Vassa and Alynia
Terras Humanas
Atualmente
Alynia pulou de pedra em pedra tentando não cair na água na borda do pequeno riacho. Lucien continuava concentrado em fosse lá o que estava fazendo. A fêmea, entediada, chutou um pouco de água nele. Lucien a fuzilou com o olhar.
-Está mau humorado hoje, raposinha. O que aconteceu?- ela perguntou se agachando pra deixar que suas mãos tocassem a água gelada.
A floresta estava silenciosa demais para o gosto de Alynia. Claro, era capaz de ouvir os animais e o farfalhar das plantas, mas havia uma quietude que incomodava a fêmea.
-Não dormi direito.- disse Lucien e Alynia suspirou. Ainda se lembrava da conversa que tiveram de madrugada na cozinha. Depois do pesadelo de Lucien.
-Nem eu, mas não estou carrancuda.- ela disse jogando água nele mais uma vez. Ele fez cara feia e ela se virou de costas pra ele, tentando não rir. -Não sei qual o problema de vocês, machos, que... - Alynia mal conseguiu terminar sua frase, pois sentiu as mãos de Lucien em suas costas a empurrando.
Alynia se desequilibrou da pedra em que estava e deu um grito enquanto caía de cara na água. Para a sorte ou o azar da illyriana, foi na parte rasa. As mãos dela se cortaram quando ela as usou para impedir de bater o rosto, mas já estavam se curando. Alynia se virou, molhada, e fuzilou Lucien com os olhos. O macho deu um pequeno sorriso pra ela.
-O que estava dizendo? Não ouvi, estava ocupado demais me divertindo vendo essa sua queda espetacular.- disse ele. Alynia deu um gritinho de raiva e se levantou.
-Que você causou, sua raposa ardilosa e perversa!- ela disse fazendo Lucien gargalhar. Alynia o deu um chute na canela. -Seu maldito macho, espere só pra ver o que vou fazer com você!
-Continue, quero ver o que mais você é capaz de fazer com essa sua boca suja.- disse Lucien cruzando os braços. Alynia deu um sorriso malicioso pra ele.
-Ah, Luci, você não faz ideia das coisas que eu posso fazer com essa boca.- ela disse e Lucien engasgou com a risada.
-Pela Mãe, é assim que você flerta?
-Flertar é como escrever poesia. Só que mais divertido.- ela disse dando risada. -Pare de me olhar com essa cara, estou te provocando.
-Ah, eu sei, sua pateta, eu te conheço o suficiente pra identificar seu humor sórdido.- ele disse e ela suspirou.
-Eu te odeio.- concluiu ela.
-Não odeia, não. Vamos voltar pra mansão. Tudo aqui é inútil.- ele disse com uma bufada nervosa. -Estamos há dias tentando achar essas crianças e nada. Crianças são tão raras e é desesperador ver elas sumirem assim. Precisamos fazer algo. E logo.- Alynia se aproximou e, dessa vez, não hesitou antes de apertar o braço de Lucien. Ele a olhou nos olhos.
-Eu sei, Luci. Mas estamos fazendo o melhor que podemos. Acredite, eu sei como é desesperador. Me faz querer... Quebrar coisas. Mas se nós surtarmos e perdemos a cabeça, então essas crianças vão estar condenadas. Precisa ter paciência.- ela disse e ele assentiu.
-Desde quando você se tornou sábia?- ele zombou e ela o deu um tapa na nuca.
-Como você é babaca, Lucien.- ela disse e começou a caminhar de volta para a mansão. Lucien gargalhou atrás dela.
E, por mais desesperada que Alynia estivesse por dentro, Lucien tinha uma estranha habilidade de acalma-la. Até nos momentos mais desesperadores pra ela. Principalmente nesses.
Depois que jantaram, Lucien decidiu visitar o povoado. Usar sua magia pra parecer humano. Aquilo não funcionaria com Alynia de maneira alguma. Por mais que ela escondesse suas imensas asas, Alynia jamais seria capaz de agir e se passar como humana, não tão obviamente sendo uma guerreira violenta.
Então ela se contentou em ficar na mansão. Jurian estava capotado em seu quarto, caído de tão bêbado. Quando ele chegou, Lucien já tinha saído e Alynia e Vassa cairam na gargalhada enquanto ele cambaleava escada acima.
Agora ambas estavam no sofá diante da lareira, cada uma com uma garrafa de bebida na mão. Segundo Vassa, pra que beber em taças se beber direto da garrafa é tão mais interessante? E era o que estavam fazendo, enquanto se conheciam melhor.
-Quando Lucien disse que você era um porre, imaginei que fosse pior que a parceira dele. Mas ele estava infinitamente enganado sobre você. Acho que ele sabe disso agora.- comentou Vassa dando um longo gole de sua garrafa.
-Também não gostava de Lucien. Já sabe que tentamos nos matar quando nos conhecemos, não é?- disse ela e Vassa deu uma gargalhada.
-Sim. Você tentou matar o Grão Senhor dele.
-Ele é um bosta.
-Não tenho a menor dúvida disso sabendo tudo o que ele fez com o Lucien.- disse Vassa e Alynia abaixou sua garrafa para encarar a mulher. -Ah. Você não sabe, sabe?
