The Almost Death
Corte Primaveril
Alynia mal havia dormido direito a noite pensando nas palavras de Tamlin e no que aquilo significava. Afinal, deveria significar algo?
Lucien não teve a mesma dificuldade que ela; se jogou na cama ao lado da illyriana depois do jantar e dormiu quase que instantaneamente.
Ela ficou observando a silhueta do rosto de Lucien iluminada pela luz da lua que entrava pela janela. Ele ficava ainda mais bonito assim, dormindo tranquilamente. Parecia tão em paz, algo que ela sabia que não havia existido na vida de Lucien.
Pelo Caldeirão, ela estava apaixonada por ele. E não fazia ideia de como aquilo havia acontecido, mas não se arrependia por um mísero segundo. O desejava tanto que chegava a doer. Que chegava a ser desesperador.
Se fosse com qualquer outra pessoa, ela teria resolvido a questão rapidamente com uma única noite. Mas Lucien a fazia sentir coisas que Alynia não estava acostumada e talvez nem sequer preparada para sentir.
A illyriana tocou levemente a bochecha de Lucien, bem acima da cicatriz. A cicatriz que ficava no mesmo lado que a dela. Que tinha a mesma aparência cruel e que destruia um rosto tão perfeito. Bem, não para Lucien, pelo menos. Ele sempre teria aquela beleza feérica sobrenatural, não importava o que acontecesse. E sempre faria Alynia ficar sem chão.
Ela respirou fundo e se virou. Ficar encarando Lucien no meio da noite além de ser sinistro a faria perder completamente o sono que ela já estava tendo dificuldades em achar. E então, Alynia pensou e pensou até que finalmente caísse em um sono inquieto.
Quando amanheceu, Lucien e Alynia descobriram que Tamlin não estava em lugar nenhum. Não que eles esperassem por algo do Grão Senhor, mas também não faziam a menor ideia de onde ele tinha ido. Alynia agradeceu ao Caldeirão pelos minutos de paz sem o macho a irritando com sua miserável presença.
Alynia e Lucien não conversaram muito naquela manhã. Cada um pareceu perdido em seu próprio mundo, seus próprios pensamentos, seus próprios problemas. Não que fosse um silêncio completamente constrangedor como teria sido meses atrás.
O macho estava prestes a dizer algo quando sentiram o cheiro de Tamlin e se viraram, esperando a chegada do macho que veio logo em seguida. Ele estava coberto de sangue. Alynia e Lucien se levantaram num pulo.
-Que merda aconteceu com você?- disse a Illyriana levando a mão a sua faca presa ao cinto.
-Problemas. Dos grandes.- disse Tamlin seriamente. -Eu estava caçando alguns naga que invadiram meu território quando o vi.
-Viu o que?- perguntou Lucien analisando o braço estraçalhado de Tamlin, que já começava a se curar.
-Um monstro que nunca tinha visto antes.- disse o Grão Senhor olhando para o Grão Feérico. -Eu tentei mata-lo e não consegui. E ele quase me matou.
-Merda.- murmurou Lucien pensando no mesmo que Alynia: se nem mesmo a força de um Grão Senhor pôde impedir aquela besta, o que impediria?
-O problema não acaba ai.- disse Tamlin e Alynia sentiu o estômago se revirar. -Estava indo pras aldeias.
-Então você tem que dar um jeito nisso. É seu povo. - disse Alynia e Tamlin grunhiu.
-Eu sei. Mas sozinho, não consigo. Preciso da ajuda de vocês. - ele disse e olhou para ambos. -Por favor.
-Certo.- disse a illyriana se alongando. -Faz tempo que não me meto em problemas. Mas saiba que vou fazer pelo seu povo e não por você.
-Não esperava que fizesse por mim.- resmungou Tamlin. Ele olhou para Lucien, esperando. Esperando por uma resposta.
-Onde ela for, eu vou. - disse Lucien. -E faço das palavras de Alynia as minhas.
-Obrigado.- disse Tamlin com sinceridade.
Alynia e Lucien subiram juntos para pegarem as milhares de armas que tinham. A illyriana agitou as asas e as alongou enquanto colocava mais facas no cinto e prendia suas lâminas illyrianas nas costas.
-Sabe o que acho?- disse Lucien enquanto prendia a espada. Alynia o olhou. -Esse monstro deve ser o de Hybern que todas as outras cortes relataram. Fez o caminho até aqui, e se não impedirmos, pode fazer um estrago ainda maior nas terras humanas.
-Tudo sobra pra gente, já reparou?- disse Alynia com um suspiro enquanto saiam rapidamente do quarto e desciam as escadas da mansão.
