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G L O S S Á R I O
Ahjumma: modo de se referir a uma mulher mais velha.
Aigoo: expressão usada para demonstrar surpresa.
Eomma: mãe.
Eomeoni: mãe.
Eomeonim: modo de chamar a sogra.
Jjajjangmyun: prato de macarrão com inspiração chinesa. Seu molho é feito com carne picada e feijão preto.
Omo: expressão usada para demonstrar surpresa.
Oppa: forma mais íntima de uma garota se referir a um rapaz mais velho. Pode ser usado entre amigos, irmãos e namorados.
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A MOTO MAL HAVIA PARADO junto à calçada e Ji Won já estava saltando para fora dela. Sua preocupação com a mãe era tanta que conseguiu suplantar o pavor que ela tinha daquele meio de transporte mortal. Ela tirou o capacete, entregou-o a Song Min Ho e balançou a cabeça para desgrudar os fios molhados de suor.
— Vou te esperar aqui. — Mino comunicou sem cerimônia. — Se eu for visto lá dentro, vão especular que me envolvi em outro escândalo. Não posso arriscar. — Franziu o cenho. — Tente não chamar muita atenção também. Agora você é uma figura pública. — Aconselhou.
— Hum... sabe, você pode ir embora... se quiser. — Ji Won abraçou o próprio corpo, sem jeito diante da estranheza da situação. Acostumada a brigar e escutar provocações da parte dele, receber favores era uma novidade e tanto naquele roteiro conturbado que regia o relacionamento dos dois.
O mais surpreendente foi que Mino sequer hesitou em abandonar a gravação do reality show. Ele simplesmente a levou para fora da subprefeitura e anunciou que ir de moto era mais rápido do que esperar por um táxi, como se isso fosse suficiente para explicar seu súbito ataque de boa vontade.
Pela primeira vez, Ji Won cogitou que, talvez, não o conhecesse tão bem quanto pensava. Que, quem sabe, existisse algo além daquele estereótipo mesquinho e arrogante que Mino fazia questão de exibir. Mas ela não sabia se tinha vontade nem paciência para tentar descobrir. Poderia não valer a pena.
— Não. — Mino tirou o próprio capacete e penteou o cabelo com os dedos. Com movimentos charmosos e precisos, ele mais parecia estar gravando um comercial de shampoo. — Você vai precisar de carona para voltar.
Ji Won arqueou uma sobrancelha de modo interrogativo.
— É que o diretor quer terminar a gravação ainda hoje. — Mino rapidamente tentou se explicar. — Já te disse, táxis são mais lentos que motos. — Desviou o olhar. — Você não vai entrar? — Apontou para o prédio, trocando de assunto.
Lembrando-se, então, do motivo que a levara até ali, Ji Won começou a correr em direção à delegacia. Não soube de muitos detalhes pelo telefonema, somente que Hae Sook se metera em problemas ao visitar uma das lojas de departamento do Grupo Lee.
Também não entendia por que raios a mãe fora àquele estabelecimento detestável, muito menos o motivo dela ter se envolvido em confusão. Justo Hae Sook, que costumava ser uma mulher tão calma e amável. Ji Won mal podia imaginá-la esmagando um mosquito, muito menos caçando briga.
Uma vez lá dentro, Ji Won deparou-se com três mulheres sentadas lado a lado e fazendo tanta algazarra que o policial parecia prestes a explodir. A primeira era dona Hae Sook em todo seu esplendor e voz estridente. A segunda, provavelmente uma funcionária da loja, a julgar pelo uniforme que vestia. Já a terceira, bem, esta fez seu estômago embrulhar.
Ji Won deu um passo incerto para trás e tateou a parede, tentando manter o equilíbrio. Seu corpo inteiro reagiu querendo fugir, mas sua mente resistiu, alertando que ela precisava ser corajosa.
— Yah, Nam Gi Ae, acha que pode falar assim com os outros porque ficou rica? — Hae Sook questionou. — Acha que eu não lembro de você ajudando seus pais a venderem peixe na feira?
