36 | CIVIL WAR - PART ONE
{ Guerra civil — parte um }
⎊
DEVERIA EXISTIR ALGUMA LINHA TÊNUE QUE DIVIDE a maneira em que as coisas podem ser mudadas bruscamente. Se essa linha pudesse ser vista a olho nu talvez Stella tivesse se preparado para o que estava para acontecer, não imaginou que Rogers pudesse armar um plano daquele jeito. Tudo aconteceu tão depressa bem a sua frente, Stella perdeu vários segundos para assimilar de fato o que havia ocorrido. A "coisa" que derrubou o Homem-Aranha, era na verdade uma pessoa. O uniforme era estranho, algo que a garota nunca havia visto em toda sua vida. Logo o escudo já estava novamente nas mãos do próprio dono.
— Ah, que maravilha. — Tony balbuciou — Tem dois no estacionamento, um deles é a Maximoff. Deixa comigo. Rhodes pega o Capitão.
— Estou vendo dois no terminal, Wilson e Barnes. — o Patriota avisou.
No instante em que o Pantera Negra ouviu o nome do soldado invernal, ele disparou em direção ao homem. Stella estava com os olhos vidrados em qualquer movimento que Steve iria fazer... queria apenas uma chance de conseguir conversar com ele a sós. Rhodes levantou pouso para conseguir capturar Rogers, porém Steve acertou o escudo bem no meio da armadura.
— O que eu faço Senhor Stark? — a voz de Peter soou no ponto em um questionamento ao mais velho.
— Faz o combinado. Fica longe deles, joga teia.
— Tá bom, entendido.
O Capitão impediu que o Pantera Negra acalçasse Bucky, começando assim ambos a rolarem no chão travando uma luta. Stella achou aquilo um pouco exagerado, mas não queria nem ver quando tudo acabasse de verdade. O traje do Pantera era totalmente revestindo em vibranium, o que o protegia perfeitamente. Seu corpo rolou pelo chão, mas ele se levantou em um rápido sobressalto — ficando a prontidão de frente a Steve.
— Saia Capitão, não vou pedir uma segunda vez. — rosnou a Rogers.
Steve defendeu o rosto com o escudo, bem no momento exato em que seu adversário se programou a chutá-lo.
— Olha, eu não quero machucar você.
Stella virou o rosto na direção da voz, encontrando a pessoa que havia derrubado Parker. De perto o uniforme do Homem-Formiga era muito mais esquisito do que de longe. A garota arqueou as sobrancelhas, achando um pouco de graça aquela situação.
— Eu não me preocuparia com isso. — ela irrompeu, dando de ombros, chutando no meio das pernas de seu oponente.
Scott se curvou para a frente sentindo a dor que se alastrava por suas partes baixas. Ao mesmo tempo em que Stella o segurou pelo braço — o entortando para trás das costas, segurando-o pelo ombro o empurrando para o chão. Ela nem se deu tempo para que ele fizesse algo em resposta, pois no momento seguinte saiu correndo em disparada para tentar conter alguns de seus amigos.
Ao mesmo tempo em que a garota corria tentando escapar de Scott — pois não queria ter que usar seus dons ali. Peter corria pelo telhado do aeroporto, atrás de Bucky e Sam. Usando suas teias para se equilibrar, Homem-Aranha se deu um impulso para trás, acertando o vidro — o quebrando em milhares de pedaços. Seus dois pés foram diretos no peito do Falcão, o fazendo bater com as costas em um quiosque de madeira. Peter se virou para pegar Bucky, porém o soldado invernal acrescentou um soco — ele apenas não esperava que o garoto de quinze anos conseguiria segurar seu punho com tanta facilidade.
— Você tem um braço de metal? Isso é muito maneiro. — ele virou o braço de Bucky para o analisar melhor, foram apenas alguns segundos. Mas foi tempo o bastante para que Sam levantasse voou com suas asas metalizadas, pegando Peter pelo tronco.
Os dois sobrevoaram por alguns segundos, até o garoto conseguir se desvencilhar dos braços de Wilson, soltando teias para conseguir se equilibrar melhor. Do outro lado Tony sobrevoava em direção a Wanda e Clint que corriam pelo aeroporto na direção da aeronave que usariam para escapar. As micro bombas de seus ombros, foram lançadas na direção dos dois amigos. Destruindo todas as aeronaves, caminhões e o restante de coisas que haviam ali a volta.
— Wanda, você deixou o Visão magoado. — Tony alarmou, usando os propulsores da armadura para se manter sobrevoando no céu.
— Você me prendeu no meu quarto. — a garota bravejou.
