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Adivinhem onde eu estou neste exato momento? Numa lan house a mais de 1000 km longe de casa. hahahahah Isso é que eu faço pra conseguir postar pra vocês <3  Quantas estrelinhas esse capítulo merece? 


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G L O S S Á R I O


Abeoji: pai

Aish: expressão usada para demonstrar descontentamento.

Chingu: amigo.

Eomeoni: mãe.

Gopchang: intestinos de vaca ou porco grelhados. A proteína gorda é muitas vezes acompanhada com shots de soju.

KBS2: emissora de televisão coreana.

Omo: expressão usada para demonstrar surpresa.

Oppa: forma mais íntima de uma garota se referir a um rapaz mais velho. Pode ser usado entre amigos, irmãos e namorados.

Ottoke: "O que fazer?" "E agora?"

Yobo: jeito de chamar o marido.



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SENTADA CONFORTAVELMENTE numa cadeira enquanto os maquiadores do reality show retocavam seu blush, Ji Won amargava a decisão de ter confiado em Mino para resolver o dilema do casamento.

Quando aquele pervertido afirmou que cuidaria de tudo, ela acreditou. Supôs que ele recorreria à assessoria jurídica a Big Shot Entretenimento para, de alguma forma, anular o registro. Afinal, os dois nunca tiveram a intenção de se unirem num matrimônio de verdade. Era tudo encenação para o programa, não passava de um enorme mal entendido. Contudo, ali estava ela, prestes a gravar mais um episódio para o We Got Married. Maquiada, bem vestida e... casada.

Ji Won fechou as mãos em punho e respirou fundo, contando até dez para não voar no pescoço de seu marido imprestável, que ria despreocupadamente do outro lado do camarim. Ela crispou os olhos na direção dele com tanta intensidade que, se dependesse somente da força do pensamento, Mino já teria virado pó.

O que mesmo que o presidente da agência dissera? Ah, sim. Que precisavam agir com cautela para que a notícia não vazasse para a mídia. Nem mesmo funcionários públicos eram confiáveis quando se tratava de fofocas, especialmente quando existiam pessoas dispostas a pagar uma grana alta por esse tipo de informação. Além do mais, Mino estava no meio de uma negociação para assumir o papel de protagonista numa novela importante. Qualquer escândalo deveria ser evitado até que o contrato fosse assinado e as filmagens começassem.

Mas e ela? Será que a opinião dela não contava?! Parecia que ninguém lembrava que o assunto também afetava sua vida. A insensibilidade desses sujeitinhos da indústria de entretenimento era mesmo absurda. Ji Won estava de língua e mãos atadas. Uma refém inocente de um carcereiro pervertido. Um destino incerto e sombrio.

— Vamos, vamos. — Uma funcionária do staff a apressou. — Temos que começar.

Ji Won olhou ao redor, notando que era a única pessoa restando no camarim. Calçou os saltos e seguiu a mulher pelo corredor. Estavam no complexo de estúdios da KBS2 e, naquela tarde em específico, ocorreriam as filmagens das cenas do último capítulo da novela de Mino.

O produtor Kim concluiu que seria interessante um episódio em que Ji Won visitasse o marido postiço e o felicitasse por mais um trabalho concluído com sucesso. Uma forma singela de demonstrar a cumplicidade existente entre casais. Em outras palavras, uma grande bobagem. Como se ela quisesse mesmo apoiá-lo. Nem em mil anos ele mereceria tanta bondade de sua parte.

— Silêncio no estúdio. — Alguém gritou e todos obedeceram, muito sérios e comprometidos. Com os microfones e câmeras devidamente posicionados, as filmagens tiveram início.

Mino mudou de postura num piscar de olhos, exibindo uma expressão profissional. Caminhou até a outra protagonista e a abraçou carinhosamente enquanto ela se debulhava em lágrimas de mentira. Ele acariciou os cabelos dela e consolou-a com frases decoradas, tudo de um jeito bem realista e convincente.

Aquele falso.

Ji Won bufou e decidiu mudar o foco de sua atenção para Chae Ra, a atriz. Até que ela era bonita. Provavelmente as pálpebras duplas, assim como o nariz afilado, não fossem de verdade, e sim produtos das mãos de algum cirurgião famoso, mas quem era ela pra julgar. Moravam numa nação livre e os cidadãos podiam torrar dinheiro como bem entendessem.

