.32.
Quero pedir perdão pela demora, eu não pretendia ficar tanto tempo sem postar, mas acabei dando espaço para as outras coisas da minha rotina e depois de um tempo percebi que não estava sendo justa com vocês. Me desculpem, de verdade...
Quero voltar a dar mais atenção a história e vou tentar ser mais presente.
Uma ótima leitura pra vocês!
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Já reparou que quando estamos em nossa casa e recebemos visita, geralmente o convidado nos diz o quão parecidos são os donos com o próprio imóvel? Desde a organização das porcelanas e pratarias até a localização da mesa de jantar e da sala de estar. Tudo remete à personalidade do seu pertencente.
Tudo naquela floresta lembrava a sua tia.
Com essa análise em mente, Jimin reparava todo o horizonte e seu estado cada vez mais crítico enquanto se aproximava do Reino de Copas.
O aroma tóxico das plantas enormes entorpecia qualquer um que ousara colocar os pés naquele caminho.
A lama escura, podre e pegajosa, cansava cada vez mais a caminhada do seu cavalo, que respirava ofegante e cabisbaixo. A sensação de caminhar naquela estrada era de fato intimidadora. Jimin não tirava os olhos da terra pegajosa, pois tinha medo de ficar desatento dando a oportunidade dela os engolir sem hesitar.
Aquele território era parte da casa de sua tia. Um ambiente propício à dona e que se adequava em todas as suas características...
O rei tomou coragem e pulou do animal.
O barulho das botas indo de impacto com a lama preta o provocou enjoo, pegou o seu cantil e refrescou o cavalo, o acariciando e incentivando a ser forte.
Na verdade, os estímulos saindo de seus lábios era mais para si mesmo do que para o seu alazão.
Park já havia aceitado sua fama de rei medroso e sem um pingo audácia. Sua timidez ultrapassava os primórdios e todo o título que um nobre deveria honrar e ele tinha noção disso. Contudo, o que Jimin não sabia era que toda a sua força repentina estava surgindo porque Medlyn precisava dele.
Aquele homem viajando rumo ao reino de Copas, de fato, não era o verdadeiro Jimin, mas aquilo não importava, o rei não precisava saber que seus impulsos eram todos manipulados. Park só precisava continuar distraindo os rivais, pelo menos até Medlyn resolver os problemas com Jungkook e Isabel.
-- Estamos quase chegando... -- Alisou a crina do cavalo.
Jimin se abaixou, olhou a pata dianteira do animal e percebeu que não era só a lama que tentava impedir a sua viagem, haviam raízes espinhosas escondidas debaixo daquela gosma escura, estas que enroscavam e apertavam o casco do pobre cavalo durante todo o caminho.
Uma mancha de sangue fez o coração do rei se apertar ainda mais.
-- Me desculpe. -- Afagou a cabeça do seu amigo -- Me desculpe... -- Dizia entre lágrimas. -- Estamos quase lá. Não podemos parar. Se escurecer e continuarmos aqui, não sei o que poderá acontecer conosco. -- Jimin olhou no fundo dos olhos do animal -- Vamos terminar isso, hum?! Para o bem de Isabel...
Segurando as rédeas, o rei passou a caminhar na frente, puxando as cordas para ajudar o cavalo a andar.
Passou a dar atenção na visão macabra do horizonte, das árvores secas e escuras que fechavam o céu, dos ruídos estranhos e perturbadores que saíam das sombras de alguns arbustos e, agora passou a dar atenção à lama, com as raízes traiçoeiras.
Com a espada, ele ia deslizando por toda a lama onde colocava os pés, numa tentativa de cortar as raízes vivas que se escondiam lá, se certificando de facilitar (ao menos um pouco) a exaustiva caminhada que enfrentavam.
-- Volte para o seu reino...
Jimin parou. Olhou para os lados mas só haviam sombras, cogumelos com musgo e as árvores perturbadoras.
Ele não gostava de encarar os troncos, pois pareciam que haviam pequenos olhos brilhantes se escondendo nas frestas de cada um.
Soltou o ar dos pulmões e voltou a andar.
-- Irão matá-lo, se continuar! -- Dessa vez, era uma voz mais feminina, diferente da primeira.
O jovem começou a suar frio. Segurou com força a espada e a levantou com cautela.
-- Pshh! Vocês estão o assustando.
-- E ele esperava o quê? Flores? Ele está pisando em um patrimônio amaldiçoado... o mínimo que se espera é sair daqui traumatizado. -- Riu outra voz desconhecida.
-- Cale a boca! Não somos malvados... a gente precisa ajudar. -- Desta vez, parecia uma criança dizendo.
