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01 - FOGO CRUZADO

   

01.
FOGO CRUZADO

       
OS CHIADOS ECOAVAM AO FUNDO com a música que tocava. Rebecca escutava Radio Ga Ga enquanto reunia seus pertences, uma bolsa com um kit de primeiros socorros, mais duas armas e alimentos não perecíveis que levaram duas semanas para serem coletados - mais precisamente trocados por cigarros.

A música era uma mensagem enviada pelo rádio, significava que Marlene precisava que Rebecca estivesse pronta para cumprir o que haviam acordado. Tudo havia sido planejado nos mínimos detalhes, precisavam entregar uma carga na base que ficava a oeste e teriam uma escolta especial para isso. Rebecca fazia parte essencial da escolta, ninguém tinha experiência militar como ela e poderia muito bem usar os pontos fracos da FEDRA caso algum imprevisto acontecesse.

Mas antes precisava desaparecer da zona de quarentena em Boston. Em seu pequeno apartamento já estava tudo pronto para parecer que não foi uma fuga, as coisas permaneceriam como se ela tivesse saído apenas para mais um turno. Colocou peças de roupas que havia guardado e não tinha usado antes, não queria que algo assim permitisse que alguém a reconhecesse, prendeu o cabelo em uma touca e colocou o boné.

Percorreu pelos cantos da cidade evitando as ruas principais, tomou atalhos pelos prédios abandonados e vielas. Uma coisa curiosa sobre aquela zona de quarentena era que uma cidade se erguia às sombras da vigilância militar. Cantos, becos e passagens pelo esgoto que permitiam pequenas fugas. Mas mesmo com os militares qualquer coisa poderia ser negociável, alguns mantinham o comércio e contrabando mesmo usando a farda.

Rebecca aprendeu cedo que todo mundo fazia o que era preciso para sobreviver. E ela sabia o nome de cada pessoa em que não deveria confiar, tanto em seus colegas de trabalho quanto os que se escondiam nas sombras da zona de quarentena.

Ela entrou no prédio abandonado na periferia da cidade, haviam dois vigias que não bloquearam sua entrada - ela era esperada por eles e não era exatamente um prédio onde as pessoas iam sem saber o que era. O prédio que outrora fora um residencial com quartos, agora caía aos pedaços. A chuva que caía lá fora evidenciava as dezenas de goteiras pelo corredor. A tinta na parede descascava e há muito já havia perdido a sua cor, em cantos mais distantes do corredor tinha mofo.

Rebecca entrou no que poderia um dia ter sido a sala de jantar. Um cara alto e duas mulheres estavam mostrando o mapa para Marlene. Quando Marlene a viu, ela deu um sinal movendo a cabeça indicando que os outros saíssem. A única a cumprimentar Rebecca antes de deixar o cômodo foi Kim. As duas se entendiam de uma forma silenciosa.

Verdade fosse dita, Rebecca não era de fazer amizades.

— Tudo seguindo como planejado? — Perguntou Marlene.

— Da minha parte sim. — Rebecca tirou a touca e o boné. Estava começando a ficar incomodada. — Agora só precisamos da bateria do carro e a carga.

Marlene assentiu. Rebecca a avaliou com os olhos e então acrescentou:

— Eu quero vê-la.

Marlene a guiou pelas escadas para o andar de cima. Marlene possuía uma postura que cheirava a liderança, Rebecca soube que ela era de fato a líder dos Vagalumes na primeira vez que a viu. Olhos determinados com uma fagulha de utopia, postura centrada e mente afiada.

A líder abriu a porta de um dos quartos e entrou, Rebecca a seguiu para o cômodo vazio. Perto da janela no canto do quarto estava uma menina sentada. Ela se levantou, tinha uma feição irritada e um ar de quem estava estressada.

A menina ergueu as mãos e mostrou o dedo do meio para elas.

— Hum, certamente uma criança adorável. — Rebecca murmurou.

— Vou acertar os últimos detalhes. Me encontre lá fora. — Marlene falou para Rebecca e em seguida acrescentou para a garota: — Se comporte.

