The Truth
Velaris
Alynia queria dormir e nunca mais acordar depois do dia anterior. Ainda mais depois de ter beijado Lucien na calada da noite e fugido do assunto como um rato fugindo de um gato. E, além do mais, ela ainda estava tentando evitar o macho. E sabia que ele não tinha saído do apartamento. E nem sairia tão cedo.
Ela havia se metido na maior enrascada. De novo. Como ela olharia para Lucien agora? Como olharia pra ele e fingiria que nada havia acontecido? Como fingiria que não sentia nada queimando dentro dela por ele?
Mas tudo o que ela pensava era nos lábios dele contra os dela e em suas línguas se tocando. E ela queria, pelo Caldeirão, ela queria beija-lo outra vez. Queria beija-lo até ficar enjoada. E queria bater a cabeça na parede repetidas vezes até parar de pensar em Lucien Vanserra e ter desejo por ele.
Quando ela estava com fome demais pra se manter em cativeiro dentro do quarto, Alynia levantou e trocou de roupa, fazendo suas higienes pessoais antes de sair do quarto de fininho.
Ela quase suspirou aliviada quando viu que Lucien não estava na sala. Alynia pegou um pacote de bolacha e começou a comer rapidamente, doida para voltar pro quarto antes que Lucien percebesse que ela tinha saído da toca.
-Você pretende me evitar o dia todo?- disse a voz dele atrás dela e Alynia sequer tinha percebido a aproximação do macho. Ela engasgou com a bolacha e tossiu três vezes.
-Raposinha, que surto do cacete!- ela disse arregalando os olhos. Bem, agora fudeu. -Que falta de educação chegar por trás e assustar alguém assim!
-Se não tivesse passado o dia trancada naquele quarto talvez eu não tivesse que te dar esse susto.- ele respondeu cruzando os braços. Ele estava sério; muito, muito sério.
Que merda que eu fiz. Pensou ela, imaginando os mil motivos para Lucien estar irritado com ela.
Primeiro: ela havia sido babaca com ele algumas semanas atrás e não tinha certeza se ele havia perdoado. Segundo: ela havia beijado ele a força na noite passada. Ele devia estar furioso com ela por isso. Terceiro: ela não havia deixado que ele falasse nada sobre o ocorrido, então provavelmente ele ainda estava doido para brigar com ela.
-Estava com dor de cabeça.- mentiu ela. -Ainda estou. Aí, que dor. Vou voltar pro quarto, tchau.- ela começou a caminhar em direção a porta, mas Lucien a segurou pelo braço com delicadeza e a pressionou contra a parede. Alynia arqueou uma sobrancelha. -Sabe que posso te derrubar em dois palitos, certo?
-Sei. Sabe que precisamos conversar, não é?
-Olha, Lu, me desculpa por ontem, porra. Já pedi desculpas!- ela disse meio desesperada. -Não queria te ofender. Ou ser imprudente. Não estava pensando direito, eu estava chateada pra caralho. Sei que você tem uma parceira e que estão começando a se acertar, sei lá, eu não queria atrapalhar isso. Desculpa.
-Por que você nunca me deixa falar?- ele disse fazendo uma careta. Alynia suspirou e se calou. -Eu não to nem ai pra Elain, Alynia. Eu mal a conheço! E ela está cagando pra mim. Ela só gosta de uma maldita coisa: atrapalhar minha vida. E parece que eu fico extremamente mais interessante quando você está por perto.
-Ela sente ciúmes, Lucien.- diz Alynia suspirando e sentindo algo estranho no peito. Não gostava do como se sentia perto dele e do como Lucien a fazia perder o controle de si mesma, então era melhor manter uma certa distância. O que estava sendo impossível com o rosto dele a centímetros de distância do dela. -Te ver comigo fez ela se sentir ameaçada.
-Ela nem faz questão de saber quem eu sou! Alynia, se ela sente ciúmes, é problema dela. Elain que quis nunca tentar ser gentil comigo.- respondeu ele, irritado.
-Ela não consegue controlar. É o laço a puxando.
-Eu quero que ela e o laço vão pro inferno!- retrucou ele. -Maldição.
-Lucien...- ela começa, mas morde a língua pra se calar. Ele já estava irritado, e provavelmente qualquer coisa vindo de Alynia o iria irritar mais. Ainda mais depois dela o beijar a força.
-Não sei porque insiste nisso, Alynia, você parecia desgostar bastante de Elain.
-Não gosto dela porque você é meu amigo e ela te faz infeliz. - disse a Illyriana seriamente. -Mas se tem uma forma de vocês se acertarem, que seja. Se você gosta de Elain...- Alynia respidou fundo, engolindo o nó que se formou na garganta. -Tente. Ela vai estar disposta, eu acho.
-É isso mesmo que você quer?- ele disse soltando o braço dela e se afastando. Ele parecia irritado e, acima disso, magoado. -Que eu fique com ela?
