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G L O S S Á R I O
Aish: expressão usada para demonstrar descontentamento.
Dongsaeng: pode significar irmão ou irmã mais nova, dependendo do prefixo (Nam para se referir a meninos e Yeo para meninas)
Eomeoni: mãe.
Jeotgarak: palitinhos usados para comer. Equivalem ao hashi japonês.
KBS2: emissora de televisão coreana.
Kimchi: é um prato muito popular na culinária coreana. O sabor pode variar de acordo com o legume ou vegetal utilizado, os temperos, e o tempo de conserva.
Manager: representante ou produtor de uma celebridade.
Oppa: forma mais íntima de uma garota se referir a um rapaz mais velho. Pode ser usado entre amigos, irmãos e namorados.
NOTA: O casamento civil na Coréia do Sul é bem diferente do que acontece no Brasil. Os noivos comparecem ao escritório (um tipo de sub-prefeitura) responsável por registrar o casamento e preenchem os papéis. Precisarão de documentos com foto, duas testemunhas para assinar e pronto, é só esperar alguns dias até a certidão ser emitida.
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AS FILMAGENS DE SUA NOVELA na KBS2 estavam finalmente chegando ao fim. Inclusive, naquela mesma tarde, após almoçar na casa de sua esposa postiça, Song Min Ho gravara algumas cenas para o penúltimo capítulo, que iria ao ar dentro de duas semanas.
E se o encerramento de um contrato era sinônimo de tristeza para alguns atores, tal verdade não se aplicava a ele, o dongsaeng da nação. A mesma emissora de televisão que ameaçou cortá-lo fora por causa dos escândalos, agora se rebaixava para lhe oferecer o papel principal em seu mais novo drama de ação.
Talvez por isso, embora seus olhos ardessem de sono e suas pernas doessem de cansaço, ele ainda estivesse de bom humor, já que tudo parecia correr bem em sua bolha ilusória de glamour e fama. Ou, quem sabe, a razão para seus níveis elevados de felicidade fosse o delicioso jantar que ele saboreava naquele instante. As sobras do almoço preparado pelas mãos de Hae Sook.
Mino pôs o jeotgarak sobre a mesa e suspirou, lembrando-se da visita que fizera ao ateliê durante o almoço. É claro que ele se sentira usado, como um mero manequim para expor ternos bonitos, e a situação não parecia nada justa. Uma fã é que devia ter sido escolhida para participar do We Got Married, não uma garota maquiavélica e selvagem. A integridade dele esteve em risco esse tempo todo e nenhuma alma racional tinha percebido.
Bom, sendo honesto, Mino notara sim que algo não cheirava bem, porém seu orgulho o fez acreditar que Ji Won era apenas o tipo de garota que finge odiar, quando, no fundo, está apaixonada. Afinal, como ele adivinharia que ela tinha outros motivos para se inscrever no reality show? Se ele tão somente tivesse escutado os alertas de Dong Man, a situação teria tomado um curso diferente.
E por falar em curso diferente, nada saíra como previsto em sua visita ao ateliê. Mino havia planejado confrontar Ji Won e declarar que descobrira seu plano mesquinho de promover os negócios da família à custa dele. Pisara lá com a firme convicção de esmagar Ji Won sob a sola de seus sapatos italianos, mas, em algum momento, a coisa toda fugiu do controle. Ela tinha conseguido reverter o quadro sem o mínimo esforço. Bastou piscar os cílios e encará-lo com aqueles olhos grandes para derrubar suas barreiras.
Mino encheu a boca de kimchi e mastigou com ferocidade. Manteria distância de Ji Won antes que a loucura tomasse conta de seu cérebro. Porque, embora fosse doloroso admitir, ele estava sim atraído por aquela selvagem. Intensamente atraído. Ela não devia agir tão adoravelmente perto dele, não condizia com sua personalidade arisca. Era incoerente. Ele estava se tornando incoerente. Ele a detestava, não era? Não era?
