.13.
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Narradora:
Os soldados arrastavam o corpo do agricultor para o local de execução.
Prenderam as correntes em seus braços e nos pilares, imobilizando-o.
Com o coração acelerado, sentia a morte acariciar seus cabelos e dar um selar de boas vindas.
O agricultor se ajoelhou de frente o bloco retangular e encostou a cabeça na pedra.
Com os olhos marejados e em súplica, disse:
-- Meu senhor, eu juro por tudo o que é mais sagrado; Nós fizemos todo o possível! -- Ele tremia.
-- Qual era o seu dever? -- Disse a voz asquerosa.
-- Cuidar da lavoura, senhor, mas o-...
-- E o que aconteceu com ela? -- Hoseok gritava.
-- Tudo pereceu. -- Sua voz sôfrega ia perdendo a força.
-- Murcharam. -- Concluiu Hoseok -- Nosso alimento sucumbiu-se aos maus tratos de um grupo de elfos agricultores. Por culpa do seu bando, vários morrerão de fome! -- Esbravejou o feiticeiro em cima do largo pedestal, que possuía a vista perfeita do sacrifício lá de baixo.
-- Todos morrerão mais cedo ou mais tarde por vocês! -- O elfo riu sem emoção. Sentiu que não sairia dali com vida, então aproveitou para dizer tudo o que sempre guardou dentro de si. -- Este é o reino mais banal que existiu em toda a história! E agora, a natureza está castigando vocês pelos atos ordinários de sua antiga majestade, a rainha... Nós estamos sobrevivendo num verdadeiro circo de horrores! Morrerei satisfeito, pois mais vale o fim da minha vida neste mundo, que o passar dos dias convivendo neste ambiente horrendo! -- Os braços do elfo puxavam as correntes em uma tentativa de descontar seu ódio.
O corpo do agricultor sentia a adrenalina correr em sua corrente sanguínea, seu corpo estava queimando e ele assustadoramente se sentiu aliviado por ter a coragem de ser porta voz daqueles que realmente sofrem no reino.
Hoseok estendeu a mão esquerda, e com um sinal de pura fúria, ordenou ao carrasco para ser o mais brutal possível. Este mesmo homem levantou a espada e admirou o pescoço do agricultor, seria apenas um golpe.
-- Hoseok, o que está fazendo?! -- O rei se aproxima.
Hoseok respirou fundo. Jungkook era o único que ele não podia dar ordens, muito menos responder com suas palavras ácidas, tão usadas por ele.
-- Sr.Wick, o que faz aqui? -- O rei desceu do seu cavalo e continuou o trajeto até alcançar a parte da frente do bloco rochoso, onde a cabeça do elfo se encostava.
O elfo levantou os olhos, encarando a íris de Jungkook. Por um momento, o rei pôde reparar no flamejante dos olhos do agricultor, mostrando o desespero para se libertar da forma física e seguir seu trajeto para o além.
Se antes o elfo clamava por misericórdia, agora com as carícias da morte em seu encalço, passou a desejar o pós vida.
-- Não perca o seu tempo com esse traste, Majestade! Volte para os seus aposentos e certifique-se de que tais assuntos irrelevantes como este, não aflita seu coração. -- Hoseok dizia da forma mais amigável possível.
-- Eu só estou curioso. Ele sempre cuidou dos campos agrários, que sempre foram de grande fertilidade, mas por quê agora ele está com fama de inútil? -- Jungkook encarou a espada afiada na mão do carrasco.
-- Secaram do dia para noite. Tudo indica que foi pela irresponsabilidade da parte dos agricultores, mas principalmente deste elfo, já que possui o título de líder na lavoura. -- Hoseok disse.
-- "Tudo indica" não significa ter completa certeza. Não acho necessário matar alguém que é tão sábio no assunto do cultivo de terras, por conta de um desastre natural.
-- Vossa majestade está tendo a estúpida ideia de defender um acusado? -- Hoseok até tentava manter a doçura na voz, mas se indignou o bastante para afiar suas palavras.
As madeixas de Jungkook começaram lentamente a criar uma coloração avermelhada. Ele estava com raiva.
-- Defenderei até você ter provas o suficiente! E se ousar me ofender novamente, será você quem terá a cabeça cortada.
O feiticeiro engoliu sua indignação e seguiu para seu quarto, no castelo.
-- Não poderei te mandar para casa, você continua sendo um suspeito... Vamos investigar essa situação. -- Jungkook disse para o elfo agricultor, e fez um sinal para os soldados soltarem-o.
-- Mas majestade, por quê eu faria uma atrocidade dessas? Minha família precisa desse mantimento! Por que eu o destruiria?
-- Não posso confiar em você sem provas e você sabe disso. Acima de tudo, sinta-se livre para declarar qualquer segredo que esteja escondendo sobre esse caso. Enquanto isso não acontece, ficará no calabouço.
