59 | THE JOURNEY OF THE END
{ A jornada do fim }
⎊
O DESESPERO É e sempre foi um dos piores sentimentos que Tony sentia, sempre detestou tudo que envolvia tal coisa. O olhar amável que estava nos olhos de sua garota, um segundo antes de tudo desmoronar, aquele simples olhar fez todo desespero dentro de si queimar como uma droga.
— Mayday, mayday! Tem alguém ouvindo? Estamos no andar inferior. Está inundando. Vamos nos afogar, tem alguém ouvindo? Mayday.
As palavras e o pedido de socorro de Rhodey pareceu atordoar Stark de uma maneira estridente. Sua cabeça girava, sua visão estava fora de foco e seu coração disparado. Se forçou a ficar de pé, arfando pelo ar empoeirado a sua volta.
— Stella. — apoiou as duas mãos no joelho, tentando mais uma vez voltar a si — Sexta-feira, preciso que me diga a exata localização dela.
— Sim, senhor.
Tudo a sua volta, seu antigo lar, se encontrava despedaçado sobre o chão. Havia tantas coisas destruídas que era impossível conseguir distinguir com precisão cada canto que ali já fora. Bem a sua frente, o corpo de Steve estava deitado de costas, desmaiado. O Homem de Ferro se forçou a andar até lá, catando o escudo no meio do caminho.
— Anda, amigo. Acorda! — deu um chute na lateral do corpo de Rogers, sentindo o reagir imediatamente ao ato — Esse é meu garoto. — se abaixou um pouco, para conseguir se apoiar melhor — Se voltar a deixar cair, vai ficar pro Zep.
— O que houve? — Steve balbuciou alarmado, olhando a sua volta.
— Se você mexe com o tempo, ele mexe com você. É isso. — esticou a mão para Steve levantar.
— Cadê a Natasha?
— Não faço a mínima ideia. Vá ajudar os outros, enquanto eu vou...
— Subsolo nível doze, Senhor. — a voz da interface lhe respondeu — Batimentos cardíacos em baixa frequência.
— Tudo bem... tudo bem. — Tony murmurou a si mesmo, virando as costas pronto para ir até Stella.
Parecia que todo o céu azulado de Nova Iorque havia ganhado um tom cinzento, escuro, de morte. Em outra ocasião ele poderia até ter levado isso na brincadeira, mas ali agora com sua garota a uma distância grotesca de si, era seu pesadelo se iniciando. Tony deu um passo para cima, na tentativa de ver a destruição por completo, mas acabou por encontrar Thor de pé olhando para algo a frente. Quando ele se preparou um pouco mais para conseguir ver melhor, parando ao lado do loiro — Steve também fez o mesmo — a imagem da coisa que viu, fez seu coração errar as batidas. Não por ter medo de Thanos, mas pelo o que a presença dele lhe recordava de todo seus pesadelos dos últimos dois anos.
Os três Vingadores pararam ao lado um do outro, encarando o Titã roxo que parecia totalmente confortável.
— O que ele tá fazendo? — perguntou Tony, mantendo toda sua atenção no inimigo.
— Absolutamente nada.
— Onde estão as joias? — questionou Rogers.
— De baixo de tudo isso. — o moreno fez uma menção com a mão — Só sei que ele não tá com elas.
— É melhor que fique assim.
— Isso ai é uma armadilha, não é? — Thor comentou, sem mover os olhos de Thanos.
— É. — suspirou Tony — Só que eu não me importo.
— Ok. Era só pra deixar isso bem explicado. — concordou Thor, fazendo com que seus olhos começassem a brilhar indicando que ele estava perfeitamente pronto pro combate. O Deus do Trovão esticou as duas mãos, ao mesmo tempo em que eletricidade reinava sobre seu corpo, recebendo em mãos rapidamente o martelo e o stormbreaker — Vamos deixa-lo bem morto dessa vez.
— Sexta-feira, acione o traje de Stella rapidamente. — pediu Tony.
Ele sabia que se o traje fosse acionado, ele conseguiria entrar em contato com a esposa e que poderia controlar a maneira que o traje voaria até sua direção. Apesar de Stella nunca de fato saber sobre essa utilidade, já que nunca foi precisa antes, Tony iria fazer bom aproveito dela. Saber que ela estava viva em algum lugar por ali era a maneira dele conseguir manter a cabeça firme, e repassar novamente os planos de batalha em sua mente.
— Traje acionado, Senhor.
— Encontre um leal por perto que possa a ajudar. Depois a leve para o mais longe possível. — ordenou severamente.
Steve, Thor e Tony desceram a o morro que os separava de Thanos e começaram a andar na direção do Titã — em passos lentos e precisos.
