Stranger Night
Terras Humanas
Atualmente
Por mais confortável que a cama do quarto em que Alynia havia ficado fosse, a illyriana não conseguia dormir de maneira alguma. Se remexia na cama, e o sono não vinha. Talvez se devesse a forte dor de cabeça depois de uma noite enchendo a cara com Lucien e Vassa, já que Jurian havia saído pra encher a cara em outro lugar.
Alynia se levantou resmungando e saiu do quarto, indo em direção a cozinha. A casa estava escura, mas isso nunca incomodou ela. Estava acostumada a andar na escuridão sem se machucar e em silêncio.
Enquanto bebia água, ela não podia deixar de pensar no como as coisas haviam mudado nas últimas semanas. Estava tão preocupada e focada na missão que não havia parado pra pensar no como estava se aproximando de Lucien.
Ela até havia aprendido a gostar da companhia dele. Ele não era tão ruim, afinal. Talvez um dia pudesse considera-lo um amigo, se chegasse a isso. Mas ela não sabia como Lucien se sentia a respeito dela. Talvez ainda a odiasse e só estivesse sendo educado. Talvez a tivesse enganando para rir da illyriana depois. Não. Ela sabia que ele não faria isso, e se fizesse, ela mesma trataria de arrancar as bolas dele.
Ela estava tão perdida em pensamentos e observando a luz da lua que entrava pela janela que não notou uma aproximação na cozinha até o cheiro de pânico e ansiedade invadir suas narinas. Alynia se virou tão rapidamente que quase deixou o copo cair e se espatifar no chão. Ali, parado a olhando, estava Lucien.
Ele vestia somente uma calça, deixando seus músculo a mostra, e os cabelos ruivos compridos estavam soltos sobre os ombros. O olho de metal rangia e ele respirava pesadamente. Alynia deixou o copo na mesa e caminhou até ele.
-O que aconteceu com você?- ela perguntou e Lucien passou as mãos nervosamente pelo cabelo. -Teve um pesadelo. - não era bem uma pergunta.
-Sim.- ele respondeu baixinho. Alynia ficou em silêncio por um tempo, ouvindo o ritmo dos batimentos cardíacos de Lucien diminuírem até voltarem a normalidade.
-Quer falar sobre?- ela perguntou quebrando o silêncio. Lucien estremeceu e não disse nada. Ela achou que ele não diria nada, e ela não insistiria, mas ele começou a falar.
-Toda vez que eu acordo em pânico por causa de um pesadelo é porque sonhei com ela. - ele disse e Alynia sabia que não estava falando de Elain, de Amarantha ou qualquer outra fêmea. Era daquela que ele havia amado. Jesminda. -Eu ainda consigo me lembrar de escutar o coração dela parar. - Alynia sentiu um gosto amargo na boca, se lembrando do coração de Adrien. -Ainda vejo meu "pai" a matando enquanto meus irmãos me seguravam porque não aprovava nosso relacionamento. Ela morreu por minha causa.- Alynia arquejou, sem conseguir se conter. Como a própria família dele havia o causado tanto sofrimento? Haviam matado a fêmea que ele amava. Lucien riu com sarcasmo, como se tivesse lido os pensamentos dela. -É, eu sei. Péssimo, não é?
-Eu sinto muito, Lucien.- ela disse esticando a mão para toca-lo, mas parou.
-Não deveria parar. - ele disse e ela piscou, confusa. Ele esclareceu: -Toda vez que você tenta me tocar ou algo do tipo, você hesita e se afasta. Eu não vou te queimar, Alynia. Nem me importar. Você não deveria parar.
-Eu... É. Não sei o que falar agora. - admitiu a illyriana. -Não tenho costume de ter esse tipo de contato com os outros. Eu cresci numa família de merda também, Luci. Meu pai me batia, cortou as asas da minha irmã. Tratava a gente que nem merda. Só amava meu irmão gêmeo.
-Você tem um irmão gêmeo? Isso é raro.- ele disse e ela deu risada.
-É. Eu sei. - ela sorriu. -A questão é, eu entendo essa sua dor. Adrien... Ele morreu por minha causa. Porque eu irritei as pessoas erradas, e eles o mataram. Eu deveria estar morta também, se não fosse pelo Azriel. - ela piscou e afastou algumas lágrimas. Alynia deu mais um passo na direção de Lucien. -Mas sabe qual é a verdade? A verdade é que não podemos controlar o quão ruim a outra pessoa é. E quem deve se culpar pela morte dela é Beron e não você. Eu sei que é difícil, acredite, eu sei. Mas não é sua culpa. Ela escolheu te amar, independente de qualquer coisa, Lucien. E eu sei que estaria bem chateada de te ver sofrer por causa dela.
Eles ficaram em um longo silêncio por um tempo, somente se observando no escuro. Somente ouvindo a respiração e os batimentos um do outro.
-Pra uma illyriana arrogante e inconveniente, você diz belas palavras as vezes.- ele disse com um sorriso fraco. Alynia revirou os olhos, mas sorriu. -Obrigado, Alynia. De verdade.
-Ei, eu sou útil pra outras coisas além de bater em pessoas.- provocou ela e Lucien sorriu, a olhando nos olhos.
-É, eu sei.
Eles se encararam por mais algum tempo até Alynia desviar o olhar, constrangida pela primeira vez na presença dele.
-Vamos?- ela disse passando por ele e Lucien segurou seu pulso com cuidado.
-Eu sinto muito pelo seu noivo.- ele disse. Alynia assentiu.
-Eu sinto muito por Jesminda.- disse ela.
Mais uma vez, eles se olharam, como se estivessem se decidindo entre falar algo ou permanecer em silêncio. Sobre fazer algo ou permanecerem parados. O coração de ambos disparou, mas eles não pareceram notar, perdidos demais olhando para o rosto um do outro. Os olhos tão diferentes, mas que traziam as mesmas sombras. As cicatrizes iguais. Famílias disfuncionais. Amores perdidos. Ela e Lucien eram mais parecidos do que a Illyriana gostaria de admitir. E ela também gostava dele bem mais do que admitia pra si mesma.
Alynia pigarreou e desviou o olhar. Lucien a soltou, nem havia notado que sua mão ainda estava ao redor do pulso da guerreira. Ele recuou alguns passos.
-Deveriamos ir dormir. Vamos sair cedo amanhã, não é?
-É. Sim. Vamos.
Boa tarde meu povo! Como estão? Espero que bem!
1° eu percebi que tenho capítulo demais pronto pra essa fanfic. Já estou começando a escrever a reta final e nem terminei de publicar a primeira parte da fanfic K
2° estava pensando em publicad o próximo capítulo hoje de noite, querem?
É isso meu povo
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana
Data: 12/01/21
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