-A questão não e o que eu quero, Lucien, é o que você quer! - ela disse e respirou fundo. Alynia escutava com clareza as palavras de Azriel na sua mente a dizendo para falar a verdade sobre seus sentimentos para Lucien. Ela fechou os olhos e suspirou. -O que eu quero, Lucien, é que você seja feliz.
"Porque eu sinto coisas por você. É estranho, é desesperador e faz eu me sentir uma idiota na maior parte do tempo. É péssimo, mas não consigo parar."
"Não consigo ignorar a vontade de te beijar toda vez que te vejo. Desculpa, mas eu sou uma illyriana maldita e egoísta. Eu te beijei ontem não porque eu estava abalada, mas porque quis." - ela suspirou e o olhou nos olhos.
-Porque precisava saber como é beijar você, porque, é, eu estou apaixonada por você já faz um tempo. E, sim, Lucien, eu queria que fosse feliz comigo e não com ela, mas não importa. Sabe o que eu queria? Que Elain fosse pro inferno. Queria te beijar, queria ficar com você, queria aceitar seu convite pra saber como machos da corte outonal trepam."- ela sorriu com malícia pra ele.
-Mas, acima desses desejos, Lucien, eu quero que você seja feliz. Com quem quer que seja. Eu só quero que seja feliz. Porque você merece, merece mesmo.
Lucien ficou em silêncio, a olhando de uma forma que ela não conseguia identificar. Alynia sustentou seu olhar. Jamais desviaria, não depois de ter aberto seu coração pra ele. Não importava que ele não sentisse o mesmo, Alynia havia admito algo tão profundo e real e não iria fugir disso.
Que Lucien fugisse, se quisesse. Ela não se importava. Mas ela continuaria ali, sustentando aquele olhar. Porque a verdade é que ela nunca havia sentido nada por ninguém depois de Adrien até começar a conviver com Lucien Vanserra.
-Você diz que a questão é o que eu quero, não é?- ele disse num sussurro. Alynia assentiu seriamente.
Lucien se aproximou mais de Alynia, grudando seu corpo no dela. O coração dela batia acelerado e, ela percebeu, o dele também.
-Então, o que você quer, raposinha?- ela disse, o rosto tão perto do dele que Alynia era capaz de sentir sua respiração.
-Eu já menti e manipulei muita gente.- disse Lucien a olhando nos olhos. -Não é atoa que me chamam de raposa. Mas nunca pra você, Alynia. Nunca mentiria pra você. - e, sem dizer mais nada, Lucien cortou o espaço entre eles e a beijou.
O beijo foi carinhoso, um tipo de carinho que Alynia não sentia havia séculos. Lucien se afastou o suficiente para olhar nos olhos dela, a mão direita passando por cima da cicatriz no rosto da illyriana.
-Você me faz feliz, Alynia, de uma forma que eu não achei que seria de novo. Que não me permiti ser de novo. Eu te admiro, e admiro sua coragem de tomar uma iniciativa porque, sendo sincero, eu não acho que eu teria. E ficaria aqui, sofrendo em silêncio, sem saber o que você sentia.
-Você é um idiota. - ela disse incrédula e o dando um tapa na mão. Lucien riu. -Esse tempo todo sem me contar? É uma raposa burra, burra!
-Você tem um parceiro! E Azriel já me ameaçou o suficiente.- disse Lucien e Alynia bufou.
-Azriel me trata como se ele devesse me proteger, seu idiota.- ela reclamou, mas segurou a mão dele na dela. -E você sabe! Ele não quer nada comigo, nunca quis. E eu nunca quis nada com ele.
-E o que te faz pensar que eu quero Elain?- ele disse fazendo uma careta de nojo.
-Não sei. Vocês pareceram de divertir muito na Queda das Estrelas.- ela disse irritada e Lucien deu uma risada sarcástica.
-Eu estava me divertindo com você até ela atrapalhar tudo. Eu tinha até tomado coragem pra te dizer o que sentia. E depois vim no seu quarto pra te contar mas Azriel estava dormindo. Na. Sua. Cama.
-Claro, ele ficou me escutando xingar sua parceira até dormir.- ela resmungou.
Eles se encararam, o coração batendo rápido no peito. Apesar da discussão boba, os dois sorriam um para o outro como dois idiotas.
-Então você também me quer?- disse Alynia sorrindo com malícia e Lucien a deu um peteleco. Ela deu risada.
-É, mas não vai ficar convencida. Vocês illyrianos e seu orgulho. - ele disse e ela puxou Lucien para mais perto de si, prendendo o corpo dele contra o dela.
-Vai dizer que não tem interesse em saber como é trepar com uma fêmea illyriana?- ela disse baixinho no ouvido dele.
-Você só pensa em sexo, Alynia?- ele disse meio incrédulo e ela gargalhou.
-Não, mas penso constantemente como deve ser a sensação da sua língua pelo meu corpo.- ela disse e Lucien corou. -Você já foi melhor que isso, Luci.- ela deu risada e afundou o dedo indicador na bochecha vermelha de Lucien. Ele revirou os olhos e segurou a mão dela.
