Family Meeting
Velaris
Atualmente
Cassian olhou de Alynia para Lucien e esperou por uma resposta que não veio. Os dois se encaravam de cara fechada, esperando que magicamente a cabeça de um explodisse com os olhares fulminantes trocados.
-Alguém pode explicar essa história?- disse, para surpresa de Alynia, Feyre.
A illyriana desviou o olhar do macho de cabelos vermelhos e voltou para seu lugar, se jogando na cadeira. Todos pareceram relaxar depois que a Illyriana se sentou, mas Lucien não fez menção de sair de onde estava, perto da parede do outro lado da sala, ainda a encarando.
-Sua amiga, Rhysand, ou o que quer que ela seja. - começou Lucien.
-Gosto de me referir a Alynia como mascote da minha corte.- disse Rhysand e Alynia o olhou feio. -Mas, vá em frente, continue.
-Tentou matar Tamlin quarenta e cinco anos atrás e eu a impedi. - completou o macho, e Cassian, que bebia vinho, cuspiu tudo na direção de Feyre.
-Você tem que parar de fazer isso, Cassian!- reclamou Mor tentando conter a gargalhada. Feyre, que estava ocupada demais olhando para Alynia com os olhos arregalados, mal pareceu notar as gotas de vinho que pingaram em sua roupa.
-Alynia, que merda?- disse Cassian se virando pra garota. Alynia se calou e de repente seu prato pareceu muito mais interessante.
-Alynia. - disse Rhysand, a voz ficando séria. -Explique-se.
-Que saco.- resmungou ela. -Está bem, eu tentei sim matar o Tamlin quarenta e cinco anos atrás.
-Qual foi a única coisa que eu te pedi, te implorei, Aly, quando fiquei preso Sob a Montanha e você presa do lado de fora de Velaris? Não faça besteiras. - disse Rhysand. Alynia bateu com o punho fechado na mesa.
-Fácil, Rhysand. Fácil assim, não é? Você se sacrifica e espera que fique tudo ok, que a gente te deixe fazer essas merdas. Bem, você conseguiu prender Mor, Amren, Azriel e Cassian por cinquenta anos aqui em Velaris. Mas eu fiquei do lado de fora. Sozinha. E minha família foi assassinada pelos monstros de Amarantha porque eu estava ocupada demais tentando evitar uma guerra interna nas estepes pra estar lá. Eu deveria estar lá, e não estava.
"E eu estava furiosa. Com você, por ter se sacrificado. Com Amarantha por ser uma cobra. E principalmente com aquele Grão Senhor por ter preferido ser livre leve e solto ao invés de salvar Prythian. E eu o teria matado sim. Eu o teria, pelo Caldeirão, se aquela raposa ali não tivesse me impedido disso."
O silêncio que recaiu pela sala foi o mais desconfortável que Alynia já tinha presenciado antes. Feyre a encarava, um olhar que Alynia não conseguia entender completamente, mas imaginava o que se passava na cabeça de sua Grã Senhora. Sabia tudo o que ela havia passado graças ao Senhor da Primaveril.
-Bem, pelo menos você sobreviveu pra contar a história. - disse Cassian e Alynia bufou. -Sua illyriana estúpida, sabe que teria morrido naquela noite. Aliás, como está viva se aquele ali te pegou no flagra?- disse Cassian apontando pra Lucien e depois encarou o macho. -Ou como você está vivo depois dela?
-Eu deixei ele viver pra contar a história. - ela disse com um sorriso sarcástico para Lucien que a devolveu um sorriso de deboche.
-Rhysand, você deveria controlar sua morcega. - resmungou Lucien e ganhou um olhar de Cassian, Azriel, Rhysand, Alynia e até mesmo de Feyre. -Tá, comentário errado, pelo jeito.
-Vai aprender, meu caro Lucien, que Alynia não pode ser controlada. - disse Rhysand e deu um sorrisinho. -Por nenhum macho, mais especificamente. Os que tentaram tiveram as partes preferidas arrancadas, então sugiro que mantenha uma distância segura.
Lucien bufou antes de se jogar numa cadeira do outro lado da mesa, longe o suficiente de Alynia.
-Reuniões familiares boas são assim.-disse Mor e ergueu sua taça. -Um brinde ao quase assassinato do Lucien.
-Sabe, bem que faltava uma pessoa explosiva nessa mesa para alegrar as coisas. - comentou Rhysand.
-Ela definitivamente não era assim quando a conheci. - disse Cassian.
-Então a culpa é sua por quem ela se tornou. - disse Azriel e Cassian o olhou incrédulo. Alynia olhou pra Azriel incrédula.
-Azriel?- reclamou a fêmea e ele deu de ombros.
-Você também é Illyriana, certo?- perguntou a fêmea sentada ao lado de Azriel, Elain. Alynia assentiu.
-Infelizmente. - ela resmungou enfiando o garfo na carne.
-Por que infelizmente?- perguntou Nestha, o olhar ainda frio, mas com um leve interesse.
-Porque machos illyrianos são ainda mais escrotos que machos normais.
-Obrigado pelo elogio. - disse Cassian.
-Não foi bem pra você, mas você também se encaixa. - disse ela e Cassian gargalhou.
-Illyrianos não são conhecidos por tratar bem as fêmeas. - explicou Azriel.
-Por que acha que tenho essa cicatriz no rosto? - disse Alynia. -Um babaca fez isso comigo e depois tentou cortar minhas asas. Cassian apareceu e o impediu. Foi assim que conheci esse mané.
-E o que você fez? Com o macho que te feriu?- perguntou Nestha de uma forma que era mais uma exigência do que uma pergunta. Alynia sorriu sombriamente pra ela.