A campainha tocou, cessando a guerra que Mino travava dentro de si. Porém, ao abrir a porta, a fonte de seus problemas se materializou bem na sua frente em carne, ossos e olhos inchados.
— Você! — Ele deu um passo para trás, recuando diante do perigo. — Como você passou pela portaria sem ser anunciada?
Mas ela não abriu a boca nem para formular uma resposta malcriada. Apenas continuou a encará-lo com uma expressão de gatinho assustado, fazendo Mino suspeitar que algo estivesse errado.
— Você tá bem? Precisa de alguma coisa? — Perguntou com cautela e, a contragosto, gesticulou para que Ji Won entrasse no apartamento, porém ela não se moveu. Então ele a segurou pela mão e a puxou para dentro, conduzindo-a até o sofá, onde se sentaram lado a lado.
— Oppa... — Ela balbuciou com apatia.
— Hum? — Mino percebeu que ainda estava segurando a mão de Ji Won. Para piorar, seus dedos, como se tivessem criado vida própria, estavam acariciando os dela. Era oficial, ele havia perdido o controle do próprio corpo.
— Oppa, isso... isso... — Tornou a murmurar, dessa vez mais baixo e, em reação, Mino aproximou a orelha para escutar melhor. O que, definitivamente, não foi uma boa ideia, pois as próximas palavras ditas por ela quase lhe deixaram surdo. — ISSO É TUDO CULPA SUA!
— YAH! — Ele saltou, sentindo o ouvido zunir.
— Isso é culpa sua, culpa sua! — Ji Won prosseguiu ventilando sua fúria. Retirou um envelope pardo de dentro da bolsa e começou a batê-lo no peito de Mino.
— Quer parar de bancar a selvagem e me contar o que tá acontecendo? — Mino segurou o pulso dela, impedindo os golpes.
— Por que você não vê com seus próprios olhos?! — Ela jogou o envelope no rosto dele e voltou a se sentar no sofá. Apoiou a cabeça entre as mãos e mordeu os lábios, parecendo estar à beira de um colapso.
Hesitante, Mino sentou-se na poltrona do lado oposto a fim de manter uma distância segura. Em seguida, pôs-se a ler os papéis. Quando chegou a ultima linha, começou a rir. Deu uns tapinhas na perna e gargalhou tanto que ficou sem ar.
— Você acha isso engraçado? — Ji Won crispou os olhos ameaçadoramente.
— Me diz você. Que tipo de piada é essa?
— Não é piada.
— Qual é, Wonie. Você acha mesmo que vou acreditar num absurdo desses?
Com uma expressão sombria, ela arqueou lentamente uma sobrancelha, fazendo o sorriso morrer nos lábios de Mino. E, então, o pânico chegou, percorrendo cada milímetro de seu corpo. Vendo que o choque lhe roubara as palavras, Ji Won aproveitou para colocá-lo a par das informações que conseguira reunir ao passar na prefeitura naquela tarde.
— Aconteceu no dia em que fomos gravar o registro do casamento na prefeitura. Acho que alguma coisa deu errado após eu receber aquela ligação da minha mãe, avisando que estava na delegacia. Nós saímos correndo e deixamos os papéis para trás, na bancada dos funcionários. — Massageou as têmporas, sentindo o estresse sugar todas as suas energias. — A gente não devia ter seguido a orientação do staff para preencher nossos dados de verdade. Foi burrice, foi... aish. — Choramingou, desejando que tudo não passasse de um pesadelo.
Ele sempre sonhou em se casar, mas seu modelo de marido ideal passava longe de ser uma celebridade intragável. Ela só desejava uma vida normal, numa casa normal e com um companheiro carinhoso e gentil. Principalmente alguém que a amasse de verdade. Contudo, por obra do destino, ficara a presa numa farsa.
