Now
- Ai, meu, deus!
O susto que Draco teve jamais poderia ser esquecido. Se desvencilhou rapidamente dos braços do moreno, tropeçando em uma corda invisível ao se levantar e, como consequência, desmontando no chão. Ver os pés cobertos pela meia branca em sua frente lhe deu uma sensação próxima do desespero, então ele tentou levantar e cambaleou, caindo novamente para trás.
Acima dele, estava Sirius. Com a expressão fechada como sempre, os cabelos presos em um rabo de cabelo desajeitado e trajando roupas simples em tom vinho. A sombrancelha arqueada fez o corpo inteiro de Draco gelar, mas ele se levantou com muito esforço e encarou o homem mais velho. Quando estendeu a mão para tentar cumprimentá-lo, deixou um gritinho surpreso sair da sua garganta quando foi puxado para um abraço.
- Quanto tempo, menino. - Black resmungou quando se separaram. Logo atrás de si, Lupin apareceu. O sorriso foi substituído por uma expressão de surpresa, antes de suavizar e tornar a sorrir como sempre.
- Bom dia, Draco. Com fome? - Ele perguntou. Não precisou de abraços; o olhar carinhoso mesclado à pergunta tranquila lhe passaram a sensação confortável de que estava em casa mais uma vez.
- Não, senhor Lupin...
- Pra quê essas formalidades, criança? - Ele retrucou, escondido atrás do balcão da cozinha. - Não é por causa de vocês, certo? Você sabe que sempre gostamos de você, Draco, com Harry ou não, continuaríamos a gostar.
Malfoy sentiu o alívio preencher o seu corpo e buscou o olhar de Sirius no meio da sala. Ele concordou com a cabeça fracamente, sem precisar utilizar palavras para dizer que se sentia da mesma forma que o marido. Em seguida, abriu a boca para falar, com um tom inconfundível de escárnio:
- Mas é claro que eu prefiro você com Harry. Não há ninguém no mundo que o suporte por mais de três horas, você é raro, menino.
O Potter demonstrou uma feição fingida que pareceu ser de desapontamento. Depois, ele se levantou do sofá e caminhou até Draco, passando os braços pelo seu tronco antes de subi-los e agarrá-los eu seus ombros. Deitou a cabeça em suas costas.
- E nem eu suportaria mais ninguém.
Malfoy segurou as suas mãos, acariciando. Em outro momento, teria se separado para beijá-lo, mas nem isso queria fazer: se separar dos seus braços parecia uma missão horrivelmente difícil. Passara as últimas semanas longe do seu toque, e tudo que queria era recuperar o tempo perdido; faria isso sem se distanciar por mais de três minutos.
Harry deve ter percebido a tensão na mandíbula trincada do loiro, pois logo se apertou ainda mais contra suas costas.
Já estava prestes a anoitecer. Pela janela, era possível ver o crepúsculo: o céu se misturando em tons claros e suaves, mas elétricos. Os pontinhos escuros de asas mergulhando na imensidão colorida, se perdendo no rosa do entardecer. Até mesmo o céu parecia mais bonito quando Draco estava do lado de Harry.
- Você vai ficar pra jantar, Draco?
- Sirius gritou da cozinha, onde já estava há alguns minutos, cozinhando enquanto o marido prendia o seu cabelo em um coque.
Ele pensou em negar. Já estava abrindo a boca para responder quando os olhos de Harry buscaram os seus, pedindo silenciosamente para que ele ficasse àquela noite. E ele pensou bem: não queria passar nem mais um dia longe do seu amor, por isso, foi rápido em assentir, excitado.
- Sim, Sirius. - Confirmou, deixando Potter para trás ao se aproximar do casal mais velho. - Precisam de alguma ajuda?
- Não, não se preocupe, moleque. Vá dar uns amassos no meu enteado, vocês devem estar com saudade um do outro. - Ele sugeriu, levantando o olhar. Depois, gritou ao perceber que Draco não se mexera: - Vá! Depressa!
Malfoy foi rápido em dar as costas e puxar Harry pela mão. O moreno ficou confuso, mas se deixou ser guiado até o quarto que antes lhe pertencia. Assim que a porta atrás de ambos fora fechada, Draco não perdeu tempo e uniu as suas bocas desesperadas.
Suas mãos correram pelo corpo do mais baixo, arranhando cada centímetro de pele que estivesse ao seu alcance. Ele se separou, deslizando a língua da sua mandíbula marcada até o pomo de adão, distribuindo beijos quentes e se sentindo mais motivado quando ouviu, como resposta, o arfar de Harry.
- Que saudade disso... - Potter murmurou com a voz entrecortada quando sentiu a carne das suas nádegas serem firmemente apertadas por cima do tecido da sua roupa.
Apertou os fios loiros, incentivando-o a continuar beijando a pele do seu pescoço. Sentiu, ao mesmo tempo, a sua pele sendo succionada pelos lábios inchados de Draco enquanto as suas unhas curtas eram cravadas na cintura gordurosa do moreno, que gemeu alto.
