X: Work Hard
Quando meu momento de emoção e conexão com Nevermore acabou, notei um gigantesco armazenamento de água situado a direito de seu dormitório. Como trouxeram tanta água para cá?
— Ela bebe tudo isso?
— Não. Nevermore é um dragão hibrido de água e terra. Precisa dos dois ambientes para sobreviver. A pequena que está nos braços do rapaz também será assim... Ela é filha de Nevermore.
— Os outros dragões também são?
— Não, apenas essa — Dominic caminha até as amarras que acorrentam tão bruscamente a Nevermore. Ele era tão forte que segurava aquelas tiras de ferro apenas com um dos ombros. Nevermore não fugiu, pelo contrario seu primeiro caminho foi até grande reservatório de água molhando todos nós.
As escamas dela mudavam em contato com a água. Seu tom arroxeado ficou mais intenso e seus olhos saltaram de azul para turquesa em poucos segundos. Ela se encolheu no fundo do tanque, onde debruçou sua cabeça entre as patas e começou a cochilar.
Estava maravilhada com a formosura de Nevermore. Sem dúvidas ela compunha a família real, até em seu jeito de dormir era gracioso. Suas garras não eram sujas, pelo contrario reluziam um brilho prateado magnífico. Sai do estábulo, junto com os outros rapazes, ainda com a mente em todas aquelas criaturas encantadoras.
O dragãozinho filhote, filha de Nevermore, não largou Sam por nenhum momento, ele até tentou coloca-la junto com os outros bebês dragões para podermos seguir nosso caminho de volta ao chalé, ela não permitiu. Fedric concedeu deixa-la dormir essa noite conosco, contanto que não saíssemos do lado dela.
— Vamos atrás da rainha das sombras no dia da coroação, princesa. Até lá Dominic te treinará para lutar. E os dois rapazes vão trabalhar no castelo, já colocamos os nomes deles na lista de soldados — Ninguém tinha me dito que precisaria me separar de Sam e Dean e muito menos que eles passariam a semana trabalhando perto de Edette.
— No castelo? Por quê? — Questionei me aproximando dos dois rapazes que faziam parte de minha família. Não poderia simplesmente manda-los rumo a uma tarefa suicida.
— Precisamos ter informantes e, fiquei sabendo que o loiro é bom com garotas, talvez possa tentar se envolver com a rainha e conseguir um lugar na primeira filha no dia da coroação.
— E se... Não der certo? E se ela descobrir? — Minha respiração oscilou. Minhas mãos agora estavam tremulas. Não posso surtar, não nessa altura do campeonato.
— Está tudo bem, podemos nos virar — Dean me reconfortou colocando as mãos em meus ombros, Sam se aproximou e colocou um beijo no topo de minha cabeça, até o bebê dragão que estava em seus braços pulou em meu ombro e se confortou perto do meu pescoço.
— Ok... Ok. Vai dar tudo certo — Suspirei tentando me convencer disso.
Após tomarmos banho e nos deliciarmos da última refeição do dia, Dean foi descansar e esperava fazer o mesmo com meu namorado. Mesmo tentando me acalmar, ele também parecia preocupada com o que viria a seguir.
— No que está pensando — Ele estava a olhar para as estrelas, o único momento em que o céu de Ballwerrior ficava bonito, sentado na sacada da varanda que havia no nosso quarto com o bebê dragão, que claramente não iria desgrudar mais dele, em seu joelho.
— Em você... — Ele balbucia, virando-se para mim. Ao ver seu rosto, senti-me enfraquecida, ele chorava novamente. Ele estava tão vulnerável quanto na noite anterior onde se desmanchou em dor na piscina natural depois de me mostrar todo o seu amor — Estou feliz que seja você a salvadora, poderá ser a guerreira que tanto quer ser, a guerreira que eu te impedi de ser, mas... Isso também te coloca em jogo.
— O que temos a perder, Sammy? Minha vida está em jogo desde que chegamos aqui. Isso é minha chance de me manter viva, se Edette for coroada eu morrerei da mesma forma, mas se eu lutar pelo menos vou estar tentando e tudo terá valido a pena.
— Eu sei e você tem razão, eu só... Tenho medo.
— Vai ficar tudo bem, meu amor. Vamos acabar com isso e logo estaremos em casa — Pus um beijo em sua bochecha e ele sorriu. Um sorriso perfeito — Já pensou em que nome dará para ela?
— Eu a estava chamando de Moonwort desde cedo, então acho difícil chama-la de outra coisa.