-O que?
-O que Tamlin fez com Lucien. Lucien age como se não fosse nada demais, mas é. Tamlin é um imbecil.- disse Vassa levando a garrafa a boca mais uma vez.
-Sei o que ele fez com Feyre. Que a destruiu psicologicamente e a feriu fisicamente. Sei que ele é abusivo.
-Ele é. Mas não foi só com Feyre que ele foi abusivo, Alynia.- disse Vassa e o coração de Alynia parou. Vassa deu um suspiro. -Ele tratava Lucien mal. Muito, muito mal. O calava. Não era um amigo... Saudável, sabe? Sem contar que o chicoteou quando Lucien ajudou Feyre em Sob a Montanha a mando de Amarantha. Ele poderia ter dito algo... Mas não disse. Não fez nada.
-Pelo Caldeirão.- disse Alynia cobrindo a boca. De fato ia precisar daquela bebida agora.
-E ai ele largou Tamlin para ir pra Corte Noturna com Feyre. - disse Vassa e riu com sarcasmo. -Ele não é aceito lá. Eles tentam suportar ele, mas Lucien não é aceito. E as vezes Feyre tem uma capacidade de ser maldosa, mesmo que ela o ame. Ele sabe que deu uma mancada com ela, mas pelo menos tenta se redimir. Feyre... Ela as vezes o machuca.- disse Vassa balançando a cabeça. -E tem a maldita parceira dele.
-Elain? O laço deles não se firmou, não é? É a única coisa que sei.- disse Alynia e Vassa assentiu.
-Elain finge que Lucien não existe. O trata tão mal, tão, tão mal. Ele não merece isso, ninguém mereceria o descaso dessa, argh, dessa idiota!- disse Vassa irritada. -Ela não se importa se ele vive ou morre. O ignora. Pra ela, Lucien não passa de um incômodo. Pra ela, Lucien é tudo o que ela mais odeia. Ela o chuta como se ele não fosse nada, não valesse nada. Ela nem sequer tentou conhecê-lo.
-Que... Que horrível.- murmurou Alynia, tão chocada com as coisas que Lucien teve que passar. Com o que ainda tinha que passar.
Como Elain era capaz de despreza-lo daquela forma? Seria ela tão cega ao ponto de não notar o como Lucien era especial? O como valia a pena conhece-lo?
-Ele gosta de você, sabe.- disse Vassa e Alynia a olhou, saindo de seus pensamentos sobre as formas diferentes de socar Elain e matar Tamlin. Alynia a olhou confusa -Lucien. Ele gosta de você. Consigo perceber, ele te considera como uma de nós. Você de fato parece uma de nós. Eu te conheço tem um dia e já adoro sua língua afiada. Só... Fico feliz de ver Lucien assim, superando algumas coisas. Ele merece ser feliz.
-É. Ele merece, Vassa. Pela Mãe, Elain é uma imbecil. Uma imbecil por trata-lo assim. Se ela não fosse irmã da minha Grã Senhora, eu a socaria até aprender a tratar alguém direito.
-A desculpa dela para ser assim e que perdeu o amor da vida dela.- disse Vassa revirando os olhos. Alynia riu com sarcasmo.
-É? Eu também perdi. Meu noivo foi assassinado na minha frente. Nem por isso eu sou uma otária com todo mundo, sabe? Ainda mais com quem não tem nada a ver com isso.- respondeu Alynia colérica. Por que ela estava tão irritada com algo que nem dizia respeito a ela?
-Ah, eu definitivamente gosto de você.- disse Vassa batendo sua garrafa na de Alynia. -E só pra deixar claro: o noivo dela não morreu, ele largou ela quando descobriu que ela tinha se transformado em feérica.
-Que amor seletivo o dele. - disse Alynia incrédula.
-Não sei qual dos dois é pior. Ele por ter sido um babaca com ela, ou ela por ainda sofrer por um imbecil e descontar isso em quem não merece.- disse Vassa com um suspiro. -Agora, vamos falar de algo menos deprimente que a vida do Lucien. - disse Vassa e Alynia não sabia se ria ou chorava. -Vamos falar da sua vida.
-Não acho que a minha vida é muito melhor, Vassa.
-Alynia, eu sou amaldiçoada, viro um pássaro de fogo pela manhã e mulher de noite.- disse ela e Alynia fez uma careta. -E terei que voltar pro meu escravizador logo. Nem sei se essa palavra existe. Escravizador? -Vassa gargalhou. Estava começando a ficar alterada.
-Sim, essa palavra existe.- Alynia deu risada. -Ah, Vassa. Queria que tudo pudesse ser resolvido com uma garrafa de vinho.
Boa noite, meu povo
Como prometido, ai está o segundo capítulo do dia
Espero que tenham gostando!
Eu, particularmente, amei escrever esse capítulo Alynia e Vassa. Eu simplesmente amo a Vassa e queria que ela tivesse tido mais holofote no livro. Acho que ela é uma das principais personagem que espero que a Sarah desenvolva futuramente.
Por hoje é só!
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana
Data: 12/01/21
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