O real problema estava na proximidade do rosto daqueles dois, Mino e a atriz. Um clima romântico se instaurou no estúdio e Ji Won engoliu em seco, encontrando dificuldade para controlar o próprio pé, que batucava o piso sem parar. A inquietação cresceu quando a Chae Ra pôs os braços ao redor do pescoço de Mino e começou a fechar os olhos lentamente, aguardando o grande momento.

Momento esse que não realizou, porque a língua de Ji Won criou vida própria antes que ela pudesse refreá-la.

— Yah! — Seu gritinho ecoou pelos quatro cantos do estúdio, reverberando nas paredes e atingindo os ouvidos de Mino com um tiro certeiro.

Então, muitos pares de olhos questionadores recaíram sobre ela, curiosos com o motivo da interrupção. Para piorar, as câmeras do reality show também registravam tudo, cada pequeno e mortificante detalhe. Ji Won arregalou os olhos, sem entender de onde aquele grito tinha saído. Talvez das profundezas de sua alma selvagem, como diria seu marido pervertido.

Mas que culpa ela tinha? Tecnicamente falando, Mino era seu esposo segundo as leis da nação. Estava tudo muito recente, muito novo. Seu cérebro ainda não conseguia processar que aquele quase beijo não passava de encenação para a novela. Não era traição, era? Mas se não, de onde vinha aquela sensação de desconforto?

— Algum problema? — Indagou o diretor.

— Nenhum. He-he. — Ji Won sorriu amarelo. — Podem continuar. — Gesticulou com movimentos robóticos.

E eles continuaram. Mino abraçando a garota. A garota colocando aquelas mãos atrevidas atrás da nuca dele, seus olhos se fechando devagar, as bocas entreabertas, a expectativa do encontro de lábios e... uma crise de soluços.

Ji Won cobriu a boca, envergonhada. Mino, não aguentando manter a pose séria, começou a rir dela e fez com que as filmagens fossem interrompidas pela segunda vez no dia. Dong Man, por outro lado, tentando amenizar a irritação do diretor, fez uma rápida reverência para pedir desculpa e correu em busca de um copo d'água.

Passados os risos, novamente fez-se silêncio absoluto para que a gravação continuasse. E era uma questão de milímetros até que o tão aguardado beijo se concretizasse, apenas mais um pouquinho e... um forte estrondo retumbou no estúdio.

— Yah, que porcaria foi essa agora?! — O diretor berrou no megafone ao ver Ji Won esparramada no chão.

Ela tinha se aproximado para assistir a cena de perto e terminou tropeçando nos cabos. Ao tentar se segurar em algo, puxou o refletor de luz consigo. E como se já não estivesse ruim o suficiente, o diretor começou a fazer escândalo, ordenando que a levassem imediatamente para fora do set de filmagem. Então a coisa toda saiu de controle, com direito a palavrões, dedos apontados e funcionários do reality show discutindo calorosamente com os da emissora de televisão.

Humilhada e ainda sofrendo com soluços, Ji Won saiu de fininho e buscou refúgio do camarim, afinal uma pessoa deve saber o momento de se retirar. Ela afundou-se no sofá de couro e apoiou a cabeça entre as mãos, procurando compreender por que estava se comportando de modo tão estranho. Só podia ser o estresse, tentou se convencer. Definitivamente o estresse.


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A grande dificuldade em ficar bravo com alguém que você ama é que, por mais que você tente se manter indiferente, seu coração acaba te traindo no final. Como quando Lisa passou a fingir almoçar só para, depois, jogar a comida intocada no lixo. Ou quando ela começou a evitar as amigas e a fugir da escola para ficar zanzando sem rumo pela cidade.

Não que Yoon Gi quisesse se preocupar — ou segui-la —, contudo o sentimento era mais forte do que ele, feito um hábito enraizado no subconsciente. Por isso, naquela tarde após a aula, quando Lisa foi encurralada num beco por umas garotas de outro colégio, ele soube que precisava intervir antes que a coisa ficasse feia.

Acelerou a moto e forçou sua entrada no meio da roda de meninas que implicavam com a ruiva. Retirou o capacete e lançou um olhar enviesado para cada uma delas, um aviso implícito para que sumissem dali. E funcionou. Yoon Gi conseguia ser bastante intimidante quando queria.

— Qual é o seu problema?! — Ele questionou.

