Disagreement
Corte Diurna
Atualmente
Alynia acordou ao alvorecer, e podia escutar a respiração leve de Lucien no quarto ao lado, o que indicava que o macho ainda dormia. Ela ficou parada alguns minutos no corredor, somente escutando ele e se perguntando o que o deixara tão chateado no dia anterior. Quando ela se deu conta do que fazia, bufou e desceu as escadas, indo até a mesa onde os empregados de Helion já havia deixado o café da manhã.
Depois de terminar de comer, Alynia se dirigiu até a área de treinamento no Palácio e passou a manhã toda socando machos e fêmeas que a desafiaram.
Quando chegou a hora do almoço, Alynia ainda se sentia disposta para um segundo round, mas se obrigou a voltar ao apartamento que estava dividindo com Lucien e almoçar.
Ela esperou por cinco minutos o Grão Feérico aparecer, e quando ele não veio, Alynia almoçou sozinha. Provavelmente Lucien havia ficado conversando com Helion até mais tarde, tentando arrancar o que quer que fosse do Grão Senhor. De noite, ela e ele procurariam coisas suspeitas nas redondezas da Corte Diurna. E prestariam muita atenção no que os moradores de lá tinham a dizer.
Alynia não fazia a menor ideia do que Lucien fazia nessas reuniões e também não tinha vontade de descobrir. Ela nasceu pra ser guerreira, e não cuidar dessa parte burocrática.
Depois de comer, a illyriana sobrevoou a extensão da Corte Diurna. Era simplesmente linda. Não mais que sua casa, a Corte Noturna, mas ainda assim tinha seus encantos.
Quando o sol começou a se por, Alynia já estava de volta ao apartamento, jogada no sofá esperando por Lucien. Ou pelo menos ela achava que ele apareceria em algum momento antes da festa de Helion.
E ele de fato apareceu, parecendo exausto. Ele nem sequer pareceu reparar na illyriana ao se jogar no outro lado do sofá.
-Pelo jeito, seu dia foi uma merda.-ela disse bebendo o vinho na sua taça.
-Bebendo antes da festa?- ele provocou ignorando completamente a provocação dela.
-Só assim pra aguentar horas daquilo.- ela suspirou. -E você está com uma cara de bosta.
-Obrigado, você também é extremamente encantadora, Alynia.- ele disse com sarcasmo e ela fez uma reverência forçada. -Abre a boca e só fala merda.
-Impressionante como seu vocabulário é sem graça, Lucien.- disse ela estalando a língua. -Falta de criatividade, suponho.
-Preferia que eu dissesse que você é uma tremenda egocêntrica que tem péssimas piadas e suas provocações são óbvias?- ele disse e deu um sorrisinho pra ela. Alynia o retribuiu com um gesto vulgar. -Além de ser mau educada e ter o sorriso mais lupino que já vi.
-Você é um idiota.
-Que falta de criatividade, Alynia.- zombou ele e ela se esticou para chutar a canela de Lucien com força. Ele a xingou e ela deu risada. -E como foi o seu dia, já que chegou a conclusão que o meu foi uma merda?
-Sem graça.- ela respondeu. -Bati em muita gente. Levei alguns socos. Mas bati muito mesmo. Quer sair no soco de novo pra ver como seria agora, quarenta e cinco anos depois?- ela disse e Lucien gargalhou.
-Você não perde uma oportunidade.- ele disse e ela deu de ombros, voltando a beber de sua taça.
-Você ainda não me disse o que diabos está rolando com você, raposinha. - ela falou e o sorriso de Lucien morreu. Por um minuto, Alynia se arrependeu de ter falado algo.
-É que descobri algo que não sei como lidar.- ele confessou. Alynia o encarou, esperando uma continuação que não veio. -Não deveriamos ir pra festa?
-Provavelmente.-ela disse e suspirou. -Odeio essas coisas. Você tem cara de quem gosta de se divertir com várias fêmeas. - ela disse em tom acusatório e Lucien sorriu com malícia.
-Quer mesmo saber?
-Pela Mãe, não quero saber suas aventuras sexuais, Lucien.- ela disse dando risada.
-Eu tenho histórias muito boas, se quer saber.-provocou ele.
-Ah, não tenho dúvidas disso.- ela disse enquanto se levantava. -Pra maldita festa, então?
-Pra maldita festa.
Lucien e Alynia se sentaram a mesa de Helion e passaram horas escutando as histórias do Grão Senhor. Alynia adorava Helion, e gostava de conversar com o macho. Já Lucien... Lucien não parecia nem um pouco a vontade com eles, e ficava ainda pior quando Helion começava a contar suas aventuras.
