Já tinha se passado uma semana desde quando saí do apartamento do Peter. Passei essa semana toda evitando ele e a Gwen, até deu certo.

Entretanto, nas redes sociais eu acabava "esbarrando" com eles. Sempre apareciam fotos deles dois juntos como se estivessem em um relacionamento, meu coração doía toda vez que eu os via.

Com certeza estava sendo a pior semana da minha vida, tudo aconteceu de uma forma tão dolorida e me machucou muito. Nunca esperamos ser traídos dessa forma justamente pela pessoa na qual mais confiamos e amamos.

O vazio que havia deixado em meu coração, seria difícil de ser preenchido em algum momento.

Nesses dias Sophia, ligava muito preocupada comigo, já a minha avó não fazia a mínima ideia que estava acontecendo, resolvi não contar a ela sobre o fim do meu relacionamento, ainda não conseguia falar muito sobre isso. Está tão recente e dolorido.

Hoje era segunda-feira, nosso dia de folga e estava sentada na minha cama, tentando estudar um pouco quando Lexy entra animada no meu quarto.

— Tira essa sua bunda preguiçosa da cama e vai se arrumar.

— Me arrumar? — Perguntei confusa.

— Vamos sair.

— Para onde?

— Para um pub.

— Mas o da sua mãe está fechado e é segunda-feira, amanhã temos aulas.

— Vamos em outro, não existe apenas o pub da minha mãe em Oxford.

— Deixa ela saber que anda na concorrência. — Falei rindo.

— Ela não precisa saber, para de enrolar e vai logo se arrumar.

Como eu sei que não tem dizer não a Lexy, decido logo ir me arrumar. Me levanto da cama e vou até o guarda roupa, pego um vestido vermelho de alcinhas, um casaco branco e deixo em cima da cama.

Pego minha toalha e vou para o banheiro, tomo um banho rápido, volto para o quarto e me visto, como o meu cabelo estava bom apenas o deixei solto.

Fiz uma maquiagem simples, não estava muito no clima de sair e queria apenas ficar em casa estudando. Iria apenas por consideração, sei que ela quer apenas tentar me animar e não me ver mais nesse fundo do poço. Passei um pó compacto, blush e gloss, logo em seguida meu perfume. Pego uma bolsinha onde coloco meus documentos, celular e dinheiro.

Antes de sairmos, deixo um pouco de ração e troco a água para Jimmy, saímos do prédio e decidimos ir no meu carro. Ela passa o caminho todo me conduzindo a esse pub, após alguns minutos chegamos e estaciono o carro, descemos e entramos no pub.

Me lembrava bastante onde nós trabalhamos, tudo de madeira, a única diferença era que tinha um karaokê, enquanto vou atrás de uma mesa, Lexy vai buscar as bebidas.

Logo encontro uma mesa e me sento, pego o meu celular e quando eu ia começar a mexer nele, sinto uma pessoa sentado ao meu lado, quando vou pedir para a pessoa fico surpresa ao ver o Leonardo Jones.

— Leo. — Falo sorrindo.

— Raio de sol, finalmente te encontrei.

— Estava à minha procura? — Pergunto sorrindo.

— Sim, desde quando minha prima falou que você também estava aqui.

— Está estudando em Oxford? — Pergunto totalmente surpresa pois eu nunca tinha o visto lá.

— Sim e você também pelo visto.

— Sim, mas pela manhã, faço psicologia e você?

— De tarde, engenharia civil. Por isso nunca te encontrei lá.

— Turnos diferentes, está gostando daqui?

— Bastante... cadê aquele seu namoradinho?

— Não estamos mais juntos. — Explico e vejo ele sorrir. O que me fez estranhar bastante.

Lexy aparece com nossas bebidas.

— Quem é esse? — Perguntou curiosa.

— Leonardo Jones, essa é Alexia Cooper. — Apresentei os dois.

— Se conhecem a muito tempo? — Ela pergunta novamente curiosa.

— Sim, desde a infância, mas nos reencontramos a pouco dele. — Ele responde a pergunta dela.

— Logo vão abrir o karaokê. — Lexy fala animada e arqueio uma das minhas sobrancelhas.

— Por que está tão animada? Você nem canta.

— Logo saberá. — Fala enigmática e tomo o restante da minha bebida.

Fico conversando com o Leo, trocamos os nossos números de celular até que um dos funcionários pega o microfone chamando a atenção de todos.

— Boa noite, agora irá se iniciar a noite de karaokê. — Ele pega um papel que devia ter o nome de quem iria participar. — A primeira participante é Anny Martini.

— Lexy, eu vou te matar. — Esbravejo.

— Você canta? — Léo pergunta.

— Horrivelmente. — Respondo e cruzo os meus braços.

— Venha cantar, Anny. — O funcionário insistiu e eu apenas neguei com a cabeça. — Canta, canta.

Agora todos que estão no pub começam a pedir para que eu cante, acabei aceitando. Me levantei da mesa e fui para o pequeno palco improvisado que tem lá, pego o microfone e sorrio.

Logo ouço a melodia da música começa e fico feliz em saber que era uma música de um dos meus filmes favoritos.



— Indo para o centro da cidade
Andando rápido

Rostos passam
E eu estou perto de casa
Olho fixamente para frente
Apenas indo
Prosseguindo
Pela da multidão — Começo a cantar animadamente.

— E eu preciso de você
E eu sinto a tua falta
E agora eu me pergunto

Olho para Lexy cantava animadamente e gravava, já Leo estava com um sorriso enorme no rosto.

— Se eu caísse
No céu
Você acha que o tempo
Passaria por mim?
Porque você sabe que eu andaria
Milhares milhas
Se eu te pudesse
Só te ver
Esta noite

— É sempre em tempos como este
Quando eu penso em ti
E me pergunto se tu alguma vez
Pensas em mim
Porque está tudo tão errado
E meu lugar não é
Vivendo na tua
Preciosa lembrança

Meus pensamentos começam a ir para Peter, logo os jogo para o escanteio e continuo cantando a música com os clientes.

— Se eu pudesse
Apenas te ver
Se eu pudesse
Apenas só te abraçar
Esta noite

Canto a última parte e sinto um aperto no coração, todos batem palmas apenas agradeço e desço do palco.

Se eu pudesse apenas o abraçar, passar uma noite com o Peter de verdade. Mas eu teria que aceitar que as pessoas mudam, às vezes para melhor ou pior.