— Não conseguem viver com a sua falha. Aonde isso trouxe vocês? De volta a mim. — a voz embargada de Thanos ecoou pelos ouvidos dos Vingadores — Achei que eliminando metade da vida a outra prosperaria. Mas vocês me mostraram... que isso é impossível. Enquanto houver aqueles que lembram de como era, haverá sempre aqueles que são incapazes de aceitar o que poderia ser. E resistirão.
— É, porque a gente é teimoso. — respondeu Stark, com um olhar frívolo sobre o Titã.
Tony sabia o que aquilo poderia significar, mas mesmo assim sua perseverança em dar um mundo melhor a seu filho era grande demais para deixar o medo lhe abater. Sangue escorria da sua sobrancelha até seu queixo, indicando que quando o Complexo desmoronou, ele acabou se machucando também.
Capitão América, Homem de Ferro e Thor foram formando um triangulo pacificamente sobre ele.
— Ah, eu agradeço. Porque agora eu sei o que preciso fazer. — Thanos se levantou — Eu vou destroçar esse universo até o último átomo. E depois... com as joias que vocês coletaram para mim, vou criar um novo repleto de vida que não saiba o que lhe foi tirado, mas apenas o que lhe foi dado. Um universo grato.
— Banhado em mortes. — vociferou Steve Rogers.
— Eles nunca saberão disso. Pois vocês não viverão para isso. — impôs Thanos.
Thor perdera a paciência, deu um grito e pulou para cima do Titã. O Homem de Ferro levantou voou, o acertando de cima, Steve também fora para cima. Então os três Vingadores começaram a lutar com o grande vilão que tirara tudo deles... começando assim a jornada do fim.
As pessoas dizem que vemos flashbacks dos melhores momentos de nossa vida, por um momento antes de morrer. Para Stella, ela achava que esse seria um daqueles momentos. Alguma parte de seu subconsciente parecia estar falhada, desgastada, como se ela não fosse o suficiente para conseguir entender de fato o que estava ocorrendo. Conseguiu sentir algo quente envolvendo todo seu corpo, lhe acobertando do frio avassalador que parecia eclodir sobre si mesma. Alguma coisa lhe dizia que aquele em si não era o seu momento ideal de partir... que havia algo a mais que pudesse ser feito. Mas, então por quê ela mal conseguia se mexer?
Em questão de segundos, ou minutos, o tempo estava incerto para Stella — ela conseguiu sentir algo tocando em seu rosto — algo quente, macio, mas não tão macio quanto como Zeppelin deitava em seus braços. Era algo diferente, acessível, real. A coisa ou o que quer que fosse, parecia querer lhe acordar. Mas, por incrível que pareça ela não conseguia sentir o toque em seu corpo inteiro, tirando o rosto claro. Então, quando Stella começou a entrar novamente em seu subconsciente, relembrando a primeira vez que pegara o filho no colo — ela sentiu algo muito forte queimar todo seu rosto. Foi impossível não abrir os olhos assustada.
Sua visão demorara a focar, em torno de quatro segundos. Mas, quando se deu conta do que de fato havia acontecido e do lugar onde se encontrava, Stella pareceu voltar a si.
Tinha levado um tapa na cara.
— Graças a Deus, você me deixou apavorada. — os braços quentes e reconhecível de Natasha lhe puxaram para um abraço — Precisamos sair daqui.
Stella se sentindo atordoada, tonta e com o rosto doendo, levou a mão até a parte da bochecha interna que queimava.
— Desculpe, não pensei em outra coisa. — pediu a ruiva, ajudando a amiga a se sentar.
O rosto de Natasha estava empoeirado, com três cortes em toda a superfície. Ela ajudou Stella a se levantar, calculando lentamente até que ela conseguisse estar de pé sozinha.
— Que porra aconteceu? — gemeu de dor, assim que conseguiu firmar os pés por completo.
— Não sei. — Natasha conferiu algo em seu pulso — Temos que sair daqui.
Só então que Stella notou a luva com as joias que a ruiva segurava, como se fosse um bebê que merecesse ser protegido. As duas olharam para cima, conseguindo enxergar o buraco enorme que havia proporcionado a queda delas. Estavam na tubulação do subsolo, apenas uma luz avermelhada as permitia de enxergar alguma coisa, o resto era breu.
— Vamos, eles devem tá lá... — Romanoff parou a fala no meio, se virando com cautela para trás.
— O que?
Mas, a ruiva não teve tempo de responder a amiga, pois o barulho ensurdecedor de animais ecoou por toda a tubulação. Nem parecia que a dois segundos atrás as pernas de Stella doíam como o inferno, pois a maneira que ela começou a correr desesperadamente fora surreal. Os bichos eram fodidamente gigantes, iguais os que combateram em Wakanda. O chão estava com água por causa dos canos que foram estourados, isso dificultava muito mais o fato das duas conseguirem correr com precisão. Mesmo assim, elas não pararam. Natasha agarrada a luva, Stella com os pulmões queimando. As duas correndo em direção a algo indefinido.