-Estava dizendo coisas tão belas antes, mas agora chutou o balde.- ele disse e ela deu risada antes de puxar Lucien pelas vestes e grudar seus lábios nos dele. -Mas se quiser saber a sensação, eu te mostro agora mesmo.- ele completou com os lábios roçando a orelha dela. Alynia envolveu suas pernas na cintura de Lucien e ele a segurou em seu colo, as costas dela prensadas contra a parede.
-Acho que ia gostar disso.- ela disse passando a língua pela orelha pontuda de Lucien. Ele a apertou com força e Alynia arquejou.
Os lábios dele encontraram o pescoço de Alynia, beijando, mordendo e lambendo, enquanto as mãos percorriam pelo corpo todo da Illyriana. Ela conseguia sentir os músculos de Lucien sob a camiseta fina, mas aquilo não bastava. Queria sentir o calor da pele dele.
Alynia arrancou a camiseta de Lucien e ele arrancou a dela, analisando as tatuagens illyrianas que cobriam toda extensão do peito de Alynia. Ela ofegou e o olhou, passando a mão pelos cabelos ruivos dele. Lucien segurou a mão de Alynia e beijou sua palma, um gesto tão carinhoso que a quebrou.
Ela sentiu a garganta fechar quando o beijou novamente, dessa vez com cuidado, com carinho. Lucien a segurou e a afastou da parede e, ainda com a boca grudada na dela, a levou as cegas até o primeiro quarto que encontraram. Ele a colocou gentilmente de costas na imensa cama em que dormia. O cheiro de Lucien naquele cômodo era ainda mais intenso.
Ela o puxou delicadamente para perto de seu corpo e deixou que a boca se encontrasse com a dele e suas línguas se envolvessem enquanto tiravam as cegas as camadas restantes de roupa que ainda os cobriam, o desejo insuportável de tocarem um ao outro.
Ele esticou a mão na direção das asas dela, mas parou no meio do caminho. Provavelmente se lembrando da conversa que tiveram nas terras humanas. Somente uma pessoa tinha tocado nas asas dela antes nos trezentos e trinta e sete anos de vida da fêmea. E agora... Agora ela queria saber como era a sensação das mãos de Lucien em suas asas.
-Você pode.- foi a resposta dela olhando para Lucien.
Ele pareceu chocado por um instante e deveria mesmo ficar. Porque aquele gesto de confiança e aceitação era de fato muito significativo. Porque permitir que uma asa illyriana fosse tocado era íntimo demais. Lucien sabia disso. Exigia muita confiança ter essa permissão. E algo a mais que Alynia se negava a admitir. Então, ele esticou a mão e tocou com cuidado na asa encouraçada de Alynia. Ela suspirou baixinho sentindo um calafrio percorrer por seu corpo.
-Alynia...
Alynia o olhou e Lucien estava brilhando. Alynia arfou, perdendo completamente o foco. Aquilo era simplesmente... Lindo.
-Você brilha! - ela disse admirada e Lucien riu. -Vou te chamar de estrelinha agora.
-Isso nunca aconteceu antes. - ele disse e ela sorriu antes de o beijar novamente.
Batidas soaram na porta e Alynia e Lucien ficaram em silêncio, se encarando por um tempo. Ele já não brilhava mais também. E estavam confusos mas também indignados.
-Puta que pariu.- ela grunhiu se sentando e encostando a cabeça no peito dele. Lucien a abraçou com carinho, seu corpo quente grudado no dela, o coração de ambos batendo forte, e deu risada da frustração da fêmea. -Quem é uma hora dessas?
-São três horas da tarde, Ly.- disse Lucien franzindo o cenho e se levantando pra pegar suas roupas no chão.
-E dai? - ela disse se arrastando pra fora da cama de Lucien e pegando as roupas no meio do caminho do quarto para sala. Alynia puxou o macho pelas vestes antes que ele abrisse a porta e sussurrou no ouvido dele: -Não vai achando que escapou de mim, raposinha. Não terminamos isso.
Lucien sorriu com malícia pra ela.
-Quem disse que eu quero escapar?
Bom dia meu povo!
Primeiro: eu tava muito ansiosa pra postar esse capítulo. É um dos meus favoritos, eu simplesmente amo o jeito que a coisa desenrolou nele. Espero que tenham gostado também!
Não nego que queria postar ele ontem, mas tinha falado que ia postar essa bomba no dia do meu aniversário, então aqui está!
Acho que nunca desenrolei tão bem assim uma relação, honestamente, fico feliz de ver o resultado dessa fanfic.
Enrolei? Só 40 capítulos, mas quem me conhecê sabe que eu demoro mesmo pra escrever essas coisas KKKK até porque se tivesse um clima desses no meio do nada ia ficar muito ???
Enfim, espero que estejam gostando. É muito cedo pra comentar sobre esse casal rsrsrs vou deixar vocês sofrendo sem saber o que eu to tramando, porque, vamos ser realistas, eu to tramando sim.
E foi um big capítulo, com mais de 2000 palavras, então espero que tenham aproveitado!
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana
Data: 20/01/21
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