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25. Você realmente precisa lançar um livro físico?

#pratodosverem | Descrição da imagem: em um gramado, vê-se, à esquerda, o autor Henggo em uma posição como se lançasse algo, a fotografia evidencia o movimento das mãos, borradas devido ao gesto. No ar, folhas voando e semi aberto, vê-se o livro de capa vermelha que foi lançado pelo autor.

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Sabe a história de São Tomé, que só acreditou que Cristo era Cristo quando tocou nas chagas do coitado? Pois então: você não precisa transformar teu livro em físico, tocar nele, para se dizer escritora ou escritor. Sim, parece óbvio. Mas saiba que muitas, muitas (e põe mais uns três "muitas") pessoas só se julgam dignas do título de escritor quando o texto que escreveram se transforma em um livro nas mãos delas. Por favor, ponha a mão na consciência...

Você escreve livros, contos, crônicas, artigos, poesias? Você já é uma autora, ok!? Você já pode bater no peito e dizer "sou escritor". Você já é o diferencial. Um livro físico não é a definição da tua arte. Aqui, neste contexto de busca desenfreada pela concretude, ele se torna um mero símbolo de status. Não ignore todo o teu percurso digital por causa de 200, 300 folhas. Tome o livro físico como uma vírgula, não como um ponto final.

Ele simboliza algo importante? Sem dúvida. Ele é o suprassumo da tua carreira? NÃO!

Eu sei que há todo um imaginário com o livro físico. Há toda uma devoção ao cheiro do papel (e veja que eu faço parte da AVICLIN - Associação dos Viciados em Cheiro de Livros Novos!). Há uma espécie de "devoção coletiva", uma visão ufanista do escritor sentado na Bienal do Livro com pilhas de obras ao redor. Isso é muito fruto de duas coisas: uma sociedade ainda materialista e a visão clássica do mundo literário. No entanto, os tempos mudaram. Diferente do que muitos previram, o livro físico não morrerá, mas ele perdeu e continuará a ceder espaço para o digital. É inevitável. Lá atrás, início dos anos 2000, quando o YouTube surgiu, muitos disseram que "nunca daria certo, pois a televisão e cinema já dominavam". O que aconteceu? Preciso responder? Portanto, esteja ciente: o mercado literário mudou e continuará a mudar.

Eu acho engraçado como muitos ao meu redor ficam encantados pelo fato de eu escrever e de ter a capacidade de elaborar um livro, mas sempre perguntam: "OK. E quando tu vais lançar o livro?". Amada, eu tenho leitores em Cabo Verde e no Japão! Eu vou lançar livro físico pra quê? Pra satisfazer o ego dos outros? Eu não escrevo para dar satisfação para ninguém. Eu me sinto completo com a minha arte. Ponto. E sou feliz. Todo o resto é consequência, mero bônus.

O mesmo acontece com meus quadros. "Nossa, que linda essa tela! Quando tu vais fazer uma exposição para divulgar?". Eu já vendo quadros em uma galeria virtual que está em diversos países, mas as pessoas não veem isso. Elas querem tocar, querem ver, querem entrevistas e capas de revistas. É o velho e terrível ideal do "ser famoso". Eu, particularmente, acho triste essa obsessão por aplausos e por afagos. Uma coisa é eles virem de forma natural, oriunda do teu esforço. Outra, é você querer forçar isso a qualquer custo e tomar essa premissa de fama como parâmetro de qualidade e de sucesso.

Reitero: se você não se orgulha do que faz, se aí, sozinha, sozinho, não tem a convicção da qualidade do teu trabalho, você pode ter milhões de leitores, pode ter filas de autógrafos, entrevistas, livros vendidos, o que for... Você continuará com o mesmo sentimento de auto boicote de sempre; o mesmo sentimento de nunca ser bom o suficiente. E é só pegar documentários sobre grandes estrelas famosas ou apenas abrir o Google e procurar depoimentos desses artistas para ver como a fama, essa falsa imagem de sucesso exigida pela sociedade, tem um preço alto demais.

Esse é o ponto crítico.

O que percebo é que muitos escritores e escritoras não são felizes com a própria escrita, eles apenas estão felizes. Percebe a diferença? Muitos vivem em uma eterna espera por um "algo maior" que em tese se concretizaria em um livro físico.

Ir em busca de um sonho é algo lindo. Contudo, não menospreze o próprio esforço e talento só porque você não tem (ou ainda não tem) o teu livro impresso em mãos. Eu sei de dezenas de casos de pessoas que hoje têm caixas de livros em casa e começaram até a distribuir de graça. Um conhecido meu caiu na loucura de mandar imprimir 1000 (sim, MIL livros!) e tá estagnado. O interessante é que ele se acha a última bolacha do pacote só porque tem livros impressos e conversa comigo com o nariz empinado, cheio de arrogância.

Bom, eu sou feliz, não tenho dívidas e sou lido um pouquinho mais a cada ano. Quem fez o certo?

Conheço escritoras que gastaram R$ 25 mil reais, R$ 30 mil reais para imprimir livros! O tanto de gente que foi enganada por gráficas que fingem ser editoras não cabe no papel.

Vale a pena pagar para ser publicado? Qual o custo desse sonho? Ficar endividado por meses? Vender um carro para lançar um livro físico? Isso é sonho ou isso é ego? Esse sonho pelo livro físico é algo natural ou você só está reproduzindo o que a sociedade espera?

Essas são as questões que ficam.

Construa o teu público, curta a jornada de escrita, vá com calma, participe de concursos aqui e nas editoras, participe de antologias, entre até mesmo no mais ínfimo concurso de um blog de escrita, escreva pela internet afora, tudo para FAZER O TEU NOME.

E, o essencial, DEFENDA A TUA ESCRITA! Reclamam para ti que "falta um livro físico"? Mostre o dedo do meio e mande se F****. É sério!

Repito o cliché: a primeira pessoa que deve acreditar na tua escrita não é a tua mãe, não é o teu pai, teus tios, avós ou amigos. É VOCÊ MESMO! E se você duvida de ti mesma no ambiente digital, eu te garanto que um livro físico NÃO VAI MUDAR ISSO. Será apenas uma máscara para ocultar medos, fardos e angústias.

Tenha consciência e reflita bastante antes de lançar um livro físico.

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