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Capítulo 6

4100palavras

Aquilo tudo era um exagero.

Não via o porquê de sua mãe estar oferecendo um baile daquela magnitude apenas para dar as boas-vindas a eles.

Mas, Ethan não era nenhum idiota, e sabia muito bem que aquilo só tinha sido uma bela de uma desculpa para a mãe poder oferecer uma festa.

Dona Anna adorava promover aqueles tipos de eventos, e quanto mais extravagantes, melhor ainda.

Mas, não achava que sua mãe tinha que colocar o seu nome e do irmão no meio daquilo, já que os obrigavam a comparecerem ao evento.

Não que não gostassem de festas, pelo contrário. Ele mesmo adorava ir às festas para se divertir e Oliver também não era de se opor.

Mesmo assim, eles tinham acabado de chegar de uma longa viagem a Paris, naquela mesma manhã, e estavam exaustos. A única coisa que queria naquele momento era um bom banho e uma ótima noite de sono para poder descansar.

Mas, pelo que via, isso iria demorar a acontecer. Aquele baile não iria se findar até a madrugada, o que o deixava frustrado.

Olhou a sua volta, vendo o enorme salão da mansão de sua casa completamente iluminada com candelabros e velas espalhadas em todas as direções.

Era tão exagerado, que ele não duvidava que sua mãe deveria ter acabado com o estoque de velas de toda a cidade. Mas, tinha que admitir que dava um ar mais requintado, deixando todo o ambiente bem iluminado.

Além disso, todas as vinte enormes janelas, espalhadas por toda a extensão daquele cômodo, estavam abertas e envoltas por enormes cortinas na cor azul-céu, que ficavam a balançar com a leve brisa que as tocava. O hall de entrada, as escadas e todos os pilares de sustentação daquele enorme salão, estavam enfeitados com arranjos que deduziu, apesar de não entender muito bem de botânica, se tratar de orquídeas envoltas por trepadeiras.

Bem, pelo menos era o que ele achava, já que não entendia nada de flores, ou de qualquer coisa relacionada a flora e fauna.

A orquestra já estava preparada no palco, tocando as valsas, por enquanto que os incontáveis convidados andavam, conversavam, riam e dançavam a sua volta, sendo servidos pelos garçons. Parecia que a cidade inteira estava debaixo daquele teto.

Definitivamente, sua mãe não tinha poupado esforços, e muito menos dinheiro para promover aquela festa.

Viu vários rostos conhecidos, além de alguns novos, que provavelmente tinham se mudado para a cidade no intervalo de dois anos no qual tinha ficado fora.

Viu o prefeito da cidade com sua esposa de cabelos vívidos e chamativos, conversando alegremente com o senhor Stewarts. O que era bastante surpreendente, já que eles não se davam muito bem.

Além de ver seus filhos circulando pelo salão, parecendo se divertir, viu sua mãe e sua futura esposa conversando mais ao lado, parecendo estar em uma conversa bastante animada, o que o deixou curioso, mas não o suficiente para ter ânimo para se aproximar.

Suspirou, dando um gole em seu whisky, que tinha furtado de forma descarada do escritório do pai. Se sua mãe descobrisse, iria ralhar, mas não se importava. Precisava tomar algo mais forte para se manter acordado, e o ponche que estava sendo servido não iria causar o efeito desejado.

Olhou para a direita, vendo o irmão mais velho se aproximar de forma furtiva, parando ao seu lado. Ele nada falou, ficando apenas a observar a movimentação a sua volta.

Oliver estava visivelmente cansado, mas se mantinha forte, assim como ele. Mesmo assim, ele não estava no seu melhor dia, com os cabelos negros curtos desgrenhados, a pele mais pálida que o normal e olheiras visíveis envolta dos olhos na cor ônix e, até mesmo o fraque preto parecia estar desalinhado em seu corpo. Mas, com certeza, aquelas olheiras não estavam piores que as suas, que eram marca registrada em sua face. Única coisa que o diferenciava do mais velho, além, é claro, de sua barba densa. Gostava de seu estilo, já que o diferenciava dos outros irmãos, não sendo difícil de confundi-lo.

Era incrível como eles eram tão parecidos!

Na verdade, todos os Lancasters eram parecidos. Sua mãe e seu pai também possuíam cabelos escuros e olhos negros e uma pele clara. Seria impossível não os confundir.

