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Capítulo 68

2595palavras


Finalmente os deveres do dia tinham sido cumpridos e eles acabaram de chegar à mansão.

O sol estava baixo, quase se pondo, propiciando uma bela vista do jardim.

No caminho de volta, Haydeé se mostrou muito mais simpática e manteve as janelas da carruagem abertas, hora ou outra o questionando sobre algo que via no caminho. A respondia com vontade, pois ele mesmo se sentia animado com a conclusão da reunião.

A oferta tinha sido feita e eles aceitaram. É claro que ainda havia muitas outras coisas a resolver, mas tinha sido um grande progresso.

Entrou na mansão disposto a tomar um longo e refrescante banho para poder relaxar. Haydeé o acompanhava de perto, presa em pensamentos. Sem pestanejar, seguiu para a escada pensando que ela o seguiria, mas acabou por notar que ela estava tomando outra direção, para um corredor ao lado. Achou estranho, pois não fazia nem vinte minutos que ela tinha lhe dito que estava ávida por um banho e roupas mais confortáveis.

— Vai fazer alguma coisa? — parou de andar a questionando mais por curiosidade mesmo.

— Não... Por quê? — disse um pouco perdida.

— É que você está indo para o escritório. Não vai para o quarto?

— Na verdade estou indo para a biblioteca — falou desviando o olhar, parecendo envergonhada.

— Ah, tudo bem...

Achou aquilo muito estranho. Pensando bem, ainda não tinha a visto subir aquelas escadas. Todas às vezes ela ia para o mesmo lugar. Para a biblioteca.

— Espera ai... A senhorita está dormindo na biblioteca? — questionou surpresa.

— É claro que não. Isso é ridículo — ela retrucou rindo nervosa, olhando a sua volta à procura de algo.

Tal atitude só o fez ter certeza do que dissera.

— Por que você não está dormindo em um quarto? — questionou se aproximando.

Ela ficou quieta por alguns segundos, parecendo que ia fugir a qualquer momento. Mas, por fim, suspirando em derrota, falou:

— Porque detesto escadas. Elas são um martírio. Por isso prefiro ficar no térreo. Mas, não precisa se preocupar, a biblioteca é um excelente lugar e estou muito bem acomodada.

— Não tenho dúvidas. Mas a senhorita nunca antes veio nesta propriedade. Não acha que deveria conhecer todos os lugares?

— Não me importo com isso. Não vou subir isso ai apenas para ver uma dúzia de quartos. Já vi muitos quartos e posso o garantir que são todos iguais.

— Não são não — disse se lembrando do quarto que estava alojado. Aquele, com toda a certeza não era um quarto qualquer. — Espera ai! O quarto que eu estou é o melhor da casa?

— Bem... Eu não ia usar, então... — deu de ombros, sem se importar.

Ficou surpreso, pois não achava que ela iria o oferecer o melhor aposento.

— Você já viu aquele quarto e a vista que ele proporciona?

Ela apenas o olhou arqueando a sobrancelha, o inquerindo com o olhar sobre o que ele achava.

— Foi uma pergunta retórica — completou, se sentindo idiota. — Mas isso não é justo. A senhorita precisa ver.

— Já disse que não me importo.

— Pois deveria. Venha, vou te ajudar — se aproximou a oferecendo o braço.

— Não precisa. Estou muito bem, obrigado.

— Nada disso. Posso lhe garantir que não vai se arrepender.

— Já disse que não vou subir isso ai apenas para ver um quarto — disse severa, deixando claro que não ia sair do lugar.

— Desculpe, mas isso não vai ter discussão.

Ela o olhou sem entender, mas nem lhe deu muita atenção, se aproximou ainda mais a pegando nos braços. Ela soltou um leve grito de surpresa ao ser tirada do chão sem aviso prévio.

— O que pensa que está fazendo?! — disse quase gritando.

— Acho que já está bem óbvio.

— Não seja ridículo. Coloque-me no chão agora! — esbravejou revoltada.

— Se a senhorita não está disposta a subir as escadas, então a levarei — disse severo, querendo deixar claro que não estava aberto a negociações.

