The Show
Sob a Montanha
Alynia acordou sentindo a cabeça latejar de dor. Pelo menos, era a única coisa que doía. Ela gemeu e abriu os olhos, piscando algumas vezes até que se acostumassem com a escuridão do lugar. E quando se acostumaram, ela se deparou com um par de olhos a encarando e seu coração deu um salto.
-Jurian?- ela disse, a voz rouca rasgando sua garganta. O humano deu uma risada fraca e sem graça. -Onde estamos?
-Em Sob a Montanha.- ele disse e Alynia sentiu o coração parar de bater dentro do peito.
Mil e uma perguntas surgiram na mente da illyriana, a começar pelo porque estavam ali e terminando com quem havia feito aquilo com eles.
A illyriana tentou se levantar, mas se sentia terrivelmente fraca. Com o mundo girando, ela se sentou novamente. Não tinha forças nem mesmo para erguer um dedo, então podia descartar a opção "lutar até a morte" da sua lista de coisas que pretendia fazer para escapar dali.
-Ela nos droga pra acabar com nossas forças e não podermos ataca-la.- disse Jurian vendo a confusão da guerreira. Ele olhou para ela com pesar. -Somos guerreiros, afinal, e ela sabe.
-Ela quem, Jurian? Quem é essa fêmea e o que quer conosco?
O barulho da porta se abrindo fez os dois se virarem. Luz iluminou a cela e Alynia grunhiu. Quando seus olhos se acostumaram, uma fêmea de cabelos vermelhos dourados estava parada ali. Sua pele era tão branca como a neve, o que constratava com os lábios rubis. Ela era baixa, magra e pequena, mas possuía um dos sorrisos mais cruéis que Alynia já tinha visto na vida.
-Não gosto que falem de mim na minha ausência.- ela disse fazendo um biquinho.
Jurian tentou se levantar, mas falhou, o que fez a fêmea dar uma gargalhada fria que retumbou pelas rochas da cela gelada.
-Ah meu amado Jurian, nunca o vi tão incapaz.- ela disse estalando a língua. -Pode ter certeza que me sinto tão bem quanto você se sentiu ao me crucificar com freixo.
-Clythia...- começou ele, mas um olhar dela foi o suficiente para fazer o humano se calar.
Alynia sentiu como se todo o ar de seu pulmão tivesse sumido. E tudo fez sentido em um piscar de olhos com a revelação do nome daquela fêmea a sua frente.
Ela era o passado de Jurian. Uma das pessoas que ele mais se arrependia de ter ferido, por mais que Cythia nunca tivesse sido inocente ou flpr que se cheirasse. Ele sabia que o que tinha feito com ela havia sido cruel até mesmo para alguém como ela.
Mas ele a havia matado. Dado os pedaços dela a Amarantha. Então como ela estava viva, ali?
-Consigo ver as perguntas rodando nessa sua cabecinha, garota.- disse Clythia sorrindo para Alynia. -Vou te contar, porque que graça teria fazer as coisas que pretendo fazer com vocês sem que saibam da verdade?
-Deveria estar morta.- foi o que Alynia disse. Clythia deu uma risada.
-Deveria. Mas você acha que o único que o Rei de Hybern trouxe de volta a vida com o Caldeirão foi o Jurian?- ela disse e o coração da illyriana parou de bater. -Eu fui um experimento mal sucedido dele.- ela rosnou. -Diferente do Jurian, fui trazida a vida mas não completamente. Um estado semi vivo.
-O que quer dizer com isso?- disse Jurian a olhando.
-Quero dizer que é por isso que precisava do sangue daquelas crianças. Precisava de sangue de algo puro e poderoso. Crianças. E porque não as humanas que tanto desprezo e as illyrianas que são a raça mais forte da corte que eu mais detesto?- ela disse com um sorriso perverso. -Não funcionou como esperado. Ainda assim, pra me manter viva, preciso de algo mais forte. E por que não uma guerreira illyriana? - ela disse olhando Alynia. Alynia não demonstrou medo ou despero, somente encarou a fêmea de volta. Clythia estalou a língua e olhou Jurian. -De você, quero vingança.
-Se acha que ninguém vai vir procurar por nós, está bem enganada.- disse Alynia e Clythia deu uma risadinha.
-Tem certeza? Deixei um bilhete pro seu parceiro. Como é mesmo o nome dele? Azriel?- disse Clythia sorrindo. Alynia sentiu a garganta fechar ao perceber que ela sabia bem mais do que deveria. -Falei que você estava indo passar uns dias fora. Precisava resolver problemas e que ninguém deveria te procurar.
-Ele conhece minha letra.- ela grunhiu.
-Eu também. Sou boa em falsificar assinaturar. Posso ser Jurian, Alynia, Amália. - disse ela e o coração da illyriana parou. Era uma armadilha e sempre fora uma armadilha. -Conheço você. Venho te observando há meses. Te estudando. E finalmente chegou a hora de descobrir o que você pode fazer por mim.
-Jamais te ajudarei com nada.- grunhiu Alynia.
-É mesmo? Veremos quanto a isso quando você estiver gritando.
-Eles, ainda assim, vão procurar por Jurian.- disse Alynia. -E vão acha-lo.
-Vão mesmo? Acha que iriam pensar em vir aqui, em Sob a Montanha?- disse Clythia. -Onde todos tem estigmas tão grandes que se recusam a sequer chegar perto daqui? Minha irmã feznum belo trabalho. Pena que duriu pouco.
-Eles vão mesmo assim.
-Não acho que vão. Sabe, aprendi um ou outro feitiço com o rei. Consegui quebrar a barreira que você e aquele Grão Feérico fizeram depois que tiraram as crianças daqui. E usei um feitiço para parecer que não tinha sido perfurada.- disse Clythia com um sorriso. -Mesmo que pensem em procurar por vocês aqui, querida, não vão entrar depois de verem que a barreira continua "intacta". Ninguém vai vir por vocês.
Alynia se recusava a acreditar nisso. E se recusaria até o último momento. Porque alguém os procuraria, e Alynia mesma era capaz de conseguir fugir dali. Pelo menos era o que ela queria acreditar.
-Agora, hora do nosso show começar.
Pra quem achou que era a irmã da Amarantha: acertaram
Eu comecei a escrever essa fanfic já pensando nela como vilã. Sempre quis ver um pouco mais sobre ela, então decidi ressuscitar a maldita
Enfim, as coisas realmente vão ficar tensas agora
Tô postando agora porque vou sair pra resolver problemas hoje e não sei se vou conseguir postar
Vejo vocês de noite!
~Ana
Data: 30/01/21
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro