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02 - O TERROR LÁ FORA

02.
O terror lá fora

  


   
    

2003
 

  
     
   

ERA IMPOSSÍVEL ESQUECER DOS PRIMEIROS DIAS após a infecção ter começado. A onda de desespero era tão grande e pesada emocionalmente que Rebecca tinha a sensação de que todos respiravam medo. Com todos os dados e com as notícias que se espalharam, passaram a repetir para si mesmos que em algum momento alguma reviravolta poderia acontecer. Poderiam encontrar uma vacina, poderiam descobrir uma cura, o fungo poderia parar de se espalhar, um milagre surgiria. Repetiram isso dias depois, semanas depois, meses… Toda e qualquer esperança foi minguando.

Rebecca sabia o dia exato em que sentiu a esperança se extinguir por completo. Ela e Jake haviam tomado a linha de frente com o exército aceitando auxiliar e executar as tarefas necessárias quando o grupo em Boston começou a se organizar, antes mesmo da ZQ ser o que se tornou depois. Quando a infecção explodiu no mundo todo e a pandemia havia se instaurado com tanta rapidez, muitos agentes foram perdidos em campo e o próprio exército teve sua força afetada. Acabaram aceitando Jake devido a  seu histórico e conhecimento dentro da polícia e fizeram o mesmo com outros cidadãos que poderiam ter experiências semelhantes. 

O primeiro desafio era erguer barreiras e cercas ao redor da área em que conseguiam manter a base instalada, isso os auxiliou a manter o controle de quem entrava e saía e impedir que infectados adentrassem o local. Estabeleceram fortes regras para controle e dividiram os agentes em grupos de operações, Rebecca e Jake iniciaram no mesmo grupo que se voluntariaram para fazerem as primeiras viagens de transporte de cargas entre uma zona e outra, resgatar pessoas no caminho se fosse possível e garantir que os suprimentos continuassem chegando. 

À princípio a ideia agradou aos dois e escolheram depois de uma conversa entendendo que ambos queriam fazer algo que pudesse significar algo no meio de tanta desesperança. Afinal, antes mesmo daquele fungo infectar humanos, Rebecca e ele já trabalhavam lidando com o sofrimento e tentando promover segurança aos civis. Mas na prática, o trabalho não foi nada heróico, tampouco glorioso, era feio, obscuro e desesperançoso. 

Mas foi em uma operação específica da ZQ de Boston até a ZQ mais próxima em Rhode Island transportando alimentos que a culpa de sobreviver pesou sobre Jake pela primeira vez. O grupo deles havia se dividido em dois carros com quatro agentes em cada, o exército estava racionando gasolina e deixava seu estoque especificamente para operações que poderiam garantir o abastecimento da Zona de Quarentena. O carro de Rebecca e Jake ia na frente cruzando a autoestrada secundária, as vias principais estavam ainda terrivelmente interditadas e obstruída com veículos de infectados. Rita era a agente que estava dirigindo, Howard era o agente que ia no banco de carona. Rebecca e Jake iam no banco de trás. 

Ela não soube o que aconteceu exatamente para Rita se assustar e perder o controle do carro, ou se por acaso ocorreu algum problema com o pneu já que estava dormindo quando Rita gritou tentando manter o controle sobre o volante. Mas o carro desviou da estrada e capotou pela planície ao lado, Rebecca só sentiu completamente acordada e consciente quando Jake a puxou para fora do veículo, eles pegaram as armas enquanto Howard tentava tirar Rita. A porta do lado dela não abria e o carro ter parado de cabeça para baixo dificultava que pudesse ver o que estava impedindo que ela conseguisse sair do assento. 

— Essa merda amassou, as ferragens estão prendendo as minhas pernas. — Rita murmurou com dor no tom de voz. 

Rebecca viu a mancha de sangue em sua perna se espalhar. Seu primeiro pensamento foi que precisavam de reforços para tirar ela dali, uma ajuda médica específica. E então o baque da situação real caiu sobre ela a lembrando de que não tinha mais ninguém além deles, eles eram sua própria ajuda. 

Um som ecoou na estrada à frente, Jake se virou com a arma pronta para atirar, mas as sombras ainda eram distantes e muitas para ele que ele pudesse fazer algo significativo contra aquilo. Eram muitos e estavam se aproximando rápido demais. O segundo carro que vinha atrás deles parou no meio fio freando bruscamente parando diante de uma viga que se estendia atravessando a estrada. Rebecca observou com mais cuidado e então compreendeu o que era que Rita tentou evitar cruzar, mas era tarde demais. 

O carro havia passado pela extensão do fungo que tinha se espalhado como uma rede atravessando a estrada. Ao passar por ali tinham revelado sua localização, agora vários infectados subiam como um grupo rápido e desordenado na direção deles. Os três tentaram desesperadamente tirar Rita, mas ela mesmo havia percebido que era um caso perdido.

— Dêem o fora daqui, seus putos. — Rita gritou. 

