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07 - A MENTE É UMA CASA ASSOMBRADA

07.
a mente é uma
casa assombrada

  
       
ESTAVA NA HORA DE PARAR PARA ABASTECER, Rebecca viu um posto de gasolina abandonado na beira da estrada e havia uma centena de carros encostados no meio fio. Todos os veículos estavam abandonados e enferrujados e se organizavam em uma fileira que indicava que um veículo maior havia passado ali para abrir caminho. Era provável que conseguissem bastante gasolina naquele local.

Rebecca diminuiu a velocidade, esticou o braço e com cuidado tocou o braço de Joel. 

— Joel, vamos parar para abastecer. — Ela chamou. Ele respirou fundo sem responder, então ela tentou novamente. — Ei, Joel! 

Ele abriu os olhos enquanto ela encostava o carro, o posto de gasolina fornecia sombra e a possibilidade de encontrarem outras coisas úteis além de gasolina. Joel olhou ao redor atento como se estivesse voltando a ficar paranóico com segurança e detalhes. 

— Está tudo bem, eu vou só abastecer e dar uma olhada ao redor. — Rebecca assegurou. 

— Eu vou com você. — Ele disse com a voz rouca e um tom de que não aceita argumentos. 

Joel pegou a jaqueta e a vestiu, checou a arma no coldre e saiu do carro com Rebecca. O som das portas fechando acordou Ellie que imediatamente abriu os olhos e saiu do carro seguindo os dois. 

— Iam deixar a criança sozinha? — Ela perguntou em tom acusatório.

Rebecca olhou ao redor: 

— Que criança? 

Ellie não sabia se se sentia irritada ou feliz por Rebecca indicar que ela não era exatamente uma criança, de qualquer forma ela empurrou Rebecca de leve e com um sorrisinho foi na frente para explorar o local. Joel ficou ao lado do carro para pegar um recipiente, o sifão e uma mangueira enquanto Rebecca seguia Ellie para dentro da loja de conveniência. 

— Qualquer coisa me chama. — Rebecca pediu a quando entraram na loja e Ellie correu até o banheiro. 

O local estava com buracos no teto, piso molhado e aparentemente nada que pudesse ser útil à vista. 

— Ellie, tudo certo aí? — Rebecca perguntou. 

— Sim. — A menina gritou de dentro do banheiro. — Só tem eu de monstrão aqui. 

Kline balançou a cabeça rindo ironicamente.

— Eu vou dar uma olhada lá fora.

Do lado de fora a maioria dos carros estavam vazios, exceto por alguns esqueletos e objetos sem valor. Rebecca esperava encontrar algo útil como medicamento ou munição, no mínimo poderia haver algo interessante como um livro ou revista, mas não encontrou. 

Ela decidiu olhar mais um pouco e após alguns minutos viu Ellie sair da loja e caminhar até Joel que se esforçava em tirar gasolina de um dos carros parados. Rebecca foi até os dois e pegou a conversa no caminho, e como sempre os dois estavam trocando farpas. 

— Você não sabe como funciona! — A garota exclamou. 

— Eu sei que funciona! — Joel falou firme. 

Ellie por muitas vezes fazia muitas perguntas sobre como tudo funcionava e a imaginação de Joel e Rebecca não dava conta. A garota se virou para se afastar dele, mas Joel chamou sua atenção ao dizer: 

— Já chega de explorar. 

Ellie revirou os olhos, detestava ter que lidar com o tédio - que era o que mais havia naquele mundo para uma adolescente nova, ela abriu a bolsa e tirou de lá um pequeno livro. 

— Tudo bem, foi você que pediu! — Ela abriu o livro fazendo Rebecca e Joel se olharem sem saber o que ela queria dizer com aquilo. Ellie começou a ler enfaticamente. — Pra quê o secretário queria um  envelope redondo? Para enviar uma circular.

Ellie riu sozinha, Joel balançou a cabeça em negação e Rebecca ainda ficou tentando processar que Ellie havia contado uma piada. 

— Sem trocadilhos. — A garota exibiu a capa do livro mostrando que "sem" era um trocadilho numeral. 

— Quer dizer que existem cem piadas merdas nessa coisa? — Rebecca perguntou. A expressão de Joel era de preocupação, ambos estavam calculando quantas horas seriam escutando as piadas daquele livro. 

— O que uma alga marinha disse para a outra? — Ellie continuou lendo. — Vamos fazer algo? Entendeu? Algo. 

Ela estava rindo como se a expressão dos dois fosse extremamente divertida. Ela virou a página indicando que leria mais, o que deixou Rebecca e Joel agitados. 