— Yah, Cha Hae Sook. — A madame ofegou, arregalando os olhos. — Pare de inventar mentiras.
— Agora que é ricaça resolveu maltratar minha filha?! — Ela apontou o dedo de forma acusatória. — Aigoo, que pessoa lamentável, interferindo no relacionamento de dois adultos.
— Ajuhmma, eu tenho mais o que fazer do que me prestar a esse papel. — Gi Ae cruzou os braços. — Esse tipo de coisa só acontece na televisão. Isso que dá ser viciada em novelas. — Riu com deboche.
— Minha Wonie já estava quase com um anel de casamento no dedo! Por que eles terminariam? — A matriarca dos Cha bateu a mão na mesa do policial, fazendo-o pular de susto. — Tá mal explicado. — Crispou os olhos. — Cheira a peixe podre.
— Yah! — A madame deu um gritinho agudo. — Meus pais nunca venderam peixe podre!
— Omo, omo. Resolveu confessar suas origens humildes? — Hae Sook cobriu a boca, fingindo espanto.
O policial bufou e foi sua vez de socar a mão na mesa.
— Será que dá pras ajuhmmas calarem a porcaria da boca?! — Bradou e as duas fizeram silêncio. — Por que mesmo vocês estão aqui? — Pigarreou, estreitando os olhos e tamborilando os dedos sobre a superfície de madeira.
— Porque ela atentou contra a minha vida. — Gi Ae rosnou para Hae Sook. — Essa ajuhmma descompensada me empurrou.
— Aigoo, como pode existir uma pessoa que só fala mentiras? — A matriarca dos Cha franziu o nariz com desgosto. — Você escorregou sozinha naquela poça d'água, ficou com raiva e quis se vingar me puxando também para o chão.
— É verdade, eu vi. — A funcionária enfim se manifestou, concordando veementemente.
— Quem mesmo é você? — O policial questionou, consultando a ficha na tela de seu computador.
— Young Sil, a testemunha.
— Testemunha minha bunda. Foi culpa sua que o chão estava todo molhado. — Gi Ae voltou-se para a funcionária. — Elas armaram pra mim. São cúmplices. Coloque as duas atrás das grades.
— Sinto muito, madame. — Young Sil levantou-se da cadeira e começou a curvar o corpo em sua milésima reverência de desculpas. — Foi um acidente.
— Explique isso para o meu filho, seu patrão. — Gi Ae sorriu com prepotência. — Você pode não estar me reconhecendo... — Afofou os cabelos sedosos. — Mas o presidente do Grupo Lee é meu ex-marido. Eu sou a mãe do único herdeiro do conglomerado.
— O quê? Conseguiu arrancar muitas ações dele com o divórcio? — Hae Sook inclinou-se para perto, genuinamente curiosa. — Disseram na tevê que você quase saiu de mãos abanando. Eu até tentei explicar que você era ardilosa demais pra permitir isso, mas as ajuhmmas da feira não acreditaram. É que elas não te conhecem como eu. — Deu um tapinha camarada no ombro de Gi Ae.
— Yah! — A madame gritou, horrorizada. — Eu sou Nam Gi Ae. — Fez bico. — Nam Gi Ae. — Repetiu. — E ninguém me passa pra tr... aquela ali não é sua filha?
A presença de Ji Won finalmente foi detectada. Ela arregalou os olhos e retraiu o corpo, como se pudesse sumir, mas sabia que era inútil. Não havia escapatória.
— Wonie! — Hae Sook correu para abraça-la. — Omo, omo, eu me esqueci que você tinha gravação do reality show hoje. Atrapalhei seu casamento! — Exclamou, notando o minivestido de noiva da filha. — Oh, Wonie, é que seu irmão não atendia ao celular e eu não queria preocupar seu pai.
