capítulo 8: the late late show com james corden
Quatro dias. Tão pouco tempo e a competição parecia já ter começado. A ficha caiu logo pela manhã, assim que todas as selecionadas se reuniram no Salão das Selecionadas para tomar café. Os olhares. É, era isso, os olhares denunciaram a tensão e que a maioria já estava enumerando as vantagens.
Tomei café meticulosamente, evitando erguer os olhos e constatar que estavam me medindo, tentando perceber o meu esquema. Só que eu não tinha um esquema; minha intenção era ficar ali enquanto merecesse, enquanto fosse possível e não elaborar um plano pra me dar bem. Polêmica. A Modest! quer que essa competição dê o que falar, quer atenção da mídia, das pessoas. E as nossas vidas? Apesar das diferenças, todos os selecionados abriram mão de alguma responsabilidade pra estar por, pelo menos, dois meses aqui dentro. Temos um ideal, algo incomum, que é ser fã de cinco rapazes normais que amam cantar e fazer milhões de garotas (e garotos) felizes.
Determinada a me recolher, fui impedida por Melinda Summers, de Nova York:
— Quanta hipocrisia. — Chelsea soltou um riso nasalado de puro deboche. — Tem alguma coisa pra me dizer, Stuwart? — Melinda desafiou e inclinou-se a ponto de poder olhar para Chelsea num ângulo mais favorável. Um ângulo perigoso.
Quando Chelsea pensou em respondê-la, Mackenzie segurou seu pulso:
— Não vale a pena.
— Ah, não? Então me expliquem essa merda de clima! — Melinda insistiu, irritada.
— Que clima? — Yasmin quis saber.
Melinda riu, desedenhando:
— Até você vai fingir que não sabe, Vergar?
— Não tá acontecendo nada, Melinda. E se estiver, por quê você compartilha? Não temos bola de cristal! — Merlia respondeu com arrogância.
E de repente, vinte vozes começaram a serem ouvidas juntas.
Uma grande discussão se iniciou do nada, e sem ninguém ali responsável ou capaz de interferir era complicado dar um basta. Anna não estava ali, porque queria discussão, para que ficasse registrado nas gravações o nosso desentendimento.
— Chega! — Sou eu quem grita, calando a boca de todas na mesa. Kellan segura meu braço e eu balanço minha cabeça, dizendo que estava tudo bem. — Ela tem razão — eu disse, e olhei na direção de Melinda Summers. — Vocês estão comparando as vantagens, olhando uma para as outras como se já odiassem, não é verdade?
— Eu também percebi — Amália concordou.
— Nós estamos? — Chelsea se pronunciou. — E você não tá fazendo isso?
— Claro que não.
— Eu também não — Kellan respondeu. — Não quero inimigos; quero conhecê-los, e acho que odiar uma de vocês não me levará à grande final.
Katherine disse:
— Eu concordo. Podemos nos dar bem ou fazer o que eles querem que a gente faça.
— E o que querem? — Emilly Swan, sentada do outro lado da mesa, quis saber.
Eu respondo:
— Polêmica.
— Agora, nesse exato momento, os organizadores estão nos observando e nos ouvindo, e separando as melhores cenas pra nos questionar no programa hoje a noite — Kellan argumentou, sensatamente. — O que acham que querem com isso?
— Nos conhecer — Louisa opinou.
Com a resposta na ponta da língua, expliquei:
— Isso é o que eles querem que a gente pense.
E novamente o silêncio reinou e de uma maneira incrivelmente surpreendente todas nos sentamos. Os olhares indecisos vieram a seguir, mas, dessa vez, limpo, sem ar comparativo. Nem eu sabia o que fazer, estava completamente perdida.
— Somos Directioners, fãs de cinco rapazes incríveis, estamos aqui pelo mesmo ideial, não estamos? — comecei, recebendo os olhares na minha direção. — Temos duas opções.
Melinda sussurrou:
— Quais?
— Jogar individualmente como inimigas ou jogar individualmente como uma família — respondi, otimista. — Os meninos acham que estamos nos dando bem, que estamos torcendo umas pelas outras, seria decepcionante pra eles descobrirem que não, não acham?
E não se ouviu mais nada.
Pouco mais das sete, chegamos no estúdio onde era gravado o programa com o James. No camarim o barulho das vozes chegava a ser assustador e incômodo enquanto Lissa fechava os botões do meu vestido. A sugestão de Lissa não era muito grandiosa, na verdade, meu vestido era preto e justo, o típico vestido preto básico para qualquer ocasião.
Olhando ao redor, eu era a única simples.
Lissa apenas intensificou meus traços com uma boa maquiagem e os cabelos enrolados com o babyliss.
Conferi o resultado no espelho.
Ainda sou eu.
— Você está linda — Lissa elogiou, sorridente.
Sem graça, sorri.
— Não é nada de mais.
— Não é nada de mais? — minha amiga repetiu. — Kellan, vem aqui! — Kellan acenou e se aproximou de cabeça baixa. — America não está linda?
O único rapaz na competição levantou a cabeça.
Seus olhos estavam grudados em mim, enquanto eu sentia minhas bochechas aqueceram gradativamente. A situação era constrangedora, mas a reação dele era fofa.
— Kellan?
Ele não respondeu de imediato, mas sorriu:
— Você está linda, America.
Lissa gabou-se:
— Eu disse!
