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capítulo 31

3690palavras


Andava apressada pelos corredores fracamente iluminados pelas velas. Tinha se atrasado para chegar ao jantar.

Sabia que era por sua culpa, já que havia enrolado na biblioteca a ler um livro e, assim, perdido a hora. Sua mãe a repreenderia por tal disparate.

Suspirou desanimada, parando ao lado da entrada da sala, onde uma forte luz a atravessava, sendo possível ouvir o barulho alto de várias pessoas a conversar.

Se olhou inquieta, ajeitando o vestido como podia no corpo, desamassando a saia de renda floral extremamente delicada que lhe caia muito bem. O decote, cortado de ombro a ombro, era todo enfeitado de renda branca e pequenas pérolas, com um detalhe floral no centro de seu busto percorrendo até perto de seu umbigo. O corpete rosa claro foi deixado mais frouxo, afinal, Audrey queria ficar um pouco confortável durante o jantar, mas não diminuiu nada de sua beleza. O par de luvas que cobriam seu antebraço era da mesma cor que o tecido embaixo de toda a saia rendada e de seu corpete, um rosa de tom claro e pouco chamativo.

De uma coisa tinha certeza, a de que sua mãe não poderia reclamar de sua vestimenta. Não naquela noite!

Ultrapassou o umbral da porta, percebendo que praticamente todos os convidados já estavam presentes a se servir descontraidamente dos comes e bebes, ao mesmo tempo que conversavam alegremente. Acabou se deparando com sua mãe e a senhora Roberts, que conversavam mais ao canto, perto da entrada.

Se aproximou, as cumprimentando.

Reparou que Jennifer estava muito bem vestida com um belo vestido verde escuro, como seus olhos. As mangas e saia longas eram inteiramente de seda, sem nenhum amassado estragando-o, exalando elegância e beleza. O espartilho bem apertado demarcava a cintura, apesar de aparentar ser de um material duro e desconfortável, sabia que era o modelo de vestido preferido da mais velha. Com o decote coração, seu colar com pedras de esmeralda era visível sobre a pele clara, uma joia que era sempre escolhida para eventos especiais. Contudo, a baronesa não ficava muito atrás, com sua graciosa veste azulada.

- Estava prestes a pedir alguém para ir buscá-la. Onde estava? - a mãe a repreendeu de imediato, nem ao menos lhe dando chances de dizer algo para se desculpar.

- Perdi a hora. Estava na biblioteca.

- Porque será que não estou surpresa?

- Mãe! - disse chorosa, olhando a sua volta com esperanças de fugir do sermão.

- Jennifer, deixe a menina. Ela estava se divertindo com os livros. Fico feliz por saber que há pelo menos alguém nesta casa que possa desfrutar daquela beleza - Elizabeth falou sorridente.

- A coleção é muito rica e instigante - se animou ao falar dos belos livros que tinha encontrado naquele dia.

- Bem, sinta-se à vontade para ler quantos quiser. Se desejar, pode pegar alguns e levar para casa. Depois, pode devolver a minha filha.

- Mesmo? Fico muito lisonjeada - seus olhos brilharam com a perspectiva de pegar alguns deles para ler. O problema seria escolher qual levaria consigo.

- Chega de falar de livros. Estamos em um jantar, e devemos falar de coisas mais interessantes - a mãe falou desinteressada, ansiosa para mudar de assunto.

- E o que seria mais interessante do que livros, mãe? - inqueriu, apesar de já saber a resposta.

- Pode se divertir um pouco a conversar sobre festas, vestidos e prováveis pretendentes.

- Não me interesso por isso - disse olhando a sua volta, espiando sobre os ombros dos sentados à mesa, e o que estava sendo servido. O cheiro era maravilhoso, provocando seu estômago, que começava a dar sinais de vida.

- Pois, deveria. Você se isola demais. Deveria tentar conversar um pouco com os outros convidados - sua mãe aconselhou com um sorriso sincero. Ela apenas queria ajudar.