— Não, não, não… — Joel balançava a cabeça. 

— Você pode esperar no carro. — Kline tentou sugerir. Mas Ellie continuou lendo. 

— Eu passei a noite acordado me perguntando aonde o sol tinha ido. — Ellie continuou a ler rindo, apesar dos olhares atônitos e suplicantes de Rebecca. Joel estava em completa negação. — Até que tudo ficou mais claro. 

Ellie riu se divertindo, Rebecca passou a mão pelo rosto e Joel se apressou em pegar a gasolina e levar até o carro deles para que não tivessem que ouvir mais as piadas da garota. 

Por alguns minutos ela até pareceu se esquecer do livro. Eles estavam de volta na estrada, Joel estava dirigindo e Rebecca consultava o mapa ao lado dele. Com sua mente inquieta, Ellie decidiu explorar o próprio carro, olhou debaixo dos bancos e encontrou uma revista e mais uma fita para o rádio. 

Ela entregou a fita para Joel. 

— Essa não é do meu tempo, é de antes de eu nascer. — Ele falou. 

— Achei que você fosse um dinossauro. — A garota falou fazendo Rebecca disfarçar a risada com uma tosse. 

Joel entregou a fita para Rebecca que a colocou para tocar. A voz de Hank Williams envolveu o carro, não satisfeita e ainda curiosa, Ellie pegou a revista e soltou um palavrão. 

— O que é essa coisa?!

Joel olhou pelo retrovisor e Rebecca se virou para olhar, os dois adultos ficaram imediatamente constrangidos. Ellie havia encontrado uma revista de conteúdo adulto e os modelos eram somente homens. 

— Ellie, essa revista não é para crianças. — Joel falou sem jeito. 

— Ellie, essa revista não! — O tom de Rebecca era mais urgente e firme. 

— Se acalmem vocês dois. Eu quero ver o que tem demais. — Ela virou a revista como se estivesse avaliando uma imagem. — Como o cara pode ter isso tão grande? Como ele faz para andar? 

— Ellie! — Rebecca e Joel disseram juntos. 

— Por que as páginas grudam? — Ellie continuou perguntando. 

Joel gaguejou, Rebecca passou a mão pelo rosto e balançou a cabeça. 

— Eu estou zuando com a cara de vocês. — Ellie riu ficando satisfeita com a reação dos dois. Abriu a janela do seu lado e jogou a revista para fora. — Tchau, tchau, gostosão! 

Ele fechou a janela e se acomodou deitando no banco de trás, Rebecca e Joel trocaram um olhar que ficava entre a surpresa e a tentativa de não rir muito já que aquilo poderia inspirar Ellie a voltar a recitar as adoráveis piadas de seu livro. 

Por horas eles atravessaram campos onde gados continuavam a viver pastando, viram um parque de diversões com uma enorme montanha russa abandonada. Horas depois viram de longe uma ponte quebrada com um trem caído, e cruzaram uma ponte que se erguia sobre um rio tomado por barcos abandonados. 

Enquanto o mundo deles dentro daquele carro parecia quase intacto e utópico, sempre havia alguma coisa lá fora para lembrá-los de que o mundo estava em ruínas. 

O céu indicava que era fim de tarde, a estrada estava cada vez mais coberta pela densa vegetação, a floresta tomava mais espaço próxima à estrada. Rebecca olhou para Ellie no banco de trás e percebeu pelos olhos da garota que ela estava cansada, até mesmo não retomou as suas piadas. 

Joel olhou para as duas e pareceu ter chegado à mesma conclusão que Rebecca, porque.logo em seguida ele falou: 

— Ok, já chega por hoje. 

Assim ele conduziu o carro para fora da estrada e avançou em direção às árvores se afastando até estarem a uma distância segura. 

Joel estacionou e Rebecca desceu do carro com ele e Ellie. A garota se acomodou na pequena clareira cercada por árvores, sentou no chão e tirou da mochila uma velha edição de quadrinhos que provavelmente tinha tirado do posto de gasolina. 

Rebecca e Joel tiraram do carro um dos potes de comida que a mulher havia preparado na casa de Bill e de Frank, enquanto Miller separava os pratos e garfos que iriam utilizar. Ele também utilizou uma churrasqueira pequena e portátil para esquentar a comida em conserva que levaram. 

— Engraçado… — Rebecca murmurou enquanto levavam a comida para mais de Ellie. 

— O quê? — Joel a fitou.

— Vai ser um jantar improvisado, mas provavelmente o melhor que eu tenho em anos. — Ela comentou se lembrando do último jantar que tiveram com Bill. 

Joel balançou a cabeça concordando. Ele estava em silêncio por um tempo, mas era o tipo de silêncio confortável que se tem com pessoas próximas. 

Eles esquentaram o ravioli, Rebecca separou a salada e o suco que havia levado para cada um. E então só para provocar, Joel, fingiu um tom de reprovação ao dizer: 

— Está tudo bem agora? Quer dizer, você quer fazer isso perto da gente?

Ele a olhou genuinamente confuso. 

— É que jantar juntos pode gerar apego. — Ela explicou.

Joel revirou os olhos exasperado e começou a servir Ellie, mas ele a tinha expressão de um quase sorriso. Parecia que era sua expressão comum com Rebecca ultimamente, estava frequentemente contendo um sorriso ou uma risada. 

— Eu perdi alguma piada interna? — Ellie murmurou fitando os dois pensativa. 

Quando Joel lhe entregou o prato, ela atacou a comida. Sua expressão de satisfação e surpresa a fez soltar um xingamento - como sempre. 

Rebecca sorriu e se permitiu aproveitar a comida em seu prato também. 

— Devagar! — Joel alertou Ellie. 

— Estou comendo devagar! — Ela rebateu enquanto atacava o prato. 

— O que é isso? — A garota perguntou. 

— Ravioli enlatado por vinte anos do Chef Boyardee. — Joel explicou. 

Rebecca suspirou satisfeita. 

— Esse cara arrasa! — Ellie disse de boca cheia. 

— Vou ter que concordar. — Joel falou com uma certa satisfação no olhar por ter preparado a refeição. 

Quando terminaram o jantar, o sol havia se posto. Rebecca e Joel voltaram a guardar os utensílios no carro e começaram a separar os sacos de dormir, uma lamparina e as armas para vigia. Mexendo nas coisas que pegaram no bunker de Bill, Rebecca percebeu que não havia contado quantos sacos de dormir tinham. 

Ela parou um momento para analisar e voltou a procurar no carro novamente. Depois de entregar um dos sacos para Ellie e estender o seu no chão, Joel percebeu que Rebecca ainda estava procurando um. Ele limpou a garganta e tentou o seu tom mais gentil, o que acabou soando como uma ordem. 

— Fica com o meu, Rebecca. 

Ellie o olhou fazendo uma careta e sussurrou: 

— Mais gentil. 

Joel limpou a garganta e tentou de novo. 

— Rebecca! 

O tom ainda não era exatamente gentil, o que fez Ellie revirar os olhos. Kline se virou para ele segurando o saco de dormir que havia encontrado no carro. 

— Eu achei. — Ela se aproximou deles e estirou o saco de dormir entre Ellie e Joel. 

— Esse aqui é cheiroso. — A menina falou tentando se acomodar. 

— Provavelmente era o do Frank. — Rebecca constatou e observou Joel se virar para o lado oposto e Ellie pegar o seu livro de piadas e acender uma mini lanterna. 

Os três se deitaram e apagaram a lamparina entre eles. 

Rebecca encarou o céu noturno e as milhares de estrelas que era possível ver dali. Ela sempre resistia ao sono, por mais cansada que estivesse. Em alguns momentos podia sentir os cantos escuros da sua mente a aguardando com os mesmos pensamentos repetitivos, e ela não queria ir para lá. E se dormisse perderia o pouco de controle que tinha. 

Passado lindos minutos de silêncio, Ellie se virou para os dois e sussurrou: 

— Hey! 

Rebecca virou a cabeça na direção dela, mas Joel pareceu não ouvir. 

— Joel! — Ellie chamou mais alto. 

Ele se virou devagar como se estivesse considerando se deveria ou não dar corda à ela. 

— Posso fazer uma pergunta séria a vocês? — A garota tinha um semblante sério, Rebecca ficou curiosa. Então Ellie prosseguiu: — Por que o espantalho recebeu um prêmio? 

Um instante se passou enquanto Rebecca pensava: mas que diabos de pergunta é essa. Enquanto que Joel prontamente respondeu: 

— Porque ele era o melhor no campo dele. 

As duas o olharam surpresas por ele saber tão rápido. 

— Seu babaca! — Ellie exclamou. — Você leu isso?

— Não. — Ele tinha uma satisfação no semblante e se virou de novo para o lado oposto a elas. 

Rebecca encarou o céu o estrelado e então se lembrou de algo e sussurrou para Ellie: 

— Tem uma história que aposto que o Will Livingston não colocou no livro. 