— Pois não me lembro de ter dado autorização para isso.

— Mas não preciso de autorização alguma, faço por vontade própria. E aconselho a senhorita a parar de se mexer e colocar os braços envoltos do meu pescoço ou pode acabar caindo.

Ela o fuzilou com o olhar, mas acabou por ceder, o envolvendo com os braços, ao mesmo tempo em que desviava o olhar, formando um enorme bico de reprovação. Quase riu de sua atitude, mas achou por melhor nada fazer. Aquela, com toda a certeza, era uma grande vitória.

Subiu rapidamente os degraus, não se importando de levá-la pelo longo corredor até a frente da porta do quarto, finalmente a colocando de volta no chão.

— Isso foi muito desnecessário. O que os empregados vão pensar ao ver uma cena ridícula dessas? E quem diria que, para alguém que estava morto de preocupação com falatórios difamatórios ainda ontem, agora esteja se prestando a este papel — ela resmungava tentando ajeitar como podia a saia amarrotada.

Nem lhe deu ouvidos, abrindo as portas do aposento lhe dando espaço para que entrasse. Ela ainda o encarou aborrecida, mas tratou de entrar. Olhando a sua volta não apresentou reação alguma.

— Francamente. Já lhe disse que vi diversos quartos. E esse é um deles. Belo, luxuoso, como era de se imaginar se tratando do meu pai. Mas nada mais do que isso. Esqueceu-se de que eu tenho um castelo? — disse debochada querendo deixar claro que estava certa.

— Um castelo que nunca esteve. Palavras da senhorita — se atreveu a falar, sorrindo de lado.

Ela bufou dando uma pequena volta no aposento.

— Age como se não fosse filho de um conde. Tenho certeza que já esteve em vários lugares tão suntuosos como este.

— Isso é verdade. Mas não foi por causa disso que a trouxe até aqui — disse levantando os braços para ilustrar o lugar, e andando até as janelas, completou. — Foi por causa disso.

Assim as abriu, a chamando para que se aproximasse. 

Haydeé se aproximou, parando na sacada e quando a paisagem se tornou visível, seus olhos se arregalaram e deixou a boca abrir em surpresa. Não pôde deixar de sorrir.

— Isso é... Eu não sabia que... — ela murmurava atônita.

— Eu sabia que valeria a pena.

Estava satisfeito consigo mesmo por proporcioná-la tal prazer.

Ambos ficaram em silêncio a contemplar a beleza da natureza por enquanto que o sol descia gradativamente no céu, despejando sua luz alaranjada sobre ambos.

A olhou por alguns instantes, notando que ela estava totalmente absorta no belo espetáculo que a natureza os proporcionava. Seus olhos brilhavam de satisfação e um belo sorriso estampava em sua face.

Não conseguiu desviar o olhar, preso naquela visão. Como ela ficava linda daquele jeito. Com o semblante sereno e olhos apaixonados.

Uma leve brisa os atingiu, fazendo com que suas mechas soltas se esvoaçassem. O vale, o lago e o sol eram belos, mas nada se comparava a vê-la daquele jeito.

Perdeu o ar com tanta beleza, com o coração acelerado. Estava tonto de prazer. Nem ao menos piscava de tão perdido que estava a contemplá-la.

Ela pareceu perceber o olhando, ainda com um lindo sorriso no rosto, arqueou uma das sobrancelhas questionadora.

— Aconteceu algo? — por fim ela disse desentendida.

Isso o trouxe de volta à razão. Inspirando fundo balançou a cabeça na tentativa de organizar as ideias.

Engolindo seco se afastou indo até uma mesa de centro, que continha um jarro de água.

— Não, é claro que não — disse rouco, se servindo do líquido para se acalmar e também para dar uma justificativa para se afastar e não ficar a olhando.

O que tinha sido aquilo?

Todas aquelas sensações foram únicas e o assustaram.