— Tenta os segurar. — berrou a ruiva.
— Como caralhos vou fazer isso?!
Mas Stella sabia como, porém parecia algo impossível o suficiente para se fazer correndo sozinha.
— Sei que consegue. — entoou Natasha.
Será mesmo? Os passos começaram a ficar mais pesados, os gritos das coisas estava cada vez mais alto. Stella notou que seu traje estava acoplado a seu corpo, preto com detalhes alaranjado. Séria mais fácil de focar em alguma coisa, mas ela não conseguiria fazer isso em movimento. Então a coisa mais improvável de acontecer, aconteceu. Natasha a puxou para mais perto, fazendo com que o corpo de Stella se virasse para frente — ficando totalmente de cara com os bichos. Ela jamais conseguiria segurar todos de uma vez, então fez a coisa mais provável possível, estourou os canos do túnel, fazendo ocorrer uma explosão eminente.
O corpo das duas mulheres foram arremessados a uma distancia alarmante. Consequentemente as fazendo cair de costas com tudo no concreto molhado de água, com os gritos dos bichos ao fundo sendo queimados.
— Eu te treinei, claro que conseguiria. — se gabou Romanoff, com falta de ar.
Tony deveras chegou a acreditar que pudesse de fato estar enferrujado no ato da luta, afinal havia se passado dois anos desde que tinha estado em uma batalha de verdade. Apesar de ter usado o traje várias vezes no decorrer dos últimos anos, estar novamente em uma batalha era excepcionalmente maravilhoso. Não havia perdido a postura, nem a força e muito menos a habilidade. Como sempre, Tony deslizava com precisão sobre qualquer detalhe da luta.
— Ok, Thor. Atira em mim. — pediu ao Vingador, acionando a parte de trás da armadura onde continha mais poder com o reator.
Dito e feito, Thor juntou toda a energia subtendida a seu corpo — gritando aos céus, sentindo a eletricidade passar por suas veias. Apontou para a costa da armadura, que brilhou com a força dos raios. E Tony direcionou a junção da eletricidade com o reator, bem na direção de Thanos, que tentava se defender com alguma coisa. Thor sem paciência, elevou o martelo para cima e com o stormbreak, jogou na direção do Titã. Mas, Thanos fora mais esperto. Empurrou o reator para o lado com um pedaço gigante de metal, pegou o Homem de Ferro em mãos — o colocando a frente de seu corpo — fazendo com que o martelo de Thor acertasse Tony por completo, o jogando para longe.
A pancada que a armadura tomou fora arrebatadora, Tony saiu rolando pelo chão como se fosse um pequeno brinquedinho de criança. Bateu com a armadura contra uma enorme pedra, apagando por completo por conta do impacto e da eletricidade do martelo que havia passado para a armadura.
— Chefe, acorda!
Steve se jogou para cima de Thanos, o chutando na cabeça, não fazendo efeito algum. Dois segundos depois o Titã o deu um soco, fazendo o corpinho de Rogers também girar e cair no chão. Então fora a vez de Thor, que começou a correr na direção do inimigo, completamente irado. Se tinha uma pessoa que continha uma mágoa exuberante contra o cara roxo, esse alguém era Thor. Ele acertou o stormbreak no meio do metal que Thanos usava para se defender, conseguindo o tirar da mão dele. Porém, invés de ele tentar novamente se defender dos poderes de Thor, começou a o socar.
Thanos agarrou Thor pelo pescoço, o erguendo no ar, pronto para o estrangular. Porém, Thor é e sempre foi o Vingador mais poderoso. Mesmo assim, isso não o impediu de apanhar feito uma criança, como se seu corpo também fosse um brinquedo. Ele esticou a mão para o martelo, só que o storm veio em sua direção — porém Thanos o agarrou, e aproveitou o impacto para tentar partir o Deus do Trovão ao meio. O sangue escorria pela boca de Thor, suas mãos não conseguiam impedir que a lamina de seu adorável objeto, quase aprofundasse por completo em seu peito. Thanos conseguiu enfiar praticamente dois centímetros, até ser atingindo brutalmente nas costas.
Thor ergueu os olhos para ver de fato o que havia acontecido, ao mesmo tempo em que o martelo voltava correndo para as mãos do Capitão América.
— Eu tinha certeza. — sorriu Thor, sendo chutado por Thanos em seguida.