— Qual? — Ellie sussurrou de volta. 

Rebecca se virou para ela e começou: 

— Haviam dois pinguins em cima de um iceberg. Mas o gelo se partiu e começou a separar os pinguins. — Rebecca podia ver a expectativa nos olhos de Ellie. — Então um pinguim gritou para o outro: "tchaaau, pinguim". E o outro respondeu "tchaaau, pinguim". Eles se afastaram mais e o primeiro gritou de novo: "tchau, pinguim". E o segundo respondeu: "tchau, doce de leite".

— Chamou o outro de doce de leite, do nada? — Ellie riu. 

— O primeiro pinguim perguntou porque o outro o chamou de doce de leite, e o segundo respondeu: "ué, você me chamou de pudim". 

Ellie escondeu o rosto segurando uma gargalhada. Joel se virou para as duas parecendo indignado. 

— Que piada de merda você está ensinando a ela? — Ele resmungou, mas ele próprio parecia achar que o humor das duas era tão idiota que se tornava de fato engraçado. 

— Estou ensinando a ela o que é bom humor de verdade. — Rebecca protestou. 

— Eu aprendi que pinguins são estúpidos para caralho. — Ellie disse com a mão na barriga depois de tentar segurar a risada. 

Joel se virou para o lado oposto para tentar dormir novamente. 

— Estamos seguros aqui? — Ellie perguntou enquanto bocejava. 

Rebecca sentiu o corpo ficar tenso como se percebesse o quanto tinha abaixado a guarda até ali. 

— Estamos seguros. — Garantiu Joel. 

Ellie se virou no saco de dormir e sussurrou para Rebecca em um tom implicante: 

— Boa noite, pudim. 

— Boa noite, pentelha. 

— Achei que fosse dizer "doce de leite". — A garota bocejou de novo. 

— Vai achando. — Rebecca sorriu. 

Como se aquilo fosse tudo o que ela precisava para se sentir segura e relaxar, Ellie dormiu rápido. Alguns minutos se passaram, talvez até horas enquanto Rebecca e Joel andavam em círculos em seus próprios pensamentos. 

Até que ele se virou para ela e sussurrou: 

— Você tem que parar de evitar dormir. 

— Eu vou fazer a vigia de qualquer forma. — Ela respondeu. Ambos olharam para Ellie descansando e considerando a segurança da garota. 

— Você não dormiu a viagem inteira. — Joel tinha um tom levemente mais sutil. — Qualquer que a coisa da qual você foge quando dorme, precisa enfrentar isso para descansar um pouco. 

Os dedos de Rebecca percorrem o cordão e o pingente de prata com o símbolo dos Vagalumes, Joel podia ver o céu estrelado nos olhos dela. 

— Você me acorda se…. Se precisar? — Ela sussurrou hesitante. 

— Sim, estarei aqui. — Ele assegurou. 

Ela fechou os olhos para encarar os cantos obscuros da sua mente e Joel se levantou pronto para exercer o posto de segurança que as duas precisavam no momento. 

  
   
   
   

    
O SONO ERA ALGO QUE NÃO parecia ter simpatia por Rebecca, às vezes ele vinha banhado de sonhos violentos, às vezes simplesmente não vinha. De qualquer forma, para ela nunca havia descanso. Uma sensação de cansaço a acompanhava por anos, e em alguns instantes ela conseguia disfarçar, conseguia esquecer de como se sentia de verdade. Mas tudo sempre retomava como uma onda gelada que a deixava à deriva. 

Ela decidiu caminhar pelo perímetro como sempre fazia, era uma forma de manter a mente longe de seus pensamentos repetitivos e ainda era útil para a segurança de todos. Ela levava consigo a lamparina de Bill, a arma no coldre e mantinha os olhos no escuro ao redor para não olhar para o que havia dentro dela. 

Rebecca passou pelas árvores e ergueu a cabeça para encarar o céu, a copa das árvores balançaram devagar com a brisa leve da noite emoldurando as estrelas que se uniam em constelações acima dela. Rebecca suspirou e conforme baixava o olhar para encarar o caminho à sua frente, se deu conta do homem diante dela. 

Ela não se assustou, de alguma forma a sua mente reconhecia a presença dele mais rápido do que a sua consciência. Ela ergueu a lamparina para iluminar o rosto dele. 

Os olhos de Jake lhe fitaram, sempre fora muito expressivo com afeto. O olhar dele foi como uma martelada em seu peito. 

— Olá, babe. — Ele exibiu seu meio sorriso. 