- Posso tentar, mas não garanto nada - sussurrou desanimada. - Aonde irá se sentar?

- Ao meu lado e da senhora Lancaster - Elizabeth disse, animada, logo completando. - Mas, a senhorita não poderá se sentar ao nosso lado.

- Por que não? - questionou surpresa.

Sabia que não era muito boa com diálogos triviais, mas não achava que era tão insuportável ao ponto de ser impedida de ficar por perto.

- Porque os lugares estão demarcados, querida. E, infelizmente, seu nome não foi colocado perto do nosso - Jeniffer disse descontraída.

- Lugares marcados? Mas, porque isso?

-É uma maneira que encontramos para fazer com que todos os convidados possam interagir de maneira mais fácil. Scarlet viu isso em uma revista de moda. Parece que os franceses estão fazendo isso em suas festas.

- É claro - falou desanimada.

Não queria interagir com outras pessoas. Queria ficar perto de sua família, e não ser obrigada a falar mais do que o necessário.

Mas, parecia que não teria mais jeito. Até porque, olhando por todo o salão, sabia que seria impossível encontrar um lugar decente.

Suspirou derrotada, decidindo procurar por seu lugar.

- Bem, então vou procurar pelo meu nome. Estou começando a sentir fome. Preciso comer algo.

- Sim, faça isso querida. E se divirta - Jeniffer disse, logo depois deixando um sorriso matreiro surgir em sua face, sendo seguindo pela ruiva, que acabaram por trocar um olhar cúmplice.

Tal atitude era muito estranha. Ambas estavam a aprontar alguma coisa. Só espera que nada tivesse a ver consigo.

Dando de ombros, se afastou, passando por cadeiras já ocupadas. Viu vários rostos conhecidos, como os de suas irmãs que sorriam alegremente ao conversar animadamente com seus acompanhantes.

Conforme ia andando, se afastava cada vez mais da entrada, e consequentemente, dos assentos destinados aos anfitriões e dos lugares de destaque.

Começou a estranhar, mas não se importou. Provavelmente, seu lugar era perto de Lucas, e como ele era apenas um jornalista, ficaria em um lugar menos privilegiado.

Gostou da ideia. Não gostava de chamar a atenção e ficar no meio de conversas sem sentido. Preferia ficar as margens, apenas a observar.

Sorriu com tal ideia.

Logo, reparou que estava chegando ao final da mesa, e olhando para o último assento, estacou no lugar.

Viu, sentando de forma displicente, o seu maior terror.

O que ele estava fazendo ali?

Tinha total certeza de que ele não tinha comparecido às festividades.

Engoliu em seco, se aproximando temerosa, torcendo para que não fosse o que imaginava. Aquilo seria um desastre!

Mas, para seu horror, seus temores se tornaram realidade.

Seu lugar estava marcado ao lado dele. Nem ao menos podia fingir engano. Seu nome estava escrito de forma nítida com uma bela letra dourada a marcar aquele papel que se destacava acima da mesa. E, o fato de todos os outros lugares já estarem ocupados, só deixava ainda mais claro que sim, aquele era o seu lugar.

Estremeceu com a perspectiva de se sentar ali.

Segurou trêmula na madeira escura da cadeira, pensando se seria melhor dar meia volta e ir para o quarto. Com toda a certeza, aquela seria a melhor escolha.

Estava prestes a se retirar quando Colin acabou notando sua presença, de imediato sorrindo maldoso, sabendo que ela não aprovava.

Nada disse, olhando a sua volta ainda com esperanças de que tivesse ocorrido algum engano. Acabou chamando um serviçal, o questionando:

- Me desculpe, mas acredito que ocorreu um engano. Acredito que este não seja meu lugar - falou esperançosa, aquela era sua única tentativa de se livrar de tal situação.

