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Capítulo 26

3800palavras

- Bom dia. A senhorita vai me acompanhar até o lago? - a voz rouca e masculina que, com desprazer ela já conhecia, soou ao seu ouvido.

Olhou de imediato para o lado, para que pudesse o ver com nitidez, já que seu chapéu impedia que o visse sem tal movimento. Constatando de que se tratava do tal Lancaster que tinha a insultado há alguns dias.

Ele a olhou um pouco surpreso, parecendo que não tinha a reconhecido até aquele exato momento.

Não o culpava. O chapéu realmente escondia boa parte do rosto, e apenas alguém que a olhasse de frente a reconheceria.

- Ah, condessa de Bourgeois? Que prazer revê-la - ele disse tranquilamente, sorrindo de forma amigável.

Fechou sua expressão de imediato, franzindo a testa em desagrado.

Nada disse e ele não esperou por uma resposta, segurando nas rédeas, fazendo os cavalos começarem a trotar.

Olhou de imediato para os lados, ainda na esperança de que alguém a ajudasse a descer. Mas parecia que o universo estava a conspirar para que seu dia fosse um pesadelo tirado dos infernos.

Bufou consternada, olhando para a paisagem a sua volta, satisfeita por, pelo menos, não conseguir vê-lo. Mas, sua presença era intensa e a incomodava.

O sentia a seu lado, a tocando de leve no ombro a cada movimento que fazia com os braços, ou do tecido da saia a ser esmagado por sua perna, já que o assento era apertado, os obrigando a ficar muito perto um do outro.

Tentou se afastar o máximo que conseguia, mas a distância que conseguiu abrir era ínfima, quase imperceptível.

Tentou aproveitar ao máximo a paisagem a sua volta, na tentativa de esquecê-lo. Mas, a cada metro que ultrapassavam, se tornava cada vez mais impossível de olhar para qualquer outro lugar que não fosse para seu companheiro.

Se viu pega hora ou outra a olhar pela borda da aba de seu chapéu, apenas para saber o que Ethan fazia. Mas a única coisa que conseguia discernir eram suas mãos a segurar nas rédeas, e o tecido de sua calça preta.

Como será que estava sua expressão naquele momento?

Se o flagrasse com um ar de zombaria ou escárnio, com toda a certeza o agrediria no mesmo instante.

Passados alguns minutos, escutou sua voz soar novamente, a fazendo tremer de raiva no mesmo instante. Não queria ouvi-lo, mas parecia que o outro não estava consciente de seus desejos.

- É realmente uma paisagem muito bonita. Sempre que venho aqui, gosto de ficar a passear pelos campos. É uma visão totalmente diferente de casa.

Apenas o ignorou olhando novamente a sua volta. Tinha que admitir, mesmo que apenas para si, que o lugar era encantador. A vista consistia em um campo repleto de gramíneas verdejantes e frondosas árvores com suas jovens folhas a balançar alegremente ao vento, espaçadas por todo o caminho. Bem a frente um morro subia alto com suas terras verdes, e o sol brilhava logo acima de si. A estrada de cascalho era serpenteada por uma cerca e alguns metros à frente conseguia ver ovelhas a caminhar tranquilamente.

Apenas resmungou, fingindo não ter ouvido. Fixando seu olhar nos animais que se aproximavam vagarosamente. Mas, parecia que o Lancaster não estava muito satisfeito com o silêncio, ou apenas estava disposto a irritá-la. Ainda não tinha se decidido qual dos dois era, mas logo descobriria.

- Bem, hoje o dia amanheceu particularmente agradável. A brisa é fresca e revigorante, e os raios solares a tocar na pele é aconchegante. Teremos muita sorte se o clima seguir assim pelo resto do final de semana - ele dizia tranquilamente, como se não estivesse a dizer para alguém em particular, estava mais a divagar.

Constatar tal fato só a irritava ainda mais.

Sua paciência não estava das melhores naquele instante, e não estava disposta a colocar seus ensinamentos a prova. Se algo não acontecesse para ajudar, com toda a certeza, até o fim daquele passeio, iria enfiar com nenhum pouco de delicadeza, o cabo de sua sombrinha na boca daquele degenerado.