É claro que ela era bonita, já tinha percebido isso há tempos. Não era nenhum cego. Mas nunca tinha a visto como a via naquele momento. Era diferente. Não era apenas a beleza nua e crua, havia algo a mais, só não sabia o que e, sinceramente, não queria saber a reposta, pois sabia que isso ia acabar por feri-lo.

Deveria ser apenas desejo, só isso. Apenas atração. Como tinha dito, ela era bonita. Só isso, nada mais.

Reparou que ela ainda o observava curiosa, tentando entender o que estava acontecendo. Um sorriso divertido deixava seu semblante ainda mais suave e encantador.

Percebeu que a única coisa que lhe faltava para que conquistasse céus e terra era que sorrisse um pouco mais.

— Tem certeza?

— Sim. O que achou? – desconversou mudando de assunto.

— Bem, admito que estava certo. É algo que quase nunca se vê — concluiu voltando a olhar pela janela.

— Então acho que estou perdoado pela minha petulância.

—Só desta vez, mas não se acostume.

Sorriu levemente com a resposta.

— Hoje tivemos um grande progresso com os camponeses – falou na esperança de colocar as ideias no lugar.

— Sim.

— Mas acho que deveríamos conversar sobre a questão do acordo.

— Pensei que tivesse dito que não queria falar sobre este assunto  — ela voltou a olhá-lo fechando a expressão.

— Eu sei, mas não pode me culpar. Percebi que senhorita está de bom humor e resolvi arriscar.

Na verdade, não estava muito à vontade para falar sobre aquele tema, mas naquele momento precisava manter a mente focada em algo que não fosse exclusivamente nela. Apesar daquele assunto se tratar dela. Parecia que ultimamente tudo a envolvia.

Ela se tranquilizou dando de ombros, voltando a olhar para fora.

— Bela tentativa — murmurou suavemente. — O senhor pretende me encontrar um pretendente?

— O quê? Não. Este é um assunto que não é da minha alçada. Mas é do meu interesse cuidar para que todos esses bens continuem em suas mãos. Por isso que temos que conversar sobre tal assunto, por mais desagradável que seja.

Ela ficou quieta por algum tempo, pensando, mas acabou por falar:

— Se o senhor sabe sobre o testamento, então deve saber que não disponho de um prazo muito grande. Diga-me, como encontrarei um pretendente em menos de dois meses? Já tenho vinte e sete anos. Não é uma idade promissora para se conseguir um casamento.

— Essa é uma boa pergunta.

—Viu? Não há solução.

— A senhorita deve ter muitos pretendentes.

Ela sorriu debochada.

— Sim, já tive muitos. Mas com o tempo fiz com que perdessem o interesse.

— Ninguém a interessou?

— No começou, sim. Mas com o decorrer do tempo, muitas coisas mudaram.

— Tenho certeza que se procurar, encontrará alguém que a agrade. Quer dizer, a senhorita já deve ter recebido alguma proposta.

— Como já lhe disse anteriormente, sim. Várias, para ser mais exata. Mas todos esses pedidos foram feitos com uma segunda intenção.

— Mas tudo na vida não é feito com intenção?

— Pode até ser. Mas esses pedidos em específico dão crédito ao fato de quem se casar comigo, além de receber um título de nobreza, herdará riquezas, o prestígio de fazer parte de uma das maiores famílias da França, além de estreitar laços com a família real austríaca.

— O que aconteceu para os pedidos cessarem?

— O óbvio. No passado, todos que se propuseram a fazerem a corte eram interesseiros. E muito rudes, é claro.

— Rude?

— Sim. A maioria me fazia perguntas indelicadas, como se eu era capaz de ter filhos, dadas as minhas condições. Ou até mesmo se eu tinha algum tipo de doença contagiosa. Agiam como se eles fossem pegar algo apenas por ficar próximos e caírem mortos em menos de uma semana.

— Isso é ridículo — não acreditava que existiam pessoas tão superficiais e sem noção.

— Sim. Mas esses eram o de menos. É claro que tinha os que eram mais sensatos e não falavam tais asneiras, mas um simples olhar era o suficiente para saber que o interesse deles era maior no meu pai do que querer saber algo sobre mim. E quando percebia, os rechaçava de imediato. Com o tempo, pararam de insistir ao perceber que nada conseguiriam.