Mas, ele sempre dava um jeito de se diferenciar dos outros, por isso no momento usava um sobretudo na cor preta, que chegava até a altura do tornozelo, com detalhes prateados, a manga era comprida, mas aberta desde a axila até o punho do lado de dentro, usava uma blusa branca por baixo que fechava no pescoço e também de mangas compridas. Para finalizar, usava botas pretas até a altura dos joelhos, que só era possível de ver quando andava.

Não demorou muito para ver sua mãe se aproximando, desfilando um deslumbrante vestido de tecido encorpado na cor azul-marinho, de mangas compridas e gola alta, até o pescoço, possuindo uma pequena abertura em V na garganta. No peito tinha detalhes de metal que remetia a borboletas, com safiras incrustadas. Para demarcar a cintura, usava um cinturão também de metal. Seus cabelos estavam presos em um coque alto e sério, sem nenhum fio fora do lugar.

Sua mãe estava linda com aquele vestido que demarcava sua cintura bem fina, o que era bastante raro depois de três filhos. Mas, dona Anna estava envelhecendo com muita graça, o que era raro de acontecer com muitas mulheres. Ela não aparentava a idade que tinha de 49 anos e muitos menos que já era mãe de três rapazes de 30, 28 e 23 anos de idade respectivamente. E, com certeza a condessa causava inveja a muitas mulheres a sua volta, devido a toda sua beleza, graça e simpatia.

Ela sorria animadamente, cumprimentando todos a sua volta com vivacidade.

- Meus queridos, o que estão achando? - ela questionou os cumprimentando com um leve beijo no rosto, os deixando constrangidos.

- Mãe! - ambos falaram em uníssono, fazendo apenas com que ela sorrisse ainda mais.

- O que foi? Não posso se quer dar um beijo nos meus filhos?

- É claro que pode, mas seria melhor se não fosse em público - Oliver disse tranquilamente, não parecendo se importar muito.

- É, onde todos podem ver - completou, apesar de também não ligar muito.

Amava aqueles gestos carinhosos da mãe, e estava falando daquele jeito apenas para irritá-la.

- Parem de reclamar, vocês são meus filhos - ela ralhou, lançando um olhar de repreensão, mas logo deixando sua expressão se suavizar. - De qualquer forma, ainda não me responderam. O que estão achando?

- Bem...Está bem suntuoso - Oliver disse a procura de uma palavra que agradasse à mãe, fazendo com que sorrisse da atitude do irmão.

- Você quis dizer exagerado, isso sim - falou, fazendo a mãe o fuzilar com o olhar, no qual ele apenas deu de ombros, continuando a falar. - É verdade.

- Ethan!

Apenas riu da atitude da mãe, ficando feliz por finalmente ter voltado para casa. Já estava sentindo saudades.

- Deveriam estar animados. Fiz essa festa exclusivamente para vocês.

- Sabemos que isso não é muito bem a verdade.

- É claro que é. Fiz essa festa para expressar toda a felicidade que estou sentido depois de tanto tempo sem ver meus preciosos filhos.

- Não tenho dúvidas - o irmão disse sorrindo de canto, dando uma leve piscadela em sua direção, por cima da cabeça da mãe que era dois palmos mais baixa do que ambos, assim fazendo com que somente ele visse. - E o senhor Rainier, onde ele está?

- Você sabe que seu pai não gosta muito de festas, por isso deve estar na biblioteca junto com seus amigos e colegas de trabalho.

- Ah, entendi.

- Só espero que não se juntem a eles. Essa festa é para vocês e espero que permaneçam nela até o fim.

- Nem se quer ousaria pensar em sair antes do fim - ele falou ironicamente, fazendo a mãe o lançar um olhar de lado nada amigável.

Mas não demorou muito para mudar de expressão, e, consequentemente, mudar de assunto.

- Vocês sabem onde está o irmão de vocês? Ainda não o vi - ela perguntou olhando a sua volta.

- Charlie? Provavelmente ainda deve estar no quarto.

- Como assim, no quarto? Isso não é nada educado, permanecer no quarto por enquanto que estamos recebendo visitas - ela começou a ralhar, indignada.

- Tenho certeza que deve ter um bom motivo - Oliver tentou apaziguar a situação, como sempre fazia, para aliviar a bronca que, com certeza, o irmão mais novo iria receber.