- Eu realmente gosto daqui - completou sonhador, a tirando por completo todo o humor.

- Não me diga - ironizou debochada.

- Isso a incomoda? - a questionou.

Mesmo não conseguindo vê-lo, sabia que a encarava com intensidade, a obrigando a olhá-lo também.

Conseguiu ver seus olhos brilhando em expectativa, a espera de uma resposta. Ele parecia estar perdido, como se não entendesse algo. Isso só fomentou ainda mais sua raiva.

- Tudo o que diz respeito ao senhor, me incomoda - soltou áspera e nem um pouco cortês.

Ele apenas desviou olhar, balançando a cabeça e repuxando os lábios em descontentamento.

- Não precisa gostar de mim. Não estou aqui para agradar a todos. Apesar de tentar... - disse distante, sua voz mais grave do que o normal. - Mas, precisamos conversar sobre a contabilidade das rendas de suas propriedades. Precisamos marcar uma reunião para que eu possa ver todos os documentos referentes...

- Cale a boca - disparou rude, não se importando com a falta de educação. - Não quero mais ouvi-lo.

- Sinto muito se a incomodo tanto, mas estou tentando falar sobre negócios.

- Não me interessa sobre o que quer conversar comigo. Apenas fique quieto - falou alterada, não conseguindo mais se controlar.

Então, toda aquela enrolação sobre paisagem e clima era apenas uma maneira de tentar amansá-la, para conseguir chegar onde realmente queria. Aquilo foi o que mais a irritou. Tinha aturado até aquele momento toda aquele falatório, mas agora era impossível de suportar. Aquele homem apenas se dignava a se aproximar para conversarem sobre trabalho.

- Eu tento, juro que tento, mas não consigo. Tento ficar quieto e esquecer que a cada dia que passa estou sendo cobrado no trabalho para conseguir conversar com a senhorita.

- Pois, não me interessa. Já te disse que não iremos conversar. Então, fique quieto e me esqueça - esbravejava, se esquecendo por completo do caminho que percorriam, se virando por completo para que pudesse vê-lo no melhor ângulo possível e pudesse deixar bem claro com suas palavras e expressões que nada daquilo a agradava.

- Desculpe, mas quero que saiba que continuarei tentando até conseguir.

- Pois quero ver tentar. Vamos ver quem cederá primeiro.

- Isso é um jogo para a senhorita? Pois, saiba que quando entro em uma disputa, só saio depois de ganhar.

- Então, vamos ver quem vai vencer. Quero que saiba que quando começo algo, não paro até conseguir o que quero.

Ambos estavam totalmente centrados na briga, esquecendo por completo o caminho que percorriam, e, até mesmo, que estavam em um veículo a se locomover.

Tal distração foi fatal.

Sentiu um forte solavanco, como se os cavalos tivessem parado de imediato, voltando rapidamente para trás. Perdeu de imediato o equilibrio já que não segurava em nada.

Ao perceber o que tinha acontecido, já tinha perdido o contato sob seus pés, e um forte impacto sobre sua coxa e mãos, ao cair com um estrondo no cascalho cortante. Só teve tempo de perceber as rodas da charrete raspando em sua perna e rasgando todo o seu vestido, o arruinado no mesmo instante.

Estava desnorteada, não entendendo o que tinha acontecido. A dor, que já não era a das melhores, ficou ainda mais forte, a fazendo fechar os olhos na tentativa de evitar lágrimas a caírem por sua face. Olhou para suas mãos, as vendo raladas e sujas de terra. Não via, mas sabia que seu joelho direito deveria estar na mesma situação, já que o sentia arder.

Não demorou muito para uma sombra projetar acima de si, logo parando a sua frente, se abaixando ao seu lado.

- Você está bem? Se machucou? - ele perguntou exasperado.

O olhou, vendo uma expressão preocupada estampada na face. Não sabia dizer se era verdadeiro, mas não se importava.

Ele tentou ajudá-la, segurando em seu braço, mas o repeliu de imediato, gritando:

- Não me encoste!

Ethan parou no mesmo instante, se afastando assustado. Nãos sabendo o que fazer.