O homem apenas lançou um rápido olhar para seu acento, franzindo a testa, desentendido, logo falando:

- Me desculpe, senhorita, mas os lugares estão todos corretos. A baronesa e sua filha escolheram por conta própria os lugares, e pediram para que todos seguissem como o indicado.

- Tudo bem - disse desgostosa. Realmente, parecia que não tinha nenhum engano.

Procurou com o olhar Lucad, para que pudesse socorrê-la. Mas o viu bem distante de si, conversando animadamente com uma mulher, nem sequer a notando.

Parecia que seu amigo estava muito bem com sua companhia, e não deveria incomodá-lo. Lucas merecia ter um momento de divertimento.

Mas, isso queria dizer que tinha apenas duas opções. Dar as costas e ir embora, ignorando a todos, e, provavelmente, chamando a atenção dos convidados com sua falta de cortesia, virando alvo de fofocas, ou, se sentar e aceitar seu destino.

Aquela última opção era a pior, e se pudesse, queria evitá-la.

- Não vai se sentar? - o ouviu inquerindo divertido, bebericando de sua taça, nem se dignando a olhá-la.

- Farei o que bem entendo. Não preciso que me diga nada - retrucou afrontosa, pronta para começar a discutir.

- Não direi nada. Por mim, a senhorita pode ficar a noite inteira em pé como a imitar um poste, que não me importo - falou descontraído, a olhando ferino, com um leve puxar de lábios. Ele estava brincado consigo.

Querendo contradizê-lo, mesmo que a contragosto, acabou por se sentar, bufando raivosa. Sua noite tinha começado muito mal, e algo lhe dizia que só tendia a piorar.

Ficou por algum tempo a olhar a parede a sua frente, não vendo nada além de borrões. Não queria ver nada a sua volta e muito menos o ouvir falar. Cada sílaba proferida por seus lábios só a desanimavam ainda mais.

Logo, ouviu seu nome ser proferido por um rapaz que se aproximava apressadamente. Gruiu em profundo desânimo. Sua noite só estava tendendo a piorar. Era Douglas.

Ele logo se postou ao seu lado, pegando em sua mão e a beijando sem ao menos pedir sua permissão.

- Como a senhorita está bela. Percebo que a luz das velas lhe valoriza bastante.

Evitou revirar os olhos por pouco, ouvindo um leve sorriso ao seu lado, daquele desgraçado do Wallace que, com toda a certeza, estava os ouvindo.

- Que gentileza a do senhor - se obrigou a falar, tentando ser educada.

- Acabei de perceber que a senhorita se sentou. Estava a sua procura por horas. Não a vejo desde ontem à tarde, no jardim. Mas, quem pudera. A senhorita deveria estar tão cansada da viagem que deve ter ficado o dia inteiro no quarto a descansar.

- Sim...

Tentou falar, mas ele não permitiu, ainda tagarelando:

- Não pude deixar de notar que a senhorita se sentou bem longe de mim. Gostaria de se sentar ao meu lado?

- Acho que não será possível. Lugares marcados - se apressou a falar, feliz por ter uma bela desculpa.

- Mas, posso dar um jeito nisso. Meu irmão está ao meu lado. Tenho certeza que se falar algo, ele trocaria de lugar com a senhorita. Até porque, percebo que não está em muita boa companhia.

- Realmente. Ultimamente anda muito difícil encontrar alguém agradável - o Wallace retrucou seco, fingindo estar a falar para o nada, deixando o Srewarts sem graça.

- Bem, o que a senhorita me diz? - ele resolveu ignorar o outro, a olhando com intensidade.

Aquela era a primeira vez que ele lhe direcionava de fato a palavra, permitindo que falasse. Iria agarrar a oportunidade.

- Acho que seria deseducado de minha parte fazer tal desfeita a baronesa. Ela escolheu os lugares com muito carinho, eu não gostaria de desapontá-la.