O elfo o encarou.
O rei queria mostrar rudeza, mas sentiu que seu coração era bom. Por mais que o tenha prendido no castelo, não o matou.
Ou talvez rei não estava sendo bom, muito pelo contrário, ele poderia estar deixando ele vivo justamente para sofrer atrás das grades.
De qualquer forma, resolveu agradecer pela segunda chance de vida.
Jungkook sorriu.
Isso fez o elfo meditar novamente sobre a índole do novo rei.
Ninguém conhecia o suficiente para saber quem realmente era, apenas ouviam rumores.
O rei sempre fora fechado, e a rainha nunca mostrava seu herdeiro para a população.
Cresceu dentro das muralhas do castelo. Na verdade, o rei nunca havia sequer visitado alguma vila.
-- Sei que achará uma solução. -- Dito isso, Jungkook subiu em seu cavalo e foi novamente para a floresta do dia anterior.
Durante o trajeto, Jeon pensava nas palavras de Hoseok e também em suas atitudes.
Sentia uma falta de conexão com o feiticeiro. Estava tentando ao máximo criar um laço de afeto com ele, mas quanto mais se aproximava, mais sentia arrepios ou decepções por seus atos.
Hoseok lembrava sua mãe...
"É tudo em nome da ordem, meu filho... qualquer sentimento de ameaça deve ser tirado junto com a vida de quem o trouxe."
O cavalo corria pela mata, atravessava os bosques e se aproximava do riacho.
Antes de entrar na trilha que levava para lá, Jungkook avistou o local onde Hoseok havia matado o tigre.
Criou uma marca no chão. Como se a coloração do animal passasse para a grama, gravando a mancha no lugar onde o animal perdeu a vida.
-- Mirtilo, volte aqui! -- Um vulto atravessou a brecha entre duas grandes árvores. Uma risada feminina se aproximou.
O rei levou sua mão até a espada, mas cessou o movimento assim que avistou uma moça correndo atrás de um animal azul.
O bichinho rodeava os troncos das árvores e a garota o seguia rindo.
Brincavam entre os arbustos, até que o animal parou e começou a farejar algo no chão.
Seguiu um curto trajeto até os pés do cavalo onde de cima, o rei o encarava assustado.
Era um filhote de tigre azul.
Isabel:
-- Mirtilo! Não vá tão longe... -- Eu comecei a caminhar o encarando, com atenção no chão.
-- Ele pertence a você? -- Uma voz desconhecia disse.
Levantei os meus olhos e procurei pelo dono, um tanto espantada pela presença inesperada de outro alguém ali.
Um rapaz com ar autoritário estava montado sobre um cavalo de pelo escuro, não conseguia enxergar seu rosto com clareza, pois a brecha de uma das árvores trazia o brilho do sol nas costas do desconhecido.
Este brilho reluzia em seu cabelo, que era vermelho vibrante.
Ergui a mão para esconder meus olhos que começavam a arder por conta dos raios solares, me dando visão apenas de grande parte de seu tronco: ombros largos, postura ereta e coxas musculosas.
-- Sim, Mirtilo é meu.
A voz não me respondeu de volta. Escuto um barulho e percebo que o rapaz saltou do cavalo.
Agora de frente, consigo captar seu rosto com maior facilidade.
Ele possui traços delicados e agradáveis, mas seu olhar é arisco e sua expressão é de frieza.
-- Somente os nobres podem ter animais raros de estimação. -- Me encarou.
Agachei e peguei Mirtilo nos braços, que antes estava cheirando uma mancha azul no chão.
-- Entendo. Bom... já vou indo! -- Dei meia-volta e acelerei os passos.
-- Vou levar o tigre comigo. -- Disse com convicção.
Quem ele pensa que é?
-- O animal é meu! Se quer tanto um tigre, vai atrás do seu. -- Comecei a correr apertando meu bichinho nos braços.
Com a ajuda do cavalo, o homem barra meu caminho.
-- Você não tem condições de cuidar dele, ainda mais agora com essa falta de suprimentos... Acredito que nem você consiga manter sua refeição.
-- Do que está falado, seu idiota? Pare de me perseguir! -- Desviei dele e continuei a corrida.
-- Eu pago! Te dou uma ótima recompensa em troca do animal. -- Insistiu. Olhei para trás e vi uma expressão de aflição... Talvez culpa...
Por que ele estava tão interessado no Mirtilo?
-- Eu não quero, obrigada.
-- Você não está entendendo. Esse animal nos seus braços está quase extinto. Deixe-me levar o filhote, eu tenho condições de cuidar. -- Ele continuou a me seguir.
O medo daquele desconhecido ser um assassino ou um caçador, me fez criar mais energia para correr.
Mas... cá entre nós, aquele cavalo me desfavorecia muito!
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