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2. a garota em casa

Não posso mentir que o que sinto ao fechar a porta da frente da minha casa só pode ser descrito com "alívio". Greta é uma das melhores pessoas em minha vida, e eu amo estar com ela, de verdade. No entanto, um dia inteiro em um shopping era o suficiente para exaurir toda a minha bateria social; além de parecer um completo desperdício de tempo. Greta ainda via valor em tocar e experimentar as peças de vestuário, eu já havia me rendido à facilidade da internet e torcia para ter comprado o tamanho certo.

O primeiro a me cumprimentar, ainda na entrada, é Marshmellow, com longos miados. Se aproxima dos meus pés e dá cabeçadinhas na minha canela.

— Eu sei, amigo. Eu demorei. — Afundo os meus dedos em seu corpo peludo.

Apple Pie é a próxima a aparecer, mas, diferente do irmão, senta-se na passagem ampla para a sala de estar. Os dois possuem o mesmo padrão de pelagem em um fundo branco com manchas rajadas nas costas e sobre a cabeça.

— Olá, bebê. — Me aproximo dela; Apple Pie movimenta apenas a cabeça para pedir por carinho. Coço o espaço entre as suas orelhas.

Tiro o celular do bolso interno da jaqueta, já está conectado com o sistema da casa. Procuro pela playlist "pov: você é a personagem principal em um filme", e de imediato uma batida toca por todos os alto falantes da casa. Solto um suspiro; música.

— É hora de recarregar a energia.

O primeiro passo é me livrar de toda a roupa e largar de qualquer jeito no chão do closet; me enrolo em um roupão macio. Entro no banheiro seguindo o compasso da atual música, abro a primeira gaveta da bancada e pego a tiara com orelhas de gato para afastar a franja do meu cabelo castanho. Com uma mão tiro um gel de limpeza da mesma gaveta, com a outra uma bullet perdida entre todos os produtos de skincare.

— Olá, amiga. — Giro o vibrador entre os dedos.

Com a banheira cheia de água, os sais de banho agindo sobre a minha pele, deixo que o brinquedo roube o meu fôlego enquanto vibra entre as minhas pernas.

Estou quase completamente renovada depois de me cobrir com um hidratante que cheira a baunilha; saio do banheiro com o roupão abraçando o meu corpo de novo e volto para o closet. Não tenho a intenção de deixar a casa, pelo menos, pelas próximas doze horas: quero escolher algum bom para comer, me afundar no sofá e pensar se quero passar o tempo, antes de me deitar na minha cama, assistindo algo ou brincando com música.

Confortável e cheirosa, alcanço a cozinha no mesmo ritmo de progressão de "Real Love Baby", batuco as minhas mãos por todas as superfícies pelas quais passo. A seção de congelados me observa radiante em meio à neblina que sai do congelador, cada um à espera de ser a minha próxima refeição. Uma pizza de queijo é a escolha para silenciar a minha fome.

Assisto um episódio de The office com uma pizza fumegante sobre o meu colo, um copo suado de Coca-Cola em cima da mesa de centro da sala e um gato ocupando um dos meus lados. É o tipo ideal de noite, que eu não canso de repetir comigo mesma, um privilégio que nunca vou me cansar de aproveitar enquanto o meu emprego estável e muito bem remunerado me permitir. A verdade é que, se quisesse, poderia me aposentar e viver o resto da vida apenas de royalties: cada uma das centenas de composições e produções carregando o meu nome nos créditos trabalhariam por mim.

O streaming me pergunta se quero seguir para o próximo episódio da série (talvez o terceiro ou o quarto da noite, não estava contando de qualquer forma) e penso sobre uma sobremesa, mas, antes que seja capaz de concluir uma coisa ou outra, a campainha toca. Olho o horário no relógio digital em meu pulso, já são quase dez horas da noite, e não há uma única notificação de mensagem no meu celular, nenhum aviso de que alguém bateria à porta tão tarde.

Deixo o meu lugar sob a tensão digna da protagonista de um filme de terror, porque eu não consigo pensar em algo bom vindo até a minha casa nesse horário. (É como aquela ligação tarde da noite, não costuma ser algo bom.) A campainha berra de novo quando estou quase alcançando a porta, com a cautela de um gato temeroso aproximo o meu rosto do olho mágico. (Urge a necessidade de colocar uma câmera na porta, como Greta me alertou ao menos meia dúzia de vezes. Se eu morrer essa noite, ela vai ao meu velório apenas para dizer "eu te avisei".)

Ao descobrir quem me espera do lado de fora, eu não sei devo considerar tão horrível quanto o vilão de um filme de terror, ou se devo sentir alívio. As loiras podem ser tanto aliadas como inimigas: nessas situações, Hollywood sempre foi ambígua.

— Olá... boa noite... — Ela balbucia algo em seguida que sou incapaz de entender, ela se encolhe do outro da porta. — É a Rowan Parker, mas você deve saber disso... não — bate com a palma da mão no centro da testa —, quero dizer, você não tem que me conhecer, porque nunca trabalhamos juntas... e não porque você não é excelente no que faz...