Marlene saiu e fechou a porta do quarto, Rebecca se aproximou da menina e perguntou:

— Posso ver?

— Ver o quê? — Ela tinha um tom de petulância. Sabia sobre o que era a pergunta.

Rebecca apontou para o braço dela, a garota revirou os olhos e subiu a manga da blusa mostrando a cicatriz.

— Faz realmente semanas? — Rebecca já havia recebido todas as informações de Marlene, mas ouvir de alguém e ver de fato do que se tratava, era muito diferente.

A garota balançou a cabeça em resposta.

— Vamos tirar você daqui hoje, está bem? Estou aqui para te acompanhar. Basicamente meu trabalho é te manter segura. — Rebecca ouviu uma movimentação e vozes do lado de fora, mas manteve seus olhos na garota.

— E você dá conta? — A menina perguntou.

A audácia da garota fez Rebecca deixar uma risada sarcástica escapar.

As vozes do lado de fora ficaram mais altas.

— Eu vou ver o que está acontecendo, não saia daqui.

Quando Rebecca se virou para a porta, tiros soaram do lado de fora. Ela sacou a própria arma e fez sinal para a garota ficar em um canto abaixada. Rebecca abriu a porta e pela voz de Marlene localizou que ela estava do lado direito do corredor. Ela abaixou para pegar um ângulo fora da altura dos olhos do possível oponente, teria apenas poucos segundos para mirar.

Ela tomou o cuidado de olhar por fora da fresta da porta, avistou Robert e atirou, mirou nos dois homens ao seu lado. Um acertou no pescoço e o outro errou por pouco. Kim, que estava do outro lado do corredor com Marlene, acertou o último.

Rebecca saiu para o corredor e fechou a porta do quarto atrás de si. Ainda com a arma apontada para os homens ao chão, ela olhou ao redor. Viu Marlene com a mão na barriga que sangrava, mas a julgar pela postura dela não parecia muito grave. Kim estava com a lateral da cabeça sangrando, mas também estava de pé.

— O que houve? — Rebecca moveu com o pé o corpo de um dos homens que ela reconheceu como sendo Robert.

Robert era um canalha que negociava armas e outros objetos, mas sempre estava disposto a passar a perna em todo mundo se fosse para benefício próprio. Rebecca tinha uma longa lista de agentes da FEDRA que já tinha negociado com Robert.

Ao lado dele estava uma bateria de carro que se fosse avaliada de perto deixava claro que não funcionava.

— E lá se vai a nossa bateria. — Rebecca olhou para as duas mulheres, Marlene estava começando a mostrar que estava sentindo dor com o ferimento.

Rebecca iria até ela para avaliar o grau de perigo do ferimento, mas sua percepção a alertou a olhar para a ponta do corredor. No instante que ela apontou a arma, um homem surgiu primeiro.

Ele estava com uma mochila, uma blusa jeans surrada, ele apontou a arma na direção dela. Em seu pulso havia um relógio que não funcionava.

— Joel. — Marlene exclamou ao o ver e pediu para que eles abaixassem as armas.

Atrás de Joel surgiu outra mulher armada que Rebecca reconheceu como Tess, uma contrabandista que ela sabia que trabalhava com Joel.

Rebecca não abaixou a arma.

A porta do quarto subitamente abriu e a garota que Rebecca havia deixado no cômodo saltou para cima de Joel com um canivete. Ele apenas fez um movimento de a jogar para o outro lado a fazendo bater na parede e cair de modo desajeitado.

Ele apontou a arma para a menina e colocou a bota sobre o canivete.

Rebecca percebeu o quanto Joel podia ser um tanto bruto e o quanto a garota tinha uma inclinação de recusar instruções.

— Aponte a arma para mim, Miller. — Rebecca falou firme, Joel a olhou intrigado pelo seu tom.

— O que aconteceu aqui? — Perguntou Tess. — Robert nos passou a perna para entregar a bateria para vocês?

— Mas a bateria estava queimada e ele não aceitou bem a nossa resposta. — Esclareceu Marlene. — Íamos tirar a Ellie da ZQ. Agora parece que vocês que irão fazer isso.