- E qual motivo seria esse?

- Bem, a senhora sabe que ele demora para se arrumar. Até parece uma garota - disse por fim, não querendo deixar a oportunidade passar, mas logo foi repreendido novamente pelo olhar de reprovação da mãe, o que fez com que ele risse ainda mais.

- Não tem graça, Ethan.

- Eu sei que não. Só estou brincando.

- De qualquer forma, acho que vou dar mais uma volta para ver se encontro ele.

- A senhora é quem sabe, apesar de não precisar se preocupar.

Naquele momento, acabou vendo Rose se aproximando com um vestido de cetim, na cor lilás, com bordados por toda sua extensão, tendo uma pequena faixa na frente do corpo da cor vinho, assim como dois laços dispostos em ambos os cotovelos. As mangas eram compridas e terminavam largas em forma de leque, com sua parte de trás maior, chegando a altura dos joelhos, com um tecido interno branco. O decote era oval com detalhes em renda preta. E um colar de pedraria preta que remetia a ramos de uma planta. Era um vestido que com toda a certeza realçava sua beleza.

- Está linda como sempre, Rose - disse cordialmente, segurando sua mão e depositando um beijo na mesma.

- Obrigada, você é sempre muito gentil - ela disse timidamente, logo depois cumprimentando Oliver.

- Não estou dizendo mais do que a verdade - disse simplesmente, sabendo que tinha que falar alguma coisa a mais, que era esperado que ele o fizesse, que começasse algum assunto, mas infelizmente, não tinha muito o que falar naquele momento.

- Bem, de qualquer forma, obrigada - ela disse amavelmente, logo depois se virando para a mais velha. - Tia Anna, o repórter chegou.

- Repórter? Que repórter? - ele não pôde deixar de ouvir e, muito menos de perguntar. Aquilo era muito estranho.

- Sim, qual é o problema? - sua mãe o questionou, visivelmente contente com a novidade.

- Isso é um pouco esquisito, não acha, Oliver?

- Bem, isso é verdade. Nunca tivemos um repórter em nossas festas.

- Mas agora vamos ter um.

- Para que? - questionou novamente.

- Ora, pare de tantas perguntas. Além do mais, não vejo mal nenhum nisso. Ele me prometeu que vai escrever uma matéria exclusiva sobre esse baile e que vai ser publicado amanhã mesmo no jornal da cidade.

- E para que a senhora quer isso?

- Ora, mais que pergunta idiota. É óbvio que é para que todos saibam o que aconteceu aqui.

- Mas todo mundo já vai saber, a cidade inteira está aqui.

- Isso não é verdade e você sabe muito bem disso - retrucou irritada o repreendendo com o olhar.

- Tanto faz.

- Não pragueje - ela o censurou veementemente.

- Não praguejei.

- Não verbalizou em voz alta, mas pensou, e isso dá no mesmo.

- Tudo bem, eu desisto. A senhora deve saber o que está fazendo - disse por fim, desistindo de falar.

- Pois, sei mesmo. Rose, querida, você não sabe a dádiva que tenho por tê-la ao meu lado. Bem Deus sabe como rezei para ter uma menina, mas só tive homens.

- Ah, agora eu sei porque Charlie é daquele jeito - ele falou, cochichando para o irmão, mas alto o suficiente para que a mãe o ouvisse.

Na mesma hora Anna fechou a cara, ficando com uma expressão severa, semelhante a quando ele era criança e fazia alguma traquinagem. Só esperava que ela não o castigasse ali, na frente de todo mundo.

Mas, não querendo correr o risco, a lançou um sorriso conciliador, falando:

- Já disse que a senhora está deslumbrante hoje?

- Sei - limitou-se a falar seca, logo depois o ignorando por completo, se virando novamente para a sobrinha. - Agora, vamos Rose. Vamos ao encontro desse rapaz para que eu possa conversar com ele.

- Sim senhora - a jovem disse, lhe lançando um olhar de canto, sério, como se estivesse a analisá-lo. Logo depois, entrelaçando seus braços com o da tia, se retirou.

Apenas suspirou, descrente. Não precisava ter recebido aquele olhar. Sabia muito bem o que aqueles olhos queriam dizer, e isso só o deixou mais desanimado.

- E então, já resolveu o que vai fazer? - ouviu Oliver falar ao seu lado.

- O que quer dizer com isso? - perguntou de volta, perdido.

