Nessa última semana, Peter andava muito esquisito, mal falava comigo, sempre o via acompanhado de uma colega cheios de sorrisos.

Chegava só tarde em casa, como se estivesse sempre muito ocupado. Eu não faço a mínima ideia do que estava acontecendo, já tentei perguntar mas ele sempre me respondia grosseiramente, algo tinha acontecido e eu precisava saber.

Hoje iria ter um drive in em Londres, por sorte eu tinha convencido Peter a ir com a ajuda do Harry. Hoje também chegaria o meu carro, Alexia nessas últimas semanas me ensinou a dirigir.

Saio do quarto já arrumada e encontro Peter entediado mudando de canal a tv.

— Vamos? — Pergunto a ele, que apenas desliga a tv e se levanta do sofá.

Faço um carinho em Jimmy e saímos do apartamento, entramos no elevador que encontramos Emily, ela sorri ao ver Peter.

Fica apenas o encarando, vejo que ele se irrita.

— O que você tanto olha pra mim? Perdeu algo por acaso?

— De-esculpa-a. — A menina pede desculpa nervosa e constrangida.

Esse não é o Peter que eu me apaixonei, algo de errado não está certo.

Logo chegamos no primeiro andar, saímos do prédio e encontro o meu carro estacionado em frente ao prédio, como eu sabia que era ele?

Tinha um cartaz com o meu nome pregado no carro, caminho até ele e abro a porta, entro e me sento no banco do motorista, giro a chave que estava na ignição. Peter entra no carro sem falar nada.

Fomos o caminho todo em silêncio, primeiro passo no prédio que Alexia mora e depois no Harry, que assim que entra começa a dá em cima de mim.

— Boa tarde, quase noite para a loirinha mais bonita do mundo. — Harry começa a me bajular.

— Não está muito cedo para me bajular, Harry? — Perguntei rindo e continuei olhando para a estrada.

— Não até você largar o Peter para ficar comigo. Mas bem que você poderia ter uma irmã gêmea, então eu deixaria você em paz.

Alexia e eu rimos disso, enquanto Peter continuava sem expressão nenhuma no rosto.

— Pode ficar com ela se quiser, Harry. Eu não ligo.

Ele fala isso e cai um silêncio desconfortável, fomos o caminho todo sem ao menos trocar uma palavra.

Após quase uma hora chegamos no local que seria o driven in, compramos os nossos ingressos e adentramos com o meu carro e estacionamos.

O filme que passaria era E.T. : o extraterrestre, um clássico do cinema. Logo começou e compramos pipocas e refrigerantes de um carinha que passou vendendo.

O filme já estava na metade pelo menos, até que resolvi ir atrás do banheiro.

— Lexy. — Chamo ela que logo olha para mim.

— Vamos comigo no banheiro?

— Eu não, o filme está tão bom. — Acabo revirando os meus olhos com o que ela disse.

— Então eu vou sozinha mesmo.

Saio do carro, percebi que tinha várias pessoas e carros para ver o filme, isso era muito famoso aqui em Londres, vi que sempre tinha.

Depois de alguns minutos, achei o banheiro mas tive que enfrentar uma fila meio grande. Fui rápida no banheiro químico, primeiro porque eu odeio banheiros químicos e segundo porque a fila estava apenas aumentando.

Assim que eu saio pego o meu celular e vejo que tinha vinte minutos que tinha vindo ao banheiro. Volto a caminhar em direção ao meu carro mas avisto Lexy falando com uma pessoa loira que estava de costas para mim, ela estava pálida como se estivesse vendo um fantasma.

Me aproximo dela que ao me ver arregala os olhos.

— Anny. — Ela fala o meu nome e a pessoa que estava de costas para mim, se virou e ficou surpreendida.

Fico boquiaberta, a garota que se virou para mim, era idêntica a mim. Tudo igual, olhos, nariz, boca, cabelo, até mesmo a altura, a única diferente pelo visto era o nosso estilo de se vestir.

A garota fica tão surpresa que derruba o copo de refrigerante que estava segurando.

