
110. Lembre-se: cada leitor é um universo
#praTodosVerem | Descrição da imagem: vê-se uma ilustração do universo. Diante de um cenário entre o preto e o azul-anil, há pontos estrelados, rastros de luz e dois planetas: um grande em vermelho e outro bem pequeno de cor laranja.
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Cada um lerá o teu livro de um jeito. Uns gostarão, outros, não. E tudo bem. O nome disso é VIDA. Muitos não têm consciência de um aspecto fundamental: não é porque todo mundo gosta que é bom e não é porque você gosta que todos deverão gostar. E o mesmo vale para o desgostar. Siga a vida. Não se prenda a essa corrente de "agradar Deus e o mundo". Isso é uma armadilha.
Capítulos atrás, eu falei sobre "saber dizer não". Uma outra face dessa moeda é "saber RECEBER um não".
Muitas escritoras e escritores não sabem lidar com o fato de que aquele livro "super hiper mega perfeito" que acham que escreveram será degustado por dezenas, centenas, milhares de formas diferentes. E, meu Deus!, veja só: não será unanimidade! Nem o teu livro, nem o do Arthur Azevedo, nem o do Felipe Neto, nem o da Fernanda Montenegro, nem o da Talita Rebouças, NENHUM livro é amado por TODOS.
Experiências ao longo da vida, a forma como a pessoa acordou naquele dia, o nível de leitura, gostos pessoais, estresse ou tranquilidade, expectativas, tudo interfere no modo como a pessoa absorverá a tua narrativa. Paciência!
Meses atrás, uma autora ameaçou até tirar o livro dela da Amazon por causa de apenas 01 (um) comentário negativo. Fez um escarcéu, disse que "se ninguém gostou, então eu tiro essa coisa ruim do mercado literário" e mais dezenas de coisas, com direito até a vídeos no Stories do Instagram para mostrar a página da Amazon com o tal comentário... Faça-me um favor: não se ridicularize.
Largue de carências.
No instante em que clicamos no ícone "Publicar", aquele texto não nos pertence mais. Assim como uma nave, ele deixa o nosso universo, a bolha ideal, e ruma para outras aventuras: novas atmosferas, novos desafios, novas percepções. Possibilidades infinitas.
E não caia na besteira de tomar as opiniões dos teus leitores como tábuas de salvação. Um diz uma coisa, outro diz outra, uma discorda, outra reforça a opinião, e você ficará como? Você não é juíza para intermediar conflitos, você é uma escritora, é um escritor. Portanto, tome as rédeas do que faz, defenda o teu texto e arque com as consequências, sejam elas boas ou ruins. Tudo na vida tem ônus e bônus e a literatura não seria diferente.
Ao longo destes dez anos na plataforma, o que mais vejo são usuários que transformaram os próprios textos em pequenos bibelôs de cristal que não podem receber nenhuma crítica. Críticas doem, críticas machucam, mas as críticas virão. Ponto. E não falo aqui sobre se a crítica é construtiva ou não. Eu falo, sim, sobre o fato de a pessoa considerar que o texto dela é tão fenomenal que ela fica cega para qualquer comentário, por mais construtivo que seja.
Pare de querer ser a unanimidade literária do século.
Você escreverá com mais liberdade, lidará com o público com mais empatia, saberá diferenciar achismos de críticas, enfim, você amadurecerá. Agora, se você quiser fugir disso, só há uma viagem que o teu texto pode fazer: para a gaveta.
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