— Não, não, não. — Mino enfim se pronunciou. Ele correu os dedos entre os fios de cabelo e coçou o pescoço com tanta força que a pele ficou vermelha. — Porcaria de país desenvolvido. — Levantou-se da poltrona e começou a andar em círculos. — Isso não está certo. — Resmungou sozinho. — Por que é tão simples registrar um casamento? — Meneou a cabeça em negação. — Cadê a burocracia? Cadê as exigências difíceis? — Parou e olhou para Ji Won. — Você! — Apontou o dedo em riste para ela. — Você quer arruinar a minha vida!
— Eu?!
Mino a ignorou e prosseguiu seu discurso desesperado, beirando à histeria. Seus olhos arregalados e mãos trêmulas denunciavam o descontrole. Ele casado? Ainda por cima com aquela selvagem?!
— Achei que tinha desvendado suas intenções. Pensei que você só queria me usar para livrar a alfaiataria da falência. Mas não! — Ele exclamou como se tivesse feito a descoberta do século. — Seu plano era mil vezes mais sujo, era me amarrar a você pra sempre! Sua... sua... caça dotes!
— Yah! Coloque sua cabeça no lugar, Mino. — Ela rebateu, sentindo as pernas bambearem. Mino sabia sobre o plano dela para salvar a alfaiataria, tinha descoberto tudo! Mas quando? Céus, agora ela teria que lidar com um marido pervertido e vingativo. Não duvidava nada que ele já estivesse bolando algum esquema maligno para fazê-la pagar por seus crimes. Talvez a tentativa de seduzi-la na loja fosse, inclusive, parte disso. — E-eu não me casaria com você nem em mil anos! Pelo menos não por livre e espontânea vontade.
— Vamos à prefeitura esclarecer isso agora. — Ele pegou a carteira e as chaves do carro.
— Não! De jeito nenhum!— Ji Won gritou. — Eles vão te reconhecer! Se é que já não associaram que o Song Min Ho dos papéis é o mesmo Song Min Ho da televisão. Minha vida vai virar um inferno se a imprensa descobrir, oppa. — Começou a tagarelar, entrando em pânico. — Suas fãs vão querer meu sangue, vão usar meu corpo para rituais, vão expor minha cabeça em praça pública. A gente tem que garantir minha integridade física!
Mino passou a mão pelo rosto, frustrado, e respirou fundo, tentando pensar logicamente. Encarou Ji Won, que parecia prestes a desmaiar, e a fez sentar-se novamente no sofá. Depois, entregou-lhe um copo de água com açúcar e, para seu espanto, se sentiu tentado a consolá-la. Maldita caça dotes, confundindo seu coração ingênuo. Ele é quem precisava ser consolado.
— Vou ligar para o Dong Man. — Mino anunciou, pegando o celular. — Ele vai saber o que fazer.
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Poucos dias depois...
Estudar nunca foi exatamente sinônimo de tortura para Yoon Gi. Ele até gostava de assistir algumas aulas e colocar o cérebro para funcionar. O problema era que sempre apareciam coisas mais interessantes para fazer ou contratempos para resolver, como, por exemplo, tentar superar um amor não correspondido. E isso vinha consumindo suas energias de tal modo que o deixava exausto.
Infelizmente, o sistema estudantil não era tão compreensivo com dilemas da vida, e a consequência veio em forma advertência, censurando Yoon Gi por ter cochilado durante a aula. Sua mãe ficaria decepcionada. Ele prometera, no início do ano, que levaria os estudos a sério, que conseguiria se formar sem causar nenhum problema. E, agora, vinha falhando miseravelmente em cumprir com sua palavra.
Yoon Gi passou pelos portões da escola e sorriu ao contemplar as chaves da moto do primo. Após tanto desgaste ouvindo sermão dos professores, pelo menos poderia se dar ao luxo de encontrar alguma diversão.
— Yah, Suga. — Lisa o segurou pelo braço.
O toque dela fez seu coração dar saltos dentro do peito, mas ele não transpareceu nenhuma emoção. Virando-se devagar para encará-la, forçou um olhar frio e impaciente.