Lisa, que encarava fixamente a calçada suja, apenas deu de ombros.

— Por que deixou essas garotas de baterem?! Desde quando você aceita calada sem revidar?! — Ele esfregou o rosto, liberando um grunhido frustrado.

— Não é da sua conta.

— Aish, Lisa! Se você é uma gangster, então aja como tal! Ou será que o excesso de tinta laranja afetou seu cérebro?! Vamos, vou te levar pra casa. — Franziu o nariz, notando as latas de lixo acumuladas nos cantos do beco. — Esse lugar fede. — Segurou o pulso de Lisa com delicadeza, mas ela se encolheu de dor. — Yah, tá machucada?

— Não. — Ela tentou se soltar, contudo Yoon Gi não permitiu. Ele subiu a manga da blusa dela e descobriu manchas roxas em sua pele.

— Aquelas meninas fizeram isso com você? — Cerrou a mandíbula, sentindo o sangue borbulhar de raiva. — Me diz. Foram elas?

— E por que isso importa? Você não tem motivo pra se preocupar, Suga. Nós nem somos amigos. — Lisa puxou o braço, aborrecida. — Vá cuidar da sua vida. Ah, não, espera. Você já tem feito isso. Matando aula cada dia com uma garota diferente.

— Por acaso você tá vendo alguma garota aqui comigo além de você?

— Não, e já adianto que não serei mais uma conquista na sua lista. Estou muito bem, obrigada. — Girou sobre os calcanhares, determinada a ir embora.

— Claro que está. Finalmente conseguiu uma chance com aquele seu vizinho. — Yoon Gi a segurou pela mochila, puxando-a de volta. — Por isso, pare de fazer essa cara lamentável perto de mim, me dá nos nervos.

— Meu vizinho? — Lisa juntou as sobrancelhas.

— Eu vi vocês naquele dia, lembra? — Ele subiu na moto. — Você sabe disso.

— Suga, você entend-

— Sobe. — Jogou o capacete extra para ela e indicou a garupa.

Lisa tornou a abrir a boca para esclarecer o mal entendido, mas acabou mudando de ideia. Então Yoon Gi achava que ela e Jin estavam namorando. Essa era a razão de seu comportamento arisco ultimamente. Contudo, a forma dele lidar com a situação era evita-la feito doença, trata-la com desprezo e sair com um monte de garotas. Quanta maturidade.

— Sobe logo. — Ele insistiu, todo autoritário.

E ela poderia tê-lo ignorado, dado as costas e partido. Poderia ter jogado umas boas verdades em sua cara. Poderia ter feito inúmeras e variadas coisas para confrontá-lo e magoá-lo também, porém limitou-se revirar os olhos e a sentar-se na tal garupa.

Passou os braços ao redor da cintura de Yoon Gi e apoiou a bochecha em suas costas, aumentando o aperto à medida que a moto acelerava. Nada em sua vida vinha fazendo muito sentido ultimamente. E, de um modo estranho, estar perto dele acalmava seu coração angustiado, mesmo que só um pouquinho.


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Vinte e solitários minutos depois, alguém entrou no recinto e se sentou ao lado de Ji Won. Ela não precisou nem olhar para descobrir quem era, pois Mino, a origem dos males em sua vida, estava usando o perfume de sempre. Céus, ela até sabia identificar o cheiro dele.

— Você causou uma confusão e tanta lá dentro. Três interrupções em menos de quinze minutos, estou impressionado. — Mino esticou o braço e o apoiou, casualmente, no encosto do sofá atrás de Ji Won. Diante do silêncio dela, ele prosseguiu. — Nunca achei que você fosse reagir de forma tão... interessante. Quero dizer, era só uma simples cena de beijo. — Inclinou-se para perto. — Se não te conhecesse, arriscaria dizer que você estava com ciúme.

— Ciúme de você?! — Ji Won ergueu a cabeça, finalmente se dando ao trabalho de encará-lo. — Tá com febre? — Riu desdenhosa, pondo a mão na testa dele para reforçar seu argumento. Acabou se distraindo com a textura macia de seu cabelo. Porém, ao notar o olhar fixo de Mino, percebeu o deslize e recolheu a mão no mesmo instante.

— Eu te entendo, Wonie. — Foi a vez de Mino tocá-la, roçando o polegar em sua bochecha. — A primeira e única vez que nos beijamos foi há muito tempo. Você deve achar muito injusto ver outra mulher tão perto do seu marido.