— Ah, eomma. — Ji Won abraçou-a de volta. — O que aquela mulher fez com você? — Choramingou, referindo-se à sua ex-sogra. — Você está machucada? — Analisou a mãe de cima a baixo, procurando sinais de agressão.
— Aigoo, querida. Fique sossegada, sua mãe é dura na queda. Literalmente. — Ela gargalhou, achando graça em sua própria piada. — Nós só escorregamos, mas a Gi Ae insiste em fazer chilique. — Gesticulou para que a filha se aproximasse. — Acho que o tombo afetou o bom senso dela. — Cochichou em tom conspiratório.
— Yah, Hae Sook. Eu consigo te escutar! — A madame bufou. — Quero ver você repetir isso quando o meu Juniya chegar.
Ao ouvir isso, todas as sirenes de alerta dispararam na cabeça de Ji Won.
— Hae Jun está vindo?
— Está. — Gi Ae consultou seu relógio chique de pulso. — Deve chegar... oh, filho! — Acenou, abrindo os braços para um abraço que não veio.
Lee Hae Jun, ignorando a mãe, paralisou ao adentrar no recinto.
— Eomeonim? — Disse ele ao pousar os olhos sobre Hae Sook. — Wonie? — Foi na direção dela, quase sem acreditar que enfim conseguira revê-la. Tinha passado semanas tentando contatá-la e suas chamadas sempre iam parar na caixa postal, mas agora ela esta bem ali, na sua frente. Devia ser uma chance concedida pelos céus para que os dois pudessem resolver seus desentendimentos.
Porém Ji Won pensava diferente. Ela deu um passo para trás e mordeu o interior das bochechas, sentindo-se acuada. Uma coisa era evita-lo pelo celular, e outra completamente diferente era enfrenta-lo em carne e osso. E se as batidas descontroladas de seu coração não fossem puramente efeito da ansiedade? E se ela ainda estivesse apaixonada pelo ex-namorado?
Ji Won engoliu em seco e secou o suor frio na saia de tule do vestido.
— Sua mãe está acusando a minha sem qualquer fundamento. — Disse ela, forçando as palavras para fora. — Há uma testemunha dizendo que ela caiu sozinha e puxou minha eomeoni junto. — Indicou Young Sil, que assistia a cena com interesse. — Sugiro que coloque um pouco de juízo na cabeça da sua mãe, oppa, ou eu vou ser obrigada a fazer isso. — Ergueu o queixo com intuito de exalar confiança.
E Hae Jun sorriu. Sim, ele sorriu.
— Não se preocupe, ninguém vai denunciar ninguém. — Esclareceu ele, lançando um olhar severo na direção da mãe. — E ninguém vai ser demitido. — Complementou, acalmando os ânimos da funcionária.
Em seguida, caminhou até o policial e curvou-se num pedido de desculpa.
— Sinto muito por tomarmos seu tempo. — Disse. — Sei que vocês são pessoas ocupadas que trabalham pelo bem dos cidadãos. O Grupo Lee sempre nutriu grande admiração por instituições tão sérias como a força policial da cidade de Seul. — Sorriu, entregando-lhe um cartão de negócios. — Em nome da minha mãe, peço desculpas pelo inconveniente.
E, assim, sem aguardar a resposta do policial, Hae Jun prosseguiu com o que ele fazia de melhor. Resolver problemas e dar ordens.
— Você, vá para casa que depois conversamos. — Disse para Gi Ae. — Você, pode tirar o resto do dia livre, mas apresente-se amanhã para trabalhar. — Comunicou à Young Sil. — E você. — Olhou para Ji Won. — Você vem comigo. — Pegou a mão dela e a conduziu para fora da delegacia.
Por algum motivo misterioso, Ji Won não resistiu e se deixou levar. A sensação da pele dele, o encaixe de seus dedos, o cheiro de seu perfume, tudo transmitia uma sensação de familiaridade tão grande que ela se pegou relembrando o quanto os dois foram felizes um dia.