— O que está fazendo aqui? — Ela perguntou. 

— Eu precisava falar com você. — Ele se aproximou devagar, estendeu a mão e tocou o rosto dela. A mão de Jake estava gelada, mas o toque era reconfortante. 

— Sobre o quê? Não vai conseguir me convencer de nada dessa vez. Sabe que a gente sempre discorda. — Ela murmurou pressentindo o tópico da discussão. 

— Você é muito dura, precisa ser mais flexível, meu bem. — Ele falou segurando o rosto dela entre as suas mãos. 

— E você é muito sensível para esse mundo. — Ela resmungou, aquilo o fez soltar uma risada abafada. 

— Você é muito dura consigo mesma. — Ele sussurrou de um modo carinhoso. — Mas precisa se permitir deixar certas coisas para trás. Você pode deixar as coisas irem. 

Algo no tom dele a fez perceber alguma coisa diferente. Estava frio, a respiração dela lançava uma pequena nuvem de ar quente, mas ela não via a respiração quente de Jake. E as mãos dele estavam ficando mais frias contra o seu rosto. Algo dentro dela estava tentando resgatar um detalhe importante, ela não conseguia compreender o que era, só conseguia dizer uma coisa. 

— Eu não consigo. — Ela sussurrou e assim que as palavras saíram da sua boca, ela sentiu o nó que pendia em sua garganta. — Você me amava e eu te machuquei, Jake…

Ele olhou para ela, uma linha de sangue escorreu pela lateral da cabeça dele do ferimento à bala que ela havia feito. Mas os olhos azuis de Jake nunca deixaram de olhar para ela com afeto. 

— Não, meu amor. Você me libertou. — Ele acariciou o rosto dela. Ele beijou a testa dela e sussurrou: — Agora você precisa deixar isso passar. 

— Mas e o Thomas? E se ainda tivermos uma chance? — Ela estava chorando, porque naquele momento sua mente não conseguia conter toda a tragédia que a cercava. 

— Faça o que você precisa fazer, mas na hora certa, o que vai precisar fazer é seguir em frente. — Ele soltou o rosto dela e se afastou da luz entrando na escuridão da floresta. 

Rebecca correu atrás dele, ela chorou e pediu para ele não ir. Ela continuou procurando, seu coração martelava no peito. 

— Por favor, eu estou sozinha. Por favor… — Ela chamou e não por Jake. Chamou por qualquer um, qualquer pessoa que pudesse ouvir. 

Mas não importava o quanto gritasse, ninguém estava ouvindo, porque só havia ela e a escuridão. E mesmo a lamparina de Bill estava começando a se apagar. Exausta, Rebecca se ajoelhou no chão, a luz da lamparina minguando enquanto seus soluços desesperados ecoavam. 

De repente, duas mãos sacudiram seus braços, uma voz distante chamou o seu nome. Ela tentou ouvir, tentou enxergar. 

— Rebecca! 

Ela abriu os olhos confusa, não conseguia distinguir o que era real e o que não era, tudo o que conseguia sentir era a enorme angústia em seu peito ameaçando constantemente engolir qualquer luz que já existira para ela. 

— Rebecca! — Era Joel chamando. As mãos dele sustentavam o corpo dela e a traziam de volte para a realidade. — Está tudo bem, você está segura agora. 

Ele tocou o rosto dela para que ela focasse nos olhos dele. O toque de Joel era quente e reconfortante, um lembrete de que o pesadelo tinha passado. Mas a angústia em seu peito permanecia. Olhando nos olhos dele ela não conseguia conter a própria vulnerabilidade, então chorou e ele a abraçou aninhando a cabeça dela em seu peito. 

— Está tudo bem, Becca. Eu estou aqui. — Naquele momento a voz dele passou conforto e estabilidade para ela sem o menor esforço. 

Joel conhecia bem o terror que a assombrava, ele a abraçou e respirou fundo deixando que ela sentisse aquilo e guiasse a própria respiração até se acalmar. Ele manteve a pouca luz que restava nela um pouco mais viva naquela noite. 



NOTAS DA AUTORA !

🧟‍♀. Demorei nesse capítulo, porque eu queria ter a certeza de que sairia como eu imaginei. Não foi complexo de escrever, mas é um capítulo emocionalmente bastante significativo. Era uma cena que eu tinha mente e criei desde a primeira vez em que eu e Aurora falamos do plot. Espero que tenham gostado! Por favor, deixem seus votos e o máximo de comentários compartilhando a experiência de vocês. Vou deixar nos comentários o link do edit que publiquei ontem sobre esse capítulo!

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