Velaris

          Alynia acordou com uma batida na porta. Ela demorou alguns instantes até se dar conta de onde estava. Em seu quarto; com Azriel recém acordado ao seu lado. Ele olhou pra ela e balançou a cabeça.

Não abre a porta.

             Ela o ignorou; estava irritada e mau humorada, e abriu a porta com brutalidade. Como esperado, Lucien estava parado ali. Ele não parecia nada péssimo. Aliás, parecia ter acabado de chegar.

-Alynia, eu preciso falar com vo...- ele começou, mas se calou assim que seus olhos se encontraram com os de Azriel. Sentado na cama de Alynia, ainda com cara de sono. A expressão de Lucien se fechou. -Acho que você está meio ocupada.- ela ignorou o tom de voz acusatório dele.

-É, estou. - ela respondeu duramente. -O que quer?

-Eu vim só te avisar que vou sair daqui uma hora pras terras humanas.- ele disse cruzando os braços.

-Tá. Boa sorte. Eu não vou mais.- ela respondeu e Lucien escondeu bem sua irritação. Talvez até decepção.

-É. Deve ter coisas muito mais importantes pra fazer aqui mesmo. - ele disse. Ela revirou os olhos.

-Já acabou? Tchau!- ela disse e fechou a porta na cara dele.

Ele vai achar que dormimos juntos disse Azriel e Alynia revirou os olhos outra vez.

Tecnicamente, nós dormimos juntos.

Não se faça de idiota, ele vai achar que transamos.

Foda-se? Problema dele.

Você é mesmo terrível.
   
             Azriel se levantou e deu um abraço nela antes de sumir com suas sombras, indo embora. Ela respirou fundo e se deitou na cama novamente, se cobrindo com suas próprias asas em um casulo escuro e deixando que os pensamentos a levassem pra outro lugar.

             Quando Alynia permitiu que Cassian a socasse mais uma vez sem se defender, o macho se afastou e olhou pra ela de forma intrigada.

-Ok, você não está legal hoje.- ele disse. -O que aconteceu?

-Nada, Cass.- ela disse limpando o sangue que escorria pelos lábios. -Não quero falar sobre, ok?

-Então vamos simplesmente encher a cara pra apagar as mágoas. É melhor do que ficar deixando eu te bater.- disse ele e ela suspirou.

-Ou podemos resolver todos os problemas em uma noitada.- disse Mor sorrindo.

-Não. - ela disse. -Eu só... Vou pra casa.

               Nenhum dos dois protestou quando Alynia os deixou na Casa do Vento e foi embora. Ela sabia que tinha uma coisa para lidar e só assim poderia tirar o peso do seu peito.

                Ela bateu na porta três vezes até a fêmea abrir. Quando atendeu, Elain parecia verdadeiramente surpresa com a visita de Alynia. Até mesmo horrorizada.

-Feyre não está aqui. Nem Rhysand.- ela respondeu. Alynia entrou sem nem mesmo ser convidada, não dando a chance para Elain manda-la ir embora.

-Eu sei. Meu papo é com você.- disse a illyriana encarando a fêmea.

-Você... Está irritada. - ela disse dando um passo para trás.

-Ah, estou bem irritada, pode ter certeza.- disse Alynia com um sorriso que não era nada caloroso. -Qual o seu maldito problema?

-Isso é por causa de Lucien?- disse Elain cruzando os braços.

-Isso é por sua causa! Você me fala todas aquelas merdas sobre meus sentimentos e no dia seguinte praticamente me expulsa de perto dele!- disse Alynia tentando não gritar. Ela passou a mão no cabelo, tentando manter sua calma. -Então, quero saber: qual o seu problema?

-Você não entende, não é? Eu mal o conheço, mas quando o vi com você... Senti uma coisa estranha, e soube que tinha que afasta-los!- foi a resposta dela. Elain suspirou. -Não quero nada com ele. Acredite. Mas ver vocês dois juntos... Foi estranho.

-Claro que foi, foi o laço puxando.- disse Alynia com um grunhido. -Mas você pode simplesmente ignorar!

-Acha que é fácil?- respondeu Elain, começando a ficar nervosa.

-Você acha que não ignoro toda vez que esses instintos de merda me puxam quando vejo Azriel com outra fêmea?- respondeu Alynia.

-Bem, algum de nós não tiveram duzentos e cinquenta anos para aprender a lidar com isso!- retrucou Elain. Alynia parou de falar e a encarou.  -Eu... Me desculpa.

-Se quer ficar com ele, vá em frente, Elain.- respondeu Alynia, por mais que dizer aquilo fizesse seu coração sangrar. -Mas se o magoar... Eu juro que eu quebro esse seu nariz. E eu não dou a mínima se você é irmã da minha Grã Senhora, eu juro pelo Caldeirão que vou te bater.

-Você... Você ama ele.- disse Elain meio chocada, olhando boquiaberta para Alynia. A illyriana quase desmaiou.

-Que porra é essa? De onde tira essas merdas?- disse Alynia arregalando os olhos. Falar aquilo era forte demais, certo?

-Até onde sei ninguém age assim por uma simples paixão, Alynia. - disse Elain olhando no fundo dos olhos da illyriana. E, então, ela começou a ficar distante, confusa. -Mas os dias de vocês estão contados.

-O que... O que quer dizer com isso?- perguntou Alynia sentindo um gosto ruim, amargo, na boca. O coração acelerou;

-Eu não sei.- disse Elain olhando nos olhos de Alynia. -Mas algo vai acontecer. Algo muito, muito ruim. E só você vai poder impedir de ficar pior.

-Ai caralho, você tá prevendo algo? E acabou de jogar isso nas minhas costas?- disse a illyriana meio desesperada. Alynia sentiu vontade de vomitar.

-Eu não sei!- disse Elain tão desesperada quanto Alynia. -Eu não controlo essas coisas!

-Ai. Meu. Coração. Eu já tenho problemas demais, Elain, pelo amor da Mãe!- disse a illyriana andando de um lado pro outro.

-Bem, aparentemente vai ter mais alguns.

-Sabe, não está ajudando!- gritou a illyriana.

-Eu vejo uma fêmea.- disse Elain, baixinho. -Ela está irritada. Todos acham que ela está morta e ela deveria estar. Ela quer... Se vingar. Continuar o que a irmã não conseguiu.

-E o que diabos isso significa?- disse Alynia em choque e desesperada. Elain a olhou e Alynia sabia que ela também não tinha resposta para aquilo. -Já sei. Significa que estamos todos fodidos. Eu em especial.

Boa noite, meu povo! Como estão? Espero que bem!

Lembram daquele bilhete que disse que só ia postar segunda? Então né, num era bem verdade, não me aguento com essa fic

To literalmente esgotada por causa de um bagulho chamado enem, mas os comentários de vocês me animam muito, então, oi rsrsr

Por hoje é isso
E avisando que no dia do meu aniversário (quarta) vou postar um capítulo super bafonico. O aniversário pode ser meu, mas o presente é pra vocês.

Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana

Data: 17/01/21