46 | I CAN NOT LIVE WITHOUT YOU
{ Eu não posso viver sem você }
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TONY NUNCA FOI DE ACREDITAR MUITO EM DEUS, talvez por consequências de sua própria criação — já que Howard não fazia questão de impor religião dentro de casa, afinal nem tempo para isso ele tinha. Então não, Tony nunca parou para pensar se Deus realmente existia e uma parte sua achou que talvez não houvesse ninguém lá em cima que estivesse olhando por nós. Em todos seus 47 anos de vida jamais havia se pego pensando tanto daquela maneira, como agora. Se Deus de fato existisse — ele jamais saberia — mas se existisse, talvez ele ouvisse seus pensamentos desesperados naquele instante implorando por sua ajuda. Se houvesse alguém... apenas se houvesse, ele ajudaria ele, certo? Não que Tony ache que vá para o céu algum dia, provavelmente seu lugar no inferno já está reservado, mas se houvesse um Deus naquele momento o Homem de Ferro teria um passe livre para uma ajudinha, não é? Quer dizer, ele já salvou tantas vidas, é impossível que não tenha um minutinhos a mais que as outras pessoas. Bom, ele gostava de achar que sim, principalmente agora. Se algum Deus estivesse ouvindo seu pedido de ajuda — saberia que Tony Stark estava completamente desesperado para tirar Stella daquela nave, pois agora aquela coisa de passagem só de ida estava lhe despedaçando por inteiro.
Ele devia ter prestado atenção, devia saber que ela estava ali e que Peter estava ali. Ele deveria ter sido um herói melhor... aqueles dois eram os únicos que esperava tal atitude dele e agora os dois estavam indo em direção a própria morte. Se alguma vez Tony achou que se odiava, nada era comparado a aquele momento. Ódio era pouco para o que sentia sobre si mesmo, era a primeira vez que desejou estar errado — e aquela ali não seria uma passagem só de ida.
Depois de vários minutos ele tinha conseguido fazer Stella se acalmar, foi a coisa mais difícil que já fez em toda sua vida, por incrível que pareça ela não parava de chorar e soluçar — como se não pudesse controlar suas emoções novamente, igual o começo. Tony estava com medo, porra só Deus — se ele existir mesmo — sabia o quanto ele estava apavorado. Sua mente não parava de trabalhar, ele estava eufórico e assustado, mas não podia deixar aquilo transparecer, pois tinha que manter Peter e Stella seguros... isso... manter os dois seguros.
Ela agora estava deitada no cantinho confortável que Peter havia arrumado, a cabeça apoiada na mochila e os olhos fechados. O traje novo que Tony fez ao Homem Aranha tinha como função algo com o codinome salva-vidas — a qual havia um mochila totalmente abastecida com mantimentos e uma caixinha de primeiros socorros — a qual ajudou Stella, já que estava faminta desde que correra de manhã. O garoto estava sentado ao seu lado com os joelhos dobrados e com uma mão segurando a dela. Como se quisesse passar segurança de alguma forma, algo que aprendeu depois de tanto tempo ajudando pessoas. Tony olhava aquela cena dos dois com um pesar horrível em seu peito, as únicas duas pessoas... e o pensamento vinha novamente, o pedido de ajuda a Deus também.
Ele apenas queria... porra, ele queria muito que eles estivessem seguros na terra. Por quê as coisas tinham que ser tão complicadas? Mais uma vez ele desejou que aquilo ali não passasse de uma brincadeira sem graça, de que mais cedo ou mais tarde apareceria um humorista zoando com sua cara. Mas aquela nave continuava a ir em direção a uma coisa... continuava e continuava. Seus olhos estavam presos agora na parte central, a qual parecia controlar todas as coisas.
— Quem fez mágica pra tirar o seu da reta? Eu.
Tony e Stranger estavam iniciando outra pequena discussão, os dois não quietavam, pareciam duas crianças birrentas do jardim da infância.
— Eu juro que não sei como sua cabeça cabe nesse capacete. — Stephen soou irônico.
Stella abriu os olhos, trocando olhares com Peter e ambos chegando na mesma conclusão: a discussão ia pegar fogo. Ela se sentou, notando que a tontura que estava sentindo antes havia se dissipado por completo. Mas ainda tinha alguma coisa dentro de si que parecia querer reagir a algo, como se tivesse comido uma sopa estragada e seu estomago quisesse expulsar... mas na verdade Stella sabia que era a joia, que aquela coisa queimando dentro de si era aquele poder escomunal que parecia saber e sentir que algo muito ruim estava se aproximando.