Em passos lentos, com nenhuma pressa eminente. Steve girava o martelo rapidamente em mãos, com a atenção toda em Thanos. Então, brevemente quando o Titã começou a acelerar os passos — Rogers fizera o mesmo, usando o escudo como proteção e o martelo como arma. No instante em que o encontro entre ele e Thanos aconteceu, Capitão América conseguiu utilizar o martelo com precisão e acertar o inimigo no rosto, fazendo o corpo de Thanos voar para trás.
Steve conseguia usar o martelo e o escudo como duas coisas a seu favor, com facilidade. Mas, rapidamente o controle da luta fora tomado pelo inimigo que o pegou pelo pescoço e o detonou ao chão. Rogers rolou de lado, se levantando com agilidade — ao mesmo tempo em que Thanos empurrava golpes com o pedaço gigante de metal, contra o Vingador. Em uma dessas Capitão acabou levando o corte profundo na perna direita, o que o fez perder meramente o equilíbrio — o que facilitou Thanos a conseguir o controle da luta mais uma vez.
O Titã conseguiu tirar o martelo da mão de Rogers, aproveitando que ele gemera de dor por causa da perna. E avançou para cima dele com o metal afiado. Por um trisco, Steve conseguiu se defender com o escudo, que acabou sendo destruído uma das pontas. Thanos continuou investindo golpes, determinado a mata-lo. Porém, Steve continuava a se defender com o escudo, seu fiel protetor. Até claro, sua defesa ser em vão e seu corpo acabar voando metros e metros ao longe mais uma vez, lhe fazendo cair de cara prestes a desmaiar também.
— Em todos os meus anos de conquista, — Thanos começara a falar — violência, massacre, nunca foi pessoal.
Steve se forçava a levantar, mas suas forças era em vão. A dor era mais forte.
— Mas eu digo agora... o que estou prestes a fazer com o seu irritante e teimoso planetinha, eu vou gostar... E vou gostar demais.
Dezenas, milhares, centenas de bichos a mando e Thanos pareciam se multiplicar a cada segundo que se arrastava. Steve se levantou com dificuldade, cheio de dores se instalando por seu corpo — mas mesmo assim se pôs de pé, ajeitou o escudo no braço e encarou Thanos ferozmente. Continha dezenas de bichos voadores mutantes, os mesmos que do Ataque de Nova Iorque.
— Tony... — a voz embargada de Stella soou no ponto de Steve, Thor e de Tony — você está bem? Onde você está? Tony, por favor.
A loira e a ruiva haviam acabado de sair das profundezas do subsolo do complexo, conseguindo parar para tomar um ar, vendo a destruição total do que um dia fora sua casa.
— Stella? — gemeu tossindo em seguida, abrindo os olhos com dificuldade — Graças... sem nenhum arranhão.
— Alo Capitão, cê tá ouvindo?
Steve parou os passos, confuso com a voz que acabara de surgir no ponto, interrompendo Stella e Tony.
— Capitão, é o Sam, tá me ouvindo?
As pernas de Rogers ficaram falhas, as lágrimas ameaçaram descer por seu rosto, seu coração começou a disparar feito um louco.
— Á sua esquerda.
Steve, Natasha e Stella seguiram o comando da voz de Sam, olhando para o lado que ele pedira. Um circulo alaranjado, feito fogo, abriu-se agilmente. Aquilo não era desconhecido para Stella, afinal já tinha visto Doutor Estranho fazer aquilo na primeira vez que o conhecera. Mas, então por quê seu coração disparou feito louco? Dezenas de círculos como aquele foram se aglomerando um ao lado do outro, fazendo com que várias pessoas começassem a sair. Natasha começou a descer o morro para alcançar Steve, só que Stella não conseguia se mexer, estava petrificada no mesmo lugar com aquela cena surreal diante a seus olhos. Quando se deu conta de que a amiga já estava lá em baixo, próxima do Vingador, Stella conseguiu sair um pouco do transe e começou a descer com dificuldade, sem conseguir mover seus olhos daquele show que parecia ocorrer diante a seus olhos.
— Vingadores, avante!
No momento em que ouvira o grito de Rogers, o coração de Stella parou — todo seu corpo se arrepiou — e ela começou a acompanhar a manada de gente que corria na direção ao batalhão de Thanos. Naquele momento ela não pensava em mais nada, além de matar aquele filho da puta que havia sido a causa de todos os seus pesadelos eminente.
Ela se ergueu no ar, usando seu poder sem nem precisar tentar de fato — pois era aquilo que sua alma almejava. Stella se preparava para aquilo desde que nascera, agora isso estava explícito para si. Toda a trajetória de sua vida, Howard ter salvo sua vida, a joia... tudo isso havia lhe trazido para esse exato momento. O dia que salvaria a terra.
