu rosto. O choque move meu rosto, no espelho sangue, em minhas pelúcias sangue, em meu corpo sangue... acredito que eu mereça passar por tudo isso, é minha culpa não é? Talvez sim, talvez desobedecer suas ordens e escutar minha emoção seja algo errado.


— Acha bonito uma garota se envolver com outra? Sua mãe deveria ter te doutrinado melhor, não aceito e não aceitarei.

Bruto atinge minha face e mais outra tapa percorre a maça de meu rosto, suas mãos percorrem meu pescoço e no pressionar o princípio da ausência de ar... seguro seus braços, mas é inútil contra ele, no olhar ódio e mesmo que sinta isso não entendo o motivo de eu ainda estar viva. Se um pai odeia sua filha então qual é o sentido de estar viva, deveria apenas me matar como fez com ela.

Sou jogada contra o chão e pelos fragmentos de vidro minha pele arde com a perfuração, sobre meu corpo seu pé prendendo-me no chão como um animal. No pisar em meu abdômen sinto a dor e o ácido percorrem meu corpo, a pressão do vômito eclode sujando o chão.

— Naomi, eu sabia que ela era uma má influência... assim como aquele garota e sua falecida irmã... semelhante à mulher que trabalhava para sua mãe.

— N-não.

— Então é você a maçã podre?! — sinto seu pisar mais forte... — Responda!

Eu não consigo responder suas palavras... sinto que desci a um lugar desconhecido repleto de memórias e uma única visão dentre elas, seu olhar de indiferença desde que eu nasci.

— Responda!

A dor crescente aflige meu corpo... eu não me importo mais e nada além de silhueta raivosa se mostra. Não consigo respirar, meu estômago dói... eu queria saber quando este homem que era bom se tornou abominável.

— Minha filha perfeita se mostrou podre como todas as outras maçãs.

O golpe em minhas costelas desperta o grito de desespero que aflige minha alma, eu não pedi para nascer e tão pouco consigo entender o motivo de sua mudança. Porém, eu sei que não fiz nada de mais, eu nunca fiz nada que ele não desejasse e ainda assim tornei-me escrava de seu devaneio.

Fecho meus olhos sentindo minha mente oscilar entre a luz e o apagão, não, não existe maneira de manter-se em sã consciência diante de sua fúria devastadora. Mesmo que eu não goste da ideia, admito, talvez se eu apenas morresse tudo seria melhor.

Passado (25/12/2005 - inverno)

Com a abertura da porta entramos em silêncio tomando os lugares diante dos olhares de sua mãe, pai e de seu próprio olhar. Naomi, me desculpa por levá-la para um redemoinho como este, eu deveria ter permanecido quieta quanto aos meus sentimentos.
Meu corpo dói, o médico disse que devido à fratura eu deveria ficar em casa para repousar e como das outras vezes seu dinheiro limpou toda e qualquer suspeita sobre meus diversos ferimentos. Ficar diante dela neste instante não era o que eu desejava, realmente não queria estar demonstrando essa fraqueza, ainda mais quando ela sabe que as marcas visíveis são provenientes de agressões.

— Acredito que tenha recebido a notícia e veio por ela, peço desculpas pelo inconveniente erro de nossa escola Kabeyama Hoshino. — eu queria entender como esse rumor começou e como terminou em Naomi. — Acredito que está brincadeira de mal gosto dos alunos resultou em um grande problema para a escola e a honra de nossa prestigiada estudante que ocupa o pódio de notas.

— Por que está assim Murano? — escutar sua voz não facilita as coisas. — Por que todos estão aqui? Já descobrimos que isso é um rumor.

— Naomi, recebemos uma denúncia de que a presidente e a vice-presidente do conselho estudantil foram pegas se beijando nas proximidades da escola.