Abro a porta em um gesto que assusta Rowan. Seus olhos azuis se abrem em um sobressalto, e ela se encolhe ainda mais. Para uma promessa do pop, ela está vestida em um conjunto muito comum de moletom da GAP, o famoso cabelo loiro (como "fios de ouro", segundo a imprensa) está meio ondulado, ao invés do liso tão habitual a ela, e por isso a franja está mais próxima daquela nas fotos dos nossos pais nos anos 1980 do que da perfeita linha reta mais comum na atualidade.

— Ah... Charlie Miyazaki? — Rowan parece muito confusa, de repente.

— Sim. — Meu tom de dúvida não ajuda.

— Por que eu achava que você era um cara?

Uma lufada de ar meio irritada escapa entre os meus lábios; não é a primeira vez e tampouco acredito que será a última vez que pensam que sou um homem. (É Charlie de Charlotte, não de Charles.)

— O seu nome também é ambíguo — rebato. Ao menos eu conheço outras Charlies, ela é a primeira Rowan (e a mais difícil de ignorar, estando no meio fonográfico).

— Quero dizer... — Ela sorri sem graça. — Isso não é ruim. Na verdade, é até melhor. Não sei como pude pensar que você era um homem, nenhum seria capaz de escrever como você escreve. Ao menos, não sobre as mulheres.

— Acho que um bom compositor deveria ser capaz de escrever bem sobre todos os assuntos.

— Eu concordo! — responde desesperada. — Como eu disse, nunca trabalhamos juntas. O que eu acho péssimo, você é uma das melhores compositoras da nossa geração.

Semicerro os meus olhos angulados.

— Suas músicas são um sucesso com a crítica, não tem uma única pessoa que não teça elogios para o que você escreve e produz. Você produz tanto para os charts quanto para aquilo que tem de mais conceitual. Você é incrível!

Não entendo por que ela diz coisas que parece ter decorado de um tweet.

— Sinceramente — estou me arrependendo amargamente de não ter colocado uma câmera na porta antes e, se tivesse visto antes quem era, talvez não teria atendido —, não sei como você conseguiu o meu endereço e, muito menos, o que veio fazer na minha porta a essa hora.

— Eu sinto muito! — O seu rosto fino encolhe em uma careta dolorida, ela dá um passo a frente, quase entrando na casa. — Isso é estupido e provavelmente vou levar a maior bronca do meu empresário e da gravadora, porque eu roubei o seu endereço do sistema deles.

— Você dizendo isso está me dando vontade de chamar a polícia. — Solto um riso nervoso, não é o que eu deveria admitir para quem é o problema.

Empurro levemente a porta, em uma ameaça de fechar.

— Não! Por favor! — Ela segura a porta e dá mais um passo. — Eu preciso de uma música. Não — balançou a cabeça de forma frenética —, uma não. Eu preciso da música.

— Você precisa de uma compositora? — Arqueio uma sobrancelha. — Já vi você se gabar, em mais de uma entrevista, que não precisa disso.

Ela ri. Não um riso gracioso (embora tenha um tom de encanto, Rowan é encantadora). É carregado nervoso e tem camadas de descrença. Talvez não seja para a polícia que eu deva ligar.

— Eu estou desesperada!

O que vejo no rosto dela é o rolar de lágrimas grossas.

— Eu não preciso de algo que seja eu, não quero a minha marca. Eu preciso de algo que seja visto, de algo que chegue no topo e toque tantas vezes e em tantos lugares que ninguém será capaz de ignorar, por mais que tente. — Rowan desata em um choro desesperado, esconde o rosto branco atrás das mãos com dedos longos. E eu não sei o que fazer.

Rowan inspira profundamente, voltando a erguer a cabeça. Existe um resquício de maquiagem que mancha a região abaixo dos olhos com um sombreado acinzentado; as suas íris são engolidas por um tom de vermelho que, quando não é resultado de um bom baseado, só pode ser pelo choro.

— Eu sinto muito, Charlie — Rowan choraminga em profunda derrota. — Foi muita estupidez vir até a sua casa. Sei que é a gravadora ou meu empresário que deveria ter entrado em contato, de jeito mais formal e oficial.

— Mas nenhum deles sabe disso.

A resposta dela é um fungar humilhante. O que eu deveria fazer é chamar um táxi ou o motorista dela, pedir que venha buscá-la, e me livraria da situação esquisita. No meu trabalho, eu gosto de ter contato com o artista; afinal, é a minha função entender o que ele espera e colocar em palavras o que ele não é capaz de fazer sozinho; não é apenas compor uma canção genérica e sem qualquer relação com o trabalho prévio da pessoa. No entanto, nenhum apareceu na minha porta tarde da noite aos prantos.

Solto um suspiro. Mais de uma vez, Greta me falou que meu fraco são pessoas que são igualmente obcecadas por gatos, pessoas com problemas que não tem qualquer conexão comigo e mulheres com olhos brilhantes. Para o meu azar, Rowan Parker se encaixa nas três opções.

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