BÔNUS • o primo
DEZ ANOS DEPOIS do fim de semana, dois de vinte e quatro.
— Você a ama?
— Eu amei muito — admito. — Ela foi meu primeiro amor, lembra?
Minha filha assente.
— Mas e a mamãe?
— A sua mãe eu amo agora — explico e ela me olha confusa. — Neste momento.
— Quando você amou a mamãe?
— No momento em que a vi.
— Mas quando você deixou de amar a outra?
— A outra, não — eu a corrijo. — Ela é sua prima também, espertinha.
Minha filha sorri.
— Ela é nossa prima.
— Isso.
— Primos podem namorar? A mamãe diz que não, pai — ela comenta.
Penso.
Como explicar isso sem ser um hipócrita?
— É complicado. Quando você crescer eu te conto, pode ser?
— Crescer quanto?
— Uns quinze centímetros.
Ela faz bico.
— Mas isso é muito!
— Você que pensa, filha. Passa rapidão.
— Jura?
— Juro! — e cruzo o meu dedinho com o dela, selando nossa promessa.
Um "alô" do primo mais querido dessa plataforma inteira.
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