Ele suspirou, pegando o copo de sua mão solvendo o último gole da bebida.

- Ei, eu ia beber isso!

- Eu sei, por isso mesmo que tomei no seu lugar.

- E, posso saber para que?

- Para que a bebida não anuvie seus pensamentos.

- Estou muito bem, obrigado. Não precisa se preocupar com isso.

- Espero que sim.

- De qualquer forma, o que quis dizer com aquela pergunta?

- Você já conversou com Rose hoje? - ele o inquiriu com outra pergunta.

- Sim, é claro. Não tivemos muito tempo, mas, com certeza conversamos. Não é como se isso fosse muito difícil. Moramos na mesma casa.

- É, eu sei.

- Então, porque perguntou?

- Porque seria de muito malgrado se não tivesse.

- Eu sei, não sou nenhum idiota.

- Fico feliz em saber. De qualquer forma, estou falando tudo isso, porque quero que você saiba que precisa fazer algo.

- É, eu sei, não precisa falar - estava começando a ficar nervoso, não gostando muito do rumo da conversa. Sabia muito bem a que o irmão estava se referindo, e, sabia melhor do que ninguém, que no fim das contas, ele tinha razão.

- E, então. O que vai fazer?

- Eu não sei - admitiu por fim, desanimado consigo mesmo.

- Bem, acredito que você deve saber que precisa fazer uma proposta formal, o mais rápido possível. Você já está a enrolando há anos.

- Não exagere.

- É verdade. Já faz cinco anos que vocês estão prometidos, e até hoje não marcou a data do casamento.

- Não faz tanto tempo assim.

- É claro que faz.

- Não faz não. Você está exagerando. Ela ainda é muito nova, duvido que tenha tanto tempo assim.

- Vocês ficaram noivos quando ela tinha 17 anos, e isso já faz cinco anos.

- Bem, você não queria que eu me casasse com ela tendo apenas 17 anos. Ela era muito nova. Quis esperar um pouco.

- Entendo. Mas, aí ela acabou completando, 18, 19, 20, 21 anos, e, tenho quase certeza que falta apenas alguns poucos meses para ela completar 22 anos. E mesmo assim, você ainda não fez nada. Está fugindo dela.

- Você é a última pessoa que deveria me repreender por isso.

- Eu sei, mas sou seu irmão mais velho e tenho que o alertar sobre algumas coisas.

- Não precisa se preocupar, não vou fugir do casamento. Sei que é minha responsabilidade e não pretendo faltar com ela. Eu dei minha palavra, certo? Então, não precisa se preocupar.

- Eu sei que não, já que você é um homem de palavra. Mas, você sabe que não deve ficar fugindo.

- Não estou fugindo.

- Não? Você ficou em Paris por dois anos. Não sei fazendo o que.

- Como assim não sabe? Fui para lá para te ajudar, e é assim que agradece?

- Não estou reclamando disso. Na verdade, tenho muito a agradecer a você, por ter me feito companhia naquela época. Mas, não precisava ter ficado por dois anos, e você sabe disso.

Tentou falar algo, mas ao abrir a boca não saiu nada, além de ar. Suspirou, agora de cansaço. Sua cabeça estava doendo e estava cansado daquela conversa, e, o pior de tudo, era que ele sabia que não tinha como ganhar aquela discussão, já que o outro tinha toda a razão. Ele estava fugindo, e odiava admitir isso.

- Tudo bem, você tem razão. Mas, o que eu posso dizer? Não estou nem um pouco animado com essa história de casamento, e você sabe muito bem disso. Só vamos nos casar por causa de um acordo entre nossas famílias. Isso, com certeza, não anima ninguém. Principalmente por saber que esse não era o meu dever. Era você, Oliver, que estava prometido a ela, para se casar, já que é o mais velho. Mas, você acabou se casando com outra e eu acabei ficando com toda a responsabilidade - sabia que estava falando palavras duras, que poderiam magoar o outro, mas precisava falar, extravasar.

- Me desculpe. Eu sei que não fiz a coisa certa, e com certeza não tenho direito nenhum de ficar o cobrando. Sinto muito mesmo, por isso - ele disse com a voz embargada de emoção, com seus olhos anuviados e distantes, se culpando.