Houve uma série de protestos, Joel afirmou que não tinham tempo, Ellie não queria ir com ele e Rebecca julgou que estariam bem mais despreparados se iniciam aquilo naquele momento.

— Isso é mais importante, Ellie é mais importante do que uma pessoa só. — A líder dos Vagalumes declarou. — Mais importante do que Tommy.

Por um instante o corpo de Rebecca quase respondeu, até ela entender que não era sobre o filho dela. Pela expressão de Joel, era sobre alguém que ele conhecia.

— Você sabe disso? — Ele perguntou.

— A gente sabe de muita coisa. — Foi o que Marlene afirmou.

Mas Rebecca não estava a fim de saber, precisava simplesmente agir e o mais rápido possível.

— Precisamos deixar a garota no Capitólio. — Rebecca reafirmou.

— Não, eu levo a garota. — Protestou Kim.

— Pelo amor de Deus, mulher. Você acabou de perder a orelha. — Marlene resmungou. — Deixem a menina e Rebecca no Capitólio e nós daremos o que quiserem em troca, tudo o que precisarem.

Joel e Tess se afastaram para discutir a situação. Rebecca deu a mão para Ellie e a ajudou a se levantar.

Ellie a olhou por um instante nos olhos, Rebecca desviou o olhar para Joel e Tess quando eles se reaproximaram.

— Chegando lá eles vão nos entregar tudo primeiro ou matamos a garota. — Joel olhou de Marlene para Rebecca.

Nenhuma das duas hesitou.

— Combinado. — Concordou Marlene.

— Fácil assim? — Ellie resmungou.

— Você é o mais importante. — Marlene respondeu. Dentro de si, Rebecca concordava. Era um propósito maior, era por Thomas.

— Vou encontrar vocês na saída da ZQ. Estou sendo procurada nesse momento, posso colocá-los em risco se andarmos juntos por aqui. — Kline explicou para eles, já sabia quais as rotas os contrabandistas usavam para sair da cidade e quais pontos cegos dos agentes também.

A verdade era que assim como todo mundo, Rebecca tinha as informações para benefício próprio. Em uma zona como aquela era necessário saber em quem confiar e quem manipular.

— Certo, conhece a saída pelo esgoto do lado noroeste? — Tess perguntou.

— Estarei lá.

Ellie pegou a mochila e acompanhou Joel e Tess, antes de virar o corredor ela olhou para Rebecca mais uma vez.

A ÁREA DE LANCASTER ESTAVA SEM cobertura naquela noite, porque era a área que Rebecca estaria responsável e como não havia aparecido para o turno, a organização dos vigias estava prejudicada. Não foi mais difícil do que o habitual se esgueirar pelas ruas evitando os agentes da FEDRA e os poucos carros em movimento. Além do mais, a noite era uma vantagem para quem queria se esconder.

Ela esperou do lado de fora da cerca em frente a uma boca de bueiro. Ficou atrás de um dos carros abandonados na região por uns dez minutos até eles chegarem deslocando a tampa do bueiro.

Rebecca estendeu a mão para ajudar Joel a subir, em seguida veio Ellie que tinha um brilho nos olhos juvenil de animação com situações de risco que só um pré adolescente teria. Aquilo mexeu com algo profundo dentro de Rebecca. Por último, Tess saiu e eles colocaram a tampa no lugar.

— Que loucura, eu estou mesmo do lado de fora! — Ellie exclamou e Rebecca a puxou para se abaixar instantes antes da luz da Torre de Vigia passar por ela.

— Faça silêncio e siga nossas instruções. — Tess orientou a garota e olhou para Rebecca.

— Vamos contornar a ZQ pela esquerda. — Rebecca informou. — É provável que haja menos agentes por essa direção.

Eles passaram pela barreira de carros abandonados, seguiram pela passagem aberta embaixo de um velho ônibus escolar e seguiram caminhando enquanto a chuva começava a cair. A chuva sempre era um mau presságio para Rebecca.

