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G L O S S Á R I O

Jajangmyun: macarrão com pasta de feijão de soja preto, legumes e carne.

Jeotgarak: equivale ao hashi japonês. São aqueles palitinhos que se usa para comer.

Lámen: o lámen citado no capítulo é o macarrão (miojo) instantâneo.

Omo: expressão usada para demonstrar surpresa.

Oppa: forma mais íntima de uma garota se referir a um rapaz mais velho. Pode ser usado entre amigos, irmãos e namorados.


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O SOL COMEÇAVA A SE POR quando Ji Won retirou a tampa da panela para conferir o sabor do lámen. Não que cozinhar macarrão instantâneo envolvesse algum mistério, mas ela fizera questão de incrementá-lo com ovos, legumes picados e um toque de pimenta. Enfiou a colher na boca, sentiu a língua pinicar e riu sozinha, inundada por uma sensação de nostalgia. Provar comidas ardidas nunca mais seria a mesma coisa depois do We Got Married. Pelo menos, agora, ninguém estava tentando envenenar ninguém.

Ji Won serviu uma cumbuca de porcelana e usou o pano de prato para carregar a vasilha fumegante até o quarto. Planejava alimentar seu marido postiço, que havia dormido – ou fingido dormir – quase o dia inteiro, imóvel como se ele e o colchão tivessem se fundido num só. E, como já dizia a sábia Hae Sook, nada como uma refeição quente e cheia de carinho para aplacar a tristeza no peito.

Chegando ao segundo andar, as cortinas da suíte ainda estavam fechadas, mas Mino finalmente havia saído da posição horizontal. Estava sentado com as costas apoiadas contra a cabeceira, encarando a tela preta da televisão sem praticamente piscar. Então ele franziu o nariz e começou a fungar, o aroma da comida guiando seus olhos para a cumbuca nas mãos de Ji Won.

— Fiz lámen! — Ela anunciou, sentando-se na beirada da cama.

— Não estou com fome. — Mino respondeu no automático, sua voz desprovida de emoção.

— Mas o Dong Man me disse que a última vez que você comeu foi no café da manhã, e agora são quase seis horas da tarde.

Ele encarou o macarrão com desconfiança e balançou a cabeça.

— Já disse, não estou com fome. — Cruzou os braços, dando o assunto por encerrado.

— Tão teimoso. — Ji Won resmungou baixinho, ainda sorrindo. — Prove só um pouco, oppa, tá gostoso. — Enrolou a massa no jeotgarak e encheu a boca, fazendo um barulhinho de satisfação para enfatizar seu ponto. — Muito bom, viu?

Mino nem se moveu.

— Não, obrigado.

— Yah, quer parar de ser cabeça dura? — Ela pôs a vasilha sobre o criado mudo, perdendo a paciência. O caldo acabou espirrando para fora e atingiu sua mão. Então ela gemeu de dor, fazendo uma careta ao notar a mancha que surgia em sua pele.

Foi o gatilho que faltava para fazer Mino se mover. Ele a segurou pelo pulso e a levou para o banheiro da suíte sem vacilar. Abriu a torneira, enfiou a mão dela debaixo da água corrente e acendeu a luz para verificar a gravidade da queimadura. Na escuridão do quarto, ele pelo menos conseguia disfarçar os olhos  inchados, contudo, ali, ele não tinha essa opção.

Ji Won o espiou de soslaio, como quem não quer nada, e mordiscou o lábio inferior. Não era o momento para ter pensamentos romanticos, mas saber que Mino, embora abatido, ainda encontrava forças para se preocupar com ela, fazia seu coração flutuar.

— Eu tenho pomada em algum lugar, só não lembro onde. — Ele comentou, levemente rouco. — Vou procurar. — Saiu do banheiro sem esperar uma resposta.

E, minutos depois, Ji Won estava sentada no colchão do quarto enquanto Mino, ao seu lado, aplicava o remédio com a precisão de um médico neurocirurgião. Ele estava tão concentrado naquela simples tarefa que Ji Won não aguentou e começou a rir.