— Quem é você? — Perguntamos nós duas ao mesmo tempo

— Eu sou Anny e você é a...? — Me apresento a ela.

— Sou Charlotte, mas como? Como você pode ser tão igual a mim? — Ela pergunta confusa. — Os meus pais nunca falaram que eu tenho uma irmã, muito menos gêmea.

— Pais? — Pergunto a ela que assente.

— Vocês têm muito o que conversar e aqui não é o lugar apropriado. — Lexy fala e concordo.

— Eu moro bem perto daqui, podemos ir lá.

— Você veio de carro?

— Caminhando.

— Então vamos.

Nós três saímos caminhando até o meu carro, o filme já tinha acabado, entramos no carro.

— Finalmente vocês chegaram. — Harry fala e arregala os olhos ao ver a loira ao lado dele e eu no banco da frente. — Anny eu estou vendo duas de você.

— Depois explico a vocês.

Charlotte me explica onde mora e após alguns minutos chegamos, estacionei o carro em frente ao prédio que parece muito luxuoso.

Todos nós descemos do carro e entramos no prédio, fomos para o elevador que nos levou a cobertura. Assim que saímos já estávamos praticamente no apartamento, nem precisava bater na porta e nem nada.

Olho ao redor minuciosamente e vejo que tudo era muito chique, uma decoração daqueles de rico, em tons pastéis. Acho tudo isso uma frescura, eles ainda contratam uma pessoa para decorar desse jeito.

— Sejam bem vindos a minha humilde residência. — Charlotte fala e apenas sorrimos.

Humilde não tem é nada mas acho melhor não falar nada. Nos sentamos no sofá imenso e confortável.

— Então, me conta sobre você. — Falo a ela.

— Bom, eu me chamo Charlotte Wilson, tenho 17 anos, nasci em Nova York mas cresci em Londres, sou filha de Elizabeth e Jared Wilson. Agora sua vez.

— Minha vida é um pouco mais agitada que a sua e talvez triste. — Digo e suspiro. — Sou Anny Martini, minha mãe morreu no parto, fui criada pela minha avó Amélia. Passei quase 17 anos da minha vida sem ao menos saber quem era o meu pai, até que descobri que eu tinha poderes...

Antes que eu continue ela me interrompe.

— Poderes? Como assim?

— Sim, poderes. Como o do meu pai.

— E quem é o seu pai? — Harry pergunta e o fuzilo com o olhar. — O que foi? Eu só estou curioso.

— Ninguém menos do que o deus do Trovão.

— Zeus? — Lexy pergunta e acabo rindo.

— Thor Odinson.

— Espera aí, você quer dizer que é filha do Thor? — Charlotte pergunta surpresa.

— Quero dizer que somos filhas do Thor.

— Eu não sou filha do Thor, sim de Elizabeth e Jared Wilson.

— Você não acha muito doido a gente ser idênticas? Como iríamos ser irmãs sendo de mães diferentes?

— Olha, eu não sei e nem quero saber, deve ser alguma coisa do destino.

— Que tal um exame de DNA?

— Se der negativo, você vai me deixar em paz? Tenho certeza que não somos irmãs.

— Vou. — Garanto a ela.

— Na segunda-feira fazemos esse exame.

Então ela seria essa pessoa que eu tenho um laço que precisava encontrar, com certeza esse exame iria confirmar que somos irmãs e teríamos que descobrir o porquê fomos separadas.

Nota da autora:
Oi meus amores, peço perdão pela ausência da última semana.
A vida do estudante não é fácil e todos sabemos sim, vim avisar que não teremos um dia fixo de postagem de capítulos até o final do ano, mas por quê? Eu estou no último ano do ensino médio, tenho provas, Enem, trabalhos, curso, formatura, diversas coisas que vai tomar bastante o meu tempo.
Venho pedir que fiquem atentos aos meus stories no Instagram, para quem não me segue a minha conta é @garota_imperfeita02, sempre aviso lá quando posto capítulos.
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