- Me deixe ajudá-la. Parece que se machucou. Sente dor em algum lugar? - ainda a questionava, a fazendo apenas olhar para os lados, se questionando como aquilo tinha acontecido.

- Não preciso de sua ajuda. Posso me ajudar por conta própria - disse, segurando no tecido arruinado, massageando o joelho dolorido. Era o que precisava. De mais lugares a doer. Só podia esperar que não tivesse quebrado nada.

- Suas mãos parecem machucadas. Me deixe olhá-las. Pode ter luxado o pulso - ele tentou se aproximar novamente, mas seu olhar de puro ódio e repulso o fez parar no mesmo lugar.

- O senhor é médico?

- Não - respondeu receoso.

- Então, não precisa me examinar - cuspiu raivosa.

- Sim, tem toda a razão. Mas, estou preocupado. Preciso saber se não está machucada. A queda não foi muito agradável. A roda podia ter passado sobre sua perna e isso seria desastroso.

- Mas não passou.

- Exatamente! Por pura sorte. Mas, ainda pode ter se machucado. Por favor, me deixe ajudá-la - a olhou dentro dos olhos com intensidade, gentil e sincero. Isso a desarmou de imediato. - Pelo menos me deixe ajudá-la a sair do meio da estrada. Ficar aqui pode ser perigoso. Tem uma árvore logo ali. Me deixe conduzi-la até lá, para que fique sob a sombra. O sol está muito quente.

O olhou com intensidade renovada. Todas as suas palavras pareciam muito verdadeiras e, ele realmente parecia estar disposto a ajudá-la no que fosse preciso.

Suspirou resignada. No final, sabia que precisaria de ajuda para se levantar e sair dali.

Mesmo a contragosto, balançou a cabeça em concordância. No mesmo instante, viu um largo sorriso brotar na face do moreno, feliz por poder fazer algo.

Pensou que a ajudaria ficar de pé, e se preparou para forçar seu corpo, mas, foi pega de surpresa ao senti-lo envolver todo o seu tronco e, sem nenhum esforço, a retirar do solo, a segurando em seus braços.

- O que está fazendo? - esbravejou no mesmo instante, começando a se remexer desgostosa por tal intimidade.

- Se acalme. Assim será muito mais fácil.

- Não mesmo. Posso ir muito bem andando - estava arisca, disposta a volta para o solo firme.

- Tenho certeza que sim. Mas, vamos poupar seu joelho. A vi o massageando. Não queremos que piore, antes que o médico veja e examine - disse sério, não estando disposto a desistir.

Bufou consternada, mas parou de se contorcer, aceitando a ajuda.

Sentiu de imediato o calor de seu corpo a envolver e o trabalhar dos músculos por baixo do tecido de alta alfaiataria. O que mais a incomodou foi o cheiro amadeirado e agradável que atingiu seu nariz em uma lufada, a fazendo perder o ar por alguns instantes, a deixando vermelha de vergonha.

Não demorou para que fosse sentada na grama logo abaixo de um grande carvalho, que produzia uma sombra profusa e refrescante, aliviando de imediato a tensão. Viu os cavalos e a charrete parados mais ao lado, tranquilos, como se nada tivesse acontecido.

Percebeu, pela primeira vez, que seus cabelos caiam de forma desgrenhada envolta de seu rosto, e seu chapéu tinha sumido como mágica. Nem sequer sabia onde ele tinha parado.

- O que aconteceu? - inqueriu por enquanto que mexia as mãos na tentativa de amenizar a ardência.

- Os cavalos se assustaram com uma cobra que....

- Cobra!? - falou assustada, tentando se levantar, com medo de que fosse atacada.

- Não se preocupe. Ela entrou no meio da pastagem e, neste instante já deve estar longe.

Mesmo assim, tal argumento não a tranquilizou em nada.

- O que está acontecendo aqui? - uma voz feminina se fez presente, a assustando.

Ethan também se sobressaltou, se levantando de imediato para saber de quem se tratava.

- Bom dia, senhorita Green - ele disse por fim, ficando mais tranquilo ao reconhecê-la.

