#praTodosVerem | Descrição da imagem: vê-se um emoji com uma carinha de tristeza. Uma gosta de suor escorre pelo lado direito. Desolação.

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1. Livros que ficam um mês sem atualizações. Gente, atualização quinzenais eu reclamo, mas até aceito. Mas um mês? Um mês sem atualizar? Eu até esqueço quem são os personagens! Eu respeito meus leitores e por isso não gosto de ser desrespeitado. Quem termina o livro antes de começar a publicar não passa por isso. E veja que um mês estou sendo até generoso. Há pessoas que não atualizam os livros há anos. Esses dias mesmo eu dei uma olhada nas pessoas que sigo e tive a curiosidade de ver o perfil de algumas. Um garoto em especial me chamou a atenção. Quando eu li o livro dele, uma obra infantil bem madura e poética, diga-se de passagem, ele estava parado no quarto capítulo. Isso em 2016! Fui lá agora e sim: continua do mesmo jeito. Mas isso não é o pior. Livros abandonados é o que mais tem por aqui. O pior é que eu vi os comentários e tem mensagens deste ano e do ano passado com promessas dele para os leitores de que voltaria "em breve". Poxa, quatro anos depois e ainda com a mesma promessa?! É falta de amor próprio, falta de respeito com os leitores, tudo. É preferível abrir o jogo com os seguidores e admitir que não conseguiu. Ponto. Está tudo bem. Vida que segue. Todos nós temos falhas, todos nós caímos, ficamos de pé, tentamos, caímos de novo... É a vida. Agora, ficar prometendo o que não pode cumprir e que as pessoas estão vendo que não foi cumprido? É feio.

2. Excesso (abuso mesmo!) de erros ortográficos e gramaticais. Um mínimo de revisão é essencial, mesmo em uma plataforma dita de publicações "amadoras". Publicar uma obra, um texto pequeno que seja, é colocar o próprio nome em jogo. E, sim, mesmo que você use um pseudônimo. Se os erros de português começam da sinopse e se estendem pelos primeiros capítulos, desculpa, tchau. Tenhamos sensatez: pensa no teu livro físico favorito e imagina que ele está com erros gramaticais vergonhosos. Imagine que até a sinopse e o texto da contracapa estão errados, com palavras mal redigidas e uma linguagem como se tivesse sido escrito de qualquer jeito via WhatsApp. Você veria esse livro na livraria, desse jeito, e compraria?

3. Abrir o livro e ter dezenas de capítulos aleatórios com "Cast", outro com "Mensagens", outro com a sinopse (!), outro com "Desculpa os gatilhos, gente...", outro com "Desculpa os erros de português, gente...", outro com os motivos para a escrita daquele livro e, só então, o primeiro capítulo. Eu já vi obras onde a história só começava depois de dez capítulos de aleatoriedades! É um absurdo. Temos de ter em mente uma premissa básica: o Wattpad é um universo com vários livros à disposição. Portanto, você tem de pescar a atenção do público o mais rápido possível. Quanto mais você demora a começar a história, mais a atenção do leitor se dispersa. E ele vai embora. Você conhece a regra dos dez por cento? Você tem de comprar a atenção dos leitores nos dez por cento iniciais da tua trama. Se teu livro tem trezentas páginas, por exemplo, até a página trinta alguma empatia já tem de ser estabelecida. Em filmes, são os primeiros vinte minutos. Teatro musical? Na segunda canção essa conexão é necessária. E por aí vai com todas as mídias que você imaginar. Publicitários e marqueteiros pensam nisso direto. Portanto, aqui no Wattpad, uns dois capítulos com informações aleatórias, mensagens que você quiser passar, mandar beijo para alguém, paquerar, etc, já estão de bom tamanho. Não perca tempo e vá direto ao que importa: a história.

4. Tramas mal construídas onde não há nexo temporal algum, os personagens são genéricos e baseados apenas em coisas aleatórias pesquisadas na internet ou vistas em filmes. Eu noto a falta de alma dos personagens. É chato. Eu admito. É chato porque as vezes eu quero gostar daquele livro, sabe? Eu me forço a ler dois, três, quatro capítulos... Mas não vai. Um efeito adverso de estudar escrita criativa é que você começa a notar a estrutura dos livros, filmes, séries como se fosse um mapa em tua mente. E, quando essa estrutura é mal construída, os equívocos saltam aos olhos. Agora, imagine que se eu, um reles grão de areia na capacidade de perceber essas coisas, já noto essas falhas, calcule um editor gabaritado? Um editor de uma grande editora? Devemos fortalecer nossas estruturas narrativas. Faça com que teus personagens sejam vivos, palpáveis, reais. Faça com que o público sinta o que você quer transmitir, viva, emocione-se. A melhor arma literária que temos é a emoção. Agarre o público pela emoção e não largarão o teu livro.

5. Escrever sem usar hifens, travessões ou aspas para indicar falas. Já encontrei livros em que você tinha que adivinhar o que era narração e o que era diálogo. Por favor! E não há nada, nada!, que justifique isso. Eu tenho certeza de que pelo menos um dos três itens desse conjunto (hifens, travessões, aspas)há no teu teclado. Então, use algum deles. Uma separação entre diálogos e narração é o mínimo que se espera para começarmos na escrita criativa. Até um livro para crianças de dois anos tem essa separação! Anos atrás, uma autora no Instagram me veio com "Ah, mas o José Saramago distorcia muitas regras de linguagem!". Minha filha, o José Saramago é um estudioso, um gênio ganhador do Nobel de Literatura, e tu queres justificar os teus erros e falhas com algo que o Saramago fazia intencionalmente? É o ápice da falta de noção!

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