🎄 [ CAPÍTULO ESPECIAL ]
{ Começamos com um para sempre }
⎊
O PRIMEIRO NATAL de Zeppelin Peter Stark foi exatamente menos de um mês após seu nascimento. Isso significava que Stella se encontrava perfeitamente atolada de afazeres, uma hora tinha que checar se suas batatas estavam cozinhando adequadamente, outro momento tinha que chegar se o peru estava pré-aquecendo da maneira que deveria — e de dez em dez minutos tinha que ir checar como seu bebê estava. Apesar de Tony já ter se mostrando um excelente pai, ele ainda se sentia apavorado quando tinha que ficar muito tempo sozinho com o pequeno Stark, tinha medo de o deixar escorregar ou coisa parecida. Medo comum de alguém que nunca havia pego um bebê em toda a vida.
Menos de um mês que aquele pequeno ser humano havia entrado em sua vida, e tudo já havia mudado. No segundo dia do nascimento de Zeppelin, Tony dera o primeiro banho do filho — embaixo do chuveiro morno, com ele agarrado a seu peito ( uma das top 10 cenas favoritas de Stella). Agora ele estava ali tentando montar a árvore de natal pela primeira vez em toda sua vida, já que nunca teve que lidar com algo do tipo antes, pois todas as vezes em que essa época do ano se aproximava a árvore de sua casa estava sempre montada graças a Pepper.
O natal era seu feriado menos favoritos de todos, após a morte de seus pais a metade dos feriados para Tony haviam perdido a graça. Bom, até conhecer Stella e consequentemente ter um bebezinho que era a sua cópia perfeita. Ele estava empolgado para o primeiro natal do filho e também para o passar ao lado de sua garota. Era tão estranho se parasse para se relembrar do passado, quem diria que aquela garota que deu um soco em seu nariz seria o grande amor da sua vida? É, a vida tem dessas.
Para tentar conseguir prestar atenção no recém nascido e montar a árvore ao mesmo tempo, Tony havia espalhado uma manta sobre o tapete felpudo da sala, colocado dois travesseiros de lados opostos a Zeppelin — para o impedir de rolar — e o coberto com um edredom azulado que combinava com seus olhos. De cinco em cinco segundos ele parava o que estava fazendo e olhava para o filho, isso resultou em uma demora muito mais longa para finalizar a decoração da árvore. Duas horas depois, por fim Tony parou no meio da sala, apoiou as duas mãos na cintura e olhou detalhadamente para seu trabalho árduo.
Preencher os pensamentos e o tempo com coisas importantemente banais como feriados, era uma boa coisa para Tony e Stella. Apesar que o tempo de ambos pareciam ter diminuído totalmente com a chegada do novo membro, e isso era o que os mantinha firme.
Zeppelin havia adormecido, então Stark preferiu não o tirar do conforto onde ele se encontrava pois sabia que ele poderia começar a chorar escandalosamente. Tony se sentou no sofá, observando as mãozinhas pequeninhas do bebê dentro da luvinha branca, que parecia grande demais para ele. Ele se perdeu tanto em seus pensamentos, que mal notou quando Stella adentrou a sala.
— Eu amei. — ela exclamou, olhando a árvore de cima a baixo — O gênio bilionário sabe montar uma árvore, uau. — fez graça, sorrindo com ironia.
Continha inúmeros detalhes dourados, vermelhos e brancos. Tony havia mesmo se esforçado para montar sua primeira árvore da vida.
Stella se virou totalmente para ele, ainda com um sorriso enorme no rosto, feliz naquele instante por tê-lo em sua vida. Tony também pareceu sentir a mesma coisa, um sentimento estrondoso pareceu aquecer seu coração e ele se pegou lembrando da primeira vez em que viu aqueles olhos azuis.
— Você me ama mesmo? — questionou alto o suficiente o que estava pensando naquele instante.
Tony Stark nunca fora muito de saber demonstrar sentimentos por outras pessoas, muito menos um sentimento tão grande como aquele que Stella lhe proporcionava. O chocolate dos olhos dele brilharam instantaneamente, o cenho foi meramente franzindo e logo aquele olharzinho de filhote estava parado sobre a sua face.
— Que pergunta é essa? — Stella riu baixo, se aproximando do marido.
Talvez para Tony ele nunca seria totalmente merecedor de tudo aquilo, dela... de seu filho.
— Eu só...
— Eu amo você, sim, Anthony Stark. — apoiou os dois braços sobre o ombro dele, inclinando a cabeça para baixo para conseguir ver o achocolatado de seus olhos. Ele enrolou os dois braços ao redor da cintura dela, apoiando a cabeça em seu peito. Stella notou a maneira que aquilo parecia sério demais para ele — Eu amo tudo em você. O jeito que nossas mãos se encaixa perfeitamente, como se fosse feitas uma para a outra. A maneira que você me olhou aquele dia, não da primeira vez, mas sim da segunda, quando te dei aquele suco verde estranho e pedi desculpas pela maneira que quebrei seu nariz.
Tony afastou um pouco a cabeça do peito dela, sorrindo amarelado. Era possível notar o esforço enorme que ele estava fazendo para não chorar, para não se deixar desmoronar ali na frente da sua pessoa favorita de todo o mundo.
— Você não quebrou...
— A maneira que você parecia ficar desconfortável perto de mim... — continuou falando.
— Eu não...
— E como você sussurrou meu nome.
— Pera, quê? — Tony arqueou as sobrancelhas, se afastando para conseguir olha-la nos olhos — Eu, hm, como assim?
