Capítulo 16 + 01: Enfim, liberdade
Em algum lugar de Oxford, Inglaterra
Estava mais uma vez no quarto vermelho que era repleto de fotos da sua obsessão. Fotos de todos os ângulos e momentos como no pub, em frente ao prédio onde reside, ou com seus amigos: Alexia, Harry e Leonardo.
Mais uma foto sai do tanque, coloca em um varal a foto do Aniversário de 18 anos de Anny Martini, onde estava sorrindo lindamente.
O seu sorriso para ele era como uma luz em meio a escuridão e ela o salvaria desse breu.
Já tinha se passado duas semanas desde o aniversário da Anny, soube pelo Harry que comemoraram no pub onde ela trabalha.
Sempre repetia um vídeo, onde ela estava cantando animadamente com sua irmã, Harry que me passou só depois de muito insistir.
Me arrependia amargamente por tudo que eu fiz e mais ainda por ter a traído. Deixei Venom tomar conta de mim, eu não ligava mais para nada, o desprezo dela apenas me machucava cada vez mais.
A última aula acaba e saio acompanhado pelo Harry.
— Férias chegando, vai para Nova York? — Ele me perguntou.
— Não sei, acho que vou continuar aqui e você? — Questionei de volta.
Ele era de Nova York, nasceu e cresceu lá mas estudamos em escolas diferentes por isso nunca nos conhecemos.
— Talvez eu vá, minha mãe está insistindo para que eu vá. — Ele fala fazendo uma careta e rio.
A mãe dele o trata como se fosse um bebê ainda, lembrei de tia May estava morrendo de saudades dela mas ignorava as ligações dela, era o melhor antes que o Venom a machucasse também.
— Lá vem a sua garota. — Ele diz e vejo Anny passar por nós conversando com sua amiga e rindo.
— A cada dia ela está mais bonita ainda. — Comentei suspirando.
Não esqueça que a sua garota é outra, e não essa loirinha.
— Por que não fala com ela? Tenta se acertar, cara. — Harry insiste.
— Eu acabei com tudo, ela merece alguém melhor.
— Você nem gosta tanto da Gwen assim. — Ele fala e reviro os meus olhos, por ele me conhecer tão bem em tão pouco tempo.
— Você não sabe de nada, Harry. — Falo já me irritando.
— Não esquece que amanhã temos jogos. — Ele fala e saio andando o deixando no vácuo.
Acabo encontrando Gwen e apenas sorrio fraco. Ela me dá um beijo rápido e me puxa para fora da Universidade de mãos dadas.
— Achei que estava fugindo de mim, não tinha te visto ainda.
Ainda não entendo porque você foge dela às vezes, tudo bem que ela é chatinha às vezes mas é a melhor companhia que te arranjei
Acabo bufando com o que Venom diz, eu só queria me livrar dele, para poder me livrar da Gwen e ir atrás da Anny.
Você sabe que nunca vai conseguir se livrar de mim, certo?
— Eu te odeio. — Acabo pensando alto e Gwen olha assustada para mim.
— Me odeia? Nossa, Peter. Como você pode dizer isso para mim? — Ela fala e sai rapidamente com raiva de mim.
— Pelo menos da Gwen estou quase me livrando. — Sussurro para mim mesmo.
Mas de mim vai ser difícil, ainda vai ter que me aturar por muito tempo Peter.
Começo a andar em direção ao apartamento, assim que chego era um silêncio absoluto, sentia falta da Anny cantando pela casa ou só dos latidos do Jimmy.
Até hoje me lembro do natal do ano passado, meu ex sogro tinha dado o cachorrinho apenas para ela para ver se terminava comigo.
Entro no quarto e me jogo na cama, fito o teto, pego meu celular e começo a ouvir She do Elvis Costello.
"Ela
Pode ser o rosto que eu não posso esquecer
Um traço de prazer ou arrependimento
Pode ser meu tesouro ou o preço que eu tenho que pagar
Ela pode ser a música que o Verão canta
Pode ser o frio que o Outono trazPode ser cem coisas diferentesDentro da medida de um dia."
Amo ela tanto, o seu sorriso iluminado iria me tirar dessa escuridão em que me meti, seus olhos azuis que mais me pareciam com uma piscina, que eu entraria de cabeça.
"Ela
Pode ser a bela ou a fera
Pode ser a fome ou o banquete
Pode transformar cada dia em um Paraíso ou em um Inferno
Ela pode ser o espelho dos meus sonhos
Um sorriso refletido em um riachoEla pode não ser o que se mostraPor dentro"
Fecho os meus olhos e sinto lágrimas rolarem, começo a cantarolar.
— Ela, que sempre parece tão feliz no meio da multidão
Cujos olhos podem ser tão secretos e tão orgulhosos
Ninguém pode vê-los quando eles choram
Ela pode ser o amor, que não pode esperar para durar
Pode vir para a mim das sombras do passado
Que eu vou me lembrar até o dia que eu morrer
Ela era o amor da minha vida, na verdade ainda é, eu queria apenas uma segunda chance mas sem Venom no caminho tudo seria muito mais fácil.
"Ela
P
ode ser a razão pela qual sobrevivo
O porquê e o motivo de eu estar vivo
A única que que eu vou cuidar prontamente ao longo dos anos durante as adversidades
Eu, eu vou pegar as suas risadas e lágrimas
E farei delas todas as minhas lembranças
Para onde ela for, eu tenho que estar
O sentido da minha vida é
Ela, ela, ela
A música acaba, me levanto da cama e seco as minhas lágrimas, vou até o guarda roupa e tiro o meu traje, fazia meses que eu não o vestia.
Pego ele e o visto, pelo menos algo do meu passado que Venom não poderia tirar, abro a janela e saio por ela jogando teias pelos prédios.
Após fazer uma ronda por Oxford, aparentemente sem nenhum crime. Avisto a igreja St. Mary the Virgn, jogo minhas teias até ela e fico perto do sino, olho para a paisagem de Oxford, aqui é muito bonito mas sinto falta de Nova York.
O sino começa a tocar, me sento no chão e respiro fundo, Venom estava atordoado e eu não estava entendendo o que acontecia, arregalo os meus olhos ao ver ele saindo do meu organismo.
O som estridente do sino continua e vejo ele sair do meu corpo, olho para as minhas mãos que antes estava com a gosma e agora sem, eu estava enfim livre dele?
Sorrio em meios as lágrimas que eu não tinha notado que estavam caindo, eu poderia finalmente ir atrás da mulher da minha vida.
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