— O que você quer?
— Conversar. — Ela soou aflita. — Entender o que eu fiz pra você me ignorar desse jeito.
Yoon Gi piscou algumas vezes e, lentamente, seu rosto assumiu um ar incrédulo, duvidando das palavras que acabara de ouvir. Será que ele já não tinha deixado claro o quanto gostava dela? Será que Lisa não sabia que tinha partido seu coração ao escolher o vizinho em vez dele? Ela não podia ser tão densa assim.
— Você começou. — Ele retrucou, forçando-a a soltar seu braço. — Você me evitou por dias depois daquela briga no noraebang, depois de... — Quase termos nos beijado, era o que ele queria falar, mas não disse. Não queria parecer fraco.
— E-eu sei. — Lisa baixou a cabeça e levou a mão à boca, mordiscando, nervosamente, o canto da unha. — E eu sinto muito, Suga. Não devia ter reagido desse jeito. — Suspirou. — Desculpa. — Tornou a olhá-lo, parecendo sincera.
E ele a fitou por uns instantes, sentindo seu coração defeituoso doer. Era tentadora a ideia de acariciar o rosto dela e falar que ficaria tudo bem, mas isso só dificultaria a missão de esquecê-la. Lisa rejeitou seus sentimentos sinceros, e essa era a única verdade existente entre os dois.
— Já terminou?
— O quê? Eu não... Suga! — Correu atrás dele. — Você não vai dizer nada?
Yoon Gi abafou uma risada.
— Dizer o quê? Que te perdoo? — Ficou sério novamente. — Se isso alivia sua consciência... — Deu de ombros e colocou o capacete.
— Yah! — Ela o empurrou, magoada. — Pensei que fossemos amigos!
— Você sempre fez questão de deixar claro que não gostava da minha companhia. Então eu tô fazendo exatamente aquilo que você sempre pediu. Te deixando em paz. — Subiu na moto e partiu, fazendo o motor rugir ao acelerar.
Não precisava de pena e nem da amizade dela. Precisava apenas de música alta e uma garrafa gelada de soju.
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O enorme e imponente prédio da Big Shot podia ser intimidador, especialmente para quem nunca antes pisara numa agência de entretenimento daquele porte, como era o caso de Ji Won. Nós corredores luxuosos, era possível ver banners e painéis iluminados com o rosto dos artistas ali agenciados, e Mino, sem dúvidas, era um dos destaques.
Ji Won parou para ver uma foto dele em tamanho real e sentiu-se estranha. Aquele era seu marido. Talvez não por muito tempo, mas, ainda assim, seu marido segundo a lei do país. Quantas garotas não matariam por uma chance daquelas. Quantas garotas não tentariam mata-la ao descobrir sobre o casamento. Ji Won pôs a mão no peito e engoliu em seco. Depois, fez um "v" com os dedos indicador e anelar e fingiu enfia-los nos olhos de papel de Mino. Se ao menos as pessoas soubessem como ele era um pervertido de categoria maior.
— Divertindo-se? — Dong Man parou ao lado dela.
— Nem um pouco. — Ela meneou a cabeça, sentindo as bochechas esquentarem. — Quando eles vão terminar? — Apontou para uma imensa porta dupla de madeira, a sala do presidente. — Será que o Mino vai ficar bem?
— Não sei. — Ele suspirou. — Pelo menos ninguém está gritando nem quebrou nada... ainda.
— Por que você não está lá dentro com ele? — Ji Won questionou, apreensiva pela segurança de seu marido postiço. Não que ela quisesse se preocupar com ele, mas era inevitável. O presidente da agência parecia ser um homem muitíssimo assustador, e ela não desejava ficar viúva tão nova. Céus, sequer completara vinte e dois anos.
— Não me deixaram entrar. Mas ainda vai chegar a minha vez... — Disse com um ar sombrio. — Era minha obrigação garantir que nenhum problema acontecesse. Sou o manager do Mino no final das contas. — Massageou a ponte do nariz e fechou os olhos.