— Não tá mais aqui quem duvidou, então...
Os dois riram.
Cerca de uma hora depois, com todas as selecionadas prontas — ou quase todas — nos chamaram. Quando entramos no palco, algumas pessoas na platéia acenaram desesperadamente, no entanto, foram contidas pelos seguranças.
Me sentei no meio de Kellan e Letícia.
— E o coração? — Letícia sussurrou no meu ouvido.
— Um pouco agitado — confessei e ri baixinho. — Nunca apareci na televisão.
Letícia riu.
Kellan se intrometeu:
— Não é como se isso acontecesse constantemente.
Nós três rimos.
Uns quinze minutos depois, o apresentador James Corden fez a sua entrada triunfal, dando início ao programa. Aos gritos e as palmas da plateia e das selecionadas, James foi muito bem recebido.
— Muito boa noite, senhoras e senhores, está começando mais um The Late Late Show! — James anunciou, olhando pra câmera. A plateia bateu palmas. — Dado ao início da competição para o fim de semana, vamos conceder a vocês a oportunidade de conhecer as belas e graciosas seleciondas da promoção. Recebam comigo Scarlett Johnson, de Londres, Inglaterra.
Scarlett com toda a sua educação levantou-se e delicadamente caminhou até James, onde trocaram um aperto de mãos amigável e sentaram-se novamente. Scarlett parecia calma e respondia as perguntas de James com muita inteligência e cautela, assim mesmo, fria, seca e sem a menor emoção.
Melinda sucedeu Scarlett alegremente, que depois foi sucedida por Chelsea. Como já era esperado, a entrevista com Chelsea foi suja e apelativa. Percebendo o rumo e a intenção da modelo, James chamou Kellan. Rich foi honesto e gentil, e como eu esperava, teve a apresentação mais cômica.
E de repente, era a minha vez.
— Olá, James — saudei, abraçando o senhor barrigudo.
Ele sorriu.
— É um prazer finalmente conhecê-la — ele devolve e ensaia um gesto com a mão para que eu me sente.
— O prazer é meu.
James assente e as perguntas começam:
— Conte-me então: como está sendo a sua hospedagem em Los Angeles?
— Melhor do que eu esperava, James. A recepção está sendo maravilhosa, muito obrigada — admiti. — Desde os fãs, as pessoas que contribuem para que a promoção dê certo até os participantes que estão sendo gentis comigo.
— Então você já fez amigos?
— Acho que sim.
A plateia ensaiou um som bem receptivo.
— Conte-nos! Estamos todos curiosos, America — James insistiu, transformando o assunto de amizade como se fosse algo a mais. — E não poupe nenhum detalhe.
Engoli em seco, vendo pelo canto dos olhos a câmera focalizando o meu incômodo.
Droga.
Só responde, Ames.
Dei um sorriso fingido.
— Bem, com tão pouco tempo convivendo com outras vinte pessoas, é difícil definir um nível de amizade. — Olhei por cima do ombro de James e vi Kellan me olhando, ansioso pela resposta. — Kellan tem sido uma ótima companhia pra mim, um amigo muito fiel.
— Kellan é o único rapaz da competição, certo?
Você sabe que sim.
— Sim, ele é.
Colin.
Apesar de confirmar sem rodeios, algo dentro de mim me fazia pensar: e Colin?, só pensei em reverter a situação o mais rápido possível.
— Nós estamos criando uma amizade divertida, e pra ser sincera é bom ter um amigo com testosterona e que não fala só de maquiagem e esmaltes —, brinquei, arrancando risos e contornando o quê do assunto. — Sem ofensas, meninas, eu juro que não estou inferiorizando o nosso sexo e preferindo o masculino. Eca! Jamais.
A plateia riu mais, assim como os participantes e James.
— Você tem um bom humor, isso é uma vantagem?
— Acho que será uma vantagem quando grupo diminuir — respondo e sorrio.
— Ah, então você acha que vai chegar na final? — James me alfinetou.
Eu quis sumir. Aquela era o tipo de pergunta que não devia se fazer a ninguém, principalmente numa primeira entrevista. Me senti pressionada, mas eu aprendi com cinco pessoas que as vezes a gente tem que parecer bem mesmo quando está.
— Eu tenho uma boa dádiva, James — respondi.
— Seu humor?
Mexi a cabeça negando e olhei pra câmera.
— Ser eu mesma.
Quando me dei conta do que tinha respondido, todos já batiam palmas.
Um pouco perdida, voltei a me sentar no meio de Kellan e Letícia e ambos me felicitaram pela entrevista. Apenas vi a conversa com as outras selecionadas superficialmente. A minha mente estava desligada, em órbita, eu meio que não estava ali, mesmo que eu quisesse interagir por meio das risadas.
Assim que a entrevista acabou, pouco tempo depois, James aproximou-se sorrateiramente e pediu desculpas. "Você sabe, America", ele disse e se retirou. James estava se referindo a Modest!, e depois de assimilar isso, tudo fez sentido.
Ao chegar na mansão, desejei uma breve boa noite a Kellan e me recolhi, sendo mimada pelos cuidados atenciosos de Lissa. Prestes a pegar no sono, lembrei-me da intimação da Chelsea para estar na biblioteca por volta da meia-noite e a minha confirmação de presença junto com Kellan, no entanto, quando considerei ir, já estava dormindo.
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