— Admite você devia ter pulado fora quando eu mandei, eu tentei te dispensar e você recusou. — Tony bravejou irritado, gesticulando com as mãos, apontando um dedo para o mago. Stella e Peter continuavam observando.
— Diferente de todas na sua vida eu não trabalho pra você.
Os dois que estavam sentados trocaram outro olhar desejando rir da cara dos dois homens, mas parecia que estava começando a ficar bem sério...
— E graças a isso estamos num Donuts voador a bilhões de quilômetros da terra sem apoio.
— Eu sou apoio. — Peter levantou o dedo e Stella também, ambos falaram em uníssono.
— Não, são dois clandestino. Adultos falando aqui, tá? — fez um movimento de vai e vem entre ele e o mago, nem percebeu a sobrancelha erguida de sua esposa olhando para si com certa raiva.
— Desculpe eu estou confuso com o relacionamento aqui, — Stephen se virou para Peter que já havia levantado e estava olhando para a discussão deles — quer dizer, ele é o que seu? Estagiário?
— Não... — o garoto contrapôs em seu tom de voz mais pacifico do mundo — Eu sou o Peter, prazer! — esticou a mão para o homem, sendo educado.
— Doutor Estranho!
— Ah tá usando o nome inventando uh, — mudou o tom de voz — Então, eu sou o Homem Aranha.
As bochechas de Stella se esquentaram totalmente a ver aquela cena, ela começara a rir silenciosamente se dando conta do quão engraçado Peter fora. O Doutor olhou para ele sem dizer mais nenhuma palavra, se virou e andou até Tony que estava parado no mesmo lugar.
— Essa nave ta corrigindo curso, tá no piloto automático. — Stark explicou, cruzando os braços.
— Dá pra controlar? Voltarmos? — Doutor questionou.
Nesses breves segundos Stella já havia se erguido do chão e estava ao lado de Peter, prestando atenção no que eles diziam. Tony pareceu se perder naquela pergunta do mago, pois seu olhar pousou em um ponto qualquer da nave e perdeu o foco. Stella notou... ela sempre notava.
— Stark?
— Oi? — se virou novamente para os três.
— Podemos voltar? Tem como? — a voz de Stephen era precisa, quase dava para sentir a pontada do desespero.
— É, eu ouvi. — Tony olhou de relance para sua garota e depois para outro lugar da nave mais uma vez, como se pensasse no que responder. — Err, uh eu tô pensando... não sei se devíamos.
— Sobe nenhuma circunstância a joia do tempo não deve chegar a Thanos. Eu acho que você não entendeu o que está em jogo...
— O que? Não. — Tony desdenhou — Você é que não entendeu,
Tony deu um passo a frente, seu tom de voz saiu rouco e grosso. Ele ficou cara a cara com o mago, como se tentasse mostrar quem estava no comando. De fato Tony estava irritado e estressado, pois parecia que ninguém conseguia compreender... Stella e Peter arregalaram os olhos com a maneira que ele soara.
— ... que o Thanos está na minha cabeça a seis anos. — vociferou — Desde que ele enviou o exército a Nova Iorque, ele voltou! E eu não sei o que fazer. Então não sei se é um plano melhor o enfrentar em nosso território ou no dele, mas você viu o que fizeram, o que podem fazer. No território dele, ele não espera. Então vamos levar a luta até ele, Doutor. Você concorda?
Dois segundos de silêncio se instalou no ar.
— Tá legal, Stark. Vamos até ele. Mas você tem que entender se eu tiver que salvar você, o garoto, a garota ou a joia do tempo, eu não vou exitar em deixar vocês morrerem. Eu não posso, por que o universo depende disso.
— Legal, isso bússola moral. — Tony deu um tapinha no braço dele — Combinado.
A expressão no rosto dele não era nada boa, Stella notava perfeitamente, mesmo assim não sairia do seu lado.
Tony se afastou do mago e se virou para Peter.
— Tá legal garoto, — esticou a mão como se fosse uma espada, encostou no ombro direito dele e depois no esquerdo — é um Vingador agora.
O sorriso confiante no rosto de Peter era algo que Stella jamais esqueceria pelos próximos anos, pois era daquele jeito que ela sempre se lembraria dele. Confiante, feliz e potente. Ela o amava e sabia disso, faria qualquer coisa para o proteger não importasse o que acontecesse. Mas, de um jeito ou de outro não dava para previr o futuro...
Tony se afastou do garoto e andou até o outro lado da nave, onde a mochila estava e se sentou, deixando seus pensamentos serem afundados mais uma vez.
Segundos depois Stella se sentou ao seu lado, mas não recebeu sua atenção... pois ele não queria encarar as órbitas azuladas da mulher que amava, não queria falhar...