O rei sacudia a cabeça. Aquilo só poderia ser efeito do forte odor da lama e das plantas.
Aquele lugar tinha a pura essência da morte e isso só aumentava as teorias de Jimin.
Seriam fantasmas?
Seus olhos estavam com dificuldade de enxergar o lugar de onde vinham as vozes, mas ele pôde ouvir os murmúrios, os suspiros tristes, o timbre medonho e a sensação de desespero na entonação de cada som.
Alguns galhos se mexiam, troncos se entortavam, como se tentassem sufocar as vozes. Como se as árvores estivessem mantendo-as presas ali.
De repente, tudo ao seu redor passou a ser turvo e o rei sentiu que estava perdendo o equilíbrio. O chão gosmento balançava lentamente, como um lençol sacudido suavemente por uma camareira.
As árvores estavam se juntando cada vez mais, formando uma parede de madeira oca e podre, aproximando-se na tentativa de prensar o corpo dos viajantes.
Jimin sacudiu a cabeça com ainda mais força, lutando para continuar sóbrio. Contudo, quanto mais passos dava, mais se sentia confuso e com medo.
Seu pé esquerdo se prendeu em uma raiz espinhosa, que o imobilizou de imediato. Um gemido assustado saiu dos lábios de Jimin, que não conseguia pensar direito, apenas sentia os espinhos esmagarem o seu tornozelo.
-- Ele não vai conseguir atravessar. -- Um timbre grave disse, com decepção explícita.
-- E agora?
-- Quem está aí? Me ajudem! -- Espantado, Jimin mal havia percebido as grossas lágrimas tomando conta de seu rosto.
-- A espada. Use a espada para cortar a raiz.
-- Aguente firme e tampe o nariz. Você vai conseguir.
Jimin se abaixou e tentou ser delicado em seu movimento. Qualquer ação premeditada era risco de ficar sem seu pé. Mas a dor era tanta, que manuseou a arma com desespero, fazendo um corte profundo em seu tornozelo.
A raiz foi finalmente cortada, e se encolheu na lama rapidamente.
-- Me ajudem! Por favor, me ajudem! -- Soluçou, enquanto o temor de morrer ali ardia em seu peito.
-- Não podemos fazer muita coisa. Estamos aprisionados...
Jimin tirou a bota para ver o estado da sua perna, encostou seu corpo no cavalo e puxou a pequena trouxa de comida, jogando os mantimentos em outra bolsa.
Com muito esforço amarrou o tecido com força sobre o corte, para impedir a hemorragia.
-- Q-quem são vocês?
E mais uma vez, Jimin sentiu como se estivesse sonhando. Seu corpo estava cansado e seus olhos pesando.
O cavalo relinchou, estimulando o rei a continuar. E abraçado no animal de um lado e apertando o nariz com a outra mão, andou rápido, gastando todas as suas últimas energias sem ao menos ousar olhar para trás.
[...]
O vento da noite trazia paz para o rei.
Ele ainda estava vivo, e sorria aliviado toda vez que se lembrava disso.
Agora, fora da floresta, conseguiu recuperar boa parte das suas forças, deitado em um campo de trigos vermelhos e ressecados.
Depois de alimentar o seu cavalo com um pouco da comida que carregava, voltaram a caminhar.
Se aproximaram de um pequeno vilarejo, o lugar dos tão conhecidos camponeses submissos à rainha Vermelha.
Onde estaria Justin? -- Foi o primeiro pensamento de Jimin, quando leu a placa indicando que haviam chegado na região dos elfos.
De fato, Justin devia uma boa explicação à ele. Se é que este nome fosse de fato dele.
Ainda não havia engolido as informações de seus soldados...
"Majestade, iniciamos a busca pelo elfo e a única informação que encontramos referente à família Larry foi Larry Whatson, um elfo que faleceu há 37 anos. E não era um lorde, mas sim um confeiteiro de vida estável. Não deixou filhos, muito menos aprendizes, se tornando impossível a passagem de seu sobrenome ás gerações futuras."
Por que Justin havia mentido?
Lembrou-se também das expressões estranhas de Chaerin, que estava claramente escondendo algo do rei.
Respirou fundo.
Se ninguém era capaz de contar o que estava acontecendo ali, ele buscaria as respostas para cada questão.
-- Vamos passar a noite aqui. -- Park olhou para o cavalo e arrancou o brasão de prata que enfeitava o animal.
Fez o mesmo consigo.
Não poderia levantar suspeitas...