O batalhão se chocou um contra o outro, mochinhos versos vilões. Stella matava sem pensar qualquer coisinha que adentrasse a sua frente, protegendo seus amigos, protegendo sua família.
Como estava conseguindo controlar as coisas ali do alto, matando sem nem precisar encostar direito. Stella conseguiu enxergar Tony pela primeira vez desde que chegara ali, seu coração palpitou ao ver a armadura sendo arremessada contra um concreto gigante — e o Homem de Ferro contra a pedra tentando atirar no monstro. Em questão de dois segundos Stella desceu até lá, envolvendo o corpo do gigante com a fumaça alaranjada e o jogando para o alto, morto.
— Tony idiota Stark! Você disse que estava bem e sem nenhum arranhão. — Stella gritou, com as bochechas vermelhas e todo seu corpo tremendo de desespero.
O capacete se desfez, deixando o rosto machucado dele todo a amostra. Havia vários cortes em seu rosto, e sangue escorrendo até sua boca.
— Eu achei que nunca mais ia te ver de novo — deixou o medo e o desespero sair em forma de choro. Soluçando no meio da batalha.
Tony estava em choque, olhando para o rosto da pessoa que mais amava em toda face da terra. Não conseguia explicar a maneira que seu corpo estava se sentindo ao presenciar sua garota no meio de toda aquela catástrofe. Deu passos apressados até estar totalmente perto dela.
— Eu sempre vou voltar pra você, amor. — afirmou sério, a puxando para seus braços, conseguindo sentir a maneira que ela tremia — Apenas espere por mim.
Fora a primeira vez em dois anos que Stella tremeu de medo daquela maneira e Tony soube disso, pois ele também estava apavorado por ela estar ali. Dois segundos apôs eles se abraçarem, outro dos monstros caiu bem a frente deles, avançando para cima com toda brutalidade do mundo. Nenhum dos dois estavam preparados para aquilo, pois havia se deixado perder naqueles dois segundos de carinho, então o corpo deles se desequilibrou por causa do banque — dois segundos mais tarde uma coisa pegou o monstro e jogou para longe, eles olharam alarmados para o que havia sido.
— Oi, ah! Caramba. — a voz reconhecida vez com que o coração de Stella começasse a disparar novamente — Vocês não vão acreditar. Lembra quando a gente tava no espaço? E eu virei poeira? Eu devo ter desmaiado, porque acordei e vocês tinham sumido. Mas o Doutor Estranho tava lá, né. Aí ele disse: passaram dois anos, eles precisam de nós. Aí ele fez aquelas coisas com faíscas amarelas que ele faz sempre... O que foi?
Tony abraçou o garoto, com toda a força que um dia imaginou. Porém, Stella se encontrava no mesmo lugar em choque.
— Peter...
O mais velho entrelaçou a mão na dela, a puxando para que ela também abraçasse o garoto. Então os dois envolveram os braços ao redor de Peter, sentindo que aquilo era de verdade... que era pra valer e que tudo havia dado certo.
— Isso é bom, hein? — sussurrou o menino no meio dos dois.
Stella entre todas as pessoas no mundo devia ser uma das que mais odiavam fazer exercício físico — por isso lutar era seu pior pesadelo. Estar em um campo de batalha servia bastante para ela desejar ter iniciado uma rotina saudável, quando mais nova, pois assim não estaria com tamanha dificuldade como agora. Ter reencontrado Peter, senti-lo sem seus braços após dois anos, foi como receber um soco na cara, mas de um jeito bom. Pois a pancada que seus sentimentos conseguiam trabalhar ao mesmo tempo era doloroso ao mesmo tempo em que anestésico. Stella sentiu, chorou a morte de Peter por tenebrosos dois anos completos, então ter ele novamente ao seu lado era o melhor presente que Deus (após Zeppelin) poderia lhe dar.
Os gritos e confusões, sangue e berros continuavam exalando por todo aquele continente de pessoas desesperadas para ganhar a batalha.
— Steve. — a voz de Natasha soou no ponto — O que eu faço com essa coisa?
— Leva as joias o mais longe possível.
Dito e feito, Romanoff começara a correr como se sua vida dependesse disso, e de fato estava.
— Não. — interrompeu Bruce — Temos que leva-las de volta pro lugar delas.
— Não rola levar de volta. Thanos destruiu o túnel quântico. — explicou Tony, bastante ofegante.
— Espera, — a voz de Scott soou também — não era nossa única máquina do tempo.
— Que? — questionou Stella, como se tivesse entendido errado.
Porém, antes que as dúvidas se alastrassem mais pela cabeça da garota, Scott apertou um botão e um barulho de buzina ecoou por meio do campo de batalha. Igualmente as musiquinhas dos caminhões de sorvete. Steve subiu correndo um pequeno retrocesso que estava em seu caminho, para conseguir ver.