— Você está bem? — Stella o tocou no ombro, preocupada.
— Sim.
— Mesmo?
— Sim.
— Amor...
— Stella, como você espera que eu esteja bem? Porra, — Tony bravejou, trincando a mandíbula, olhando finalmente para ela — você tá aqui, você... merda, — apoiou a cabeça nas duas mãos tampando o rosto, segundos depois reergueu — eu não tô nada bem. Por quê você está aqui, em perigo mais uma vez.
— Tecnicamente eu me coloquei em perigo, querido. — ela franziu o nariz de uma maneira fofa, entrelaçando seus dedos na mão gelada dele. — Não é sua culpa, dá pra parar com isso? Imagina se eu tivesse ficado? Tony eu ia morrer de preocupação e você também. Prefiro mil vezes estar ao seu lado e enfrentar a morte mais uma vez, do que ficar longe e segura. Eu não... eu não suportaria.
Por um momento Tony achou que as coisas ficariam bem, que eles conseguiriam deter Thanos e estariam de volta na terra em breve. Aí ele e Stella poderiam continuar a vida de casados, ele poderia a acordar cedo mais uma vez no dia seguinte... ou até poderia deixar ela dormir até mais tarde, só para depois a acordar com beijos. Mas então aquilo foi embora tão rápido como havia chegado, eles não voltariam para casa... não haveria mais uma vida de casados, o amanhã não exististiria. Ele fechou os olhos com força esperando que aqueles pensamentos positivos voltassem mais uma vez, só que não aconteceu. Ele estava apavorado e não queria que... não queria que desse errado, pois não saberia o que fazer se isso acontecesse.
— O que foi? — ela apertou a mão um pouquinho sobre a dele, recebendo novamente a atenção daqueles olhos achocolatados — Tá com medo de me perder?
Tony não a respondeu, na verdade não precisava — já que todos aqui sabiam muito bem que sim.
— É minha obrigação proteger você. — por fim ele disse, a puxando para seus braços — Não é algo como Ultron, São Francisco ou todas as outras coisas que enfrentamos. Isso aqui é diferente, qualquer pequeno erro...
— Eu te amo, Tony — estalou um beijo em sua bochecha e depois desceu para seus lábios. — Eu te amo tanto que... eu não posso viver sem você, eu não suportaria estar longe de você. Não me importo se é diferente ou mil vezes pior, contando que estejamos juntos.
Naquele momento a crise de choro que ela tivera pareceu que voltaria, pois Stella sentiu sua garganta fechar e as lágrimas ameaçarem cair. Mas o calor do corpo do homem que amava, fez com que aquilo não acontecesse... pelo menos não naquele instante.
— Só me promete que não vai ser imprudente... você sabe, como o garoto. — ele encaixou as duas mãos ao redor do rosto da mulher, mantendo totalmente o contato visual.
Stella acenou concordando, recebendo outro selinho demorado.
— Não acredito que estou sentada em uma nave espacial com você. — Stella sorriu, pois pela primeira vez desde que chegara ali se sentiu segura. — Que relacionamentozinho interessante que a gente tem, né?
Tony tentou sorrir também, mas alguma coisa o impedia. O medo de não saber o que aconteceria, o medo da perda... era algo tão sufocante que ele se sentia incapaz de sorrir.
Em algum lugar bem longe daquela espaçonave, Natasha estava começando a ter indícios de uma tremenda dor de cabeça. Parecia que alguma coisa muito ruim estava prestes a acontecer, e saber que nenhum dos seus amigos teriam capacidade suficiente para lidar com aquilo lhe deixava meramente atormentada. Steve também não estava muito diferente, o Patriota estava submerso em vários pensamentos abundantes sobre tudo aquilo que Bruce disse — após ele ter feito a ligação que Tony não conseguira. Foi por pouco que Visão e Wanda conseguiram escapar dos paus mandado de Thanos, se Rogers e Romanoff não tivessem aparecido para os ajudar, provavelmente a essa hora Visão já estaria morto sem a pedra de sua testa. A única maneira de fazer com que ele ficasse vivo, era conseguindo arrancar aquela joia sem que o matasse. E claramente ali no complexo não era o melhor lugar, já que um dos gênios que poderia fazer tal coisa estava flutuando em uma nave alienígena no espaço. Por sorte, Bruce estava com eles. Se não podiam ter os dois criadores do Visão, então tinha pelo menos um. E por um lado isso deixou Natasha um pouco mais apavorada do que antes.
— Desça dois mil e seiscentos e vá para zero três zero.