Ao ver isso, se sentiu mal de imediato. Não deveria ter tocado naquele assunto. Mas, não conseguiu evitar e, isso só serviu para o deixar frustrado e magoado consigo mesmo por ter chateado seu irmão.

- Tudo bem, não precisa se desculpar. Eu entendo tudo o que aconteceu. Você não tem culpa de ter se apaixonado. Não o culpo por isso. Tenho certeza que teria feito o mesmo se fosse comigo - disse por fim, na tentativa de amenizar o clima.

A última coisa que queria era brigar com o irmão naquela festa, muito menos devido aquele assunto, que já estava mais que resolvido. Eles já tinham conversado diversas vezes sobre aquele tema, e não tinha o porquê de voltarem a falar.

- Mesmo assim, você está pagando por algo que eu não fui capaz de cumprir.

- Ok, não vamos mais falar sobre esse assunto. Ele já está mais que resolvido. Não vejo o porquê de continuarmos a falar sobre. Eu sei que tenho que cumprir com o meu dever e, não precisa se preocupar, já está tudo decidido. Pretendo me casar até o final da temporada, daqui a três meses.

- Está certo disso?

- Claro. Só não caso agora porque sei que elas vão querer algum tempo para arrumar os preparativos do casamento e da festa. E, com certeza, mamãe me mataria se eu desse um prazo menor do que esse.

- Tem certeza?

- Absoluta. Como você mesmo disse, já enrolei demais.

- E quando pretende anunciar essa novidade?

- Amanhã mesmo. Não quero mais enrolar, já cansei de fazer isso.

- Tudo bem. Mas, acho que você deve ficar feliz. Rose é uma garota incrível, gentil, dócil, bem-humorada, inteligente e bastante bonito. Isso é bem mais do que a maioria tem.

- Eu sei. Tenho consciência de que tenho muita sorte, mas essa não é a questão. Não estou preocupado comigo, estou preocupado com ela.

- O que quer dizer com isso? - Oliver inquiriu visivelmente perdido, sem entender o que o irmão queria dizer.

- Convenhamos, Oliver. No final das contas, eu sou um homem. Você sabe que homens não se importam com muitas coisas. E, estou mais que satisfeito diante dessas qualidades que você acabou de citar. Tenho certeza que o fato dela ser bonita já me ganhou em mais de oitenta por cento do caso.

- Então, qual é o problema?

- O problema não é comigo, é com ela. Você sabe que ela não pensa assim também. Mulheres são diferentes. Elas adoram se agarrar a uma pequena palavrinha que começa com A e termina com Mor, e isso pode ser um grande problema. Tenho medo que um dia ela descubra que nunca vai ser capaz de me amar e que eu também não seja. Isso com certeza seria uma catástrofe. Até porque, tenho certeza absoluta que ela não vai se agarrar apenas as minhas incríveis qualidades como um homem charmoso, inteligente, e, convenhamos, bastante bonito.

- É, e com certeza, bem humilde.

Ambos riram diante de tal comentário, aliviando de imediato a tensão que pairava a sua volta.

- Claro, sou um poço de humildade.

- Aham. De qualquer forma, entendo o que quer dizer. E, com certeza, isso pode vir a ser um problema. Mas, acho que isso não vai acontecer com vocês. Acho que vocês vão se dar muito bem, vão se compreender, levar uma vida juntos e feliz, com amizade e companheirismo, e, não duvido que surja o amor no meio de tudo isso. É só uma questão de tempo.

- É? E, porque acha isso?

- É simples. É porque você não está preocupado consigo mesmo, mas sim com ela. E, posso te garantir que isso é muito mais do que muitas pessoas fazem. Pensar primeiro no próximo do que em si mesmo é algo que somente um casal que se ama pode fazer. É por isso que eu sei que vocês vão dar certo.

- Assim espero - disse desanimado, não estando muito confiante nas palavras do irmão. Mas, aquela era a única coisa que tinha, e deveria se agarrar a ela.

- Mamãe está se aproximando, acho melhor mudarmos de assunto - Oliver disse apressadamente, olhando mais à sua direita.

Olhou na mesma direção, notando a aproximação determinada da matriarca, o deixando desesperado de imediato. A última coisa que queria era que sua mãe ouvisse o que estavam falando.

- Fale alguma coisa. Comece a rir, anda! - disse desesperado ao irmão, que ficou perdido por alguns instantes, sem saber o que fazer. Mas, não demorou muito para começar a rir como um retardado, na tentativa enfadonha de enganar alguém. Sem muitas opções, acabou o seguindo naquela mesma atitude idiota.