Jimin enterrou suas roupas pesadas, ficando apenas com uma fina bata e com as calças escuras.
Ao analisar sua aparência recente, com essas roupas de baixo e sem uma bota em um lado do pé, parecia mais um refugiado ou andarilho do que um homem de sangue real.
O vilarejo estava iluminado com poucas tochas. Não haviam muitas pessoas na rua e estava tudo estranhamente silencioso.
Os comércios estavam todos fechados, mas Jimin conseguiu reparar na pequena loja de um sapateiro, que retirava a poeira das prateleiras.
Amarrou as rédeas do cavalo na madeira de uma carroça ali perto e entrou na loja.
-- Olá. -- O sino soou, chamando a atenção do homem com orelhas pontudas, que começou a tirar as ferramentas de limpeza para levá-las à dispensa.
Enquanto isso, o velho cantava uma cantiga animada, mas com uma letra nem tão alegre assim:
-- E levam-se o número um, prendem mais dois. Ajuizados serão, debaixo dos açoites... condenam mais três e quatro vão à mesa, assinar o tratado para cortar suas cabeças...
Inconscientemente, o rei passou a mão pelo pescoço.
-- Meu jovem! -- Berrou o homem de dentro da dispensa -- espere só um pouquinho, já vou te atender. -- O ruído de um balde de ferro sendo arrastado pelo chão soou por toda a loja.
Jimin analisou o local, estava bem organizado, muito organizado.
Não havia sequer um pingo de graxa manchando o chão ou sequer óleos para reluzir o couro dos calçados respingando nos pequenos móveis.
Era como se o sapateiro não trabalhasse. Como se ninguém houvesse entrado na loja durante muito tempo.
Os maquinários estavam todos enfileirados e as peles de animal estendidas em alguns balcões de serviço.
-- Olá, bem vindo a melhor sapataria da redondeza! Em que posso ajudá-lo? --O velho homem se aproximou batendo as mãos e depois esfregando-as em seu avental.
-- Na verdade, estou aqui à procura de um lugar para passar a noite... será que você poderia me ceder um espaço para-- O homem o interrompeu.
-- Sem cliente? -- Sua felicidade murchou -- Estamos fechados! Volte amanhã! -- O velho resmungou, empurrando Park para a saída.
-- Espere! Eu... eu preciso de uma bota nova! -- O rei desviou das mãos do homem.
O sapateiro levantou uma sobrancelha, lançando-lhe um olhar acusador. Mas logo desfez a expressão e deu um sorriso quando olhou que Jimin estava descalço em um pé.
-- Claro! Claro! Sente-se, meu jovem. Teremos a noite inteira pela frente!
-- Mas antes, eu queria te pedir uma ajuda. Meu cavalo e eu estamos feridos. Você poderi... -- Mais uma vez, o homem o interrompeu.
-- Claro, claro! A satisfação do cliente vem sempre em primeiro lugar! -- Abrindo a porta novamente, o velho reparou no cavalo deitado do lado da carroça. -- Há um estábulo aqui perto, eu posso levar ele até lá, o resto fica por responsabilidade da minha filha. Ela cuidará dele.
Jimin sorriu, agradecido.
-- Espere aqui! Enquanto isso, procure um modelo na vitrine. Tenho modelos de todos os estilos e tamanhos, você vai gostar!
Dito isso, bateu a porta, deixando o rei sozinho no estabelecimento.
Jimin debruçou sobre uma poltrona e começou a retirar a outra bota do pé.
A sensação de vertigem ainda causava arrepios no seu corpo, então ele se permitiu relaxar e fechar os olhos por alguns minutos.
[...]
Os sentidos do rei foram retornando, assim que sentiu algo frio encostar em sua perna.
A dor foi dando lugar a refrescância, em seu machucado.
Quando abriu os olhos, reparou que sua perna estava esticada sobre o colo de uma jovem, que passava um remédio com cheiro de erva cítrica em seu tornozelo costurado.
Tateou um dos bolsos de seu vestido e tirou uma faixa de tecido de algodão.
Logo começou a enfaixar a perna de Jimin, com sutileza.
-- Você acordou. -- Park olhou para os lados, ainda estava na sapataria. -- Meu pai ficou assustado quando viu a situação da sua perna. Ele me pediu pra vir aqui.
-- Como o cavalo está? -- Jimin perguntou.
-- Bem, digamos que se encontra em um estado melhor que o seu. -- Riu -- Ele conseguiu dormir depois de comer e de receber o tratamento nas patas, mas e você? Se sente melhor?
-- Sim. Obrigado. -- A menina sorriu -- Seu pai...
