13| Only if you say yes
Karin estava sentada sobre as coxas de Jungwon e contava a ele a outra parte da história dela. A parte que ele não conhecia.
— Eu não me mudei pra cá atoa... Eu morei muitos anos no Brasil com meus pais. Pra ser sincera, não era muito legal lá. Não por quê era o Brasil, eu simplesmente amo aquele país, amo o meu estado e adoro o povo de lá... Mas os meus pais não se davam bem. A minha mãe sempre foi muito fechada e meu pai era sociável de mais. Eles eram os extremos um do outro.
Jungwon não tirava os olhos dela.
— Eu sempre fui uma criança agitada. Fazia bagunça, fugia de casa e arrumava confusão... E ser assim não ajudava muito a situação dos meus pais. Chegou um tempo em que minha mãe estava de saco cheio do meu pai e começou a culpar ele por eu ser "rebelde". Meu pai nunca me achou rebelde, ele dizia que eu só era uma criança feliz. — Ela riu de leve ao lembrar daquilo, mas aos poucos o sorriso foi sumindo. — Minha mãe era enjoada com tudo e eles viviam brigando. Então veio o divórcio e eu fiquei com a minha mãe. Meu pai sempre vinha me visitar, mas minha mãe não deixava eu ir pro Brasil com ele, ela dizia que ele era má influência pra mim. — Karin suspira. — Ela fala isso até hoje.
— Mas ela podia fazer isso?
— Meu pai não queria arrumar confusão com ela, então só aceitava. Mas ele sempre vinha me ver. Tipo, sempre. Em todas as férias da escola ele fazia um esforço enorme pra conseguir viajar. Eu achava uma injustiça, mas era melhor do que ficar sem ver ele... Com o tempo as visitas foram parando e começaram a ficar cada vez mais raras... Até que parou.
— O quê aconteceu com seu pai?
— Ele se casou de novo. Agora ele tem outra família. Eu fico feliz por ele, sabe? Ele encontrou alguém que o ama e que o aceitou da maneira que ele é. E se ele está feliz assim, eu não me importo.
Jungwon acariciou as mãos da garota.
— E a sua mãe?
— Depois que meu pai se casou a minha mãe piorou. Ela nunca admitiu que ainda gostava dele, mas aquilo não importava, afinal foi ela que decidiu se separar. Ela afastou meu pai por que achava que eles eram incompatíveis ou seja lá qual for o motivo. Mas esse não foi o pior dos acontecimentos...
— Como assim?
— Depois que eu saí do ensino médio eu entrei na faculdade. Minha mãe queria que eu fizesse algo importante e me destacasse. Eu comecei a cursar Direito e por um tempo eu fui o orgulho da minha mãe... — Aquilo era uma surpresa e tanto.
— Eu nunca imaginaria que você tivesse ido cursar Direito.
— Eu também não. — Jungwon franze o rosto. — Eu entrei na faculdade por causa da minha mãe. Ela sempre reclamava tanto que decidi fazer algo por ela.
— Mas... Mas era o seu futuro em risco.
— Eu queria que ela se orgulhasse de mim. — Ela tentou se explicar, mas murcha novamente. — Só que eu não consegui levar aquilo a diante. Eu empurrei dois anos com a barriga, minhas notas não eram ruins, mas eu estava tão, tão, tão infeliz. Eu tinha entrado na minha vida adulta sem fazer o que eu gostava, mas a minha mãe não se importava com isso. Ela só sabia se gabar que a filha iria se tornar uma advogada de sucesso para as amigas. Então, quando eu finalizei o quarto período eu decidi sair da faculdade. Eu só fui e fiz, avisei pra ela depois e você não imagina o problema que deu. Eu não sabia que iria causar uma confusão tão grande... Ela ficou furiosa, só sabia dizer que eu tinha envergonhado ela e que eu tinha decepcionado ela... Que eu sempre a decepcionei por quê era idêntica ao meu pai.
Jungwon a abraçou chocado com tudo o que tinha ouvido.
— Que tipo de mãe é essa? — Ele resmungou, revoltado.
— Eu saí de casa depois disso, juntei todo meu dinheiro e comecei a pagar o aluguel desse apartamento. Quando eu comecei a trabalhar naquele Café e conheci uma garota chamada Yejin, decidimos fazer uma parceria, já que ela também precisava de um lugar pra ficar. Desde então dividimos a conta de tudo.
Karin se afasta do peito de Jungwon. O coração do mais novo estava apertado.