— Tá tudo bem, oppa. Eu vou sobreviver. — Assegurou. — Eu estou preocupada é com v...v-você. — Perdeu a concentração quando Mino soprou sobre a camada de pomada em sua pele. Era uma sensação quente e refrescante ao mesmo tempo. Mas o calor em suas bochechas, obviamente, não tinha conexão alguma com o machucado.

— O que você disse? — Mino enfim ergueu o rosto.

— Disse que... hum.... — Ela limpou a garganta. —Você quer... conversar a respeito do que aconteceu?

Ele negou. Soaria tão patético confessar que sua principal motivação para ingressar no meio artístico fora mostrar para a mãe, independente de onde ela estivesse, que ele havia crescido bem, que sabia se virar sozinho e que ela poderia voltar para busca-lo, porque ele não mais seria um peso em sua vida.

É claro que, com o passar do tempo, Mino realmente tomou gosto pela profissão e descobriu um talento que sequer imaginou que possuía. O dom de brilhar em frente às câmeras, de arrancar suspiros e fazer uma nação inteira chorar com ele numa mísera cena. Foi assim que o desejo de reencontar a mãe ficou em segundo plano, ofuscado pelo glamour de sua nova realidade. E ele estava conformado. Feliz até.

Então por que ela tinha que reaparecer?

— Mino. — Ji Won segurou o rosto dele entre as mãos. Partia seu coração vê-lo tão endurecido, estóico, parecendo se esforçar para suportar o peso do mundo sozinho. — Fale comigo, por favor.

E talvez por culpa da voz doce de Ji Won, do calor do toque de suas mãos e de seus olhos ternos e preocupados, o apelo funcionou, pois Mino se viu admitindo a verdade terrível que o atormentava.

— Ela fingiu que não me conhecia, Wonie. — Engoliu em seco. — Até o final, minha mãe fingiu que não sabia quem eu era.

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Nunca é aconselhável tomar decisões de cabeça quente, porém Ji Won não dava a mínima. Afundou o pé no acelerador do carro esportivo de Mino e fez os ponteiros do velocímetro enlouquecerem. Ao avistar seu alvo prestes a sair da garagem, ela girou o volante e freiou, cercando a passagem do outro veículo de luxo.

— O foi isso?! — Lee Hae Jun desceu do carro, olhando assustado para Ji Won, que vinha a todo vapor em sua direção. — Você está bloqueando o trânsito da rua! — Notou o aglomerado de pedestres curiosos que se formava para assistir a confusão. — E as pessoas estão olhando.

— Por que você fez isso?! — Ela bateu as duas mãos no capô do carro do ex-namorado.

— Fiz o que, Wonie? Pelo amor de Deus, estamos em frente à sede da minha empresa! — Segurou a cabeça, enfiando os dedos entre os fios castanhos.

— Por que armou para que o Mino reencontrasse aquela mulher?

— Tire o carro do meio da rua e vamos conversar no meu escritório, está bem? — Hae Jun pediu, tentando soar calmo.

— Se o seu problema é comigo, por que teve que colocar ele no meio?! — Ela o ignorou, subindo o volume da voz. — Nunca imaginei que você fosse capaz de algo tão baixo, oppa.

Hae Jun riu sem humor.

— Você acha que eu fiz isso por sua causa? — Perguntou. — É claro que eu fiquei com raiva quando soube que aquele cara te arrastou para essa confusão, Wonie. Você não merece ser tratada dessa forma, não merece os comentários maldosos que estão fazendo a seu respeito. — Deu um passo adiante, ficando mais próximo. — Te ver tão exposta e vulnerável me faz querer te proteger. Porque é assim que nós reagimos quando amamos alguém. — Liberou um suspiro trêmulo. — Mas não foi por isso que fiz os dois se encontrarem.