— Yah, você não é meu marido de verdade. — Ela rebateu, seu coração dando cambalhotas dentro do peito. — Aliás, você parece muito à vontade com esse mal entendido. — Abanou o rosto, tentando localizar o controle do ar condicionado para diminuir a temperatura.

— Não é minha culpa. — Ele suspirou, afastando-se dela. — Não posso contrariar minha agência. — Estremeceu, sentindo uma onda de calafrios. Foi complicado escapar ileso da ira do presidente.

Mino havia ficado tão enfurecido com a injustiça da situação. Afinal, ele não fizera nada de errado. Não podia se responsabilizar por um infortúnio, por algo que fugira completamente de seu controle. Foram necessários alguns dias trancado em seu apartamento e isolado do mundo até que ele conseguisse, enfim, se acalmar e analisar os fatos com racionalidade. Caso contrário, acabaria sucumbindo a uma crise nervosa.

— Eles têm o direito de controlar sua vida desse jeito? — Ji Won quis saber, assustada com o poder que as grandes agências de entretenimento ostentavam.

— Nós assinamos um contrato.

— Um contrato profissional. Não é como se você tivesse vendido sua alma.

— As coisas funcionam de forma diferente nesse ramo. — Mino coçou o pescoço, pensativo. — O sucesso tem seu preço, e fazer de tudo para não aborrecer a base de fãs é essencial. Elas podem ser intensas, tanto para o bem quanto para o mal.

— Suas fãs são um pouco extremas mesmo. — Ji Won deu uma risadinha e constatou que estava mais relaxada. Comparada à discussão que travara anteriormente com Mino, sobre como solucionar o dilema do casamento, era um milagre que pudessem estabelecer um diálogo tão civilizado. — Por que você aguenta isso tudo? Sempre sonhou em ser ator?

— Tenho meus motivos. — Mino respondeu, enigmático, e tornou a apoiar o braço no encosto do sofá, seus dedos roçando no ombro de Ji Won tão de leve que ela se perguntou se não estava delirando. — Já contou pra sua família sobre o nosso problema?

— Ainda não, tenho medo de como eles vão reagir. — Disse Ji Won, embora nutrisse a forte impressão de que Hae Sook ficaria mais satisfeita do que aborrecida. Quanto ao irmão, provavelmente teria um ataque de ciúme. — Você acha que conseguiremos anular o registro sem dificuldade? A gente pode alegar vício de consentimento ou sei lá... erro da prefeitura. — Sugeriu, consternada. Não existia esse negócio de divórcio em seu vocabulário. Sempre sonhara com um casamento como o dos pais. Se algo desse errado, Mino teria que assumir a responsabilidade. Oh, sim. Ela o obrigaria.

— Não entendo como essas coisas funcionam. — Ele a espiou de soslaio. — Mas, para uma caça dotes, você parece muito aflita. Não devia estar comemorando a vitória com um champanhe?

— Yah, eu já falei que n-

Mino a interrompeu com uma risada e levantou-se do sofá, ignorando abertamente o que ela estava prestes a dizer. Ajeitou a roupa, conferiu o cabelo no espelho do camarim e caminhou em direção à porta. Mas, antes a sair, anunciou:

— O intervalo terminou, preciso voltar. — Girou a maçaneta. — E se te tranquiliza, eu não tive que beijar Chae Ra de verdade. — Esclareceu. — É tudo uma questão de ângulos, Wonie. Achei que você gostaria de saber. — Sorriu provocativo e se foi.


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— Aqui, pega. — Yoon Gi sentou-se ao lado de Lisa na grama e entregou-lhe uma sacola repleta de salgadinhos que acabara de comprar numa loja de conveniência. Abriu duas latinhas de refrigerante e tomou um longo gole.

— Valeu. — Ela não perdeu tempo e começou a comer, lambendo os dedos em seguida.

Não havia muita gente ali àquela hora da tarde, pois a maioria dos habitantes de Seul preferia visitar outros parques mais bonitos e arborizados às margens do rio Han. Contudo, para aqueles dois adolescentes, a ausência de pessoas ao redor era sinônimo de alívio. Longe dos olhares do mundo, eles podiam baixar a guarda e se permitirem sentir.

— Pensei ter escutado você falar que me levaria pra casa. — Lisa comentou.