— Entendo. Mas, não houve sequer alguém que se apaixonou pela senhorita?

— Paixão? Diga-me com sinceridade, senhor Lancaster. O senhor me acha uma pessoa amável? — questionou divertida.

De fato ela era uma pessoa muito difícil de lidar e precisava ter muita cautela em tudo que falava ou fazia, mas era difícil de acreditar que ninguém tinha desenvolvido algum sentimento por ela.

— Bem, há loucos para tudo nessa vida — disse ao se lembrar de todos os conflitos que passaram e do quão cansativo foi tentar se aproximar.

— Então o senhor acredita que apenas um louco se interessaria? — não parecia chateada, na verdade parecia estar se divertindo com a conversa.

— Não. Esse louco em questão precisa apreciar uma boa conversa e ter paciência. Nos dias que está de bom humor, a senhorita é capaz de desenvolver um diálogo agradável e feliz.

— Que pena que quase nunca estou de bom humor. Mas, espero que não esteja a dizer tais coisas com a intenção de sair à procura desse homem em questão, que seja louco o suficiente para se interessar por minha pessoa. Não acredito que tal indivíduo exista.

— Sempre há alguém que nos complete. A condessa apenas ainda não conseguiu encontrá-lo.

— Quem sabe — disse dando de ombros. — Em todo caso, peço para que não o procure. Já tomei a minha decisão e não estou com ânimo para voltar atrás.

— Não tem problema em admitir erro e voltar atrás. Ninguém vai a julgar.

— E quem disse que cometi um erro? — seu tom de voz alterou, ficando visível que seu humor estava se esvaindo mais rápido do que gostaria.

— A senhorita está correndo sérios riscos de perder tudo apenas porque não quer seguir as ordens de seu pai em se casar.

— Pois não preciso me casar. Sabia que as mulheres são capazes de viver muito bem sem ter um par de calças as infernizando? Não quero me casar e não farei isso por mero capricho de um grupo de homens idiotas. Se no final eu acabar perdendo tudo, não posso fazer nada quanto a isto, mas pelo menos estarei de alma lavada, a cabeça limpa de não ter me casado com um qualquer que nem sequer tenho sentimentos, apenas para manter um status social e vida confortável. Sou muito bem instruída e posso me sustentar. Espero que as coisas tenham ficado bem claras, senhor Lancaster, e que nunca mais venha a me aborrecer novamente com tal assunto. Agora, se me der licença, preciso voltar para a biblioteca.

Estava muito alterada, parecia que ia ter uma síncope a qualquer instante. Começou a andar as pressas para sair do quarto.

— Eu sei, mas a senhorita não sabe como é a vida sem o dinheiro.

— E nem o senhor, por isso não tem nenhuma moral para me dar sermões. Você é como os outros, pensa que mulheres servem, apenas para cuidar da casa e dos filhos, e que não tem capacidade alguma de fazer algo além disso. Mas, quero deixar bem claro que isso não é verdade.

Seus olhos faiscavam em puro ódio. Ela bufava em indignação. E sem lhe dar chance de falar algo a mais, lhe deu as costas saindo o mais rápido possível.

Resolveu por não a seguir ou acabaria discutindo feio já que estava possesso com tal difamação.

Não pensava do jeito que ela insinuou. Sabia muito bem que as mulheres eram muito inteligentes e capazes de fazer tudo que um homem fazia. Sentiu-se ofendido por ter o acusado daquele jeito.

Mas, ela não estava errada. Nem todos pensavam como ele, e havia muito preconceito e segregação entre homens e mulheres. Para ele aquilo tudo era ridículo, mas não podia fazer muito para mudar isso.

E o que falaria a ela?

Não tinha moral alguma para criticá-la já que ele mesmo estava agindo de forma completamente errada ao se casar apenas por convenção, sem existir um pingo de amor entre eles.

Pelo menos ela era fiel aos seus princípios ao passo que ele não era capaz de seguir os seus verdadeiros desejos.

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