O toque do relógio para e no laçar de minha mente vejo algo que soube sempre da existência, ela não mentiu quando disse que manter tudo isto escondido seria impossível.
Eu causei toda essa confusão no instante em que demonstrei meus sentimentos por ela e agora tenho certeza de que o final desta história será trágico, é inevitável, encontrar esses olhos tão cheios de dor me faz esquecer dos momentos que passei ontem... nada deles se compara ao sentimento que habita no âmago de seu coração tão jovial e tempestuoso, ainda mais sabendo que tudo isso é por minha culpa.


— O que tem a dizer em sua defesa Naomi? — o espanto em seu olhar é algo que dói e eu não sei se aguento observar. — Tem algo a acrescentar ao rumor ou podemos continuar até o ocorrido de hoje.

— (...).

— Hoje pela manhã pudemos observar o estado do banheiro e a aluna mandada para o hospital, um rumor justifica a agressão?

— Eu protegi Murano, — me protegeu de quê? Porque alguém compraria uma briga desta forma? — Fiz o que julgava certo, não me arrependo nem um pouco.

— Mandou uma aluna para o hospital! Olhe o estrago que fez, onde estavam com a cabeça quando começaram a se envolver com esses rumores? São o exemplo da escola e o exemplo manda uma aluna para o hospital.

— Eu... — vejo seu pranto, eu causei isso para ela. Não queria que as coisas terminassem assim. — faria de novo e de novo e de novo... quantas vezes fossem necessárias para livrar ela do sofrimento.

— Duas alunas foram flagradas se beijando no banheiro feminino, eu aceitei a denúncia e quando vou a fundo recebo a notícia de minha filha envolvida em uma briga no banheiro e o desmaio de uma aluna.

Seu pai caminha em minha direção, meu pai aperta meu braço dolorido. O olhar frio e impiedoso recai sobre mim, às vezes eu queria apenas morrer para talvez viver uma vida mais saudável e sem dor numa próxima reencarnação.

Naomi... o levantar surpreende-me e por sua mão sou puxada saindo do alcance de meu pai que pela fúria se levanta. Chega, eu não quero mais vê-la sofrer, mas eu não consigo dizer nada, tão pouco tenho forças para afastá-la daqui e assumir toda culpa afinal eu serei punida de qualquer forma.

— Naomi! — o grito de seu pai, ela não precisa comprar uma briga deste porte. — Solte ela!

— Não! Enquanto fingirem que não enxergam não irei soltar ela!

Por seu desespero sou alvejada e pelas mãos minha blusa é alçada revelando a marca em meu corpo, um roxo marcante e por suas bordas o amarelo deprimente da noite anterior. Minhas lágrimas caem, é frustrante, me sinto humilhada diante de todos aqui e não importa o que ela faça, pois, no final eu sei o que irá ocorrer comigo.

Quando dou por conta vejo seu rosto virado e sua mãe com o braço erguido, viu, no final não importa muito quando todos serão contra nossas escolhas... agora entendo o motivo de minha irmã ter ido embora desta vida.
Ser livre é melhor que ter sua vida acorrentada à algo que não deseja como futuro, eu fui tola de não entender o que me disse e agora que enfrento as garras deste homem entendo bem.

— Tola!

Nosso contato é separado, fraca vou ao chão e no virar de meu olhar testemunho sua queda contra a estante de troféus que a escola recebeu, sua mãe, descompensada ataca sem pensar em como isso pode ferir ela... Naomi me desculpe por estragar sua vida dessa forma, agora que percebo em seus olhos, eu sou a maior culpada deste caos e somente eu deveria ser punida. Largada de sua mãe vejo os arranhões e as marcações vermelhas por todo seu braço, mesmo que seja mal visto ela não deveria estar sofrendo tanto por gostar de algo diferente do comum.

— Inútil, imbecil, peso morto! — exclama e na sombras da porta percebo o movimentar de alguns poucos alunos.

Eu não queria que tudo terminasse assim, droga, eu sou fraca demais até para defender ela... como pode sentir algo por alguém, não, por uma existência tão frágil e insignificante como a minha.
Pelo troféu reluzir do troféu percebo o trágico final disto tudo, fecho meus olhos sentindo apenas as gotículas saltarem em minha face, no abrir de meus olhos o ferimento aberto e por ele o escorrer do sangue. O branco pelo vermelho se tingi e no estalo envolver-se do pai, a mulher é afastada da filha.