— Stella Kieran. — repetiu o próprio nome, dessa vez quem estava sorrindo amarelado era ela — Eu tinha acabado de sair, estava na porta. Sabe, né? Você não é lá de falar muito baixo.
Tony limpou a garganta, cruzando os braços e dando de ombros. Gestos que fazia quando tentava omitir alguma cois.
— Não sei do que tá falando. Não me lembro disso. — desconversou olhando para o filho que continuava dormindo, em uma tentativa de fugir do olhar da esposa.
— Não? — sorriu irônica roubando um beijo molhado dos lábios dele — Tudo bem, então.
Stella saiu da sala saltitante, rindo dos próprios pensamentos ao se lembrar daquela época. Ter Tony por perto era um analgésico para todos aqueles pesadelos que lhe cercava, sobre a batalha contra Thanos e tudo do tipo.
Depois de mais duas horas e meia na cozinha, a ceia finalmente estava pronta, e logo Stella também já havia tomado seu banho, e se arrumado ( não totalmente, já que haveria apenas os três ). Como lá fora nevava gradualmente, ela optou por usar meias mais quentes no lugar das chinelas. Tony havia ficado com a tarefa de banhar Zeppelin e o arrumar para que ficasse apresentável para as fotinhas que Stella tiraria, que provavelmente iria para o cartão de natal de Natasha e Steve — já que os dois não puderam estar ali hoje.
A sala de estar estava perfeitamente linda, era a primeira vez da vida de Stella em que ela comemorava o seu próprio natal do seu jeito, já que quando vivia no orfanato a única coisa natalina por lá era os embrulhos de presentes que as outras crianças ganhavam e não ela. Continha piscas piscas nas paredes, quase próximas o suficiente do teto. Tony havia se esforçado até nisso. Stella se sentou no sofá branco, tirando algumas fotos da decoração para guardar de recordação — enquanto esperava seus garotos ficarem pronto. O cheiro da comida parecia dançar por toda a casa, era aconchegante.
Stella fechou os olhos por alguns segundos, apenas sentindo todo aquele ambiente — e agradecendo a Deus por ter algo pelo o que ser grata.
— Fecha os olhos.
— Puta-que-pariu. — gritou assustada, levando as mãos até o meio do peito.
Tony sorria de orelha a orelha, trajava uma blusa preta, os cabelos perfeitamente penteados para trás, uma calça também preta e meias brancas.
— Fecha. — pediu novamente a ela.
Stella se preparou para resmungar sobre aquilo, mas decidiu aceitar e fazer logo o que ele havia pedido. Então ela conseguiu ouvir o barulho dos passos dele se afastando, e três segundos depois eles voltando. Indicando que Tony estava parado perto dela novamente.
— Posso?...
— Olha, amor. Eu sei que tudo que aconteceu com a gente... com o mundo, não foi legal, nada legal. Então, não leve isso para o lado negativo, tá bom? Eu queria... eu queria fazer algo significativo para você, que fosse importante. Mas, dinheiro nenhum no mundo pode comprar o que de fato eu queria te dar... então.
Stella sentiu algo ser entregue em suas mãos, algo macinho e cheiroso. Não aguentou a maneira que aquilo lhe encheu de curiosidade, então logo abriu os olhos no intuito de descobrir. A primeira coisa que enxergou fora os olhinhos azulados de seu bebê lhe olhando com tamanho amor transbordando por eles, em segundo ela viu a touquinha vermelha, com listras pretas e olhos brancos. O restante da roupa de Zeppelin fazia jus ao estilo da touca, porém azul também ganhava espaço nos detalhes.
Stella abriu a boca para emitir algum som, mas tudo que conseguiu fazer foi começar a chorar desesperadamente.
— Amor, — Tony tentou a tocar nos ombros, tentando pegar o filho nos braços para que ele não se machucasse — não quero substituir ninguém, eu...
— E-eu amei. — abraçou o corpinho do bebê com carinho, enquanto as lágrimas também escorriam.
Tony arqueou o cenho confuso, pois a reação que esperava era completamente outra.
— Me desculpa, é que, — fungou o nariz, aconchegando o filho nos braços — eu queria tanto, tanto que ele estivesse aqui. — lágrimas recorreram mais um pouco — Ele ia adorar.
Sim, tem razão. Pensou Tony. Peter iria adorar ver que a primeira roupinha de herói que o pequeno Stark usou, fora a do Homem Aranha.
Isso era tão importante para Stella, da mesma maneira que era importante para Tony. Ele sabia o que perder o garoto aranha, havia custado a ela. E mesmo depois de um ano após tudo, Stella ainda se pegava chorando no meio da noite com saudades dele. Então, Tony nunca... ele jamais tentaria apagar aquilo da vida dela. Fazer um mini traje da cópia do uniforme do Homem Aranha, coloca-lo em seu filho e dar nos braços de sua garota — era a maneira de Tony mostrar que Peter sempre estaria presente entre eles. E Stella soube disso, ela se deu conta da maneira que Tony se esforçara. Por isso, acabou sendo seu melhor presente de natal.
Dez minutos após o chororó todo passar, os três tiraram fotos daquela noite especial, do primeiro natal em família. Eles jantaram toda a comida — exceto Zep, que apenas mamou como sempre. E depois quando a noite fora caindo mais um pouco e Stella já havia conseguido fazer o bebê dormir, Tony a aconchegou em seus braços embaixo de grossas cobertas.
Stella não soube, mas aquela noite em si fora a primeira em que Tony orou de fato a Deus — pedindo para que houvesse mais de dezenas de natais como aquele, e que nada no mundo pudesse mudar isso.
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