→ Capítulo 5
O dia estava amanhecendo, e com o tempo nublado, Jeonghye resolveu voltar a dormir. Seu celular começou a tocar de repente e ela apenas o silenciou, afinal o despertador estava longe de tocar.
Mas, o aparelho tocou de novo.
A mulher suspirou, frustrada, e o pegou, atendendo a pessoa que estava a ligar.
— Alô? — Disse, com a voz carregada de preguiça
— Senhorita Yang! Olá, aqui é o Huening Kai. — Disse o rapaz no telefone. — Desculpe por...
— Huening Kai... São seis da manhã... — Resmungou ela, esfregando os olhos.
— Desculpe mesmo por isso.Mas, acho que encontrei mais uma pista a respeito do meu passado. — A Yang rapidamente sentou-se na cama, ouvindo atenta tudo que o Kamal dizia.
— Como assim? — Perguntou a mulher, levantando-se da cama.
— Encontrei uma foto perdida em um álbum em que uma garota está comigo.la tem uma carteirinha com o nome, mas só consegui ler a primeira e a última sílaba. — Explicou Kai, respirando fundo. — Yang e Hye, com certeza.
— Você tem certeza disso, Kamal? — Perguntou a detetive.
— Não tem há um jeito de confirmar, a não ser que tenha mais alguém que nos conhecesse na infância. — Naquele momento, ambos
tiveram a mesma ideia.
— Passo na sua casa em alguns minutos, vá se arrumar. — Disse a Yang.
— Sim, senhora, até logo! — Ele respondeu, desligando a ligação. Jeonghye deu um sorriso fraco e entrou no banheiro, se preparando para o novo dia.
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Kai encarava a paisagem através da janela, sentado no sofá da sala à espera de Jeonghye. Estava absorto em seus pensamentos, acerca o acidente da sua família, o possível reencontro com sua amiga de infância, a culpa que o próprio carregava por se sentir um fardo.
Tudo o que desejava era relaxar, parar de pensar um pouco, mas não conseguia, não com a ansiedade atacando-lhe daquele jeito.
E novamente as lágrimas vieram. Aproveitando que, até então, estava sozinho, O Kamal deixou o choro fluir, cerrando o punho, a tencionar aplacar sua dor na parede a frente, mas se conteve. Não queria chamar a atenção de algum funcionário com tal ato.
O Huening então foi tirado de seus devaneios pelo som da buzina de um carro. Ao olhar pela vidraça da janela, viu o carro de Jeonghye lhe esperando em frente à casa. O rapaz respirou fundo e passou as mãos no rosto, logo forçando um sorriso e saindo da residência, entrando no veículo da detetive, em seguida.
— Bom dia, senhorita Yang. — Disse tímido.
— Bom dia, Kamal. — Respondeu ela. Kai tirou algo de dentro do bolso do moletom verde que usava, logo entregando a foto à mulher, que a olhou atentamente. — Espere... Eu conheço esse uniforme.
— Pelo que entendi, este provavelmente é o uniforme do lugar onde eu estudava, quando criança.— Informou o Huening.
— O Jardim de Infância Jungmin Nam... Eu lembro de como eram os uniformes. — Jeonghye bateu a mão na própria testa. — Okay, o destino só pode estar nos pregando uma peça. — O outro olhou para baixo, pensativo
— Acho que devíamos ir até lá para confirmar. — Comentou o rapaz, recebendo um olhar indecifrável da mulher. — Talvez, você se lembre.
— Hum, de certa forma, você 'tá certo. — A Yang, de repente, sentiu o celular vibrar em seu bolso, dando um pequeno sorriso ao ver as notificações. — Pode esperar só um momento, por favor? — Pediu, e o Kamal assentiu em consentimento.
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Seokmin ☁️
Tudo bem? Gostei de te conhecer ontem à noite ^^
[Entregue às 6:50]
Quer voltar aqui pra tomar outro chocolate quente de privada? Talvez eu tire um tempinho rs
[Entregue às 6:50]
Me
Oi! Pode ser, só não agora, estou trabalhando
[Entregue às 6:51]
Esse caso tá me estressando muito
[Entregue às 6:51]
Seokmin ☁️
Poxa, tudo bem. Bom trabalho! Não esqueça de dar uma pausa, ficar rodando por Seul deve ser bem cansativo
[Entregue às 6:52]
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Por algum motivo, ver Jeonghye toda sorridente ao ler uma mensagem em seu celular deixou Kai levemente incomodado, embora se sentisse ainda mais culpado por saber que não tinha tal direito.
Por outro lado, a Yang encarava a tela do celular com uma sobrancelha arqueada, desconfiada.
Como Seokmin sabia que ela estava rodando por seu dia todo? Nunca havia comentado com ele qual era a sua função no caso.
A detetive deu partida no carro, tentando se convencer de que aquilo não passava de um palpite. Nada além.
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Sungchan olhava atentamente para todos os cantos daquele parque gigantesco, o Seoul Children's Grand Park que era, de fato, enorme. Se não fosse pelo mapa que tinha em mãos, estaria perdido entre todas aquelas atrações e, para piorar aquela situação desastrosa, o bosque das cerejeiras não aparecia no mapa, o que dificultava ainda mais sua tarefa.