— Naomi, me desculpa.

A mão sobrepõe o ferimento enquanto as lágrimas caem, de joelhos busco sua direção, mas tarde demais para que algo possa ser feito a respeito disso. Abrindo a porta corre sem olhar para trás, isso tudo é minha culpa, meu pai está certo quando diz que eu destruo tudo que toco. Levanto do chão sendo observada pelos olhares confusos, eu sou uma idiota por deixar ela falar sozinha.

— Eu assumo a culpa por tudo... pode me expulsar e o que mais precisar, nada disso é culpa dela então por favor perde ela. — fito o olhar de seu pai. — Assim que eu encontrar ela voltarei, e pouco me importa as punições que viram por parte da escola, aceitarei de bom grado e ser for do desejo do comitê disciplinar deixarei a escola.

Busco forças em minhas pernas, eu preciso ir até ela custe o que custar. Corro ultrapassando os curiosos que pelas janelas observam, cruzo o portão e no atravessar da rua escuto o frear e o impacto em minha perna direita provocando minha queda.
Levanto ignorando o carro e sigo correndo sempre em frente sem olhar para trás deixando de lado os olhares e ofensas.
O tempo transforma-se na visão mais sombria deste dia, acima de minha cabeça nuvens escuras e densas. O sol se esconde abrindo margem para a escuridão, frios são os ventos que percorrem meu corpo apagando este calor.

Apoio-me sobre os joelhos, apenas mais um passo... a beira do penhasco fito sua imagem tão carregada, essa não era a expressão que eu desejava e tão pouco uma que aceitaria.
Ergo-me andando em sua direção, passo por passo até alcançá-la... atinjo o solo pressionando as pequenas pedras contra minha pele, rastejo, não posso parar, não enquanto ela não estiver segura e distante desse lugar.

— Não faça isso! — grito retendo sua atenção.

Olhando daqui parece que flutua entre a loucura e coragem, mesmo que essa situação seja tão desesperadora eu não posso deixar de notar sua coragem que vaga por essa linha tênue que abraça a insanidade. Não verei seu final aqui mesmo que isso custe minha vida em troca, farei meu melhor para evitar isso honrando minha promessa.


— Nunca fui muito forte ou mesmo talentosa como você... — eu sinto sua angústia, Naomi, eu deveria ter te protegido afinal é culpa minha você estar assim. — melhores notas? Astúcia? Nada disso importa quando todos tentam te queimar viva por nada.

Ter seu olhar sobre mim nesse momento é tortuoso, minhas pernas tremem, eu não tenho forças para ficar de pé... tudo que eu quero é chegar até ela, mas é tão difícil, parece impossível chegar até ela.

— Naomi. — piso em falso caindo sobre meus joelhos, se movam... — Espera. Não se mova, por favor, eu não quero ficar sozinha.

— Você sempre foi incrível desde o primeiro instante em que conheci você, nunca duvidei das razões e emoções que senti e tão pouco pensei sobre os arrependimentos... eu queria poder segurar sua mão e dizer que tudo está bem, mas eu não posso mentir. — levanto do solo. — Murano, você foi perfeita e eu me arrependo de um dia ter negado tais sentimentos, talvez fossemos capazes de…

A neve cai sobre ela revestindo seu cabelo com os flocos brancos como no conto de Yuki-ona, quando seu amor partiu a neve cobriu a capital e depois se foi para nunca mais cair.
Sinto minha pele congelar pela brisa, fito o céu, parece que tudo isso está prestes a ruir até entrarmos em um poço aonde voltar jamais será possível não importa a tentativa. Seu corpo balbucia com o ventar mais vigoroso, célere é seu rodopiar nos céus nebulosos e em terra demonstra seu toque fatal com a aproximação de seu corpo da beirada.