— Mudei de ideia. — Yoon Gi manteve o olhar no horizonte, contemplando o sol se pôr. O modo como Lisa o abraçou pela cintura durante o trajeto de moto mexera com todos os seus sentidos, e ele ainda não estava preparado para se despedir e voltar à rotina de ignorá-la. — Se você aparecesse com essa cara, sua eomeoni acharia que te fiz alguma coisa.

— Qual o problema com a minha cara? — Lisa apalpou o rosto.

— Seus olhos estão inchados.

— Yah, eu não estava chorando. — Protestou de boca cheia, cuspindo algumas migalhas de salgadinho.

— Eu não disse que estava. — Ele esticou as pernas, apoiou os cotovelos na grama e inclinou o corpo para trás.

Lisa suspirou.

— Minha eomeoni não se importa. Ela está ocupada demais com o namorado. — Ela terminou de beber a latinha de refrigerante e um arroto escapuliu.

Yoon Gi imediatamente a encarou e começou a rir, não parando nem mesmo sob os protestos desesperados dela.

— Já deu, Suga. — Ela revirou os olhos, tentando passar uma imagem indiferente quando, no fundo, estava queimando de vergonha. — Quantos anos você tem pra achar graça de algo tão bobo?

Em resposta, ele soltou um arroto também, arrancando um sorriso dos lábios dela.

— Yah! — Lisa cutucou as costelas dele, fingindo nojo.

Como Yoon Gi começou a rir ainda mais alto, ela tentou silenciá-lo um soquinho no braço, porém ele a segurou, impedindo o golpe, e a puxou, fazendo-a se desequilibrar e cair em cima dele.

O riso cessou em questão de segundos.

— Sabe, Lisa... — Ele murmurou após um tempo. — Eu não entendo como você se sente, porque minha mãe nunca namorou depois que meu abeoji faleceu. Mas eu entendo como é perder alguém tão importante.

O fato dele tocar nesse assunto assim, de repente, a pegou de surpresa. Ninguém em sua casa gostava de conversar sobre a morte do pai. Era como um assunto proibido, especialmente após Dae Chul ter se mudado para lá. Por isso, ela se sentiu encorajada a desabafar.

— Não passa um único dia sem que eu sinta a falta dele. — Confessou. Não era uma posição muito convencional para discutir um tema do tipo, porém nenhum dos dois fez menção de se mover. — Às vezes... — A voz dela falhou, mas as palavras continuaram forçando sua saída, como se estivessem desesperadas para serem vocalizadas após tanto tempo guardadas dentro do peito. — Às vezes eu me pego desejando que o acidente tivesse acontecido com ela... que ela tivesse partido no lugar dele. — Finalmente se afastou, recusando-se a encarar Yoon Gi. Temia enxergar o julgamento nos olhos dele.

Então Lisa encolheu as pernas junto ao corpo e abraçou os joelhos enquanto se culpava por nutrir pensamentos tão errados com relação à própria mãe.

Yoon Gi hesitou, mas estendeu a mão e começou a afagar as costas da ruiva, oferecendo consolo à sua própria maneira. Cogitou que fosse esse o motivo pelo qual ela quisesse fugir de casa e levar uma vida independente. Quis perguntar mais, pedir detalhes, porém se conteve, pois era a primeira vez que Lisa se abria e ele não queria forçar a barra.

— Eu continuo não sendo seu chingu. — Ele provocou.

— Delicado como uma pedra. — Lisa riu.

— Só estou dando meu apoio porque você parece muito lamentável e minha mãe me ensinou a ter boas maneiras. — Yoon Gi sorriu de canto.

— Omo, que cavalheiro.

— Eu sei. — Ele pegou uma pedrinha no chão e andou até a margem do rio. Tomou impulso e a arremessou sobre as águas, fazendo-a planar algumas vezes antes de afundar. — Na próxima, vá procurar conforto nos braços do seu namorado.

Lisa caminhou até ele e lançou uma pedra também, porém a sua afundou imediatamente.

— Sou péssima nisso. — Comentou.

— Não vou te ensinar o truque.

— Yah, eu nem pedi! — Ela revirou os olhos e tentou jogar outra pedra. Falhou de novo. — A propósito, Suga...

— Hum? — Ele murmurou, concentrado em exibir-se com seus arremessos tecnicamente perfeitos.