-- Saiu, eufórico. Não esperou você acordar para pedir sugestões sobre o seu novo sapato. Ele tirou as suas medidas enquanto você dormia.
-- Não está muito tarde? Nunca vi uma sapataria aberta de madrugada.
-- Se você não tivesse aparecido, estaríamos dormindo agora. Só que, como meu pai não recebe clientes há um bom tempo, ele não perderia a oportunidade de te atender.
Jimin ficou em silêncio. Confirmando as suas suposições.
-- Sabe, as coisas tem sido cruéis demais para quem mora sob as asas da Rainha. Essa escassez e falta de fartura está dissipando boa parte da população. Eu e meu pai... bom, só não morremos de fome ainda, por ajuda das poucas moedas que ele tira da loja. -- Quando terminou de enfaixar a perna dele, puxou o banquinho para repousar os pés de Jimin e se levantou.
-- Por que vocês continuam aqui? -- Jimin se ajeitou na poltrona -- o reino de Espadas poderá ajudar vocês.
-- Acha mesmo que o rei de lá nos receberia? -- Seu sorriso era triste. -- Somos subordinados do Reino de Copas, uma explícita ameaça para eles. Devem nos ver como ratos... -- Ela fechou os olhos e esperou uns minutos para continuar. -- Além do mais, nossa única passagem seria pela floresta. E todos os moradores que tentaram passar por ela, nunca mais foram vistos.
Jimin ia dizer algo, mas a garota tratou de mudar o assunto rapidamente.
-- Mas e você? Pra onde está indo? É um peregrino? -- A jovem pegou uma cesta com bolinhos e frutas e colocou na mesinha ao lado de Jimin. -- Aceita cerveja? Melhor não. Vou te dar um chá, irá ajudar a dormir.
-- Eu estou indo para o reino de Copas. -- Era o mínimo que poderia dizer.
-- Que corajoso da sua parte. Ou talvez um tanto suicida... -- colocou uma caneca com a bebida na mesinha -- Está quente. Assopre por 5 segundos antes de beber.
-- Eu preciso resolver algo pendente, vim de muito longe e não posso recuar, não mais. -- Jimin pegou a caneca com chá e fez o que ela havia dito.
-- Bom, seja lá o que for, tome cuidado. De três que atravessam os muros, só um volta. -- A jovem puxou um manto e estendeu no corpo dele. -- A propósito, sou Cecília! Não precisa se apresentar, sei que vocês peregrinos gostam de manter o nome em sigilo.
Jimin a ofereceu um olhar de gratidão. Ele estava sendo tão bem tratado por ela, que pretendia voltar para recompensá-la com uma boa quantia de ouro, assim que possível.
-- Cecília, sobre a floresta... Você já ouviu falar sobre vozes que surgem de lá?
-- Sim, uma vez. Há rumores de que são das pessoas que tentaram atravessá-la. Dizem que a floresta os engole e eles passam a ficar presos lá, para sempre.
"Não acredito que eu estava certo" -- Jimin começou a tremer.
-- Qual -- Tentou controlar a respiração -- qual o outro caminho de volta para, você sabe, sair daqui?
-- Pelo caminho que você trilhou, é claro.
-- Eu?
-- É! O córrego das Cinzas. -- Cecília olhou para ele -- A não ser que você...oh não! É sério?
Park abaixou a cabeça.
-- Como??
-- Eu não sei, eu só consegui sair.
O silêncio preencheu o ambiente.
Depois de algum tempo, Cecília finalmente o quebra:
-- Não! Te deixaram sair. Enfim, isso não importa. Amanhã te passo um mapa do outro caminho.
-- Cecília, você e seu pai não querem voltar comigo? Depois de eu resolver os meus problemas.
-- Agradeço a cordialidade, mas os únicos que atravessam aquele caminho são os soldados da rainha Vermelha.
-- É uma estrada restrita?
-- Exatamente. Eles a usam para ir bisbilhotar o reino de Espadas. É um caminho seguro, mas permitido apenas para os militares Vermelhos. -- Cecília pegou um bolinho da cesta.
-- Bisbilhotar?? Eles estão observando o reino de Espadas? -- Jimin sentiu uma tensão tão forte que quase se levantou da poltrona, mas uma dor aguda no tornozelo o impediu.
-- Ei, ei! Sentado. -- Disse ela de boca cheia -- Sim, mas por que tanto espanto?
A resposta ficou entalada na garganta do rapaz, contudo, não foram necessárias mais perguntas e nem mais uns minutos para Cecília ligar os pontos e reconhecer o rosto dele.