Entendo seus anseios e esse flagelo que percorre sua emoção, não conheço tão bem seus medos como conhece os meus, entretanto eu me importo o suficiente para desejar encerrar essa tristeza carregando toda a culpa até o final. Irei ser a acácia, eu prometi e manterei minha promessa mesmo que isso venha com um preço caro e amargo de pagar.

— Naomi! Eu entendo seu sentimento, eu sou a pessoa que melhor compreende ele. — caminho em sua direção. — Eu vou te confortar, escutar, proteger mesmo que isso custe meu tudo... nem que eu morra por tal ato.

A coloração verde que percorre sua íris se perde na escuridão de um breu inimaginável... percebo sua intenção por trás deste movimento sutil e mesmo meus passos em sua direção não interrompem o suave movimentar.
Naomi, será em uma próxima vida poderemos viver livremente? Será que pecamos no passado e agora pagamos o preço? Esse sentimento que compartilhamos uma com a outra talvez seja uma das melhores emoções que podemos ter e no mesmo instante se mostra algo tão distante de nossa realidade... as coisas são sempre problemáticas não é?

Penso que toda aquela humilhação e vergonha que passei, com as pessoas me olhando ou apontando-me e dizendo "olha, aquela garota é uma lésbica suja" ou dizendo "aquela dali é uma vergonha, não existem sentimentos entre garotas". Eu não me importo com nada disso tendo você ao meu lado e talvez esse seja meu maior erro... não pensei que você também escutaria e que isso machucava você, pois estava mais preocupada em ter você do meu lado do que brigar para ter razão.

— Eu te amo, — busco seus olhos. — eu imploro, desista e venha para o meu lado! Mesmo que o mundo não te aceite eu irei! Porquê eu te amo Naomi Minamoto!

No passo para trás o fechar destes olhos que no impulso de seus anseios busca a queda contra a água, o estrondo se faz presente ni instante em que o choque contra a água ocorre. Corro em sua direção, sinto meus pés travarem diante desta queda... eu já fiz isso antes, posso fazer de novo.
Reclino meu corpo saltando contra a água, fecho meus olhos afundando no lago de temperaturas negativas. Nado em direção ao fundo sentindo esta água roubar minhas resistências a cada segundo, agarro seu braço puxando seu corpo para cima... esse peso é surreal, mas eu consigo, não vou perder mais ninguém para este lugar.

Abaixo da água piso na margem arenosa empurrando meu corpo para fora puxando-a até a areia, perco o controle de minhas pernas caindo na areia. Aproximo-me confirmando minha certeza, não respira e tão pouco mostra sinais de lucidez, pressiono suas narinas e no abrir de seus lábios assopro meu ar em sua boca.

Repito, não, de novo... limpo minhas lágrimas... apoio minhas mãos uma sobre a outra no centro de seu peito, jogo meu peso sobre os braços pressionando o centro de seu peito, massageio e repito a respiração boca a boca. Continuo... não posso perder mais uma pessoa que amo... não desta mesma forma... pressiono seu peito já cega pelas lágrimas e no forçar vejo sua reação. De seus lábios, a água sai, os olhos se abrem um pouco e antes que eu pudesse fazer mais sinto a presença tocar minhas costas, o som de sirenes, pelo visto alguém delatou.

Fito sua face que recupera gradualmente sua coloração, irmã, mesmo que eu não tenha conseguido naquela época agora eu consegui salvar alguém... seus ensinamentos me salvaram e agora eu pude salvar alguém que também amo, obrigado.

— Eu espero que tudo fique bem com você Naomi, eu realmente espero que você cresça e crie uma família feliz. — afago seus cabelos. — Nossa história acaba aqui, saiba que eu continuarei te amando como uma idiota e eu prometo esperar até que estejamos prontas para isso.

Pela fadiga sou arrebatada, este solo, que final mais melancólico para nós duas. Que seu futuro ao menos seja bom como eu desejo, não precisa sofrer, você não merece sofrer nada nesta vida.