- É claro, compreendo. Vocês mulheres sempre estão a pensar nessas coisas de organização, festas, etc. E acabam ficando muito sensíveis quando algo do que foi feito não transcorra de acordo com o planejado.

- Exatamente. Por isso, sinto muito, mas pretendo ficar aqui. Para não a desapontar. Mesmo assim, agradeço a gentileza - falou apressada, deixando claro que estava o dispensando.

Como aquele homem era irritante!

Ele logo compreendeu a evasiva. Mas, com toda certeza deveria ter levado para outro lado. Parecia que não conseguia perceber que estava tentando evitá-lo.

O que será que tinha acontecido para chamar sua atenção daquela maneira?

Era muito estranho.

Finalmente, o viu se afastando, suspirando em alívio por ter se livrado daquele estorvo.

Mas, para o seu azar, seu outro infortúnio ainda continuava parado ao seu lado, e, parecia que ele não pretendia se retirar para nenhum outro lugar.

- Que agradável. Vejo que melhorou bastante seu padrão de companhia.

- Sim, tem toda a razão.

- Não sabia que tinha ficado amiga do Stewarts.

- É porque tal assunto não lhe diz respeito - cortou rude, virando o rosto, para findar a conversa, no qual ele pareceu compreender, se calando.

Por fim, acabou olhando para seus talheres distribuídos a sua frente, vendo sua taça ser servida sem que ao menos tivesse pedido.

Deveria ser padrão dos empregados a servir todos, sem ao menos os inquerir o que desejavam. Não se importou, esticando a mão para pegar a taça. Estava com a boca seca, e um pouco de bebida ajudaria a acalmá-la. Mas, não conseguiu alcançar o objeto, percebendo que sua cadeira estava por demasiado afastado da mesa. E mesmo esticando os braços, não conseguia alcançar com precisão os talheres e o copo, sem que desmanchasse sua postura ereta.

Tentou arrastar a cadeira para mais perto, mas o objeto era de madeira pura e muito pesado, nem se quer conseguindo se mexer. Estava a interpretar um papel de idiota. E, para seu desespero, seu espectador não era dos melhores. Esperava que ele não tivesse notado tal constrangimento.

Resmungou, planejando se levantar para a aproximar um pouco, mas, antes mesmo de agir, sentiu seu corpo, juntamente com a cadeira, a ser impelido para a frente, a assustando.

O que teria acontecido?

Olhando apressada para o lado, reparou que tinha sido Colin que tinha a deslocado para mais perto, pois, ele ainda estava postado logo atrás de si, segurando no encosto da cadeira, a olhando com intensidade.

Isso a irritou, o lançando um olhar de reprovação.

- Não precisa agradecer - ele falou, voltando a se sentar ao seu lado, dobrando uma perna acima da outra, como se estivesse sentado no sofá de sua casa, não se importando com os bons modos. Como se ele tivesse algum.

Audrey apenas bufou, bebericando do copo, olhando em outra direção. Queria ignorar sua presença, mas, para seu desespero, logo percebeu que seria impossível, já que percebia de canto de olho, que ele estava a sorrir de forma zombeteira, por enquanto que se servia de uma bebida, tentando a provocar.

Tentou o ignorar por algumas vezes, mas logo a raiva acabou falando mais forte. O olhando com desaprovação, inqueriu:

- O que o senhor está fazendo aqui? Tenho certeza que não estava nesta casa até instantes atrás - queria ter certeza de que não tinha se enganado.

- Parece que a senhorita estava muito convicta de que não estava por aqui. Estava a me procurar? - disse displicente, a olhando em zombaria.

- Não seja ridículo. Se o fiz, foi apenas para ter certeza de que não teria o desprazer de encontrá-lo - disparou indelicada.

Não se importava. Não estava com paciência para tais brincadeiras.

Mas, para seu desgosto, ele apenas sorriu, balançando a cabeça, se servindo de mais um pouco de vinho.