- Do que estão rindo? - a mãe perguntou logo que se postou ao lado deles, apreensiva pela resposta.

- Nada demais. Coisas de homens - Oliver falou nervoso.

Com toda a certeza, ele não tinha muitas habilidades com mentiras.

Apenas limitou a balançar a cabeça em concordância, querendo mudar logo de assunto.

- Sei. Tudo bem - a mais velha disse desconfiada, olhando de um para o outro na tentativa de decidir se tinham aprontado algo.

Tinha que admitir que aquele olhar analítico lançado sobre eles o fazia suar frio. Dona Anna sabia ser severa quando queria.

- Por favor, me digam que viram Charlie! - ela disse mudando o assunto em pauta, o fazendo soltar o ar de alívio.

- De novo com isso? - inquiriu, disposto a seguir aquele rumo da conversa.

- Sim. É que não consigo o encontrar em lugar nenhum. Já procurei em todos os lugares, e não o acho.

- Se acalme. Tenho certeza que ele deve estar passeando pelos jardins. Deve estar com a senhorita Green - Oliver falou serenamente, voltando a seu estado normal, provavelmente tão feliz quanto ele próprio por a mãe ter mudado de assunto.

- É, também acho que seja isso. Ele deve estar com aquela namoradinha dele.

- Celine? - Anna o inquiriu, no qual ele afirmou, concordando. - Não, os Greens ainda não chegaram. Ele não está com ela.

- Então é isso. Charlie deve estar na entrada, a espera de sua chegada - o irmão disse novamente, na tentativa de acalmá-la.

- Bem, pode ser. De qualquer forma, tenho que parar de me preocupar e começar a me divertir. Isso aqui é uma festa e tenho diversos convidados para conversar.

- Exatamente.

- Mas, vocês acreditam que não são só os Greens que ainda não chegaram? Isso é um absurdo. O baile começou há uma hora, como tem gente que ainda não chegou? Não entendo isso. Detesto atrasos.

- Tenho certeza que todos devem ter um bom motivo - Oliver falou novamente, fazendo com que o olhasse aturdido.

Como é que o irmão sempre tinha algo para falar em defesa de outro? Isso só podia ser o espírito de advogado falando, não via outra opção.

Resolveu dar de ombros e deixar essa questão para depois. Mas, com certeza iria inquiri-lo sobre o assunto mais tarde.

Naquele instante escutou o mordomo anunciar a chegada dos Bourgeois. Pensou ter ouvido errado, achando estranho, mas sua mãe tratou de abrir um largo sorriso, falando logo em seguida o que acabou por confirmar o que tinha ouvido:

- Ah, finalmente chegaram. Estava começando a achar que não viriam. Estou bastante animada, o conde de Bourgeois veio a minha festa. Isso é maravilhoso.

- O que? - ele perguntou espantado, não acreditando no que ouvia.

- Sim, os Bourgeois.

- Não, deve ter um engano.

- Por que diz isso? - Oliver perguntou curioso, chamando a atenção da mãe, que também o olhou com nítido interesse.

- Porque eu conheço o conde. Na verdade, conheci, já que ele faleceu. E, tenho total certeza de que ele era viúvo antes disso. Por isso, que digo que é impossível.

- Você deve estar se confundindo, querido. Há duas semanas recebemos a notícia da chegada da família Bourgeois ao condado e enviei um convite do baile para eles, no qual aceitaram.

- Isso não faz muito sentindo.

- Bem, vamos descobrir de quem se trata agora mesmo.

Isso era verdade, logo eles iriam ver quem tinha sido anunciado aparecer no alto da escada, para todos o ver. Tinha que admitir que estava curioso para saber quem era, porque tinha total certeza que não se tratava dos mesmos Bourgeois que conhecia.

Olhou para o alto da escada, onde diversas outras cabeças se viraram, tão curiosas como ele para ver quem tinha chegado.

Não demorou muito para duas pessoas aparecerem. E, com toda a certeza, nenhuma delas ele já tinha visto uma vez se quer em toda a sua vida.

♡♡

Espero que tenham gostado!!
Até a próxima !!

Personagens:

※Ethan Lancaster※

※Oliver Lancaster※

※Anna Lancaster※

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