-E você andou vendo Azriel ultimamente?- perguntou Helion com um sorriso malicioso pra Illyriana. Alynia deu uma gargalhada.
-Helion, desiste do Az. Na boa. - ela disse e Helion deu de ombros.
-Não custa tentar, não é? Acho que uma pessoa que é ainda mais difícil que ele nesse quesito é você, Alynia. Mas minha porta sempre vai estar aberta.- ele disse estendendo a taça na direção da illyriana. Lucien, ao lado de Alynia, se engasgou.
-Pela Mãe, Helion, cadê suas maneiras?- brincou ela e o Grão Senhor deu risada.
-Tão difíceis de conquistar, esses illyrianos.- suspirou ele. -Há quantos anos você está solteira mesmo?
-Duzentos e setenta anos.- disse Alynia e franziu o cenho. -E estou muito bem, obrigada. Não preciso de nenhum macho ou fêmea pra sobreviver.
-Ah, sei disso.- falou Helion. -Mas enquanto ao sexo?
Dessa vez, Lucien se segurou para não cuspir o vinho de volta na taça. Alynia franziu o cenho pra ele. Lucien nunca teve problemas em falar sobre aquilo, por que parecia tão incomodado quando vinha de Helion?
-Sexo é só sexo.- disse Alynia. -Não necessariamente significa algo mais profundo.
-Ainda assim você nunca aceitou minhas propostas.- disse ele e Alynia deu de ombros. -Me pergunto como conseguiu amar um só macho durante seus trezentos e trinta e sete anos de vida.- disse Helion e Alynia deu uma risada fraca.
Ficaram mais alguns minutos conversando antes de Alynia dar uma desculpa e se levantar para voltar ao apartamento. Estava exausta, e sabia que estava tarde demais para que ela e Lucien saissem. Então Alynia caminhou pelos corredores para voltar até o apartamento.
Ela se jogou no tapete cheio de almofadas perto da lareira, aproveitando seu calor. Estava quase dormindo quando escutou a portase abrir e se fechar novamente.
-Você me largou sozinho lá.- reclamou Lucien atrás dela, e Alynia nem sequer abriu os olhos.
-Uhum.
-Alynia.- a voz de Lucien estava séria, mas a illyriana estava muito cansada para se importar. -Pela Mãe, passar tempo aqui já é um inferno, mas passar cinco minutos sozinho com Helion é pior ainda!
Alynia abriu os olhos e grunhiu antes de se levantar e encarar Lucien, cruzando os braços para o macho.
-Qual. O. Seu. Problema.- disse ela e Lucien bufou. -Você está estranho desde que chegamos aqui. Vai me falar o que diabos está acontecendo ou vai ficar com isso?
-Por que eu deveria te contar?- disse Lucien exibindo os dentes, irritado. -Eu nem sequer confio em você.
Aquilo foi como um choque de realidade para Alynia. Por que ele confiaria nela? Por que, se haviam tentado se matar há tantos anos atrás e não eram absolutamente nada um do outro? Estavam somente a uma semana juntos. E Alynia percebeu que havia começado a derrubar aquele muro entre eles rápido demais.
Alynia arqueou as costas, ficando tensa. Seu rosto se fechou, e ela apertou a mão no braço pra evitar socar algo ou socar alguém. A expressão dela ficou tão dura quanto a de Azriel e a voz estava tão fria quanto, quando ela respondeu:
-Certo. Boa noite, Lucien.- e ela deu as costas para o macho, sentindo a raiva pela própria estupidez crescendo dentro de si.
-Alynia.- ele grunhiu, mas ela o ignorou. -Não foi isso que eu quis dizer.
-Eu não ligo.- ela disse o olhando no fundo dos olhos. -Tem razão. Não tem motivos para confiar. Não somos sequer amigos, e vamos seguir caminhos bem separados depois de resolvermos esse problema. Então por mais que nos desgostemos, Lucien, pelo menos poderíamos manter isso de forma profissional e agradável.
-Alynia, pelo Caldeirão...- ele começou, mas ela já havia voltado a caminhada até seu quarto.
-Até amanhã, Lucien. - e bateu a porta, encerrando aquela conversa.
Bom dia, meu povo, como vocês estão?
Enfim, esse capítulo responde algumas perguntas de vocês no capítulo anterior rsrsrs
Não sei porque, mas o capítulo anterior flopou legal.
De qualquer forma, espeeo que estejam gostando!
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana
Data: 06/01/21
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