Eles haviam se conhecido durante o ensino fundamental, quando Ji Won ganhou uma bolsa de estudos no prestigiado centro de ensino de Inchang, o mais antigo colégio particular fundado em Seul. Somente depois de se tornaram amigos foi que descobriram que suas respectivas mães cresceram no mesmo bairro, fato que os aproximou ainda mais.
O pedido de namoro veio aos quinze anos, quando Hae Jun declarou-se para ela durante uma transmissão do clube de rádio da escola. Ele colocou a música favorita dela para tocar e depois declamou seu amor no microfone, diante de todo corpo estudantil.
É claro que existiam diferenças sociais, mas Ji Won nunca experimentou dificuldades em sua convivência com a família Lee. E, embora não fossem próximos, ela acreditava que havia sido aceita. Por isso o choque foi tão forte quando descobriu que os sogros estavam marcando encontros arranjados para o filho, no intuito de casá-lo com uma moça de origem rica e tradicional. Sentiu-se traída no mais alto grau.
— O que você quer? — Ji Won reencontrou sua voz. Soou como um miado baixo, mas já era alguma coisa.
— Conversar. — Hae Jun soltou a mão dela ao chegarem à calçada da rua. — Me dê cinco minutos, Wonie. Por favor.
Ji Won aproveitou para observá-lo. Ele continuava tão bonito quanto ela se lembrava, com seu porte atlético, ombros largos e rosto marcante. Uma mecha do cabelo dele tinha saído do lugar, pendendo sobre seus olhos castanhos, e ela se sentiu tentada a estender a mão e coloca-la no lugar, mas logo tratou de afugentar a vontade.
Com um suspiro cansado, ela cedeu.
— Estou ouvindo.
Então ele contou tudo. Explicou que a exigência de ir à encontros arranjados foi imposta pelo pai, que queria utilizar o casamento do filho para estreitar laços com outros conglomerados poderosos do país. Falou que a motivação de tudo era econômica, que não gostava de nenhuma daquelas mulheres, que apenas cedia às vontades do pai porque ainda estava procurando um jeito de sair daquela situação sem perder os direitos na empresa.
Tudo sempre se resumia àquela maldita empresa.
— Seu pai é um hipócrita. Sua mãe também tem origem humilde e ele não se importou.
— Eu sei, Wonie. — Ele tocou o rosto dela, acariciando sua bochecha com afeto. — Mas em nenhum momento eu me envolvi com as garotas dos encontros, nós apenas jantamos e fingimos cumprir a vontade de nossos pais. Não vai ser pra sempre. Você só precisa esperar mais um pouco, prometo encontrar uma solução.
Ji Won fechou os olhos, sentindo seu coração doer. Seu corpo ainda reagia ao toque dele da mesma forma que antes, como se nada tivesse mudado.
— Esperar até quando? Até eu acabar me tornando uma amante? — Ela murmurou, tornando a abrir os olhos para encará-lo com tristeza. — Você sabe que nunca vai conseguir fazer seu pai mudar de ideia, oppa. — Ela pôs a mão sobre a dele. — E você já fez sua escolha.
— Não, Wonie, eu-
— Você escolheu a empresa em vez de mim. — Ji Won o interrompeu com pesar. — No fim das contas, isso é tudo que importa. — Ficou na ponta dos pés e depositou um beijo de despedida no rosto dele.
Depois, começou a andar para longe à medida que sua visão ficava turva com lágrimas. Nem pensou para onde iria, simplesmente caminhou de forma automática, tentando equilibrar-se sobre seus saltos. O que não funcionou muito bem. Passados alguns metros, Ji Won tropeçou e caiu.
Mortificada, mas acima de tudo irritada, ela lutou com a fivela das sandálias e arrancou-as dos pés, lançando-as para longe com um grunhido frustrado. Então um par de sapatos lustrosos parou à sua frente, entrando em seu campo de visão.
— Quer dar o fora daqui? — Mino estendeu-lhe a mão, repetindo a mesma frase que dissera no fatídico encontro no restaurante, onde se viram pessoalmente pela primeira vez. E, assim como naquela noite, Ji Won também aceitou a ajuda.
