05| Carolina, Carol bela
Jungwon e Karin retornaram poucas horas depois. E depois de tomarem um banho para se refrescarem — apesar do tempo frio eles andaram o suficiente para voltarem para casa cansados e suados — Eles se encontraram na cozinha.
— Sabe cozinhar? — Karin pergunta se apoiando na pia. Jungwon deu um sorriso envergonhado.
— Saber assim... sabeeeer...
— Então você não sabe. — Ela o interrompe.
— Você é meio...
— Atirada? — O interrompe novamente. — Eu sei, sou famosa por isso.
Jungwon não consegue dizer nada além de dar uma risada, completamente surpreso. Quanto mais ficava ao lado dela, mais a personalidade da jovem o surpreendia.
— Para sua felicidade saiba que eu sou uma cozinheira de mão cheia. Quando este programa acabar você vai voltar deixar o Jay no chinelo.
— Sério? Sou todo ouvidos então.
Karin o ensina algumas coisas enquanto fazia o jantar, ele ouvia tudo com bastante atenção. Ela sabia explicar bem e no final a comida estava simplesmente deliciosa.
Na manhã seguinte Jungwon teve uma surpresa, mas no caso, ele mesmo se surpreendeu. Normalmente ele acordava extremamente cedo todos os dias, mas naquela manhã ele simplesmente perdeu o horário.
O despertador que antes tocava as seis, não tocou, e o Yang acordou as oito horas. Ele ficou sentado em sua cama fitando o nada por alguns minutos tentando entender como conseguiu fazer aquilo.
Apesar de ter acordado mais tarde que o normal, ele não se sentia totalmente descansado, mas ele já estava acostumado com isto. Não havia nada que ele fizesse que o permitia dormir bem. Então ele apenas se levanta e segue para o banheiro do quarto, indo se preparar para mais um dia.
Quando chegou na cozinha a primeira coisa que se deparou foi com o cheiro do café recém passado.
— Você está...
— Desculpe, eu sou acostumada a comer cedo então já preparei o café da manhã. — Karin comenta. A luz do dia que entrava pela janela a deixava ainda mais radiante.
— Eu...quero ajudar.
— Eu sei, por isso a louça é toooooda sua. — Apontou sorridente para as louças sujas na pia e ao ver a cara que Jungwon fez ao observar a situação dela, Karin deu uma gargalhada.
Ela tinha uma risada esquisita.
Karin não se preocupava em se conter e parecer mais delicada diante de Jungwon, e ele gostava disso, pois já estava enjoado de se deparar com as mesmas personalidades em todas as garotas que conhecia.
— Eu gostaria de ouvir mais coisas sobre você. — Ele fala enquanto tomavam café juntos.
— Ok. Eu trabalho em um Pet-Café. Sabe o que é?
— Sei, mas nunca fui em um, apesar de ter interesse em conhecer. É bom lá?
— Eu gosto bastante. É um pouco cansativo, mas que trabalho que não é cansativo, não é? — Jungwon concorda.
— E aí? — Ele a encorajou a continuar falando. — Você disse que gostava de dançar... Tem um artista favorito?
— Tenho, vários inclusive.
Ele balançou a cabeça, mostrando que havia entendido, sem olhar nos olhos dela.
Karin colocou os cotovelos sobre a mesa e apoiou a cabeça nas mãos.
— Porquê pergunta? Você é ciumento?
— Que nada. — Ele força um sorriso.
— Hmm... Então não vai fazer diferença eu dizer que você é o meu favorito no grupo, imagino.
Os olhos dele estavam nela mais uma vez.
— Ganhei pontos?
— Com certeza, Karin. — Ele responde. — Karin... — Ele parece pensar um pouco. — Você é chamada assim no Brasil?
— Não. A família do meu pai não conseguiria acertar a entonação do meu nome de jeito nenhum.
— Como é seu nome lá?
— Era para ser "Karem", já que parece com "Karin". Mas meu pai não quis por que eu não tinha cara de Karem pra ele. Então meu nome virou Carol.
— Carol?
— É... Bom, na verdade é Carolina, mas ninguém nesse mundo me chama de Carolina, então virou só Carol.
— Carolina Shin?
— Difícil, não é?
— Um pouco. Seu pai te chama só de Carol?
— As vezes... — Ela dá um sorriso fraco com o olhar ao longe. Jungwon estranha aquela expressão em seu rosto. Ela abaixa o olhar e muda de assunto. — Falei de mais não foi?
— Não, eu gosto de te ouvir falando.
— Você é um fofo, sabia? Mas não me dê tanta abertura, eu falo muito, vou encher sua cabeça.
— Tem quatro anos que convivo com o Sunoo e o Jake, eu sei bem como é ficar junto de pessoas falantes.
[...]
Mais tarde uma pequena equipe de filmagem chegou e instalou algumas câmeras. Eles iriam começar fazendo o almoço juntos, aquele era o segundo episódio a ser gravado.
— O que a gente vai fazer? — Jungwon perguntou abrindo os armários, eles não faziam ideia do que fazer para comer.
— Tô afim de comer macarronada. — Karin resmunga.
— A Bolonhesa? Isso é uma das coisas que eu sei fazer.
— Sério? — Karin cruzou os braços e levantou as sobrancelhas.
— Claro.
— Ok... Vou deixar os ingredientes picados pra você.
Aparentemente tudo corria bem, sem dedos cortados da parte de Jungwon desta vez — Jay certamente ficaria orgulhoso de vez o avanço culinário do amigo. Mas o mais importante na culinária não é o progresso, e sim o resultado final.
Durante o curto momento em que Jungwon ficou encarando a receita em seu telefone, a cozinha começou a encher de uma fumaça provinda do fogão.
Sentindo o cheiro forte Karin se vira para trás.
— Yang Jungwon! — Ela grita e ele se vira na direção onde ela apontava, e ele corre para desligar.
— O molho... Virou carvão.
— A panela também. — Ele a encara envergonhado e ela dá um sorriso fraco e coloca a mão em seu ombro. — Tá tudo bem, a gente faz outro... Em outra panela.
— Acha que essa panela...?
— Acho que não.
Eles pareciam estar em sintonia, conversando mentalmente e se entendendo com facilidade.
— O que a gente faz? — Ele pergunta baixinho. — A gente joga fora?
— Não acho que uma panela cheia de carvão tenha alguma serventia no momento. No Brasil minha avó sempre tinha os contatos dela pra quando as panelas empreteavam de queimado, mas aqui... — Ela pensou. — Vamos deixar ela aposentada um pouquinho, depois a gente decide o que faz. O macarrão tava em outra vasilha então... Vamos tentar de novo.
— Certo...
— Melhor trocarmos de lugar agora, só por segurança.
Quando a comida ficou pronta eles se serviram e se sentaram. Jungwon ficou olhando para Karin, um pedido silencioso para que ela experimentasse a comida primeiro.
Ela entendeu o pedido e deu uma garfada.
— E então?
— Muito bom.
— Desculpa, o que você disse mais cedo estava certo sobre eu não saber cozinhar.
— Quem nunca queimou uma panela? — Ela comenta. — Essas coisas acontecem.
— Da próxima vez eu vou fazer sozinho, e vou ficar mais atento.
— Não precisa ficar assim, pedindo desculpas como se eu fosse sua mãe. Olha, você não estragou o fogão, isso já é um avanço.
— É um pouco constrangedor mesmo assim.
— Não tem como ser bom em tudo Jungwon. É até melhor assim, que graça teria? Agora coma, macarrão frio perde o charme.
Ele riu, e a obedeceu.
— Sim senhora.
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