— Nos vamos resolver isso. — Ji Won deu um tapinha camarada nas costas dele — Vai dar tudo certo. — Afirmou sem muita convicção.
Mino já estava há quase uma hora preso lá dentro e era tortura esperar sem poder fazer nada, sem saber o que estava sendo dito. Ela devia estar na faculdade naquele instante, cumprindo a carga horária de seu último ano, mas como conseguiria se concentrar com uma enrascada daquela magnitude a assombrando?
— Vejam se não é a esposa do Mino. — Disse uma voz feminina.
Ji Won virou-se para trás e deparou-se com Go Eun Byul em toda sua glória, saltos e maquiagem excessiva. — Você até que parece bem, considerando a personalidade do Mino. Eu sei como ele pode ser difícil às vezes. — Comentou em tom supostamente amigável.
— Ah.... sim. — Ji Won mordeu o interior das bochechas, apreensiva. Apesar de não entender o motivo, não se sentia confortável perto daquela mulher.
— Parabéns também pelos índices de audiência do programa. Você deve estar feliz. — Eun Byul continuou a falar, um sorriso imperceptível brotando no canto de seus lábios rosados. — Quero dizer, as pessoas usam as habilidades que têm para conquistar o que querem, não é mesmo? Quem sou eu pra julgar algo tão natural. — Riu. — Bastou um beijo do Mino e você foi escolhida para participar do reality show.
As palavras flutuaram no ar e chegaram aos ouvidos de Ji Won como um emaranhado desconexo de letras, demorando uns bons segundos até que seu cérebro assustado colocasse tudo em ordem. Quando isso enfim aconteceu, ela cravou as unhas na palma da mão para não ceder ao impulso de enfia-las no rosto de Eun Byul.
É claro que fazia sentido que a ex-namorada de Mino guardasse mágoa, pois os dois ainda estavam namorando na época do beijo no restaurante. Mas sugerir que Ji Won oferecera favores sujos para entrar no We Got Married era passar dos limites.
— Yah! — Ji Won abriu a boca, horrorizada.
Dong Man, que também escutara toda conversa, revirou os olhos, sem a mínima paciência para aguentar mais drama de celebridade.
E foi esse momento que as portas se abriram e Mino saiu, vivo e sem nenhum pedaço faltando. Ele caminhou em linha reta, exatamente na direção onde Ji Won e Dong Man estavam parados, e passou direto pelos dois sem lançar-lhes um mísero olhar.
Eun Byul sorriu, satisfeita, e entrou na sala do presidente. Ji Won, por sua vez, girou sobre os calcanhares, prestes ir atrás de seu marido fugitivo, mas Dong Man a impediu.
— A conversa não deve ter sido boa. É mais seguro deixa-lo em paz por enquanto. — Explicou o assessor. Ele convivia com Mino há anos demais para saber identificar seus indícios de mau humor. — Peço pra ele te ligar quando esfriar a cabeça.
— Mino prometeu que a agência solucionaria a situação, mas simplesmente saiu sem dizer nada, e agora você quer que eu espere? — Ji Won bateu o pé no chão, frustrada. Ela merecia explicações!
Contudo, cansado demais para prosseguir aquela conversa que não daria em nada, Dong Man deu de ombros e partiu também, deixando Ji Won sozinha e impotente naquele luxuoso saguão.
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Seok Jin achou melhor não comparecer à festa de confraternização do fim da campanha de roupas do Grupo Lee naquela noite. Seria perigoso. Eun Byul estaria lá e ele não queria correr o risco de ser envolvido novamente em sua teia ardilosa.
Vinha recusando, inclusive, todas as ligações e investidas da ex com bravura, lutando para não ter uma recaída. Ao menos, com o término das sessões de foto, não teria mais motivo para vê-la.
Pena que ele se sentisse tão triste com isso.