— Bom Moonwort acho que tem que largar ele agora, está me deixando com ciúmes — Ela, que estava sentada em seu joelho, agora ela se virou ficando de costas para mim e batendo a calda na minha mão — Acho que perdi meu namorado para um dragãozinho bebê.
Moonwort agora estava adormecida. Sam se levantou da sacada e caminhou até o quarto para bota-la no ninho de tecido que tínhamos feito para a mascote. A lua em Ballwerrior era diferente, e linda, era gigantesca, como se estivesse a centímetros da Terra e sua tonalidade era púrpura ficando impossível de não admirá-la. A noite aqui também era gelada, fria como o coração da rainha das sombras.
Os braços grandes e fortes de Sam envolvem minha cintura por trás, seu rosto encontra a curva do meu pescoço e seus beijos quentes são deixados lá. Estava olhando em seus olhos agora, a luz da lua refletia em seus olhos e os deixavam ainda mais chamativos do que de costume. Era difícil não me prender neles.
A noite se foi rápido, consegui relaxar um pouco nos braços do meu namorado. Seu corpo era quente e me faziam ficar confortável. Porém, as próximas noites eu não poderia me aconchegar em seus braços, Sam e Dean partiram nesse momento para começar suas tarefas como soldados de Edette.
— Promete para mim que vai tomar cuidado? — Perguntei com o rosto próximo ao seu. Ele assentiu acariciando minhas bochechas — Nos vemos no dia da coroação.
Dean esperava em cima de um alazão de tom claro só esperando Sam subir para partirem, Fedric já galopava calmamente na frente, indicando o caminho que eles teriam que seguir para chegar ao castelo. Sam subiu no cavalo, dando uma piscadinha para mim, o que me fez sorrir para ele. Eles partiram.
— Demorou, princesa — Dominic afirmou quando cheguei a arena onde iríamos treinar.
— Sinto muito por te fazer esperar, estava me despedindo dos rapazes. Já estamos acostumados com despedidas assim, mas agora é diferente.
— Entendo sua preocupação, mas garanto que eles ficaram bem. Agora, animo. Precisamos treinar muito.
Ele retirou Blletrix da mesa e entregou em minhas mãos, retirando sua espada da cintura ele começou a instruir os primeiros passos. A espada era pesada, e sentia que a qualquer momento seu peso me levaria ao chão, possivelmente à noite eu estaria quebrada.
— Em momento algum pode se desconcentra, foque no seu inimigo e preveja os movimentos dele — Sua espada vai de encontro com a minha, mas ele facilmente conseguiu derruba-la ao chão — Vamos de novo.
Já era a décima quarta vez que estava no chão, assim como minha espada, meu corpo suava, minha visão estava embaçada e minhas pernas bambas. E só estávamos fazendo aquilo por cerca de trinta minutos, sinto que morrerei até o fim do dia. Dominic estendeu a mão para mim e me ajudou a levantar.
— Acha que eu vou conseguir? — Perguntei enquanto ele me entregava um copo de água para molhar a minha garganta.
— Você esta indo muito bem, quando eu comecei não aguentei os primeiros cinco minutos — Ele zomba.
— Duvido!
— Vamos — Ele joga a espada para mim — Voltando ao trabalho.
Estávamos na véspera do dia da coroação da rainha das sombras, faltavam apenas algumas horas para ser o momento decisivo, onde minha vida dependia do que acontecesse lá, mas ainda não era hora de descansar.
Assim como nos dias anteriores, Dominic e eu estávamos treinando na arena. Já tinha melhorado meus movimentos e minha concentração, o único barulho ouvido naquele lugar era o ecoo das espadas uma contra a outra.
Pela nona vez seguida, eu tinha conseguido derrubar Dominic e sua espada. Parecia que quanto mais eu me conectava com Blletrix, mais forte ela me deixava. Era como fossemos uma só. Nevermore e Moonwort assistiam nosso evento particular e, toda vez que eu ganhava, Moonwort trazia um biscoito de gengibre. Já era o nono biscoito.
— Acho que está pronta, princesa — Ele comemora do chão, me lançando um sorriso orgulhoso — Deve descansar, amanhã é o grande dia.
Concordei com Dominic. Apesar de ter me acostumado com o trabalho pesado e a falta da minha família ao meu lado, eu precisava de um momento para mim, para pensar nas coisas que valeram a pena na minha vida, caso eu a perde-se amanhã.
— Princesa! — Anastásia gritou correndo até mim — Chegou isso para você — Ela me entregou um pequeno bilhete. Era feito em um papel grosso e amassado, parecia ter sido feito as pressas.
"Encontre-me a beira do rio ao por do sol — S.W"
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