— Você foi tão forte por ter suportado tudo isso...
— Não acho que fui forte. Tudo isso acabou me tornando uma pessoa meio fingida. Fiquei muito tempo mentindo, fingindo não me importar com nada.
— Muitas pessoas no seu lugar não teriam forças pra seguir em frente sozinhas, nem mesmo fingindo.
Karin abre um sorriso fraco.
— Mas no final das contas, o quê você queria fazer?
— Promete que não vai rir?
— Tem minha palavra.
— Eu sempre sonhei em ser escritora.
As sobrancelhas de Jungwon se levantaram.
— É, é estranho...
— Não, não é. Eu só... me surpreendi. Achei que a escrita fosse um hobby.
— Eu escrevia para me aliviar. Nunca consegui dizer o que sentia então transformava meus sentimentos em textos. Mas com o tempo eu fui percebendo que eu realmente gostava de escrever. De criar mundos do zero, de narrar histórias comoventes com críticas sociais e muito romance. Eu... — Ela desvia o olhar, corando um pouco. — Nunca pensei em escrever coisas no estilo de Querido CEO... Peço desculpas mais uma vez.
— Tá tudo bem, isso é passado... Mas estou curioso em saber como era a versão original.
— Quer ler?
— Eu posso?
Karin pega o celular e abre o wattpad. No meio dos rascunhos das histórias, ela abre o rascunho original daquela fanfic.
"O CEO que me amava" era uma pequena história onde uma secretária tinha conquistado o coração de seu chefe. Ninguém era a favor daquele romance pois a secretária não era vista pelos outros como alguém ideal, por ter uma aparência que não fazia parte do padrão de beleza coreano. Mas o chefe dela amava cada detalhe de seu corpo e da sua personalidade. Para o CEO ela era a mulher mais bela do mundo.
Havia uma cena de romance, mas não era explícita. Tudo o que aconteceu entre os protagonistas foi narrado com doçura e de uma forma apaixonante.
— Você realmente leva jeito pra isso. — Jungwon deu um sorriso tão sincero quando terminou de ler aquela história. — Eu compraria todos os seus livros.
— Seremos fãs um do outro então. — Ela brinca.
— Já contatou uma editora?
— Não... Eu tinha vergonha de fazer isso. Não sabia se meus manuscritos eram bons o suficiente.
— Tenho certeza que são perfeitos. Assim como você.
Ela abre um largo sorriso. Jungwon não consegue tirar o olhar dele, e então se inclina novamente, voltando a beijá-la. As mãos dele alcançaram os cabelos da Shin e ele passeia seus dedos pelos cachos. Ele dá um suspiro seguido de um gemido baixo. Ele adorava aquilo tudo. Adorava como seus corpos estavam tão próximos, adorava o jeito que ela estava sentada sobre ele e como ela deixava que ele pegasse em seu cabelo.
Ele amava seus lábios, a língua, o cheiro do corpo dela.
E Karin amava ter ele ali, todo para ela.
— Oh... — Ele se separou dela de repente, parecendo ter se lembrado de algo importante. — Eu tenho algo pra você.
Ele enfia uma das mãos no bolso procurando algo até que enfim ele encontra. Karin encara a caixinha de veludo com o coração disparado, tanto pela supresa quanto pelo fato de Jungwon ter tirado seu fôlego enquanto a beijava.
— Isso aqui é mais do que seu presente de aniversário. — Ele abre a caixinha revelando um anel brilhante com um diamante azul. — Você é tudo o que eu sempre sonhei, Karin. Eu a amo, e esse anel simboliza o compromisso que eu quero ter com você. Se você me aceitar... Eu juro lutar com tudo o que eu tenho para proteger você. Para proteger a nós dois. Eu não tenho medo do que está por vir. Fãs vem e vão, mas o meu amor por você... Esse será eterno. Então... Shin Karin, ou Carolina... — Ele riu em meio às palavras. — Quer namorar comigo?
Karin abre um largo sorriso emocionado, dizendo sim várias vezes dando vários beijos em seu rosto.
— Eu estou orgulhoso da mulher que você se tornou, meu amor.
— E eu sou a pessoa mais feliz desse mundo por te ter ao meu lado.
Se uma música pudesse resumisse aquele momento, com certeza seria Garota de Ipanema.
Ah, se ela soubesse que quando ela passa,
o mundo inteirinho se enche de graça
e fica mais lindo por causa do amor...
Por causa do amor.
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