E então, eles estavam no meio das árvores da Primaveril, andando e andando, cada vez mais rápido. Alynia estava completamente perdida, mas Lucien... Aquela havia sido sua casa, afinal. Então, ela o seguiu e deixou que ele a guiasse.
-Ali.- disse Tamlin puxando ambos para se abaixarem. Dessa vez, Alynia não protestou e não reclamou por ele ter encostado em seu braço sem permissão.
Ela se agachou no maio das folhas do arbusto e observou a criatura medonha para a qual Tamlin havia apontado. Parecia uma espécie de lagarta com porco espinho, porém... Porém ela era gigantesca. Como a famosa minhoca de Middengard, bichinho de estimação de Amarantha que Feyre havia matado.
Mas aquilo... Alynia era capaz de sentir a magia que emanava daquela criatura e sua força. Entendia o porque Tamlin não havia conseguido mata-la sozinho.
-Aquilo ali podia ter te matado facilmente caso estivesse com fome. Você deu sorte.- disse Lucien, branco que nem uma folha de papel.
-O que você sabe?- perguntou Alynia pra ele. -Dessa coisa?
-É um monstro que só achei que existisse em histórias.- ele disse. -Mas até então eu achava que Amren também era só uma história. De qualquer forma, essa... Coisa, primeiro te ataca e te deixa imóvel e depois trás a tona seus piores medos e pesadelos e se alimenta deles até que você morra.
-Uau.- foi a resposta de Alynia.
-Precisamos mata-lo.- disse Tamlin.
-Jura, gênio? E qual seu plano?- disse Alynia e ele grunhiu.
-Olhem. Está parando. - disse Lucien baixinho.
Alynia sentiu algo estranho tomar conta dela, uma sensação ruim. Tarde demais; no segundo seguinte, o bicho já não estava mais ali. Havia sumido em um piscar de olhos. E então, ela entendeu. Entendeu que aquela criatura havia armado uma armadilha para eles. E os três haviam caído. Porque, o que tinham visto, era somente uma miragem. Uma ilusão. Pois a verdadeira coisa estava bem atrás deles.
A illyriana não teve tempo de fazer muita coisa antes do monstro atacar com um guincho agudo que fez a orelha dela doer. Alynia conseguiu espetar a barriga gosmenta e mole do bicho antes de ser jogada pro lado, batendo com força contra uma árvore.
Mas aquilo nunca seria o suficiente para dete-la. Ela viu Tamlin e Lucien tentando descobrir o ponto fraco dela e atacou outra vez, dessa vez por trás. Ela cortou o rabo da coisa e o monstro chiou de dor e se contorceu. Um cheiro horrível invadiu as narinas da illyriana e ela teve que se segurar para não vomitar.
Alynia estava empenhada em atacar aquele bicho e não deixar que ele conseguisse revidar. Estava tão concentrada que não percebeu as intenções do monstro até ser tarde demais.
Pois aquele ser era esperto o suficiente para saber que Alynia tinha seus pontos fracos; que olhava toda hora para onde Tamlin e Lucien estavam para saber se ainda estava vivos.
O monstro atirou Tamlin pro lado e Alynia escutou o grito de dor do macho quando uma das garras da criatura se cravou em sua perna. E, em seguida, desarmou Lucien. O coração de Alynia parou quando ela percebeu o que a criatura pretendia fazer com eles. Ela iria atirar aqueles espinhos nos dois e os empalar vivos.
Alynia fez algo impensável; foi até eles e usou a força de seus sifões para criar uma barreira. Porém, ela sabia que aquilo jamais seria o suficiente. Tinha espinhos demais; Então, ela se jogou na frente dos dois. E abriu as asas.
Ela sentiu três espinhos penetrarem sua asas direita e três entrando na esquerda. E um entrou em suas costas. Alynia gritou de dor e caiu de joelhos, mas pelo menos... Pelo menos havia salvado ambos. E descoberto qual era o ponto fraco do monstro: a pele fraca por baixo dos espinhos afiados.
Alynia cospiu sangue e sentiu ele escorrer por suas asas, suas costas, por todos os lados. As coisas começaram a ficar sem foco, mas ela viu Tamlin se transformar e pular no monstro. Alynia teria caido de cara na grama de Lucien não a tivesse segurado. Ele tentava dizer algo, mas ela não conseguia escutar.
De repente, ela não sentiu mais nada. Nem mais dor, nem mais o sangue escorrendo, nem sequer conseguia sentir seu próprio corpo. E a última coisa que Alynia viu antes de tudo ficar completamente preto foi o horror estampado no rosto de Lucien.
Bom dia meu povo!
Tudo bem com vocês? (me faço de sonsah)
Não tenho nada a declarar sobre esse capítulo. Mas bem que uns disseram né: tava calmo demais pra ser verdade.
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana
Data: 22/01/21
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