— Então por quê? Você conhecia o caráter daquela mulher, você mesmo me disse que ela não se importa com ninguém além dela mesma. Justamente por isso eu decidi não me intrometer mais no assunto. — Ji Won abraçou o próprio corpo na defensiva. — O Mino não devia ter descoberto dessa forma, oppa. Você ao menos tem ideia do estado em que ele está?

— E você? Será que tem ideia de como minha mãe ficou ao descobrir que meu pai estava de caso com uma funcionária? — Hae Jun rebateu.

Após a visita de Ji Won algumas semanas antes, inventando que precisava se encontrar com Ga Hee porque ela era parente de um amigo seu, não foi difícil para que Hae Jun ligasse os pontos. E o herdeiro do grupo Lee certamente tinha seus meios para acessar ao registro familiar da ex-amante do pai.

— A mãe do Mino machucou a minha da pior forma possível, Wonie. Eu só queria ver como uma mulher sem coração se comporta ao se deparar com o filho que abandonou.

Ji Won afundou o rosto entre as mãos e respirou fundo, absorvendo devagar as palavras de Hae Jun. Não adiantava negar, tinha sido sua culpa também. Devia ter sido mais cuidadosa. Porque, se não fosse por sua curiosidade, Mino não estaria passando por um momento tão difícil.

O som cortante das buzinas a fez voltar para a realidade. Seu carro estava obstruindo a via e, enquanto os pedestres tinham parado para acompanhar – e filmar – a discussão, os motoristas estavam impacientes, xingando para que liberassem logo a passagem. Na pior das hipóteses, poderiam chamar a polícia.

Contudo, antes de ir embora, ela ainda apontou para o ex-namorado e deu seu aviso:

— Fique longe mim. — Disse com firmeza. — E, principalmente, fique longe do Mino.

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— Até que enfim você voltou. — Dong Man interceptou Ji Won no hall de entrada do apartamento. Com os cabelos desgrenhados e suor escorrendo pela testa, ele era a epítome do desespero.

— Mas eu demorei menos de uma hora. — Ela riu, retirando os sapatos e calçando as pantufas.

— Ele está totalmente fora de controle. — O assessor cochichou à medida que os dois caminhavam rumo à sala. — E eu não estaria aqui ainda se não tivesse um assunto urgente para tratar com você.

— Comigo? — Ji Won franziu a testa, tentando imaginar o que de tão importante Dong Man teria para contar, mas acabou distraindo-se com a figura de Mino, sentado sobre o tapete enquanto devorava o quarto prato de jajangmyun. Ele usou a língua para lamber a pasta de feijão preto grudada nos lábios e continuou mastigando com ferocidade. — Yah, o que houve com você?!

Mino desviou os olhos intensos do prato e piscou, como se só então percebesse a presença da esposa no recinto.

— Senti fome. — Respondeu, inexpressivo.

— Mas eu fiz lámen e você recusou.

Ele piscou de novo e tornou a comer, negando-se a alongar a conversa. Devia ter engolido o macarrão mais rápido, assim já teria terminado quando ela chegasse no apartamento.

— Yah, você tá desprezando minhas habilidades culinárias, oppa?! — Ji Won arregalou os olhos, compreendendo a situação. — Omo, que homem ingrato. — Soltou o ar pela boca. — Em pensar que eu me dei ao trabalho de te defend- —Foi interrompida por um cutucão no ombro. — Quê? Que foi?! — Virou-se para Dong Man.

Impaciente, o assessor ignorou a grosseria e indicou a cozinha, gesticulando para que ela o seguisse sem dar muito na cara. Uma vez longe dos olhos e ouvidos de Mino, ele pôs-se a falar, colocando fim ao mistério. E Ji Won escutou tudo calada, surpresa demais para emitir qualquer som. A narrativa toda era digna de um melodrama coreano de maior categoria.

— Espera. — Ela ergueu a mão. — Você está dizendo que os remédios ilegais que encontraram no carro do Mino são, na verdade, da Eun Byul?