Reparou que era uma moça que já tinha visto antes, e que também era uma convidada dos Roberts. Ela era morena de olhos na cor mel e sorriso fácil, vestindo uma saia longa marrom escuro, complementada por uma blusa branca gola alta, de tecido aparentemente fresco e confortável, mesmo possuindo mangas longas.

Constatar tal fato a deixou um pouco triste, pois Andreza nunca a deixaria usar roupas tão confortáveis para sair em público, pois aparentavam ser simples demais para uma condessa. Os cabelos da moça estavam presos em um coque desleixado a deixando extremamente adorável enquanto carregava um livro de capa azul a tira colo.

- Bom dia, senhor Lancaster. Condessa - ela cumprimentou a ambos, os olhando com interesse. - Aconteceu alguma coisa?

- Sim - disparou sem cerimônias. - Os cavalos se assustaram e acabei caindo.

- Exatamente. Estávamos conversando, e a senhorita Bourgeois estava bem exaltada e não estava se segurando como o devido. Quando os cavalos se assustaram, ela acabou perdendo o equilíbrio e caindo.

- É, mas isso só aconteceu exclusivamente porque o senhor estava a falar sobre absurdos, no qual eu não poderia deixar de contra argumentar, por isso acabei me distraindo. O senhor acabou causando a minha queda.

- Eu? - disse ultrajado, a olhando boquiaberto.

Ambos tentavam explicar o ocorrido, tentando jogar a culpa sobre o outro.

- Sim! Eu poderia ter morrido - falou mais para si mesma, ao se lembrar da queda, engolindo em seco, transtornada.

- Não exagere. Não foi tão feio assim o tombo.

- Não diga que estou exagerando. Eu sei muito bem do que estou falando. Sei que poderia ter morrido - sentia uma mistura de sentimentos. Raiva, medo, angústia. E, a lembrança do passado só fazia com que se sentisse pior.

- O que quer dizer com isso? - ele questionou curioso, a olhando com interesse renovado.

- Não quer dizer nada - falou nem um pouco disposta a contar sobre sua vida.

- Realmente foi muito perigoso, mas vejo que agora está tudo bem. Não precisam se preocupar. Tenho certeza que o senhor Moore irá examiná-la e tratá-la como o esperado - a garota falou, percebendo o clima tenso, tentando amenizar os ânimos alheios.

- Exatamente. Por isso, iremos voltar de imediato para a casa - Ethan disse certo, indo até à charrete para conduzir os animais para mais perto.

- Não. Pretendo ficar aqui mais um pouco - falou ao sentir um vento agradável chacoalhar suas madeixas, a tranquilizando um pouco.

Por hora, não queria chegar perto dos cavalos. Preferia ficar a esperar um pouco, até que o medo passasse.

- Não podemos ficar por muito mais tempo por aqui. Vejo algumas nuvens formando mais ao sul, e talvez chova. Não podemos arriscar.

- Acredito que podemos esperar por meia hora. Não irá chover até bem mais tarde - a moça falou em seu socorro, parecendo compreender seus desejos e sentimentos.

Sentiu um pouco de empatia pela mesma.

- Ficar aqui parado, no meio da estrada, não é uma boa ideia. Podem aparecer estranhos.

- Tenho certeza que podemos lidar com eles, se tal infortúnio acontecer. O que, acredito que não irá. São estradas ermas. Ninguém, além dos moradores da fazenda, passa por aqui - a garota continuou a falar, ainda disposta a ajudá-la a ficar.

- Não vou conseguir nada por aqui, não é mesmo? - ele questionou, desistindo de contra argumentar, andando mais para o lado e pegando seu chapéu.

Se surpreendeu ao vê-lo. Tinha pensado que havia o perdido, mas se enganara. Logo, viu o moreno se aproximando, depositando o acessório em sua cabeça, de forma displicente, como se sempre colocasse chapéus em sua cabeça, e aquele fosse mais um dia comum em sua vida.

Se afastou para trás ultrajada, o olhando com raiva, sentindo suas bochechas queimarem de vergonha, ainda mais ao vê-lo sorrindo, sem um pingo de malícia em seu olhar. Como se fossem apenas irmãos, e ele estava apenas preocupado com seu bem-estar.

