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capítulo 2.1: o coração tem razões que a própria razão desconhece

"Só você me conhece do jeito que você me conhece
Só você me perdoa quando me desculpo
Mesmo quando eu estrago tudo
Lá está você"

— There You Are,
ZAYN

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CAPÍTULO DOIS
o coração tem razões que a própria razão desconhece.

Fui suficientemente solícita quando os primeiros arranjos da funerária chegaram na casa de Alissa. Minha melhor amiga ainda estava dormindo lá pelas uma da tarde e eu não quis acordá-la quando as flores e outras decorações chegaram. Pelo que Anne compartilhou comigo, Lissa não fechou os olhos desde que soube da morte do marido. Se agora está dormindo, é melhor que continue. Quero poupá-la o máximo possível, porque sei que o pior será encarar o rosto pálido e sem vida de Aiden dentro do caixão.

O cheiro da tal funerária era horrível —, tanto que inexplicável — mas não por falta de cuidados, na verdade, é o cheiro comum de uma. Mofo e uma quantidade absurda de colônias para amenizar o cheiro, o que, ao meu ver, é completamente inútil. A decoração já estava no seu devido lugar, esperando a chegada dos familiares, apenas. O velório aconteceria às três da tarde, então a única coisa a minha disposição era voltar à casa de Lissa e me preparar para o mesmo, ainda que eu deteste isso.

Ao regressar à casa da minha amiga, notei a presença de um carro. Provavelmente alguém muito bem resolvido financeiramente tinha chego a agradável casa da minha amiga no intervalo de tempo em que estive na funerária. Alissa, por ter trabalhado com muitos artistas, fez muitos amigos. Anne, é uma delas. Os pais dela moram em Holmes Chapel, há algumas quadras da casa de Anne, por isso se conhecem.

Olho novamente para o carro.

O modelo é novo.

E conceitualmente caro. Bem caro, admito.

Por fim, decidi ignorar tamanha ostentação num momento de sofrimento e adentrei a casa, indo até a cozinha. Anne está de avental e terminando de preparar o almoço. O prato escolhido — salmão defumado, batatas coradas e salada — gerou discussão com alguns presentes, e eu não entendi o motivo. Como o ser humano consegue discutir num momento desses? Alguém morreu. Aiden morreu. O filho de alguém, o neto de alguém, o sobrinho, irmão,  primo e marido de alguém não está mais entre nós. Uma pessoa feita de carne e osso.

Anne percebeu o meu incômodo e pôs fim à discussão.

Queria proteger Alissa do mundo, da ignorância e da insensibilidade alheia. Até tentei pôr isso em prática quando regressei da funerária e deixei as compras à disposição de Anne. Inevitavelmente fui a minha amiga, mas miseravelmente esqueci a ideia de protegê-la. Nada nesse momento seria capaz de protegê-la do sofrimento, a não ser a notícia inacreditável de que seu marido estivesse vivo, de bochechas coradas e coração batendo. Isso eu não poderia oferecer pra ela.

Nunca poderia, aliás.

— Antes de vir aqui, eu prometi não fazer nenhuma pergunta estúpida do tipo "como você está?" ou "está tudo bem?", mas, nesse momento, vendo você, eu tenho que perguntar: — e solto um longo suspiro, temendo que esteja ofedendo e ameaçando seu espaço — como você está?

Lissa dá de ombros.

— Como acha que eu estou?

Uma dor dilacerante me atinge.

Puxo seu corpo e o envolvo. Seu sorriso está escondido, e é algo novo para mim.

Alissa sempre sorria.

— Parece que falta um pedaço de mim — ela admite e põe a mão no coração. Sei que é onde está concentrado parte — se não total — da sua dor. — Isso é tão injusto. O destino foi tão cruel conosco. Comigo.

— Nada que eu te diga, te confortará, e eu me sinto uma idiota por não pensar em nada além do "eu sinto muito" — eu deixo claro, apertando-a contra mim. — Não sei o que deveria fazer, ao certo, mas estou aqui para ti e pretendo continuar. Você tem a mim, não só como sua amiga, mas como parte da sua família. Mesmo que seja composta por nós duas.

Ela sorri e eu comemoro quando vejo seu sorriso.

— Três.

Franzo as sobrancelhas.

— Quem além de nós duas faz parte dessa família?

Alissa não me responde, mas conduz a minha mão até a sua barriga. Quando a minha ficha caí — e eu admito que demoro uns segundos para processar —, eu me derramo em lágrimas. Se são de tristeza ou felicidade, eu mal consigo decidir agora, mas sei que essa notícia mexeu comigo de uma forma completamente  inexplicável.

Ela está grávida.

Alissa está grávida de Aiden, do marido recém-falecido. Está gerando o bebê que nunca conhecerá o pai pessoalmente. Agora tudo faz sentido. O motivo do seu desespero ter sido tão grande: por causa do bebê; ela soube, no instante que perdeu seu marido, que não só perderia o companheiro e amigo mais fiel, mas o pai do bebê que está carregando e se deselvonvendo em seu ventre.

A minha dor triplica.

Quando me dou conta de que há um bebezinho — ainda que provavelmente nem tenha orelhas considerando a barriga de grávida inexistente da minha amiga — crescendo em seu útero e predestinado a nunca conhecer o próprio pai me causa um incômodo terrível. A ideia, mais terrível ainda, é que Aiden nunca conhecerá o próprio filho, nunca irá pegá-lo no colo.

— Ele sabia?

Alissa balança a cabeça.

Aiden nem soube que seria pai. O tempo não permitiu nem que ele soubesse.

— Eu ia contar ontem — ela confessa e se desmancha em lágrimas.

— Está de quanto tempo?

— Quatro semanas.

— Nem dá pra perceber — eu comento, acariciando a sua barriga. Sabendo que há um bebê ali, a impressão que tenho é que a mesma cresceu nos últimos minutos. — Você descobriu quando?

— Há um semana eu tive a suspeita.

— Por isso foi ao ginecologista?

Alissa mexe a cabeça.

— Foi uma surpresa. Não planejamos nada.

Solto um suspiro pesado.

— Eu pensei em abortar — ela confessa.

— Ainda quer isso?

— Claro que não. Foi um pensamento idiota, do momento — Lissa admite, com sensatez. — O que eu mais quero é esse bebê, é amá-lo da maneira que o pai amaria se estivesse aqui. Se for menino, já tenho um nome em mente. Acho que você nunca descobrirá qual é, de tão improvável, America, mas é um nome lindo, original e tem o selo de "o amor da minha vida" como significado.

— Não faço ideia mesmo. O que você tem em mente?

— Aiden Reed.

O bebê, sendo assim, já tem o meu amor eterno.

Inconvenientemente, o meu celular bipa no bolso da jeans. É uma mensagem.

"Me passa o endereço. Estou chegando em Londres."
Kellan.

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