Presente (04/12/2020 - outono)

Meus olhos se abrem e em sua abertura a presença da qual realmente não esperava nesta manhã? Esses remédios me apagaram, sento-me recebendo seu olhar e justo após tanto tempo o primeiro olhar é o seu, que destino mais estranho este que vivemos... Naomi.

— Eu soube pelo Hanzo.

— Ele é bastante linguarudo quando não é necessário, mas estou bem de qualquer forma... obrigada por vir aqui mesmo que seja tão repentinamente.

— Sim, eu não esperava encontrar você aqui e aqui estou eu diante de você. — vejo seu aproximar, essa vermelho suave ao redor de seus olhos... estava chorando? — Bom saber que está bem.

— Ontem o Hanzo me contou sobre a verdade, me sinto idiota.

— Descobri sobre a verdade no hospital há alguns anos, ele contou por se sentir culpado e eu aceitei afinal não tinha como retroceder... agora pelo menos sabemos que ele deseja reaver sua confiança.

— Entendo.

— Acredito que eu te devo desculpas, anteontem na rua e ontem no restaurante, em minha defesa estava fora mim.

— Tudo bem, eu sei que não irá se repetir de qualquer forma. — de um lado até o outro circula pela sala. — Pode perguntar, sei que quer algo.

— Não posso te enganar não é? — sorri mostrando uma de suas várias faces encantadoras. — Sentiu também ou apenas eu?

— Depende, porém, olhe para nossa atual realidade e perceba que não, nem tudo é simples, não se trata apenas de admitir.

— Se lembra do que eu dizia?

— Pouco, você costumava dizer muitas coisas em pouco tempo para que minha mente tão perdida pudesse acompanhar tudo.

— Eu queria pintar sobre todos os erros que cometemos, começar mais e tentar mais até conseguir realizar meus desejos.

— Sei disso, dizia que faria bem para você.

— Muito disso por uma questão de um futuro diferente do passado que tivéssemos eu diria e com essa visão eu almejo iniciar sonhos que eu nunca disse adeus e nunca irei.

— Apesar dessa aparência fatal continua a mesma, gosto disso, mantém uma essência única.

— É... você acabou comigo... sinto que irei morrer sem superar as emoções que vivemos.

— Drama, — fito seus olhos, acabo por sorrir diante sua face. — ainda continua gostando de mulheres?

— Não gosto de mulheres, eu gosto de você, é única. Mas posso dizer que você não pensa o mesmo já que sorri.

— Está é uma das conversas que eu não gostaria de ter no hospital. Digamos que sim, se entender, bem será de grande ajuda.

— Evasiva.

— Sonhei com nosso passado no ensino médio, eu sempre fico voltando para aquelas memórias de novo e de novo e de novo... sabe... não consigo parar.

— É o nosso laço, ontem, eu senti nosso laço vibrar. Como nostalgia, foi único e eu não posso negar tanto que isso mexe comigo. 

— Lembrei que temos muitos refrões ainda, há dois anos se me lembro bem.

— Tóquio, era o final do verão e — estendo minha mão em sua direção. — que foi?

— Um fragmento desse não precisa ser dito em voz alta, não acha? — a porta se abre. — Voltou.

Para cima de mim avança tomando-me no aconchegante abraço, essa é minha princesa, deposito um beijo em seus cabelos.

— Suyen, mamãe quer te apresentar a uma amiga próxima. — vejo seu olhar tão belo, sem dúvidas é minha filha. — Está é Naomi, uma amiga minha e de seu pai.

— Oi, criança.

— Não se preocupe ela não é má, é alguém que sua mãe admira muito. Naomi, por hoje eu suponho que encerramos.

— Você tem razão, mas antes.

A vejo se aproximar depositando nas mãos de Suyen uma presilha de flores lilas.

— Espero que goste, sua mãe adorava flores então imagino que goste.

— Obrigada. — seu sorriso brilha, vocês duas são semelhantes de jeitos diferentes. — Naomi.


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