Isso a fez engolir o xingamento. E, o fato de ainda estar amedrontada com o acidente, acabou a refreando. Mas, sabia que apenas estava sensível e se deixando levar pelas aparências, pois sabia muito bem que Ethan Lancaster não era uma boa pessoa, e nunca seria.

Logo começaram a escutar uma trotar de cavalo mais ao longe, chamando atenção de todos para a estrada, para ver quem se aproximava.

- Eu não disse? - Ethan falou para a morena, que apenas deu de ombros, muito mais curiosa para saber quem era do que com medo de algo.

Não demorou muito para um cavaleiro invadir seu campo de visão, montado em um cavalo marrom. Ele parou no mesmo instante, analisando a cena que se desenrolava a sua frente.

- Senhor Ethan Lancaster? - ele inqueriu não muito certo, se dirigindo unicamente ao único homem do trio.

- Sim? - falou desconfiado, não entendendo o que estava acontecendo.

- O barão me enviou à sua procura, para que pudesse entregar esta carta. Ela acabou de chegar, está endereçado ao senhor e o selo indica que deveria ser entregue com urgência - o recém-chegado tratou de explicar, logo entregando uma carta amarelada para o moreno, que a pegou de imediato, intrigado.

Sem delongas, quebrou o selo, lendo rapidamente seu conteúdo, com sua testa franzida em preocupação.

- É do escritório. Estão requisitando minha presença de imediato. Parece que terei que voltar para casa mais rápido do que imaginava - anunciou após terminar de ler.

- Mas que notícia agradável! - disse sem conseguir controlar a língua, satisfeita por saber que não o veria pelo resto da semana.

- Acredito que deve ser mesmo. Mas, não preciso ter muita pressa - a olhou com intensidade. - De qualquer forma, sei que preciso responder à correspondência quanto antes, para saberem que recebi a mensagem. Preciso voltar.

- A vontade - falou balançando a mão, querendo que fosse embora o quanto antes.

- Vamos, irei ajudá-la a subir na charrete para que possamos voltar.

- Não, já disse que irei ficar.

- Mas, preciso ir agora.

- Não se preocupe, Ethan. Ficarei com a condessa, e quando desejarmos voltar, a ajudarei - a morena interveio mais uma vez a seu favor.

- Tem certeza?

- Sim. Apenas deixe a charrete, que depois daremos um jeito. Além do mais, tenho certeza que tudo não passou de um susto, e que a senhorita está muito bem. Não é mesmo? - a inqueriu, no qual Haydeé se prontificou de imediato a concordar. Ficando satisfeita ao perceber que ele tinha cedido.

- Tudo bem. Voltarei com o mensageiro. Mas, por favor, não demorem a voltar. Não me deixem mais preocupado do que já estou - terminou de falar, se virando e subindo no cavalo junto com o outro homem, logo saindo rumo a casa.

Ficou os olhando se afastar, até sumirem de vista, e não sobrar mais nenhum vestígio de sua presença, por enquanto que estava a pensar o que significava o último comentário proferido pelo rapaz.

Suspirou, desistindo de pensar, retirando o chapéu da cabeça e começando a ajeitar os fios soltos o melhor que podia.

- Quer ajuda? - ouviu a moça oferecer, encostando no tronco da árvore ao seu lado.

- Não precisa - disse, desistindo da arrumação, bufando em frustração.

- Que pena que o vestido estragou. Ele é bem bonito.

- Não me importo.

- Eu sei que não. Mas, acredito que deve ter sido bem caro.

- Por que acha isso? - inqueriu curiosa, olhando para cima em sua direção.

- Bem, a senhorita é uma condessa, e o seu nome precede suas riquezas.

- Não é tudo isso que diz. Além do mais, como sabe que sou condessa?

- Todo mundo sabe quem a senhorita é. Cidade pequena, o assunto corre mais rápido que o vento - falou dando de ombros. - Posso? - inqueriu, apontando para o chão ao seu lado, logo se sentando, ficando ombro a ombro consigo.

- Gostaria de ser conhecida por outro nome, que não fosse apenas condessa.

- Bem. Se a senhorita permitir, posso chamá-la de senhorita Bourgeois.