— Jin oppa rejeitou minha confissão naquele dia. — Lisa recapturou a total atenção Yoon Gi, que a fitou com incredulidade. — Acho que me juntei ao clube dos corações partidos.


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Mino retornou ao camarim carregando um buque de flores e uma garrafa de vinho, presentes recebidos da emissora em comemoração à finalização do último episódio. Estava exausto de tanto trabalhar e só queria chegar em casa e tomar um banho relaxante, mas ainda precisava filmar o We Got Married. Por isso, respirou fundo e estalou as articulações do pescoço. Se tudo desse certo, ele estaria liberado antes da nove da noite.

O único perigo seria ele perder de vez o controle e acabar fazendo alguma bobagem, como beijar os lábios convidativos de Ji Won. Infelizmente, era só nisso que ele vinha pensando desde que descobriu que estavam casados por engano. Na verdade, se fosse ser sincero, Mino já vinha pensando na boca dela há bastante tempo, mas piorou depois da fatídica notícia. Os poderes de sedução daquela selvagem pareciam aumentar exponencialmente.

— Soube que a equipe da KBS2 distribuiu vários mimos para os protagonistas e coadjuvantes da novela. Mas acredito que o público de casa esteja curioso é sobre a surpresa que você preparou para o Min Ho. — Disse o entrevistador.

— Ah, não foi nada demais. Apenas imaginei que o Mino oppa terminaria as gravações faminto e decidi cozinhar para ele uma das minhas comidas favoritas. — Ji Won respondeu com certa hesitação.

Aquela era uma vingancinha que ela planejara para seu marido pervertido. Descontaria todo sofrimento que ele a fez passar. Tudo bem que, após a conversa civilizada que tiveram mais cedo, ela já não sentia tanta vontade assim de tortura-lo, mas que escolha tinha? Não dava para voltar atrás. Além do mais, poderia ser divertido.

— Que comida? — Mino se intrometeu na entrevista, olhando desconfiado para as embalagens postas sobre a mesa.

— Você terá que adivinhar, oppa. Trouxe até uma venda! — Ji Won o fez sentar-se no sofá e cobriu seus olhos com um lenço. — Abra a boca.

Embora um pouco contrariado, ele obedeceu. Contudo, tão logo a comida tocou sua língua, o impulso de cuspir foi mais forte. Berrou, apavorado, e arrancou a venda, dando de cara com uma Ji Won sorridente.

— No nosso primeiro encontro no parque de diversões, achei que tivesse dito que detestava essa coisa. — Mino murmurou no ouvido dela após puxá-la para perto.

— Mas é meu prato favorito. — Ela fez beicinho. — Sem falar que Gopchang é uma receita super tradicional do nosso país. Não sabia que você era tão fresco assim para comer, oppa.

— Eu não sou fresco. — Ele rebateu. — Aprecio muito a culinária da Coreia do Sul. — Encarou a câmera, colocando ênfase em cada palavra.

— Então prova mais um pouquinho. — Ji Won simulou um aviãozinho, levando aqueles pedaços de intestino de porco apimentados diretamente para a boca dele.

O que ele fez? Comeu, obviamente. Mino não recusava diante de um desafio. E, se engolisse rápido, talvez nem sentisse o gosto.

— Ottoke, oppa! Você tá fazendo tudo errado. — Ji Won colocou as mãos na cintura. — Tem que mastigar devagar para apreciar o sabor.

— Wonie. — Ele usou o apelido carinhoso com ironia. — Eu já estou apreciando. — Respondeu entredentes.

— Tem que apreciar com mais sinceridade, Yobo. — Ela retrucou com outro apelido, mergulhando a colher no prato.

O estômago de Mino embrulhou e foi a gota d'água.

— Yah! — Ele arregalou os olhos, perdendo a compostura. — Aprecie você então. Coma, pode comer tudo. — Tomou o talher da mão dela e a coagiu a engolir aquela gororoba. Coisa que Ji Won fez de bom grado.

— Hummm. — Ela lambeu os lábios num movimento hipnotizante, gerando em Mino uma vontade incontrolável de provar da boca dela também. Por isso, antes que enlouquecesse de vez, ele pigarreou, correu a mão pelos cabelos e berrou para o cameraman do reality:

— Corta!


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O capítulo da viagem do Mino & Wonie é o seguinte! Também estamos chegando num ponto da história em que as coisas vão começar a se complicar, afinal, na vida nem tudo são flores.

Beijos e até a próxima<33

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