— Jin, cadê sua irmã? Ela ainda não chegou? — So Dam apareceu na sala carregando um pacote de comida consigo. — A gente combinou de assistir um filme hoje à noite.
— Sei lá, a Wonie saiu de manhã e não voltou nem pra almoçar. — Jin esticou a perna e mudou o canal da teve com o dedo do pé. O controle estava sobre a mesa de centro e ele não tinha ânimo nem para inclinar o corpo e pegá-lo. — Vai ver tá na faculdade até agora. — Coçou o cabelo ensebado. Também estava sem ânimo para tomar banho. — Ou passou na alfaiataria do abeoji.
So Dam sentou-se ao lado dele no sofá e ofereceu-lhe um bolinho de pasta de feijão doce. Jin pegou dois de uma vez e encheu a boca.
— Em qual barraquinha você comprou? — Questionou, lambendo os dedos.
— Bom, né? — Ela perguntou. — Quando não estou morrendo de tanto trabalhar, eu gosto de me aventurar na cozinha. Sei que a Lisa se ressente porque eu não passo muito tempo em casa, mas é necessário, entende? O salário que nossa eomeoni ganha não é suficiente, e eu quero garantir que a Lisa tenha um futuro melhor do que o meu. Quem sabe estudar numa faculdade decente...
— Você é uma boa irmã, So Dam, e cozinha tão bem que podia abrir seu próprio restaurante. Aposto que ganharia faria muito dinheiro. – Jin sorriu, fazendo So Dam corar. — Wonie! — Acenou ao notar a irmã chegando em casa.
Ji Won livrou-se dos sapatos e se arrastou como se carregasse o peso do mundo sobre os ombros. Em seguida, jogou-se no sofá, sentando-se entre a melhor amiga e o irmão.
— Você parece doente, Wonwon. — Comentou Jin, notando o rosto pálido e abatido dela. — Aconteceu alguma coisa? — Bagunçou seus cabelos.
— Aconteceu. Você! — Ela beliscou a cintura dele. — Pare de comer os bolinhos que a minha amiga fez pra mim.
— Tem mais lá em casa, eu posso buscar. — So Dam ofereceu.
— Yah, pede pra Lisa trazer. — Ji Won apoiou a cabeça no ombro do irmão, procurando um pouco de conforto. Mino não atendia suas ligações e o porteiro do prédio dele recebeu ordens diretas para impedi-la de subir. Aquele pervertido estava fugindo e isso era preocupante. Alguma coisa na conversa que ele teve com o presidente da Big Shot provavelmente tinha dado errado, e ela não podia nem ameaçar fazer escândalo a respeito.
— Eu mal vejo a Lisa ultimamente. — So Dam abraçou uma almofada. — Ela chega tarde todo dia e depois se tranca no quarto. Deve ser alguma fase.
— Deve ser. — Jin engoliu em seco, sentindo-se culpado. — Agora vamos assistir tevê. —Tentou trocar de assunto, mas se arrependeu no momento em que mudou de canal. A imagem de Eun Byul preencheu a grande tela da televisão, fazendo os irmãos Cha estremecerem por motivos diferentes.
— Soube que ela vai participar da próxima novela das sextas e sábados da KBS2. — Comentou So Dam. — Engraçado, não é? Saiu no jornal que o Mino também vai gravar uma novela de ação na mesma emissora. Deve ser estranho ter que conviver tanto com o ex. Eles são da mesma agência e tudo.
— É. — Jin cerrou os dentes, inundado por uma onda indesejada de ciúme.
— É. — Ji Won disse ao mesmo tempo, concluindo que, agora, aquela mulher bonita era a ex de seu marido. E, embora o casamento fosse apenas um erro que, na melhor das hipóteses, seria anulado pela prefeitura, ela não pôde evitar sentir uma pontada de ciúme também.
Talvez o sangue quente fosse coisa de família.
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Gente, tá quase chegando o capítulo da lua de mel e essa viagem promete! haha
E se você gostou, não esquece de clicar na estrela e deixar seu voto <3
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