Howard correu na direção do segundo carro que estava manobrando preparado para fazer o retorno. Os infectados estavam apenas há alguns metros de distância, faltava pouco para alcançá-los. Jake demorou a reagir fazendo com que Rebecca o puxasse pela jaqueta o forçando a correr até o segundo carro. A última visão que tiveram de Rita foi dela colocando a própria arma em sua cabeça e puxando o gatilho. 

     
    
    
2023

COMO ESTAVA ESCURO E A CHUVA CAÍA INCANSÁVEL SOBRE ELES, a melhor decisão foi buscar abrigo em um estabelecimento comercial abandonado. Assim como Rebecca, Joel e Tess conheciam os melhores pontos e rotas que poderiam oferecer menos risco à eles. Após duas décadas abandonado, o que antes era uma loja de conveniência estava completamente irreconhecível, sem prateleiras e alimentos há muito tempo. O teto havia cedido em uma parte e a vegetação tomava conta do lado de fora e do interior, musgo e folhas  cobriam as paredes, o chão e a parte do teto que ainda permanecia de pé.

Rebecca circundou o perímetro e avaliou com cuidado o lugar que estavam fazendo de abrigo naquela noite, havia um banheiro muito desagradável ao fundo e nenhum sinal de infectados. Ellie foi a primeira a dormir, Tess percebeu que Rebecca e Joel não estavam deitados e aproveitou ela mesma para descansar. Nem Rebecca e nem Joel se ofereceram para ficarem de vigia enquanto o outro dormia, simplesmente os dois ficaram em um gesto silencioso que mostrava que não confiavam completamente um no outro.

No fundo do espaço encontraram poucas cadeiras encostadas na parede. Rebecca puxou uma e a colocou próxima da porta onde se sentou mantendo os olhos atentos. Joel se sentou próximo à ela, ele flexionou a mão direita sentindo o ferimento que havia feito após socar o agente da FEDRA.

Teriam passado a noite inteira em silêncio, mas quando o sol começou a nascer Joel perguntou a ela:

— O que você sabe?

— Eu sei que ela é importante para os Vagalumes e que é o meu trabalho entregá-la. — Rebecca respondeu. — E não há mais nada que eu precise saber.

— Precisamos saber o que podemos perder no meio disso tudo. — Ele justificou.

Um segundo de silêncio se estendeu até Kline falar:

— Eu não tenho mais nada a perder.

Joel olhou para Ellie deitada e Tess deitada sobre a própria mochila do outro lado, refletindo em silêncio e calculando as possibilidades de como aquilo poderia dar errado. Mas todo mundo sabia que no mundo como estava naquele momento, tudo sempre dava errado. 

— Por que você é um contrabandista, Joel? — Kline perguntou.

— Para sobreviver de alguma forma.

— Esse é o motivo de eu estar aqui também. Mas chega o momento em que só sobreviver não é o suficiente, não é? A gente começa a se perguntar se vai ser assim para sempre, quando isso vai acabar… — Ela murmurou descansando a arma sobre as pernas.

Joel balançou a cabeça de forma negativa quase como se estivesse escolhendo não seguir pensando por aquele lado.

— Nada vai mudar, o mundo é assim e nada vai mudar. — O tom de Joel era calmo, cético. Rebecca pensava como ele, já tinha passado meu seu momento de elucidação nos primeiros anos de formação da FEDRA. 

Mas ela precisava continuar acreditando, por Thomas. Ou iria se afogar na angústia do luto, e às vezes acreditar também era sobreviver.

— Quando se perder na escuridão…. — Ela sussurrou mais para ela do que para Joel. — Procure pela luz. 

— Eu conheci o seu marido. — Joel contou a surpreendendo. — Uns anos atrás ele me procurava para conseguir remédio para asma, por uns meses ele procurava bombinhas.

— Era para o nosso filho, ele nunca me contou onde havia conseguido os remédios. — Rebecca também não havia perguntado, sabia que não havia sido com a FEDRA. 

Ela olhou para Joel flexionando os dedos novamente, puxou para si a mochila que havia deixado próxima jogada ao chão. Abriu o primeiro bolso e retirou um dos pedaços de tecido velho e o pequeno vidro de álcool, se levantou e caminhou na direção dele. Parou diante de Joel e ele a encarou, ela estendeu a mão ao dizer:

— Deixe-me ver como ficou. 

— Não precisa. — Ele desviou os olhos dela.

— Não estou pedindo. — Rebecca disse firme. 

Joel a olhou, bufou uma vez e estendeu a mão. Ela se abaixou usando as pernas de apoio, ficando na altura dele que estava sentado. O sol já estava iluminando o local através das frestas e buracos no teto, ela girou a mão dele com cuidado na direção da luz. 

— Não quebrou, só deve ter trincado o osso. — Ele murmurou. 

Rebecca usou o álcool para limpar as feridas fazendo Joel sussurrar um palavrão, retirou o pedaço de tecido que havia lavado para levar consigo, gases eram muito raras e difíceis de achar, precisavam  sempre improvisar nos curativos. Ela enrolou o tecido com cuidado sobre a mão de Joel. 