Ji Won se lembrava vagamente dessa história. Nunca deu muita importância para o mundo das celebridades, mas sabia que se tratava do primeiro escândalo que atingiu a carreira de seu marido postiço, escândalo esse que os jornais e tabloides fizeram questão de noticiar por semanas.

A versão oficial era de que a polícia abordou o carro de Mino por excesso de velocidade e, durante a vistoria, descobriram dois frascos de Adderall no chão do banco do passageiro. Era um remédio de importação proibida na Coreia do Sul por possuir anfetamina em sua composição e gerar alto risco de dependência. Somando isso ao fato de que Mino sequer tinha prescrição médica indicando o uso do medicamento, rumores de que ele era viciado em drogas surgiram por todos os lados.

— É a minha suspeita. — O assessor assentiu. — Mas o Mino se recusa a falar do assunto. Acho que, no fundo, ele sempre desconfiou que os comprimidos pertencessem a ela.

— Não entendo o motivo pra você me contar isso. — Respondeu Ji Won, sentindo uma pontada de ciúme. Se o que Dong Man disse era verdade, significava que Mino vinha protegendo Byul esse tempo todo.

— Contei porque você tem a chance de descobrir a verdade. — O assessor esclareceu. — Fui atrás da Eun Byul hoje. E quando bati no apartamento dela, quem atendeu foi o seu irmão.

Foi como se o mundo tivesse virado do avesso e nada mais fizesse sentido. Que Jin estava desaparecido, já não era segredo, mas que ele estava abrigado na casa da ex-namorada do Mino, era tão absurdo que Ji Won teve vontade de rir.

Quando Dong Man não a acompanhou na risada, ela entendeu que não era uma piada.

— Posso saber o que vocês tanto cochicham? — A cabeça de Mino brotou entre os dois.

— Yah! — Ji Won deu um gritinho, pondo a mão sobre o peito. Então crispou os olhos para o marido ingrato e cruzou os braços. — Vendo que você está melhor, acho que já posso ir para casa. — Anunciou, marchando em direção à sala.

Deu cinco passos e foi obrigada a parar. Mino a abraçou por trás.

— Não, Wonie. Você prometeu que ia ficar.

— Mas eu não posso passar a noite. — Ela murmurou, de repente corando com as possibilidades impróprias que passaram por sua mente. Chacoalhou a cabeça para ver se recuperava o bom senso. — O Dong Man pode fazer esse favor, não pode? — Desvencilhou-se dos braços de Mino e procurou pelo assessor, porém só teve tempo de ver a sombra dele passando como uma flecha rumo à saída. Três segundo depois, ouviu o ruído da porta batendo.

— Acho que ele foi embora. — Mino concluiu. Então encarou Ji Won com uma expressão desamparada, aguardando seu veredito. E como ela demorou a responder, ele coçou o pescoço e reconheceu a derrota. — Eu estava brincando, Wonie. Vou ficar bem. Apenas reencontrei minha mãe depois de dezesseis anos. Não é como se fosse o fim do mundo. — Abriu um sorriso frouxo.

E o que ela podia fazer numa situação dessas? Desde que se lembrava, não era feita de pedra. Por isso, ao abrir a boca, sabia que suas próximas palavras soariam como loucura, mas uma loucura que seu coração estava disposto cometer. E talvez fosse exatamente disso que Mino precisasse. De uma mudança de ares.

— Faça as malas, oppa. — Pôs a mão no ombro dele. — Porque nós vamos para a minha casa.

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Oii, gente. Pra quem não sabe, o escândalo do Adderall realmente aconteceu com uma celebridade coreana chamada Park Bom, do grupo 2N1E, e tomei a liberdade de usá-lo para o Mino.

Ah, e obrigada pelas 40 mil visualizações, queridos! Essa escritora aqui está muito feliz com os comentários e votos de vocês. Beijos e até a próxima <333

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