— Olha, primeiro isso é um exagero. Segundo fiz isso pra te proteger. — se explicou — Oi Clint, dá pra ver que a aposentadoria não te fez bem, hein. Cansou de jogar golfe?
— Acertei dezoito, nas dezoito jogadas. — o arqueiro deu de ombros, mantendo suas flechas em posição contra o Homem de Ferro.
— Stella pode até ter caído nesse seu papo de proteção, mas não eu. — Wanda intrigou.
— Ela não caiu em nada. Diferente de vocês, ela sabe muito bem o que é melhor para a equipe no momento. — Tony se justificou.
Sem esperar que os dois continuassem o diálogo, Clint arqueou o arco e soltou a flecha em direção a Stark. Falando um: Errar é impossível para mim. Tony desviou da flecha, a destruindo com o propulsor da armadura, como se aquilo não fosse nada.
— Pra tudo tem a primeira vez.
— Tem certeza? — a ironia escapou pelos lábios de Clint, no exato momento em que pegou Tony de surpresa.
Um carro acertou a lateral da armadura, fazendo Stark pender para a esquerda. Wanda começara a puxar os carros dos estacionamento do aeroporto — ali do andar de cima. Os jogando completamente sobre Tony, sem dó, nem piedade. Fazendo aquilo ali se tornar uma chuva de carros. Tony conseguiu acertar três dos automóveis que caiam em sua direção, mas Wanda estava determinada a acabar com aquilo. A garota puxava os carros rapidamente, fazendo com que o Homem de Ferro se esquivasse com toda sua agilidade no momento. Ele rodopiou no ar, tentando escapar de mais dois carros — porém não foi rápido o suficiente, os veículos atingiram a parte das costas da armadura — fazendo Tony cair completamente no chão, com carros sobre seu corpo metalizado.
— Múltiplas contusões detectadas. — Sexta-feira avisou ao chefe.
— É eu já detectei isso.
Tony suspirou sentindo as pontadas em seu corpo, a armadura até que facilitava toda aquela pressão não lhe machucar totalmente — só que aquilo não impedia seu corpo de arder. Não pensou que as coisas chegariam tão longe daquela maneira. Tinha planos, bastante planos, e esperava que Steve e os outros tivessem consciência o bastante para entender o quão aquilo era urgente. Abominável poderia ser a palavra mais perto para descrever como a situação estava, o trem havia saído novamente dos trilhos — só que dessa vez ele estava indo em direção aos Vingadores, prontinho para matar qualquer um que estivesse a sua frente. Os gráficos sobre quais lugares da armadura haviam sofrido danos, apareciam em sua visão. Ele se preparou para ligar os microcontroladores, para que conseguisse sair dali debaixo, porém algo imprevisível aconteceu.
O peso sobre seu corpo pareceu diminuir, como se os carros estivessem sendo tirados de cima de você. Demorou alguns segundos para Tony perceber o que estava acontecendo, até a armadura estar totalmente livre mais uma vez. A fumaça alaranjada englobulou o último carro, jogando para o lado esquerdo. Tony se levantou, abaixando o capacete da armadura.
— Precisando de uma mãozinha? — Stella questionou se parabenizando, batendo as palmas da mão na calça, olhando para o homem ferido a sua frente.
O Homem de Ferro podia jurar que se não fosse pelo caos a sua volta, poderia a abraçar naquele exato momento.
— Sua? Sempre. — Tony se ajeitou sorrindo malicioso com o duplo sentido, recuperando o fôlego — Sabe, quando tudo isso acabar... precisamos foder com força e raiva.
— Wow. — ela riu, observando-o fechar o capacete da armadura novamente, pronto para sair — Toma cuidado, não tem como transarmos se você morrer.
— Pode deixar, docinho. — ele ergueu pouso — Você me completa!
Ela franziu o nariz em um gesto fofo, se virando de costas preparando para correr novamente em direção ao lugar da onde havia vindo. Stella não podia deixar seus próprios amigos se matarem daquela maneira, era quase como se fosse um suicídio em massa. Tony saiu voando em direção a Wanda e Clint novamente, enquanto Stella corria em direção ao barulho estrondoso que acabara de ouvir.
Peter se equilibrava sobre as teias em sua perseguição a Bucky e Sam. A parte mais difícil era conseguir pegar o Falcão, pois por incrível que pareça — o homem era bom. Só que Parker era mais esperto, ele pousou sobre um dos ferros no teto, desviando no momento exato da bombinha que Sam jogou nele. O garoto se pendurou novamente em sua teia, dando piruetas e acrobacias no ar. Se não fosse pelo seu sentido aranha, ele não teria conseguido sentir o pedaço de metal que voou em sua direção. Mas novamente, Peter era bom. Se desviou com agilidade, pegando o metal cumprindo em mãos.