- Sirius e Remus vão ouvir, Hazz... gema mais baixo... - Malfoy pediu, a voz sendo controlada por um fio. Deixou um ruído escapar quando as pernas de Harry se emlaçaram ao redor da sua cintura.
- Que ouçam. - O mais novo deu de ombros e sorriu obsceno quando fora jogado na cama, sem quebrar o contato com as pernas, muito menos com a boca.
Draco negou com a cabeça, deixando uma risadinha transparecer. Harry se livrou da camisa, deixando que Malfoy beijasse o seu tronco pálido e ofegando quando a língua quente e macia correu pelo seu corpo.
- Hoje não. - Foi o que ele disse, no entanto. Draco assentiu; sabia que ali com pessoas não era o melhor lugar para um reencontro carnal. Então, ele apenas se jogou do seu lado, se aconchegando em seus braços.
- Esses dias foram difíceis sem você lá. - Malfoy confessou enquanto brincava com a própria camisa, diminuindo a sua voz gradativamente. Harry precisou se esforçar para entender o que ele tinha dito, embora que estivesse do seu lado.
- Foram dias difíceis aqui sem você também. - Harry sussurrou de volta, apertando-o ainda mais contra o seu corpo quente. - Nunca mais me faça ir embora. Por favor. Você não imagina como foi ficar sem você durante todo esse tempo...
- Eu não seria louco de te perder mais uma vez. - Ele admitiu. - E, Harry, eu imagino muito bem. Não houve um dia em que eu não amanhecesse me culpando pelo que aconteceu.
As mãos de Harry acariciaram as costas de Draco por baixo da camisa que ele trajava. - Já conversamos sobre isso, Dray... Não foi só a sua culpa.
Malfoy assentiu, vagamente. Permaneceram calados até que fossem expulsos da própria imaginação com batidas frenéticas na porta.
- Se estão pelados, se vistam agora! Não quero sair traumatizado... - Ouviram a voz de Sirius do outro lado da porta, seguida de um grito de Remus e um "o quê?!" risonho. Em seguida, a porta foi aberta - O jantar está servido. Venham comer!
Eles se encararam risonhos antes de abandonarem o quarto. Panquecas de carne estavam sobre a mesa e Draco sentiu a boca encher-se de água, pois sentira muita falta do tempero gostoso da família Black-Lupin. O apartamento, apesar de pequeno, era extremamente acolhedor: tinha cheiro de lavanda, nunca estava silencioso e tinha uma decoração suave. Porta retratos dos pais falecidos de Harry estavam unidos a vários outros.
A primeira e última foto tirada de todos eles, uma foto da primeira viagem em família... todas juntas dos porta retratos da família Potter. Uma das fotos sempre chamara a atenção de Draco: era James e Lílian segurando o pequeno Harry Potter, acompanhados de Remus e Sirius sorridentes. A foto era antiga, tirada no ainda atual apartamento da família. Mas, o que chamou mais a atenção do Malfoy foi a foto que estava posicionada do lado daquele porta retrato antigo. Era ele e Harry, juntos, olhando com olhos emotivos para a lente da câmera. Sirius passava correndo de frente a eles, sendo capturado pela foto que estava meio tremida - provavelmente, Remus lhe dava uma bronca - e com a presença do dedo de Lupin, enquanto Harry e Draco riam de boca aberta e corpos levemente curvados, de mãos dadas. Era com o mesmo fundo da foto da família Potter, anos e anos depois. Como se a família tivesse evoluído, de alguma forma. Draco sorriu, beijando a bochecha de Harry carinhosamente, que mesmo sem entender a troca de carinho repentina, retribuiu com uma carícia em seu joelho.
Comeram juntos, conversando até mesmo de boca cheia. Mataram a saudade que sentiram de estarem juntos no tempo em que Harry e Draco estavam separados, se deliciando com a sobremesa feita pelo chefe Sirius Black. Quando o jantar chegou ao fim, o loiro fora intimidado a lavar a louça e assim fez, sendo observado por Harry a todo instante.
- Eu preciso mesmo ir... - Draco sussurrou contra os lábios de Harry, horas mais tarde, de frente ao hall de entrada.
- Você pode ficar...
- É melhor você ficar, Draco, sabe como esse moleque é chato. - Sirius resmungou, jogado sobre o sofá, encarando a televisão desligada.
- Sirius está certo, Draco, e já está tarde. Você pode voltar amanhã ou até mesmo ir agora caso queira, mas seria bom se você ficasse. - Remus concordou, se juntando ao parceiro e se sentando no sofá. Sirius usou suas coxas cobertas como travesseiro, fechando os olhos.
- Fique. - Harry pediu uma última vez, selando os seus lábios. - Por favor, sim?
Draco suspirou, completamente rendido. Se deixou levar até o banheiro, onde tomaram um banho juntos depois de muitas semanas. Vestiram roupas de Malfoy deixadas lá em uma das suas visitas e se deitaram na cama. Sem falar nada, eles se abraçaram e fecharam os olhos, sentindo a fraca iluminação da lua bater em seus olhos. E, então, adormeceram.
No dia seguinte, amanheceram dançando O children depois de Harry contar o que Draco perdera enquanto ele dormia.
🦁+🐍
© daeggucci
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