Estepes illyrianas
Atualmente

       Quando amanheceu, Alynia e Lucien sairam juntos para comer já que a casa da fêmea não tinha nada que não fosse alcoólico.

           Eles não conversaram sobre a noite anterior enquanto comiam, aliás, não conversaram sobre nada. O silêncio entre eles era tenso e qualquer um que se aproximasse conseguia notar isso.

-Não vai ser bonito hoje.- avisou Alynia enquanto voava com Lucien para o campo de treinamento mais próximo deles, onde Alynia sabia que teria sérios problemas pois o líder de lá, Campbell, a odiava com todas as forças. -Não deixe os imbecis illyrianos te intimidarem. E se eles o fizerem, pelo menos finja que não conseguiram te abalar, ou vai ser sua condenação.

            Quando Alynia pousou com Lucien, não deu nem tempo de recolher suas asas antes de um bando de guerreiros ir até eles. Campbell caminhou até ela acompanhado de mais dois machos, bem mais novos que a illyriana, e os outros ficaram espalhados, mais curiosos do que qualquer outra coisa.

-Não te disse pra nunca mais botar seus pés aqui, sua imunda?- disse Campbell com raiva e Alynia o olhou com sua melhor cara de tédio. Estava acostumada em ouvir palavras baixas, e jamais deixaria isso a incomodar. Ainda mais se viesse de um illyriano arrogante.

-Eu vim em nome do Grão Senhor.-ela disse e o macho riu com escárnio.

-Claro que veio, é uma das putas de Rhysand.- cuspiu o macho. -Vá embora. Que seu Grão Senhor venha ele mesmo ou mande um macho com quem possamos lidar. Pois uma fêmea - ele a olhou de cima a baixo. - não tem nada a oferecer.

          Campbell se virou de costas para Alynia, prestes a encerrar aquela conversa e ir embora. O macho deu um único passo antes da fêmea se mover com uma rapidez impressionante, enfiando sua lâmina illyriana no ombro do macho, que gritou de dor e caiu de joelhos.

           Os outros dois se moveram para ataca-la, mas foram impedidos pelas chamas de Lucien e recuaram. Ela não precisava da proteção dele, mas o olhou com gratidão antes de se voltar a Campbell, abaixando até seus lábios se aproximarem da orelha dele.

-Onde estão as crianças?- ela disse, enfiando a faca mais e mais fundo no ombro dele, que gritava.

-Treinando!- ele gritou para ela. -Sua tola estúpida, vai pagar caro por isso!

           Alynia arrancou a faca do ombro dele e o chutou na lama. O cheiro de ódio inundou as narinas dela, e aquilo era como um doce perfume naquele momento. Ela limpou a sua lâmina em um pedaço de pano que arrancou do bolso.

-Pode mentir o quanto quiser, Campbell, e só ficará mais doloroso pra você.- disse Alynia tranquilamente.

          Os illyrianos a olhavam com raiva, tensão e alguns de olhos arregalados. Aquela fêmea que havia enfiado uma faca e chutado um dos lideres de acampamento sem se importar com as consequências.

-Você vai se dar muito, muito mal por isso. - rosnou Campbell se levantando e se aproximando dela. Alynia deu uma risada, o que só deixou o macho mais colérico.

-Vou mesmo? Acho que sabe o que aconteceu com todos os machos que tentaram me matar.- cantarolou a fêmea com um sorriso arrogante nos lábios.

-Sei, e sei também que Adrien pagou pela sua arrogância.- provocou Campbell com um sorriso frio. O rosto de Alynia se fechou, uma raiva letal crescendo dentro dela. -Morreu por uma vadia metedia a guerre...- Campbell parou de falar quando Alynia usou a força de seus sifões para segurar sua língua.

-Eu deveria arrancar sua maldita língua.- ela disse em uma calma fria, letal. O macho arregalou os olhos e o cheiro do medo dele invadiu as narinas de Alynia. -Mas ainda preciso dela para responder o que quero saber.

          Alynia o soltou e Campbell recuou. Sabiamente, ele não disse mais nada, e somente a encarou, ódio e horror no rosto. Os machos mais novos, provavelmente no auge de seus vinte anos, a olharam com choque.

-Ela é mesmo tão cruel quanto dizem.- Alynia escutou um dizer e ela não sabia se deveria se sentir mal por isso ou feliz por assustar os macho imbecis.

-Vai me dizer o que quero, Campbell, ou não vai ser sua língua que vou cortar fora. - ela disse cruelmente e chutou as partes baixas do macho como um lembrete ao que ela se referia. O illyriano gemeu de dor. -Desembucha!