Ele segurou a mão dela e a puxou para cima, ajudando-a a se levantar. As pernas de Ji Won, amolecidas pelo nervoso, não conseguiram se firmar e ela acabou se desequilibrando novamente, mas Mino impediu sua queda, passando o braço por sua cintura.
Ji Won apoiou-se no peito dele por reflexo e, tão de perto, pode sentir como o coração de Mino batia rápido. Ela ergueu lentamente a cabeça e conectou seus olhos nos dele, ficando presa na intensidade que eles emanavam.
— Oppa, você ainda beija garotas que querem se vingar do ex-namorado? — Ela perguntou baixinho.
Verdade seja dita, Mino somente interferiu porque não aguentava mais acompanhar o desenrolar daquela cena patética à distância. Quando se ofereceu para dar carona à Ji Won, foi porque se compadeceu da aflição dela ao saber que a mãe estava na delegacia. Ele sempre foi sensível quando se tratava de assuntos envolvendo família. Mas ver Ji Won tão lamentável em razão do ex-namorado era mais do que seu cérebro conseguia lidar. Pra onde tinha ido a selvagem que lhe deu um soco no olho? Por que ele levava a pior enquanto aquele traste saía com o rosto ileso?
— É uma oferta tentadora... — Mino respondeu, fitando-a por entre seus cílios escuros. Umedeceu os lábios devagar, fazendo Ji Won corar, e aproximou a boca do ouvido dela. — Mas, sabe, não faço caridade duas vezes. — Sussurrou contra a pele dela. — O diretor mandou avisar que está esperando.
Se ela já estava constrangida pelo tombo, aquilo foi suficiente para fazê-la queimar de vergonha. Sentiu as bochechas em chamas e empurrou-o para trás, notando o sorriso malicioso estampado em seu rosto.
Ji Won pegou um capacete e o lançou para Mino com força, acertando em cheio sua barriga. Ele arfou de dor, mas ainda assim não perdeu o ar de deboche.
— Yah, tá esperando o quê? — Ela subiu na garupa e afivelou o próprio capacete.
O sorriso de Mino alargou-se ainda mais e ele acomodou-se na moto, acelerando-a ao máximo enquanto escutava, ao fundo, os gritinhos apavorados de Ji Won. Era música para seus ouvidos.
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O paradeiro do primogênito da família Cha, embora desconhecido por seus pais, muito em breve seria revelado ao mundo em grande estilo. Quando as sessões de foto da campanha terminassem e seu rosto bonito fosse estampado em cada outdoor da Coreia do Sul, pelo menos sua conta bancária estaria gorda o suficiente para que ele escapasse da ira da irmã. Poderia pegar um avião e fugir para a ilha de Jeju, a menor e mais bonita província do país. Viveria de sombra fresca e frutos do mar. Quem sabe até ganhasse um bronzeado dourado.
Bom, isso se conseguisse sobreviver até esse dia chegar, coisa que Go Eun Byul tentava dificultar ao extremo. Jin procurou manter o máximo de distância possível após reencontra-la, limitando as interações à um nível estritamente profissional, mas essa atitude não parecia satisfazê-la.
E era difícil para Jin ter que conviver com seu primeiro amor, a garota fria que terminou com ele por uma mera mensagem de celular. Ainda estavam no ensino médio quando Eun Byul se tornou trainee na Big Shot Entretenimento, e uma das condições do contrato de agenciamento foi ela que deveria se comprometer a não namorar ninguém por três anos para não afetar sua imagem pública.
Bong Shik e Hae Sook sequer chegaram a conhecê-la, pois Jin não teve tempo de apresenta-la formalmente num jantar. O relacionamento foi breve, arrebatador e acabou esquecido no limbo dos corações partidos.
— Jin, traga Byul pra mais perto. Vocês devem parecer um casal apaixonado prestes a se beijar. — O fotografo orientou.
