Capítulo 4
Era uma mansão grande, as paredes com uma coloração perolada, as janelas num tom escuro de madeira, e com certeza, a mobília do local, como sofás, armários, quadros, pianos e muito mais, que davam um ar de extrema riqueza para a mansão.
— Fiquem à vontade. — Disse o mordomo, descendo as escadas com uma bandeja de prata em sua mão.
Isaac, Roger e Edrick se sentaram no grande sofá luxuoso que havia na entrada na mansão. O velho mordomo serviu chá em pequenas xícaras de porcelanas com gravuras floridas.
— Vocês vieram mais rápido do que eu imaginei, espero que não tenhamos causado nenhum problema a vocês por conta desse trabalho, mas… é impossível que um pai mantenha a calma nessas horas.
Roger segurou a xícara de porcelana, bebendo um pouco do chá antes de responder:
— Não. É nosso trabalho ajudar com casos assim. A quanto tempo seu filho está desaparecido, senhor?
— Faz quatro dias desde que nosso filho desapareceu. Estávamos todos juntos no quarto do Thomas, lendo algumas histórias para ele dormir, e todos acabamos caindo no sono. E…e quando nós acordamos, ele já não estava lá — a voz da senhorita sou em um gemido dolorido, ela segurava fortemente o tecido de seu vestido enquanto continha as lágrimas que se acumulavam em seus olhos.
— Não se force querida. Mas sim, foi isso que aconteceu. Quando acordamos e percebemos que ele não estava mais ali, notamos uma caixinha de música em cima da cama.
— Se não se importa, Sr. Jones, poderíamos dar uma olhada na caixinha? — perguntou Roger.
O homem concordou com a cabeça e logo fez um sinal para que o mordomo buscasse o objeto.
Isaac observou o cômodo grande, a sensação de estar sendo observado estava o incomodando por um tempinho, logo uma pequena figura pode ser vista na janela.
No meio dos arbustos, uma pequena garotinha de cachinhos dourados olhava para dentro da sala, suas pequenas mãozinhas se apoiavam na janela.
— Ahg! — com um grande barulho, a garotinha escorregou fazendo barulho do lado de fora.
— Quem é ela? — perguntou Edrick.
— Oh… — A Sra. Jones mostrou um olhar triste enquanto olhava para a xícara em suas mãos — O nome dela é Penélope, ela é uma das moradoras da área pobre da cidade, e amiga do meu filho. Ela vem todos os dias aqui à procura dele…. Ela quer ajudar a encontrar ele, mas é perigoso demais, ainda mais para uma criança como ela.
Isaac encarou a janela por alguns segundos antes de se levantar da mesa.
— Eu já volto…
Roger sorriu vendo Isaac ir para o lado de fora da casa, enquanto Edrick encarava a porta com curiosidade.
— Aiai — sentada no chão estava a pequena Penélope, dando alguns tapinhas no joelho ralado — mamãe vai brigar comigo se ver isso.
— Você está bem?
— AHK!
A pequenina se encolheu no susto. Seus olhos se encontraram com o rosto de um jovem de cabelos vermelhos com olhos azuis de um tom encantador.
— Desculpe, eu não queria te assustar.
— Tá tudo bem moço…
Isaac sorriu rapidamente, e se agachou para ajudar a garota a levantar, tirando um pouco da terra que havia em seus joelhos.
— Obrigada…moço.
— Pode me chamar de Isa, senhorita Penélope.
— Oh, você sabe meu nome. Hehe, que legal. Oh, hum… não precisa limpar, você vai sujar suas luvas assim. Minha mãe sempre diz que não pode sujar as roupas.
— Não se preocupe, eu posso trocar elas depois.
— Oh! Que legal! Queria ter bastante luvas para trocar quando quisesse, no inverno é ruim não ter muitas roupas pra se proteger do frio.
Isaac parou um pouco, seus olhos encarando o rosto sorridente da pequena garotinha.
— Você está procurando pelo seu amigo, né? Quer ajudar a achar ele?
— Ah! Sim. Ele ainda não voltou pra casa… eu não sei o que fazer para achar ele, e nem as outras crianças.
— Fique com sua mãe.
— Hum? — a pequena Penélope mostrava um olhar confuso em seu rosto.
— Eu prometo que vou encontrar o seu amigo, e as outras crianças também. Então, até lá, fique com sua mãe e proteja ela. Assim logo você vai poder brincar com o seu amigo de novo. Tenho certeza que ele vai ficar feliz em ver você com a sua família.
— É mesmo…? Então tudo bem, Isa. Eu prometo que vou proteger a mamãe.
— É isso aí. Você é forte, tenho certeza que consegue — Isaac se levantou, bagunçando um pouco os cachinhos loiros da garota que riu com o gesto.
Penélope abraçou a perna esquerda de Isaac e logo correu para fora da casa, falando um “Até logo” enquanto corria. Isaac a observou por um tempo, sentindo aquela sensação de carinho que ele sempre tinha durante esses trabalhos. Era pela proteção dessas crianças que ele sempre dava tudo de si.
— Você é tão molenga nessas horas — Roger que assistia a cena de dentro da casa, abriu a janela e se apoiou na mesma para falar com o ruivo.
— Eu molenga? Olha quem fala. Nenhum de nós pode contrariar isso.
Roger gargalhou enquanto bagunçava os cabelos vermelhos do menor — Sim, sim, tem razão. Aqui, pegue — Ele entregou a pequena caixinha de música nas mãos de Isaac — Aparentemente foi isso que apareceu em cima da cama no momento do desaparecimento.
— E esse é o garoto — Edrick se aproximou da janela com algumas fotos do pequeno Thomas.
As fotos mostravam o pequeno garoto, com seus olhos claros e cabelo castanho, acompanhado com suas roupas caras.
— Não parece haver padrão nas crianças sequestradas, todas são de classes diferentes. E a única coisa em comum que liga todos os casos é essa maldita caixinha de música. Ela parece ser deixada como uma marca do sequestrador.
— Você acha que o circo está envolvido? — perguntou Edrick.
— Não só acho, como tenho certeza. Tudo começou quando esse maldito circo apareceu nesta cidade, tudo aponta pra eles e seria estranho se esse não fosse o caso. Nós apenas precisamos confirmar essa hipótese.
— O circo fará uma apresentação essa noite, vamos aproveitar a multidão para nos misturar e procurar provas sobre os sequestros. Edrick, você vai procurar pistas pelas tendas enquanto você, Roger, procure algo estranho nos bastidores e no lado de fora. Eu vou ficar encarregado de procurar dentro do circo durante a apresentação, tem grandes chances de algo estranho ocorrer durante o show.
— Entendido! — disseram em uníssono.
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