Se esconderam no canto embaixo de velhos entulhos de construções que se misturavam aos veículos abandonados, um helicóptero sobrevoou a área e eles aguardaram a passagem. Seguiram caminhando e um trovão ressoou no céu, a luz repentina revelou um agente da FEDRA no canto de costas para ele.

Não houve tempo o suficiente para se esconderem, o agente notou a presença deles e de forma apressada arrumou as calças e foi então que Rebecca notou que ele estava urinando, o agente se virou apontando a arma para eles.

Rebecca tinha a feição escondida pelo boné e uma das mãos ia lentamente para as costas a fim de alcançar a arma.

Outro trovão explodiu no céu.

— Que merda, cara! Eu avisei para não passarem pelos portões. — O agente xingou. — Fiquem de joelhos agora! Agora!

Atirar um agente da FEDRA poderia complicar a situação para eles, isso se fosse possível acertá-lo naquelas condições de chuva e pouca luz. Mas ainda assim era a escolha que Rebecca estava cogitando.

— Podemos negociar. — Tess sugeriu enquanto os quatro enfileirados se colocavam de joelhos. — Entregamos metade dos cartões de ração para você.

Ao lado dela estava Joel, em seguida Ellie e por último Rebecca. O agente utilizou o detector de infectados primeiro em Tess, uma luz verde acendeu, em seguida ele o usou em Joel e a resposta na tela do aparelho também foi verde.

— Qual a punição para quem sai da ZQ sem permissão? — Perguntou Ellie.

— Enforcamento. Eu vou querer todos os cartões, não vou arriscar meu trabalho por  metade…

Ellie enfiou o canivete na perna do agente o fazendo gritar de dor e xingar em seguida. Tess e Joel se levantaram tentando o acalmar, Rebecca se colocou na frente de Ellie e apontou a arma para o agente.

A luz da lanterna sobre a arma passou pelos olhos de Joel, Rebecca podia sentir as gotas da chuva escorrendo pelo seu rosto. Todas as vezes que precisou puxar o gatilho para se salvar retornava como memórias à sua mente, ela tentou bloquear. Seu dedos estava pronto para puxar o gatilho, mas quem reagiu foi Joel. Ele partiu para cima do agente e começou o socar sem parar até que o homem estivesse desacordado.

— Joel! Joel! — Tess chamou com urgência, em suas mãos estavam o aparelho do agente, na tela vermelha lia-se a palavra infectado.

Joel e Tess se viraram para Ellie.

— Eu não estou doente! Eu não estou infectada. — A menina falou com um certo desespero na voz o que fez Rebecca instintivamente a puxar para mais perto, colocando a menina atrás dela.

— Ela não está infectada. — Ela afirmou. Ellie puxou a manga da blusa e mostrou a cicatriz para Tess. — Fazem aproximadamente três semanas, ninguém dura tudo isso.

Em algum lugar próximo estava ocorrendo uma agitação dos agentes, sons de vozes e passos apressados estavam se aproximando.

— Precisamos sair daqui agora! — Rebecca ordenou e puxou Ellie pelo braço guiando a menina em direção à cerca.

Tess e Joel se apressaram e seguiram as duas. Rebecca não sabia dizer o que era, mas algo havia despertado nele naquela noite, era possível ver nos olhos dele.

A chuva gelada caía sobre o grupo enquanto eles atravessavam a abertura na cerca. A placa pendurada continha um aviso: área biologicamente infectada, não entre. Mas era exatamente para onde eles estavam indo, afinal não era para eles um terror desconhecido. Outro trovão soou pelo céu, a luz repentina iluminou os cantos mais sombrios da paisagem que os aguardava.

  
   
   


notas: eu estou em êxtase escrevendo e tentando aprender a como fazer gráficos só para a Rebecca e o Joel. O primeiro encontro pode não ter sido um dos melhores, mas tenham em mente que será um slowburn bem construído. E se algo a respeito do passado da Rebecca ainda não fez muito sentido, confia, virão mais cenas e revelações. eu espero que estejam gostando!

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