- Apenas me chame de Haydeé - disparou, nem um pouco feliz pelo pronunciamento do sobrenome. - E, como se chama? Tenho certeza que Green deve ser o sobrenome. Pois, se for o contrário, é um nome muito exótico.

- Tem toda razão - ela riu divertida. - Meu nome de batismo é Audrey.

- Muito prazer, Audrey. E o que te trouxe até esse meio do nada? Não deveria estar junto com os outros jovens? - perguntou curiosa.

- Sim, mas logo acabei me perdendo, submersa ao pensar na vida, e quando dei por mim, estava a andar sozinha por esses campos. Confesso que me senti bem mais feliz quando percebi o que tinha acontecido - falou piscando um dos olhos em confabulação.

Sorriu minimamente, sabendo muito bem o que estava dizendo. Teria feito a mesma coisa se estivesse em seu lugar.

- Está andando com um livro? Gosta de ler, Audrey? - disse de forma pretensiosa.

- Sim, Haydeé - devolveu no mesmo tom pretensioso, a fazendo sorrir por dentro.

Realmente tinha gostado dela.

- E, o que está a ler neste exato momento?

- A Odisseia, de Homero.

- Acredito que deve ter coisas melhores para se ler - falou debochada.

- Já leu?

- Ter uma biblioteca com mais de mil exemplare trazidos de todo o mundo me dá tais oportunidades.

- Mil livros? - a morena inqueriu surpresa e encantada.

- Estou chutando por alto - segredou sorridente. - E, sim. Já li A Odisseia.

- E o que achou?

- Não quero estragar sua experiência. Mas, acredito que irá gostar.

- Mesmo? Mas, me disse que poderia ler coisa melhor - falou perdida, a olhando com intensidade.

- Só estava querendo a testar.

- Compreendo.

Ambas ficaram em silêncio por mais algum tempo, apenas a saborear a paisagem a sua voltar e sentir a brisa a beijar sua face. Mas, logo escutou Audrey voltar a falar:

- Percebi que a senhorita estava discutindo com o senhor Lancaster - falou como se nada quisesse.

- Huhun... - murmurou desgostosa por se lembrar dele.

- Por qual motivo?

A olhou, prestes a falar que não lhe interessava, já que era uma completa desconhecida e não tinha nada a ver com sua vida. Mas, acabou mudando de ideia. A garota tinha se disposto a ficar do seu lado sem nem ao menos conhecê-la. O mínimo que podia fazer era ser educada.

- Ele estava a falar de negócios e isso acabou me irritando.

- Entendo. Sei o que está falando. Ontem mesmo, um rapaz chamado Douglas, me chamou para darmos um passeio pelos jardins da mansão, e não falava de outra coisa que não fosse sobre negócios. Fiquei bastante desgostosa, ainda mais por insinuar que eu, por ser uma mulher, não entendia nada - despejou, parecendo ansiosa por contar a alguém sobre seus infortúnios.

- Esse homem é um idiota. Conheço algumas mulheres que o colocam de quatro em dois tempos - falou com desagrado do comentário. Não conhecia esse homem, mas já o detestava, e tal comentário só fez com que se simpatizasse ainda mais com a moça sentada ao seu lado. - E, tenho certeza que a senhorita deve ser uma delas. Não é todo mundo que tem cabeça para ler esse tipo de literatura.

- Obrigada. O pior que agora virei alvo deste homem, e tenho que ficar a me esconder a cada instante - disse desanimada, revirando os olhos em tédio.

- Da próxima vez que ele se aproximar, o questione sobre o livro. Tenho certeza que se afastará rapidamente. Mas, se isso não funcionar, permito que me chame. Adoraria trocar umas palavras com esse rapaz. Apesar de ter quase certeza que acabarei traumatizando o coitado - falou maliciosa, logo começando a rir, sendo acompanhada da jovem.

Aquela conversa estava sendo muito agradável. Gostou de imediato de Audrey, a fazendo se esquecer do incidente.

Não se importava de dispensar mais algumas horas a conversar com a mesma. Parecia, que no final das contas, aquele passeio tinha servido para alguma coisa. Andreza tinha razão, ela realmente podia fazer alguma amizade.

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