-Eu o quebrei e o deixei morrer lentamente por tudo o que fez comigo e com as outras fêmeas. - disse Alynia. Nestha a devolveu um sorriso sem qualquer calor, somente fúria gélida.
-Bom.
-Isso. - disse Cassian apontando pra Alynia e depois pra Nestha. -É sombrio e bizarro. Por favor, nunca deixem Alynia e Nestha juntas por muito tempo.
Nestha ignorou Cassian e Alynia decidiu que faria o mesmo.
-Agora eu tenho algo a perguntar. - disse Alynia e ela viu Cassian enrijecer ao seu lado. -O que a raposinha está fazendo aqui em Velaris?- disse ela apontando para Lucien com o garfo, mas sem se dar o trabalho de olhar pra ele. Sentiu o cheiro de raiva que exalava de Lucien e sorriu.
-Além de ser meu amigo. - disse Feyre. -Lucien nos ajuda com a situação das rainhas humanas, já que ele passa mais tempo nas terras humanas do que aqui.
-Uau, não esperava que fosse trair seu Grão Senhor e se juntar a Corte Noturna.
-Então talvez deva aprender que não se pode estar certa o tempo todo.- resmungou Lucien e Alynia deu risada.
-Eu deveria ter te dado um chute no traseiro. - suspirou Alynia. Lucien a fuzilou com o olhar.
-Você é irritante. Já te disseram isso?
-Várias e várias vezes.
-Que clima adorável para o jantar. - suspirou Rhysand.
-Quanta tensão sexual.- resmungou Amren e Alynia a olhou com horror enquanto Lucien engasgava e tossia.
-Eu vou fingir que não ouvi isso.
-Sabe que tenho uma parceira, não sabe? - disse Lucien olhando com o canto do olho para Elain, que de repente achou a saia do vestido muito mais interessante que a conversa. Parceiros. Interessante pensou a illyriana.
-E dai, menino? O laço não se firmou e vocês mal se falam. E você pode muito bem sair com quantas fêmeas quiser, mesmo com os instintos do laço. Sabe bem disso. - disse Amren o encarando com seus frios olhos cinzas.
-Amren. - advertiu Feyre e a fêmea suspirou.
-Falando nisso. - disse Mor e se virou para Alynia. -E quanto a você e Cadman?
-Não existe um eu e Cadman, Mor. Nunca existiu nem nunca vai existir. Não sei porque insiste nisso. Já fazem cem anos. - suspirou Alynia e se afundou mais na cadeira.
-Eu só acho que você podia dar uma chance pra ele, principalmente depois de... Bem, você sabe. - disse Mor e Alynia segurou com força o garfo. Não precisava se lembrar daquilo no momento. -Quem sabe o laço não se firma? Vocês tem muito em comum, e ele tem um respeito imenso por você. - comentou ela dando de ombros.
-Não vai rolar. Nada disso. - disse Alynia e Mor a olhou e franziu o cenho ao sentir o cheiro de ansiedade exalando de Alynia.
-Por que? Por causa do que aconteceu séculos atrás?
Porque Alynia já sabia quem era seu parceiro. Há exatos duzentos e cinquenta anos. E ele não fazia a menor ideia sobre, e não seria Alynia a contar a ele. Aliás, como se diz a um macho que não sabe de nada que vocês são parceiros se ele sequer percebeu o laço que os une? A guerreira tinha coragem para muitas coisas, mas não para chegar no guerreiro illyriano que tinha um laço com ela e dizer que eram parceiros.
-Eu...- começou Alynia e coçou a nuca. -Porque não, maldição!
-Sabe quem é seu parceiro?- perguntou Feyre, franzindo o cenho. Ela não conseguiu evitar e controlar o coração quando ele disparou. Os olhos da fêmea se arregalaram. -Pelo jeito, sabe. Quem é?
-Pelo Caldeirão. - murmurou Alynia.
-Vocé sabe?- Mor deu um gritinho. -E não conta nada?
-Vamos mudar de assunto? Sério, isso não é nada demais. - disse Alynia. Rhysand franziu o cenho pra ela.
-Como assim, nada demais? É um fato muito importante, Alynia. Saber quem é o parceiro.
-Claro, quando o parceiro sabe que é seu parceiro tudo deve ficar mais lindo e maravilhoso. - resmungou ela
-Discordo.- murmurou Lucien mas ninguém mais pareceu ouvir e se Elain escutou algo, ignorou.
-E eu vou no banheiro. - disse ela quando viu Cassian abrir a boca e se levantou rapidamente.
Mas as desgraças daquela noite estavam bem, bem longes de acabar. Quando passou por Azriel, o macho se levantou rapidamente e a encarou. Alynia o encarou de volta, franzindo o cenho.
-O que foi?- reclamou ela. As narinas de Azriel inflaram enquanto ele sentia o cheiro dela, e o coração de Alynia parou de bater. Merda. O rosto de Azriel estampou uma expressão de choque e horror antes dele voltar com a expressão fria. Muito rápido; foi muito rápido para que Alynia pudesse saber o que ele havia detectado ou o que sequer pensava. Mas quando Azriel falou, a voz fria como a noite, o coração da illyriana foi parar na boca:
-Você é minha parceira.
Boa tardinha meu povo! Como vão? Espero que bem!
Como atuante do caos, tem uma frase que uso bastante e deixo aqui pra vocês porque se aplica perfeitamente com o desenrolar das coisas: nem tudo é o que parece. Ou seja rsrsrsrs quero ver teorias, porque pode parecer óbvio mas ao mesmo tempo não significar nada. Sou cruel, nunca esqueçam (quem já me conhecê de outras fanfics sabe KKKK)
Esse capítulo foi propositalmente construído pra atiçar a curiosidade de vocês. Consegui? Espero que sim.
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana
Data: 19/12/20
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