— Conseguem ver uma van marrom em algum lugar? — questionou.
— Consigo. — Valkyrie respondeu — Mas, não vai gostar de saber onde tá parada.
— Scott, quanto consegue faze-la funcionar? — Tony perguntou.
— Não acho que seja uma boa ideia. — Stella retrucou, matando um dos bichos ao lado de Peter.
— Em uns dez minutos. — Lang respondeu.
— Liga ela, vamos levar as joias até você.
Stranger passou voando por Stella e Peter — que pareciam travar uma batalha árdua contra uma das lagartixas gigantes — caindo um pouco a frente, no meio de vários brutamontes, usando o poder da joia para os destruir, ao mesmo tempo em que Tony pousou a armadura atrás de si.
— Ai, — chamou o mago, o capacete já sumira de seu rosto, deixando seus olhos chocolates e seus machucados visível — disse que um de quatorze milhões a gente vence, né? Diz pra mim que é esse.
Stranger parecia extremamente calmo demais, como sempre fora. Por esse pequeno motivo, Stella conseguiu matar os bichos em um estalar de dedos e mover sua atenção para o que Tony falava.
— Se eu contar o que eu descobri... ainda pode mudar.
— É, — Tony engoliu em seco, sacudindo a cabeça positivamente — melhor estar certo.
Stella viu a maneira que o rosto de seu marido ficara rígido, com medo. Se existisse uma maneira de mudar aquilo, de vencerem o mais rápido possível e voltar para casa, ela com certeza faria. Então a luva com as joias começara a passar de mão em mão, já que os capangas de Thanos perceberam a presença do objeto. Nath acabou por ficar encurralada, por isso Pantera Negra pegou a luva. Ele deslizava com perfeição dos golpes que eram dados contra si, até claro, um momento não conseguir desviar e a luva cair no chão.
Se não fosse por Wanda, que entrou na frente de T'Challa, impedindo Thanos de continuar — talvez o pior tivesse ocorrido.
— Você roubou tudo de mim. — seus olhos brilhavam em um tom quente de vermelho.
— Eu nem sei quem você é. — respondeu o Titã, começando a correr na direção da garota.
— Ainda. — a voz de Stella soou atrás da amiga.
Ao mesmo tempo em que as duas erguiam as mãos e movimentava seus poderes para Thanos. Wanda eclodiu pedaços gigantes de concreto sobre a cabeça dele, enquanto Stella tentava o segurar no mesmo lugar — seu nariz começara a sangrar por causa de toda força posta ali. Wanda lançava bolas avermelhadas contra o Titã, conseguindo o acertar com precisão. As duas eram as mais fortes dali, elas conseguiriam. Então Wanda segurou o metal que ele tentara acertar em seu rosto, ao mesmo tempo em que Stella o prendia no mesmo lugar, impedindo Thanos de mover todo seu corpo. Wanda o ergueu no ar, envolvendo faíscas vermelhas em torno de todo o enorme corpo dele... tirando quase por completo toda a armadura que estava em volta de si.
Dois segundos mais tarde uma chuva de fogo começara a cair sobre as duas garotas, como meteoros. Wanda desviou de uma, perdendo o controle sobre Thanos da mesma maneira que Stella perdera também — o que resultou nela caindo de joelhos no chão, por causa da força perdida em tentar matar o vilão.
Stella sentiu o chão abaixo de si tremer, indicando que outro meteoro estava quase perto o bastante de si. Porém, um segundo depois uma mão metálica pousou sobre seu ombro, a fazendo se agachar sobre os joelhos. Stella olhou assustada para o marido, retomando o fôlego normal em seu peito. O Homem de Ferro criou um escudo ultra tecnológico sobre a cabeça dos dois, fazendo rapidamente seu rosto estar a mostra — o que facilitou na maneira que os olhos azulados procuraram pelos achocolatados.
— Você é toda destemida, não é? — Tony tremeu de desespero, olhando alarmado para o sangue que escorria pelo rosto de sua garota — Poderia ter morrido. E se tivesse morrido, como eu poderia viver?
— Não estava sozinha, Wanda estava comigo.
— Por Deus, — ele franziu o cenho e a boca ao mesmo tempo, da mesma maneira que fazia quando ameaçava chorar — fica do meu lado. Eu não vou sair do seu. Dessa vez faremos certo.
— Medo de me perder? — Stella sorriu francamente, tentando quebrar o clima sério.
Naqueles breves segundos os olhos de Tony fora a coisa mais bonita que já viu em toda sua vida.
— Medo de te perder. — repetiu, segurando a mão dela dentro da sua.
Quando Tony se preparava novamente para tentar bloquear a maneira que a chuva de fogos caia sobre todos seus amigos, elas instantaneamente pararam e apontaram para o céu.