— Não precisa acreditar na causa ou nos motivos dos Vagalumes, eu mesma não sei se acredito. Mas é o que precisamos fazer para sobreviver no momento. — Ela soltou a mão dele devagar, Joel a recolheu e abriu a boca para responder, mas seu olhar ficou atrás de Rebecca onde Tess estava se levantando. 

Rebecca voltou a se sentar em sua cadeira e manteve a arma sobre o colo. Tess se sentou ao lado de Joel e ficaram observando Ellie, provavelmente se perguntando o que a garota tinha. Kline achava que era tão óbvio que chegava a ser ridículo, mas depois de tantos anos e tantas perdas, era natural que as pessoas deixassem de reconhecer a esperança mesmo que houvesse prova para tal. 

Mas ela mesmo percebeu que na maior parte do tempo evitava ficar se perguntando coisas da qual não haveria resposta, e estava ativamente se forçando a acreditar que algo poderia dar certo. Porque era a sua única chance, era a única chance de Thomas. 

Ellie acordou e se sentou olhando para a luz do sol que entrava pelo buraco no teto. Estava tão distraída em um primeiro momento que assustou quando viu os três a observando. Joel encarava a garota sério. 

— Bom dia… — Ela resmungou olhando para eles. Se moveu para tentar levantar e Joel instintivamente virou a arma na direção dela. — Eu não estou infectada!

— Mostre o seu braço. — Joel mandou. 

Ellie ergueu a manga mostrando a cicatriz. 

— O que Marlene queria com uma infectada como você? — Tess ergueu a cabeça para olhar melhor. 

— Eu não estou infectada! — A garota insistiu. — Marlene me encontrou depois de eu ter sido mordida. 

— O que estavam fazendo com você? — Tess perguntou. 

Rebecca os observava esperando que a ficha deles caísse. 

— Eu preciso fazer xixi. — Elli avisou, mas Joel e Tess não relaxaram. A garota revirou os olhos. — Fizeram alguns testes, eu tinha que falar meu nome, contar até dez e manter minha mão erguida. Mas o que realmente surpreendeu foi eu não ter virado um puta monstrão. 

— Vou falar com você como se fosse uma adulta. — O tom de de Joel era de alerta. Rebecca se inclinou na própria cadeira na direção dele. — Por que você é tão valiosa?

Ellie os encarou em silêncio. 

— É sério, garota. — Tess falou para ela. — Ele quer atirar em você e voltar. 

A garota olhou na direção de Rebecca. 

— Aposto que a minha guarda costas não vai deixar. 

Rebecca moveu a arma sutilmente, um gesto que reforçava o que Ellie havia dito. 

Kline observou as expressões de Joel e Tess enquanto eles pensavam. Ela apontou para o cômodo nos fundos. 

— Tem um banheiro ali.

— Não tem nada de ruim aqui, não é? — Ellie se levantou desconfiada e foi na direção do banheiro. 

— Só você. — Respondeu Joel. 

Quando ela entrou no banheiro, Tess se virou para Joel: 

— Ela não se transformou. 

— Não importa, uma hora vai acontecer! 

Quando Ellie voltou, Tess e Joel ainda estavam indecisos.

— No começo foi cômico vocês não ligarem os pontos, agora já está ficando só idiota mesmo. — Ela se levantou e andou na direção dos dois. — Essa garota não foi infectada e precisa ser levada até os Vagalumes, tem uma base no oeste do país onde estão trabalhando em uma cura. 

Tess pareceu pensativa, mas Joel balançou a cabeça em uma expressão impaciente. 

— É a mesma ladainha de sempre estamos escutando essa merda sobre uma cura há muito tempo… — O tom de voz dele aumentou. — Vamos levar ela de volta para Boston. 

— Você pode voltar para a ZQ, Miller. — Rebecca preparou a mão no cano de sua arma. — Eu vou levar a menina até o Capitólio como combinado. 

Ellie olhou de Rebecca para Joel. 

— Se vocês voltarem, vão ficar sem a bateria. — A garota os lembrou. 

Joel pareceu pensativo novamente. E foi Tess que o convenceu ao dizer: 

— Não importa o que ela é ou se vão achar a cura ou não, não temos que acreditar nisso. Só temos que fazer o nosso maldito trabalho. 

Joel olhou para Rebecca e enquanto pensava percebeu que era o que precisava fazer. 

— Eu juro que se ela começar a se contorcer e… 

Ellie fingiu os sons e estamos de um infectado pegando os três adultos sobressaltados. 

— Que merda, não faça isso! — Rebecca pediu recolhendo sua mochila e a jaqueta. 

— Credo, foi mal! — Ellie murmurou, mas Rebecca viu que ela segurou um sorriso. 

O que quer que fosse os planos dos Vagalumes, precisava levar a garota para conseguir o que precisava para os seus próprios planos. E como no mundo era cada um por si e pelo seus próprio benefício, os três concordaram em continuar a jornada com Ellie. 

  

   
notas: a outra metade do segundo episódio está sendo finalizada, vou atualizar em alguns dias. é provável que em todo capítulo tenha um pouco do passado da Rebecca para que a gente vá conhecendo ela na mesma medida que o Joel. espero que estejam gostando e surtando muito com a série. Até a próxima atualização! ❤️

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