A voz de Steve soou nos ouvidos da ruiva, fazendo com que ela voltasse a realidade. Eles estavam no jato indo em direção a Wakanda. Todos ali estavam calados e opressivos, Natasha era a mais nervosa. Desde o instante em que Bruce apareceu e começou a explicar de fato o que tudo aquilo significava e o que aquele Titã roxo queria, ela não parava de pensar em Stella.
Se Thanos queria todas as joias do infinito, então ele também queria a joia da mente que estava com Visão... mas se a joia do Visão é apenas a metade, a outra está com sua melhor amiga. O que significa que: ou ele consegue usar apenas uma metade, ou ele necessita de juntar as duas partes. Isso começou a pesar em seu subconsciente de uma maneira surreal, ligou para Stella diversas vezes — mas caiu apenas na caixa posta. Quando Bruce disse que ela estava com Tony, uma parte sua se acalmou pois sabia que o Stark faria de tudo para a proteger... mas será que seria o suficiente? Será que Tony era o suficiente? Ela não sabia a resposta.
— Espero que esteja certo sobre isso ou vamos chegar no chão mais rápido do que o esperado. — Sam respondeu Steve. Ele estava no controle da nave.
A ruiva olhou de relance para o Capitão que estava em pé ao seu lado, encarando as nuvens a sua frente — e se questionou pela primeira vez se eles ali também era o suficiente. A nave passou sobre o holograma falso de uma floresta e atravessou totalmente, mostrando o império de Wakanda. Sam pousou o jato sobre uma plataforma metálica gigantesca, ao mesmo tempo em que algumas pessoas os cercavam. Então, eles saíram. Natasha acompanhou ao lado de Steve, e os outro vieram atrás.
— Parece que sempre tenho que lhe agradecer por alguma coisa. — Steve disse, apertando a mão do rei.
Natasha deu uma breve olhada a sua volta, levemente encantada por aquele lugar. Era esplêndido.
— Qual o tamanho do ataque que estamos esperando? — T'Challa questionou, andando e sendo acompanhado por todos.
— Senhor, eu acho que devia esperar um ataque dos grandes. — Bruce respondeu, se espremendo no meio de Steve e Natasha.
— Como estamos? — Romanoff perguntou ao rei.
— Vocês terão minha guarda, a tribo da fronteira, as doras milages e...
— Um homem semi estável de cem anos de idade. — o Soldado Invernal completou a frase, com um sorriso amarelo no rosto se aproximando deles.
Natasha deu uma olhada de cima a baixo, relembrando que a última vez que esteve com ele, brigaram feito gato e cachorro. Steve o abraçou, dando um tapinha nas costas. Os dois estavam com uma barba terrivelmente grande.
— Como você está, Bucky?
— Ah, nada mal pro fim do mundo. — deu outro sorriso amarelado.
Então eles começaram o trabalho que foram fazer ali: tirar a joia do Visão. Aquilo resultaria em um gasto genuíno de tempo, algo que eles não tinham. Bruce e Wanda ficaram na sala acompanhando, enquanto Natasha resolveu tomar um ar e se preparar para o que estava prestes a acontecer. Ela estava tão nervosa como nunca antes.
— Refazendo planos de batalha? — a voz de Rogers questionou, a fazendo se virar em sua direção.
— Steve, eu estou preocupada com a Stella. — ela disparou a frase, olhando para ele totalmente avoada — E se eles não souberem? Não tiverem preparados, sei lá.
— Você sabe que entre todos nós, ela é a mais forte, né? — forçou um sorriso, se sentando ao lado dela. — Ela não tá sozinha, Stark tá com ela.
— Eu sei, mas e se ele não for o suficiente? Ele sem a armadura é um saco de ossos quebrável.
Rogers sorriu, achando graça aquela frase. Não que ele também não estivesse preocupado com Stella, mas ele devia tentar fazer com que Natasha acreditasse naquilo.
— O Bruce me disse que o Guardião da joia do tempo também está com eles.
— Piorou, a gente nem sabe quem é esse. — desdenhou irritada.
Steve não falou mais nada, apenas encostou a costa no acolchoado do banco e segurou a mão da amiga, dando uma leve apertada — como se quisesse dizer que as coisas ficariam bem. Mesmo sabendo que não.
— Vamos conseguir. — ele assegurou.
— Como tem tanta certeza?
— Por quê não sei o que fazer se não conseguirmos.
Oi meus neneeeees
passando para avisar que sexta feira teremos outro capítulo rsrs atualização dupla essa semana.
Não esqueçam de beber água, esse tempo tá muito sufocante.
Amo vocês ❤
p.s: sim estou em um bloqueio criativo enorme 🤧
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