-Está bem!- ele gritou. -As crianças mais novas sumiram. Entre os onze e doze anos. Simples assim, Alynia, sumiram! Do dia para noite, desapareceram sem deixar rastro.

-E vocês, como os grandes merdas que são, devem ter demorado dias pra notar.- disse ela cruzando os braços. O silêncio deles já dizia tudo. -E como os grandes merdas que são, não avisaram Rhysand, mas ainda assim também não moveram uma palha pra achar essas crianças.

-Você queria que fizessemos o que?- Campbell grunhiu. Alynia cuspiu nele.

-Que mexessem esses seus trasseiros illyrianos, seu imbecil, e procurasse essas crianças! O que faz da sua vida miserável mais importante do que as delas?- gritou a fêmea.

-Abaixe seu tom de voz, sua...- começou ele e Alynia se moveu, se aproximando rápido como um raio de Campbell e apertando com força o membro do macho, que deu um grito de dor.

-Eu falo do jeito que quiser.- ela disse, a voz baixa e letal. Ela apertou mais e o macho gritou de novo. -E você veja o jeito como fala comigo, seu macho de merda, pois eu posso muito bem arrancar essa sua cabeça e estou pouco me fudendo pras consequências disso. - Alynia o soltou e o macho caiu no chão.

-Você vai ser morta um dia.- disse o macho, ainda gemendo de dor.

-Um de vocês - ela disse apontando para os illyrianos que haviam se mantido afastados por causa das chamas de Lucien, e agora a encaravam com ódio nos olhos. - me mostre onde estão as coisas das crianças e onde foram vistas pela última vez. - nenhum deles se moveu. -Agora.

-Não vamos fazer nada pra você. - rosnou o mais alto.

-Ah, não?- disse ela e sorriu. -Então quer fazer o que, exatamente?

             Sem dizer uma palavra, os dois avançaram contra ela, somente para se chocarem contra um escudo roxo.

-Covarde.- grunhiu o macho.

-Eu vou lidar com eles.- disse Alynia e olhou para Lucien. -Com os dois.

-Está bem. - ele disse, sem questionar se ela conseguiria, e deu um sorriso de raposa para Alynia. -Você sabe onde dói mais.

-Eu definitivamente sei.- ela zombou antes de abaixar o escudo e deixar que os machos a atacassem.

             Alynia desviou dos dois machos e conseguiu socar um deles no rosto, o fazendo recuar. Seus ossos gemeram quando o segundo macho a atingiu nas costelas que ela havia deixado expostas quando socou o outro illyriano. Mas ela havia aprendido a lidar com a dor, então instantaneamente levantou o cotovelo e atingiu com força no nariz do illyriano, escutando o barulho de osso partir.

              O primeiro macho a atacou no momento em que Alynia se virou, e ela mal teve tempo de bloquar o ataque dele, parando a lâmina que ele segurava há centímetros de seu coração. Ele fez força contra o bloqueio, mas foi em vão, e Alynia o deu um chute no saco, onde o macho não estava protegendo no momento. Ele gritou e caiu no chão.

              O segundo guerreiro a atacou pelas costas, conseguindo passar de raspão a faca pela asa de Alynia antes dela conseguir desviar. Ela grunhiu para ele e o atacou. O illyriano conseguiu se defender do primeiro soco e do segundo, mas na terceira vez Alynia o socou no estômago com tanta força e tanta raiva que o macho cuspiu sangue no chão. Mas, enquanto lutava com o illyriano, manteve sua retaguarda desprotegida, dando a chance perfeita para o outro illyriano.

               Ele estava prestes a enfiar as lâminas illyrianas nas costas de Alynia, se movendo mais rápido do que ela podia prever, quando Lucien atravessou. A espada do Grão Feérico se chocou contra as lâminas gêmeas do macho, as costas de Lucien encostadas nas de Alynia.

             Lucien desarmou o illyriano e o fez recuar com seu fogo. Não tinham tempo para aquilo, Alynia sabia. O macho na frente dela recuou.

-Vão me mostrar o que quero ou terei que chutar as bolas de todos aqui nessa merda?- gritou Alynia e todos ficaram em silêncio. -Foi o que pensei. Me mostrem. Agora.

Boa tarde meu povo!

Primeiro capítulo de 2021 com Alynia chutando as bolas de macho escroto. Sei lá, o jeito que eu amo a Alynia é diferente.

Como está o dia de vocês? O meu está o mais puro e verdadeiro tédio.

Espero que estejam gostando da fanfic, porque ela é um dos meus nenês mais preciosos.

Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana

Data: 01/01/21