O Jung continuou percorrendo a área até finalmente encontrar uma parte cheia das árvores róseas. No entanto, ao correu até o tal local, que estava praticamente vazio, notou um homem mais baixo, aéreo, olhando para os lados como se procurasse algo.
— Senhor! — O policial correu até o outro, que o encarou com certa confusão, mas assim que o Jung tirou seu distintivo da bolsa, entendeu tudo. — Sou o oficial Jung Sungchan, não recomendo que fique aqui, uma criança. . .
— Uma menina desapareceu aqui, eu sei disso. — Sungchan não concluiu sua fala, pois o desconhecido lhe interrompera com impaciência. O outro o encarou desconfiado. Com certeza, tal informação ainda não havia sido noticiada. — Eu sou o pai dela.
— Ah... — O mais alto coçou a nuca enquanto o detetive continuava seu dizer — Sinto muito, mas não pode ficar aqui, ninguém sabe o porquê e nem como a Osaki Byunmin desapareceu e...
— Eu sei, senhor, mas não há faixa de isolamento por aqui nem nada do tipo, portanto, tenho total liberdade de andar por este local. — Argumentou o outro, e o Jung suspirou, frustrado.
— Olha, entendo que está preocupado, mas precisamos da sua colaboração. Deixe os profissionais fazerem o seu trabalho. — Naquele momento, Shotaro o encarou com indignação.
— O quê? Não estudei anos a fio para ouvir isso. Sou um detetive devidamente formado! — Respondeu o Osaki, irritando-se ao notar a expressão confusa de Sungchan. — Vai ficar me olhando com essa cara, é?
— Não precisa falar com tanta grosseria! Estou apenas tentando ajudá-lo; esse caso nem ao menos pertence à minha equipe, estou investigando sozinho, por conta própria! — Respondeu o Jung. Shotaro então suspirou.
— Não fale do que não sabe. Sequer me conhece ou sabe qualquer coisa sobre mim! — Disse o estrangeiro,com a voz carregada de revolta, logo voltando a caminhar, em uma tentativa de conter suas lágrimas e o estresse.
Sungchan, por outro lado, sentiu o coração apertar. Apesar de o suposto detetive ter sido bem rude consigo, conseguia imaginar como estava a mente daquele pobre pai.
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Após meia hora na estrada, Jeonghye enfim estacionou o carro em frente ao grande edifício branco, com janelas coloridas quase aleatórias, deixando o lugar com um ar ainda mais infantil.
A Yang saiu do carro, acompanhada de Kai, que encarava o tal prédio com uma expressão indecifrável.
— Nossa, que nostalgia voltar aqui depois de tantos anos. — Comentou a mulher, enquanto olhava para o rapaz, com um sorriso tímido nos lábios. — Lembrou-se de algo?
— Acho... Acho que sim! — De repente, como em uma corrente de águas fluidas, as recordações antigas do Huening irromperam finalmente. — Eu lembrei daquele dia...
" Crianças corriam animadamente pelo parquinho, brincando uns com os outros, vigiados pela mulher de cabelos escuros,sorridente enquanto observava seus alunos.
Kai estava escondido detrás de uma árvore, observando à distância uma menina de fios curtos, que brincava com as amigas.
O Kamal soltou um suspiro, encarando o pequeno papel que tinha em mãos, voltando a olhar para a garota que capturara sua atenção.
— Você consegue, você consegue. — Falou, em um incentivo para si mesmo, iniciando a caminhada até a colega, tentando ignorar as batidas de seu coração."
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— Espere, pode descrever esse lugar? — Perguntou a detetive, Kai deu de ombros.
— Parecia... Aquela aldeia. — O rapaz fez um bico, tentando lembrar-se. — Hanok de...
— Aldeia Hanok de Bukchon? — Perguntou a mulher, recebendo um aceno de confirmação do mais novo.
Jeonghye piscou então, surpresa.
Ela lembrava.
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"— Hyehye, espera a gente aqui? — Disse uma das meninas que brincavam com a Yang.
— Tá bom! — Disse ela, e as duas meninas se retiraram, correndo pelo parque ao deixá-la sozinha.
Alguns minutos depois, Kai respirou fundo e caminhou até a amiga, logo cutucando seu ombro, fazendo-a virar-se para encará-lo.
— Oi, Kai! — Jeonghye levantou-se, abraçando o Kamal em seguida. — Tudo bem? — Perguntou, com um sorriso meigo no rosto.
— T-Tudo, e com você? — Perguntou ele, tímido.
— 'Estou bem também! — Só então, a Yang reparou no envelope nas mãos do menino. — Que fofinho! De quem é? — Kai suspirou e entregou-lhe o envelope, correndo logo em seguida, enquanto a mais velha o encarava com uma expressão confusa.
A menina abriu o pequeno invólucro, retirando de lá um papelzinho, cheio de desenhos de borboletas coloridas e uma florzinha vermelha, em que se podia ler: "Você é minha heroína".
Jeonghye sentiu as bochechas esquentarem e olhou para os lados, sem sinal do Huening. Logo, olhou novamente para a mensagem e sorriu.
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Jeonghye e Kai encararam-se, incrédulos.
— Precisamos voltar lá. — Disse a Yang, e Kai assentiu em concordância
Aquele seria, de fato, um longo dia.
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