-- Park? Sua alteza do reino de Espadas? Minha nossa. Park Jimin! -- Conforme as palavras saíam de seus lábios, sua voz soava cada vez mais aguda.
-- Senhorita, peço que derrame misericórdia em minha vida e no futuro do meu reino. Mantenha isso em segredo, eu suplico!
A garota estava de boca aberta, estava correndo perigo abrigando um inimigo naquele estabelecimento.
Recuou dois passos, totalmente desconfortável com sua nova descoberta.
Cecília e seu pai já fizeram tantas coisas para permanecerem vivos, que um deslize como esse só faria todo o esforço ir por água abaixo.
-- Eu te peço, há milhares de vidas sofrendo nas mãos da minha tia. Me ajude, por favor.
Park parecia ser um bom homem aos olhos dela. E de qualquer modo, o destino dos subordinados estava por um fio.
Cecília suspirou vencida e disse:
-- Eu prometo que não contarei nada, mas em troca terá que partir ao nascer dos sóis. Não posso correr o risco de te encontrarem aqui.
-- Farei como a senhorita desejar.
Ela vez uma reverência, estava prestes a sair.
-- Cecília!
-- Sim?
-- Você sabe onde mora o lorde da família Lerry? Justin é seu primeiro nome.
-- Justin? Não, nunca ouvi falar.
-- Será que o seu pai sabe alguma coisa sobre ele?
-- Meu senhor, nossa população é pequena e pobre. Dos poucos bem sucedidos aqui não há nenhum com este sobrenome. Confie em mim.
Jimin apertou os punhos.
Não sabia ao certo como julgar o rapaz, mas sentia que tinha algo de errado com ele.
Seu medo crescente era de que Justin fosse, na verdade, o seu primo.
Ambos desaparecidos, Jungkook e Justin.
-- Aquele desgraçado. -- Murmurou -- Se for verdade, eu o matarei com minhas próprias mãos. -- Cecília estreitou os olhos com as palavras do jovem, mas resolveu não questionar.
-- Descanse, amanhã será um longo dia.
-- Obrigado por tudo, senhorita. -- Jimin forçou um sorriso.
-- Eu não sei como vossa majestade irá fazer para atravessar aquele caminho, mas acredito que com a sorte que tem, conseguirá passar pelo córrego das Cinzas assim como fez com a floresta.
-- Eu não tenho tanta certeza. -- Ele sussurrou.
- Agora eu quero que durma. Meu pai logo estará de volta. Acredito que amanhã de manhã os sapatos estarão prontos.
A jovem se retirou.
[...]
Jimin:
Graças à divindade, a pata do cavalo escorria sangue ontem por conta de um corte de espinho. Era um machucado pequeno e meu companheiro se encontrava em condições melhores que as minhas.
Me aproximei dele, abraçando o seu pescoço e acariciando sua crina.
Já era de manhã, e tratei de ser rápido na minha despedida, para cumprir com o meu combinado.
Com a luz matutina pude reparar com mais atenção os detalhes de Cecília.
A jovem possuía lindos cachos castanhos. O comprimento de seu cabelo ia até os ombros, mas eram cachos desobedientes, pareciam teimosas molas de chocolate, caindo pelo seu rosto redondo e rosado.
Seus olhos de esmeralda me fitavam e suas orelhas pontudas se mexiam com curiosidade.
Percebi que Cecília também estava me examinando.
-- Você é adorável, Cecília, e fico grato pela cordialidade. Se eu conseguir regressar para o meu reino, lhe darei uma boa recompensa. -- Sorri.
Suas mãos, nervosas, soltaram as rédeas. Ela se aproximou da porta da loja e me deixou sozinho com o cavalo.
Essa seria sua despedida?
Percebi o quão receosa ela havia ficado depois de descobrir a minha identidade.
Ri constrangido.
Quando eu estava prestes a montar, a porta se abre novamente.
Seu pai surge e Cecília vem logo atrás. Não entendi o motivo do sapateiro estar ali, pois eu já havia me despedido dele, minutos antes de ir para o estábulo buscar o meu cavalo e pagar pelas botas novas.
Agora, de frente a porta da loja, eu os encarava sem saber o que dizer.
-- Tome cuidado... -- Sussurrou ela, depois de um tempo. -- Seria horrível receber a notícia de que...
-- Arrancaram minha cabeça? -- Suspirei -- sim, seria...
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Caramba, esse é o capítulo mais longo de toda a fic kkskk
Mas eu achei que seria melhor desenrolar todo o percurso do Jimin em um único cap do que deixar para separar em dois
:3
No próximo terá Belkook, galera💜
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