- Vim a negócios. E, aproveitei para acompanhar minha prima - disse dando de ombros, olhando a sua volta sem muito interesse.

Admitia que era uma boa resposta. Mas, não o suficiente.

De qualquer forma, não queria mais conversar, assim, deixando o silêncio recair sobre ambos.

Mas, logo a paz foi quebrada, com Colib lhe direcionando a palavra:

- Não pude deixar de notar que a senhorita está muito afastada de suas amigas. Isso não a incomoda? - seu tom era sarcástico em uma nítida intenção de irritá-la.

- Não - falou seca, pronta para retrucar. Ela também sabia jogar. - E o senhor? Não se sente incomodado por estar sentado com os menos importantes, afastado do grupo principal?

Sabia que tal comentário o irritaria. O Wallace adorava exibir seu título para quem quisesse ou não ver, e, com toda a certeza, deveria estar irritado por ter sido colocado em um lugar tão afastado.

Mas, para sua surpresa, a reação que esperava era bem diferente do original. Pois, ele apenas se ateve a rir descontraído, balançando a cabeça em negativa, se servindo de um quitute, falando calmamente:

- A senhorita não deveria se intitular como uma pessoa desimportante.

Neste momento, não pôde evitar uma lembrança a surgir em sua memória, de quando eles ainda eram crianças. Ela se lembrava perfeitamente bem do ocorrido.

Estava na festa de aniversário de Chase, e todas as meninas estavam sentadas em uma mesa mais afastada do jardim, conversando alegremente. Ela, por outro lado, estava sentada na escadaria que dava acesso ao quintal, a observá-las. Ela tinha na época apenas dez anos. Era uma criança mirrada e sem nenhum atrativo. Nenhuma das matronas ficavam a bajulando, dizendo o quanto se tornaria bonita e teria inúmeros pretendentes.

Estava entediada, querendo ir embora, já que não tinha ninguém com quem brincar. Suas irmãs, apesar de serem mais novas, preferiam ficar sentadas a fingir que eram damas crescidas. Ela, por outro lado, detestava isso. Prefiria agir como um menino. Talvez, fosse por esse motivo que seu único amigo realmente fosse um menino.

Pareceu que o rapaz tinha ouvido seus pensamentos, pois, no mesmo instante que terminava de pensar nele, o viu surgindo a sua frente, com um sorriso travesso em seus lábios e o vento a balançar seus fios castanhos. Colin já não era mais uma criança, com seus 14 anos, mas ainda mantinha sua amizade com ela. E isso a agradava.

-Está muito apresentável neste vestido. - falou brincalhão, piscando descontraído.

Ele sabia muito bem que ela detestava aquela cor, e estava a brincar com ela. Ele a conhecia tão bem! Bem diferente de sua mãe, que ainda insistia em vesti-la com vestidos coloridos, como aquele amarelo que usava no momento.

-Pare com isso - fingiu o repreender, sentindo suas bochechas queimarem de vergonha, quando o viu se sentando ao seu lado na escada.

-Estou falando a verdade.

-É claro - ironizou o fazendo rir largamente.

-Por que está aqui sozinha ao invés de estar com suas amigas? - ele inqueriu sério, a olhando em expectativa.

-Não é nada. É que elas não são de fato minhas amigas. São amigas apenas de minhas irmãs. Por isso resolvi me afastar. Não tenho tanto intimidade com elas, e minha presença não faz diferença. Não sou nem um pouco interessante - falou amargurada, sentindo seu peito se apertar.

No fundo, sabia que queria que a aceitassem no grupo, como uma delas. Mas, sabia que nunca aconteceria. Não de fato.

-Para mim você é muito interessante - ele falou sério, a olhando com intensidade, parecendo repreendê-la pelo que tinha dito. - Não deveria se excluir dessa maneira. Isso faz parecer que você se intitula uma pessoa menos importante. O que não é verdade. Você é muito importante. Por isso, pare de se esconder. Não tenha medo de se enturmar com as meninas de sua idade. Você é muito bo... legal para ficar em um canto triste e sozinha! Vai lá. Tenho certeza de que elas serão muito amigáveis.