— O que que é isso? — Sam perguntou.
— Sexta-feira, estão disparando em que? — Tony perguntou a interface, fechando o capacete novamente em seu rosto.
— Alguma coisa acabou de entrar na atmosfera.
Como uma bala ridiculamente enorme pegando fogo, a coisa acertou totalmente a nave onde os capangas de Thanos estavam atirando a chuva de fogo. Stella franziu o cenho, tentando enxegar direito o que estava acontecendo.
Era a Capitã Marvel.
Toda a nave do Titã fora destruída.
— Danvers, consegue ajudar aqui?
Então, a batalha voltou a continuar. Era como se os bichos se multiplicassem, e nunca acabavam. O Homem de Ferro levantou voou, mas perto o bastante para que ficasse de olho em Stella que agora lutava junto a Peter Quill. Os minutos pareciam se alastrar por horas, cada vez mais longo... cada vez um pouquinho mais longe de acabar. Fora então que uma explosão azulada aconteceu, jogando todos para trás com o impacto. Os pés de Stella deslizaram pelo chão, bateu a cabeça, mas levantou em segundos quando ouviu o chamado de Peter por ajuda (estava sendo soterrado pelos monstros).
— Aguenta, Peter. — gritou, correndo em direção a onde seus passos lhe levavam.
Isso fez com que se afastasse de Tony, seu marido, isso ocasionou na separação de ambos. Pois quando Tony dera conta Stella não estava mais ali, a única coisa caída a sua frente era a sua criação — a luva com as joias. Então ele fez a única coisa plausível naquele momento, correu em direção ao objeto, trombando com Thanos no meio do caminho. O Homem de ferro agarrou na cintura do Titã, que o girou rapidamente dando um soco em seu corpo que lhe fizera voar longe, arrebentando as costas da armadura no chão.
Ao mesmo tempo em que Thor aparecera, acertando o martelo e o stormbreak em Thanos de uma maneira agilmente forte. Os olhos do Deus do Trovão estavam esbranquiçados pelo poder dos raios, mesmo assim Thanos conseguira o segurar de jeito. Até Capitão saltar em suas costas, pegando na mão de Thor onde estava o storm — forçando a lámina contra o peito do Titã. Por dois segundos eles acharam que conseguiriam, até claro, Thanos desvencilhar, dar uma cabeçada em Rogers e socar Thor.
Os dois Vingadores desataram no chão, sem força nenhuma. Ocasionando Thanos a pegar a luva em mãos. Porém Capitã Marvel cai do céu sobre si, o socando no rosto com toda sua força, ao mesmo tempo em que tentava pegar as joias. Como ela havia esticado o braço, o Titã aproveitou a pequena oportunidade para agarrar o braço dela, a girar, e jogar contra o concreto.
Novamente, a luva estava em suas mãos. Thanos sorriu satisfeito, encaixando a luva na própria mão, sentindo todo o poder e eletricidade passar por seu corpo.
Ao longe Stella corria com Peter ao seu lado, parando vez ou outra para deter um dos bichos ou ajudar um dos amigos que precisava.
Thanos levantou o braço, gritando pela dor que o poder das seis joias proporcionava, pronto para estalar os dedos. Mas, Capitã Marvel impediu novamente, tentando puxar a luva de volta da mão dele. Ela levantou voou, ainda segurando a luva, fazendo com que Thanos se ajoelhasse. O olhar de medo pairou sobre os olhos do Titã, então ele fez a única coisa que conseguiu pensar — arrancou a joia roxa e a usou contra a mulher, fazendo assim, novamente, o corpo da Capitã voar para longe.
O impacto daquele poder fez com que Tony voltasse a si, ele se encontrava caído no chão de bruços, com o rosto a mostra.
A um curto período de distância Stella conseguiu ver o rosto de seu Homem de Ferro, e isso fez com que uma parte de seu corpo se acalmasse e chegasse na conclusão de que tudo daria certo. Mas, Stella também viu a direção em que Tony olhara e também viu o movimento que a mão do Doutor Estranho fez.
Havia um mar de monstros lhe impedindo de chegar por completo até lá, um turbilhão de bichos que lhe separava de seu marido — porém, Stella recebeu os olhos achocolatados mais uma vez totalmente a si. A atenção daqueles olhos, era por segundos sua. Como se Tony quisesse se certificar de que ela estava bem, como se ele quisesse ter aquele olhar mais uma vez.
A partir desse momento as coisas pareceram acontecer em questão de um segundo. Talvez desde o momento em que conheceu Tony, Stella soube que nem em um milhão de anos o superaria. Ele era o tipo de pessoa que ninguém conseguiria esquecer.