— Amigão, perdeu isso aqui?
E jogou de volta na direção de Bucky — que estava se escondendo atrás da coluna. O metal acertou o concreto, fazendo o soldado invernal se desviar por pouco. Foi tempo o suficiente para que Peter estivesse desconcentrado e Sam conseguisse lhe acertar. Os dois estavam novamente no ar, só que dessa vez o Homem-Aranha se safou com mais destreza, usando sua teia e saindo de baixo do Falcão. Ele acertou uma rajada de teia na asa direita de Sam, causando um curto circuito o derrubando no chão. O corpo de Wilson rolou sobre cacos de vidro, porém o homem não se deu por vencido e se ergueu bem rápido. Só que Peter já estava preparado, mais duas rajadas de teias prenderam as mãos do Falcão no corrimão do aeroporto.
— Asas de fibra de carbono? — o garoto perguntou interessado.
— Essa coisa tá saindo do seu corpo? — Sam questionou incrédulo, olhando para suas mãos presas sobre a teia.
— Isso explicaria a razão de rigidez e flexibilidade. É eu tenho que admitir, é incrível.
— Eu não sei se você já esteve em uma luta antes mas geralmente não se fala tanto. — Wilson bravejou.
— Ei, ei, ei. Não se fala assim do garoto que deu uma surra em você. — a voz da garota atraiu a atenção dos dois, ela se virou para Peter e fez um joinha com a mão. Indicando que ele havia mandado bem.
— Stella, conhece essa coisa? — Sam perguntou com desdém, revirando os olhos ao ver o sorriso da garota em resposta.
Ela se preparou para responder, mas tomou um susto alarmante quando Bucky apareceu correndo, como se estivesse pronto para matar. Ela tropeçou nos próprios pés no momento em que deu passos assustados para trás. Aconteceu novamente muito rápido as coisas. Peter se segurou em sua teia, derrubando Sam e Bucky no andar a baixo. Os dois caíram lado a lado. Homem-Aranha os prendeu com outra rajada de teia, ficando acima de ambos.
— Olha gente eu adoraria continuar aqui, mas eu só tenho uma coisa pra fazer hoje que é impressionar o Senhor Stark. Então... foi mal mesmo. — Peter esticou a mão para jogar outra teia, porém o brinquedinho de Sam agarrou seu pulso. O levando para longe, quebrando a vidraça.
— Não podia ter feito isso antes? — Bucky ironizou — Ei.
— Sorriam, nosso cartão de Natal desse ano. — Stella zombou, batendo a foto dos dois amigos presos no andar de baixo — Preciso ir, beijos.
Ela soltou o beijo no ar e guardou o aparelho celular no bolso novamente, sorrindo que nem boba por ter conseguido registrar aquele momento épico. Porém nada legal. Aquilo havia a conseguido fazer se esquecer por alguns segundos de tudo. Mas o susto que havia tomado, tinha sido tremendamente grande. De uma forma ou de outra sempre se assustaria estando perto de Bucky — já que o homem poderia ser facilmente acionado e mandado ir buscar sua primeira missão. Ela ouviu murmúrios no ponto em seu ouvido, só que não deu muita bola. Estava cansada de tanto correr pelos corredores do aeroporto, indo atrás de cada um de seus amigos — tentando os ajudar a fazer o certo daquela vez. O tratado não era o certo, definitivamente não. A única coisa certa ali no meio de toda aquela confusão era todos os Vingadores permanecerem juntos. Podia ser completamente ingênua se achava que aquilo ainda ia acontecer, porém o que mais ela poderia fazer? Queria o bem de todos, isso significava que estava disposta a sacrificar um lado seu que achava correto.
Stella olhou para seus dois pés, vendo que o motivo por ter tropeçado naquele momento fora os cardaços desamarrados. Se estivesse usando um traje, nada daquilo poderia ter acontecido. Ela parou de andar, se abaixando para que pudesse conseguir amarrar os tênis. Foi algo em questão de segundos, nem um minuto direito havia completado. Mas foi tempo o suficiente para que aquilo acontecesse. Um odor muito forte foi inalado por suas narinas, ela se virou tentando entender o que de fato estava acontecendo, se era uma explosão ou outra coisa ridiculamente fedida — porém já era tarde demais. O que quer que fosse que havia acontecido ali, já tinha feito efeito. Tornando novamente tudo a sua volta escuro e vazio.
Não sei o motivo por eu ter TANTO problema em escrever cena de luta, por quê Deus?
Se tiver algum erro, me perdoem.
Esse é um bônus, por isso tão curtinho. Essa luta vai ser dividida em três etapas.
Espero que tenham gostado❤❤
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