Sentiu seu coração se acelerar em um rompante com tais palavras. Ele tinha razão! Ela não era desimportante e muito menos desinteressante. Deveria mostrar a todos quem de fato era.

Balançou a cabeça perturbada. Piscando os olhos e percebendo que estava de volta a mesa de jantar, agora uma moça adulta e tão solitária quanto antes.

Aquela lembrança tinha sido muito vívida. E isso a assustava. Sabia que tinha se lembrado disso, devido à semelhança das palavras que o Wallace tinha proferido a ela. Mas, sabia que agora era diferente. Ele não era mais o mesmo. Tinha sofrido uma mudança drástica, e tais palavras agora soavam em seus ouvidos apenas como sarcasmo, brincadeira e zombaria. No fundo, ele não se importava. Pelo menos, não mais.

Resolveu deixar o assunto de lado.

Mas, era claro que ele tinha a resposta formulada em sua cabeça. Tudo o que fazia era na intenção de incomodá-la.

-Não foi isso o que disse. Não desvie do assunto - falou mal-humorada.

-Mas, é claro que foi exatamente isso o que disse, pois, a senhorita está sentada ao meu lado, no lugar mais afastado e menos importante de todo o salão. Palavras suas.

-Não deveria perder seu tempo a se preocupar comigo - disparou, ignorando o comentário anterior.

-Não me preocupo nem um pouco - ele se apressou a falar, dando um longo gole de sua bebida. - Só comentei o que tinha me parecido.

-Pois, se enganou. Não sou desimportante. Nunca serei. Por enquanto que conseguir ensinar uma só criança a ler e escrever, sempre serei importante - falou certa de suas palavras. Aquilo era verdade. Tinha o seu valor, e sabia muito bem onde usá-lo.

Ele nada disse, apenas a fitando por alguns segundos, logo desviando olhar.

-Não ligo para o lugar que ocupo em uma mesa. Para mim são todos iguais. E, não deveria culpar a baronesa por ter me colocado aqui, já que a senhora não estava a esperar por minha presença até meia hora atrás. Acabei a pegando de surpresa, e a obrigando a encontrar um lugar para mim, de última hora - falou simplesmente, voltando sua atenção para o prato que tinha sido servido naquele instante.

Nada disse, mas aquela resposta queria dizer que ele só tinha chegado naquele momento, e que ela não estava louca por não ter o visto durante o resto do dia e por toda a viagem.

E, talvez ele estivesse dizendo a verdade quando falou que tinha comparecido ao evento apenas com interesse nos negócios e aproveitado da situação para vigiar a prima.

É claro que seria isso. Até porque, qual outro motivo o faria se deslocar de sua casa, a tantos quilômetros dali, para comparecer em tal evento que nem ao menos o agradava? Com toda a certeza não era por ela. Tenten seria a última razão de o fazer sequer se levantar de uma cadeira. Tal ideia soava ridícula em sua cabeça.

Tanto melhor. Não suportaria a ideia de o ter por perto a infernizando. Já bastava o irmão de Temari que não parava de persegui-la desde o dia que chegaram. Estava tentando se esconder do mesmo, e se não fosse pelo encontro de mais cedo, teria tido cem por cento de sucesso. Mas, sabia que hora ou outra seria obrigada a interagir com o mesmo.

No final das contas, poderia ter sido bem pior. Poderia ter sido colocada ao lado daquele homem.

Nunca, em toda a sua vida, pensou que um dia ponderaria que seria melhor ficar ao lado do Hyuuga do que de outra pessoa. Aquilo, com toda a certeza, era uma grande surpresa.

♡♡

Personagem:

※Elizabeth Roberts※

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