Thanos colocou a joia do poder novamente na luva, gritando de dor em seguida, quando a eletricidade percorreu seu corpo mais uma vez. Só que Stark agarrou a luva, com a mesma determinação que Capitã agarrara. Os dentes rangidos, o olhar frívolo, o coração acelerado, as mãos suando. Tudo isso e muito mais era o que passava pelo corpo do Homem de Ferro. Thanos deu uma joelhada em seu abdome, socando a sua cara — enquanto com a mão que estava livre Tony tentava se defender. Então o Titã deu outro golpe, preciso, forte o bastante para fazer com que o corpo de Tony voasse mais uma vez e acertasse o concreto.
— Tony! — voz de Stella era abafada, comparado as batidas de seu coração. Ela corria como nunca havia corrido antes, completamemte desesperada.
Thanos soltou outro sorriso triunfante, olhou com raiva para Stark e disse.
— Eu sou... inevitável. — e estalou os dedos, mas nada aconteceu. Ele virou a luva rapidamente, encontrando vazia o espaço onde as seis joias acostumavam ficar.
Com os joelhos encostado no chão, o sangue escorrendo pelo rosto, a mão direita erguida — bem no lugar onde surgia espaço para as seis joias — Tony sentiu o corpo queimar por completo, consequência da eletricidade que os seis poderes juntos proporcionava. O olhar no rosto de Thanos era por completa surpresa, e medo.
— E eu... sou... o Homem de Ferro.
Uma explosão de luz branca cegou os olhos de Stella. Todos os capangas, as naves, os monstros viraram pó da mesma maneira da primeira vez. Todas as coisas sumiram ao seu redor, tudo de ruim.
— Não. Não. Não. Não. Não. — gritou, a visão embaçada, toda poeira ao seu redor.
Stella nem conseguia ver onde pisava, seus próprios pés corriam desesperadamente em direção a aquilo que ela não queria acreditar. Quando chegou perto o bastante, conseguiu ver a armadura queimada, o rosto pálido, a boca branca, e o sangue seco. Metade do rosto direito de Tony estava queimado, preto, por causa do poder das seis joias. O choro desesperado já escapava pela boca de Stella, ela se jogou no chão ao lado dele, agarrando a mão livre, se debruçando.
— Não, por favor. Por favor. — seu peito subia e descia em um ritmo frenético, na mesma velocidade em que as lágrimas desciam.
Os olhos dele se focaram no seu, brilhantes, molhados também por lágrimas que não conseguiam sair. Tony não conseguia mover sua cabeça por completo, queria ver os olhos azulados de sua pessoa favorita no mundo uma última vez. Ele forçou um sorriso singelo... pois havia conseguido ser o herói que sempre quis ser para Stella Kieran. A garota que encontrou desacordada na base da Hidra, a tanto tempo atrás... a garota que agora era e sempre seria a sua garota.
Ela se inclinou por total, enrolando os braços ao redor do pescoço de seu marido, soluçando desesperadamente. Sentindo todo seu corpo tremer descontroladamente.
— Não. Não. Não. — outra rajada de soluços, embargados com lágrimas barulhentas.
Stella nunca havia abraçado Tony daquela maneira. Seu coração doía de uma maneira surreal, a respiração não conseguia ser acessível a seus pulmões. Ela desfez o abraço, ainda segurando a mão esquerda livre dele — olhando para os olhos achocolatados, que derramou uma lágrima em resposta.
— Eu não quero, Tony. Não, por favor. Você disse que não iria soltar minha mão. Você prometeu. Não faça isso. Não vá desse jeito. Por favor. Você me prometeu. — gritou em desespero — Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo.
Era impossível para Stella conseguir mover seus olhos dos dele, pois esperava que a qualquer segundo ele virasse e falasse que era uma brincadeira. Mas, não fora isso que aconteceu. O aperto fraco que a mão dele fazia sobre a sua, se foi.
Fazendo assim ela se debruçar sobre seus próprios joelhos, engasgando com o próprio choro, gritando, berrando, em posição fetal. Stella tentou levar as mãos até a boca, na tentativa de para de emitir aqueles sons horrorosos, mas não conseguiu. O grito de dor veio pior, a fazendo se debruçar sobre o concreto apoiando a cabeça no chão.
Berrando por misericórdia a Deus.
— Ah, — gritou soluçando — ah, ah, ah. Não...
De repente, num centésimo de segundo, sua vida muda para sempre. Antes que perceba, já está em outro lugar.
Eu sei que devem estar me odiando nesse exato momento. Me desculpem, eu amo vocês... sei que mereço uma boa tijolada na cabeça.
Mas, vamos nos acalmar que o último capítulo ainda está por vim. Espero que gostem da maneira que lacraremos o final dessa jornada. ❤
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