Ele obedeceu, subindo uma mão pelas costas de Byul e roçando o nariz no dela. Podia sentir seu hálito quente com cheiro de menta, e aquilo era como um veneno inebriando seu discernimento.
— Está nervoso? — Ela sibilou de modo que apenas ele escutasse e deslizou as unhas cor-de-rosa pelo braço dele.
Jin engoliu em seco, optando por ignorar a provocação. Sabia que, no momento em que caísse naqueles joguinhos psicológicos, seria seu fim, capturado pelo feitiço da ardilosa Eun Byul. Por isso, quando o fotografo gritou que estava satisfeito com o material coletado e que deveriam tirar um intervalo, ele fugiu, como vinha fazendo desde que a reencontrou.
Foi à barraquinha de comida do outro lado da rua e comprou um prato de jajangmyun. Retornou para o estúdio e procurou por um lugar onde pudesse jantar em paz. Escolheu o depósito de itens para cenários e entrou. Contudo, deu de cara com a ex-namorada falando ao celular.
Mesmo com a luz apagada, ele pôde notar como Byul parecia transtornada. Ela gritou algumas palavras e arremessou o aparelho contra a parede antes de agachar-se no chão e começar a chorar descontroladamente.
Jin hesitou por um instante, indeciso sobre como reagir. Deveria perguntar se ela precisava de ajuda? Pareceria rude se fosse embora para lhe dar privacidade? Afinal, não era como se fossem estranhos. Que tipo de conduta se espera de um ex-namorado nesse tipo de circunstância?
— Se não vai falar nada, pode sair. — Ela murmurou entre soluços, erguendo o rosto borrado de maquiagem. — Se for ficar, feche a porta. Não quero que... alguém me veja. — Disse, fungando.
Embora não entendesse o móvito, Jin se flagrou fechando a porta. A claridade que vinha do lado de fora cessou e o cômodo novamente mergulhou no breu. Ele caminhou devagar até onde ela estava e se sentou ao seu lado.
— Por que está aqui? — Byul perguntou, surpresa por ele não ter usado a primeira oportunidade para fugir. — Você me evitou a semana inteira.
— Não sei. — Ele encostou a cabeça contra a parede e esticou as pernas. — Também não faz sentido pra mim.
Eun Byul assentiu, secando as bochechas com o dorso da mão. Sabia que magoara Jin no passado ao terminar o namoro de forma tão abrupta e que não merecia qualquer tipo de consideração da parte dele. Porém não podia negar que, no instante em que o reencontrou, descobriu que sentia mais saudade do que estava disposta a admitir.
Pedir perdão, contudo, nunca foi sua melhor habilidade, e Byul se sentiria hipócrita em se desculpar quando a carreira de atriz continuava sendo a coisa mais importante de sua vida. Se voltasse no tempo, manteria a decisão de terminar o namoro por mensagem, porque jamais teria forças para fazê-lo pessoalmente.
— Você tá bem? — Jin perguntou.
— Não. — Byul sorriu com tristeza.
— Existe algo que eu possa fazer?
— Existe. — Ela virou-se para ele, fitando-o dentro nos olhos. — Você estaria disposto a fazer o que eu preciso pra me sentir melhor? — Sussurrou.
— Do que você precisa? — Ele sussurrou de volta, incapaz de pensar racionalmente.
— Disso. — Byul tomou o rosto dele, depositou um beijo suave sobre seus lábios macios e se afastou.
Jin pôs uma mão na nuca dela e a puxou de volta, aprofundando o contato e sentindo o mundo girar. Enroscou os dedos nos cabelos de Byul e perdeu-se em seu gosto intoxicante. Era exatamente como ele se lembrava. Era perigosamente bom.
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É, gente. Parece que a coisa tá pegando fogo no mundo dos ships. Comentários??? haha No capítulo que vem, teremos mais Yoon Gi e Lisa!
Não se esqueça de clicar na estrela e deixar seu voto! Obrigada pela leitura <3
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