18 | THE SHIT IS COMING
{ A merda está vindo }
⎊
É RARO OS DIAS EM QUE VOCÊ SE DA CONTA DE QUE É um bom dia para fazer a diferença. Normalmente evitamos qualquer tipo de problema e qualquer coisa que nós faça mudar de verdade, isso significava tudo na vida de algumas pessoas. Não é todo mundo que gosta de levantar cedo e já começar a fazer as próprias obrigações, nenhuma pessoa normal em sã consciência almeja uma vida cheia de riscos. Ninguém escolhe correr o risco da morte quase todos os dias, igual ninguém também escolhe por quem se apaixonar. É como se fosse uma roleta russa, rodando e rodando, até escolher um nome e um momento. Depois que for decidido, nada do que você faça mudará alguma coisa.
Stella não se lembrava de nada do que havia acontecido um ano atrás quando a H.I.D.R.A lhe sequestrou, de começo ela achava apenas ter sido a pessoa azarada escolhida, mas agora tinha a total certeza de que nada era por acaso. O destino era cheio de brincadeiras sem graças e consequências inimagináveis, era uma pedra no sapato, aquela espinha que nasce da noite para o dia. O destino e a vida era uma merda.
Quando mais nova, em um de seus momentos menos favoritos no orfanato, Stella se perguntava o motivo exato por estar ali. Por quê algumas crianças tinha uma casa, um pai e uma mãe, enquanto outras não tinham absolutamente nada? Qual o sentindo em alguns terem mais do que outros? Será que existia uma razão especifica por Deus privilegiar mais uns do que outros? Ela nunca soube se responder, chegar na conclusão de seus próprios pensamentos. Stella era a definição de desastre, atraia qualquer tipo de coisa ruim e agora estava prestes a matar mais pessoas do que se pode imaginar.
Era desesperador sentir o momento ruim se aproximando, como se o sangue caminhasse em sua direção lhe atormentando profundamente.
Bem longe dali os heróis se arrumavam para ir o mais rápido possível, as coisas pareciam correr contra o tempo. Os gêmeos russos se ajeitavam, Clint pegava seu estoque de flechas, Thor conversava com a IA, enquanto Tony digitava no computador terminando de ajeitar a interface da armadura, sincronizando com a sexta - feira.
— Nem todos sobreviveremos. Se um dos bonecos de lata ainda ficar de pé, nós perdemos. Vai ser um banho de sangue. — Tony abrandou a Bruce, enquanto esperava o restante ficar pronto.
— Não tenho planos para amanhã a noite. — Steve comentou, em uma tentativa de apaziguar aquele clima ruim.
— Eu vou direto para cima do vilão. Ele tá esperando o homem de ferro. — o moreno declarou.
— É verdade, você é quem ele mais odeia. — o desconhecido concordou, passando pelos três homens.
Tony ergueu um pouco as sobrancelhas, tentando não se desesperar por aquele fato. Afinal sabia que tinha feito muitos inimigos conforme foi vivendo.
— Ultron sabe que estamos indo, — o Capitão comentou, colocando o ponto em seu ouvido, totalmente pronto para a batalha. — é provável que recebamos artilharia pesada. E foi para isso que nós vinhemos. Mas, as pessoas de Sokovia não sabem. Nossa prioridade é tirar todos de lá, só o que eles querem é poder viver em paz, isso não vai acontecer hoje. Mas faremos o melhor para protege-los. E cumpriremos a missão. Vamos descobrir o que Ultron está construindo, vamos achar as garotas e tirar os civis de lá. Mantenham a luta entre nós. O Ultron pensa que somos os monstros, que somos o que há de errado com o mundo. Não tem haver apenas com derrota-lo e sim mostrar se está certo.
O plano foi posto em ação, Steve sempre havia sido o melhor em fazer tal coisa. Então era como se as palavras dele fizessem efeitos em cada um ali, dando aquele tipo de força necessária. Logo todos eles já estavam no jato indo em direção a Sokovia, não era como se estivessem totalmente preparados... Mas era a hora.
De primeira Pietro Maximoff correu por toda a cidade, com a sua hiper velocidade, tentando ao máximo tirar as pessoas de suas casas. Sua irmã fez a mesma coisa, Wanda usou boa parte de seu poder para entrar na mente das pessoas e as afastarem da cidade. Mesmo os gêmeos estando do lado errado desde o começo, era como se eles tivessem finalmente entendido sobre o que aquilo tudo se tratava. Não era mais sobre ter um lado, certo ou errado, era mais uma vez sobre salvar o mundo da aniquilação.
Quando chegaram em Sokovia, Bruce foi o designado a salvar as garotas. Já que o restante do grupo estava ocupados em planejar uma maneira de deter Ultron, o princípio era conseguir impedir ele de colocar aqueles humanoides de atacar a cidade, mas já parecia tarde demais.
— Natasha, Stella?
O Banner as chamou no instante em que entrou no cativeiro, as paredes escuras e cinzas, metade dos instrumentos de metais espalhados pelo lugar. A grade separando Natasha do restante do ambiente, e um barulho estridente soprando pelos ares.
— Bruce? — a ruiva o chamou de volta, se levantando do chão gelado e ficando frente as grades.
— Você tá bem?
— Tô. — o ar pareceu entrar novamente em seu peito, a deixando mais tranquila por ver o amigo.
— A equipe tá na cidade, vai começar o combate. — ele avisou.
— Eu aposto que encontrou uma chave dando sopa por ai. — Natasha entoou, observando o amigo se afastar um pouco da grade.
— É... encontrei. — levantou uma das armas modificadas de Ultron, atirando bem em cima do cadeado.
A mulher empurrou para a esquerda com toda sua força, a abrindo e saindo finalmente para fora.
— Qual é o nosso plano? — questionou ansiosa.
— Vou deixar você em segurança.
— O trabalho não acabou. — ela franziu o cenho em um misto confuso.
— Podemos ajudar com a evacuação, mas não posso estar em uma luta próximo aos civis. — Bruce explicou. — E você já fez muito. Nossa luta acabou.
Ele se aproximou dela, ficando a milímetros de distância — próximos o bastante para ouvirem a respiração um do outro. Natasha contribuiu o olhar de Bruce, sentindo seu próprio coração palpitar naquele instante.
— Não acabou... Não posso ir sem a Stella, ela já sumiu faz horas. — a ruiva protestou, ela jamais iria embora dali sem a menina, pelo menos não depois de tudo.
Um pouco afastado dali, metade dos Vingadores tentavam evacuar toda a cidade. Parecia algo fácil quando decidiram o plano, mas ali agora estava o maior engarrafamento. Se tivessem chegado um pouco mais cedo talvez as coisas estariam melhores, havia dezenas de pessoas, milhares, correndo para todos os lados.
— Seu alvo está na igreja chefe. — a voz de sexta-feira soou na armadura de Stark. — Acho que está esperando você.
Tony sobrevoava a cidade tendo uma completa visão de tudo bem dali de cima, a neve que cobria toda a montanha, o engarrafamento abaixo de seus pés, o sol que parecia nascer. Estava tudo ali bem abaixo de si mesmo, porém de uma forma estranha, ele sentiu que aquele não parecia ser um bom dia para fazer a diferença. Pouco tempo depois ele chegou na igreja, desligando os microcontroladores e pousando no chão com estilo, da maneira que já havia feito milhares de vezes antes. O homem de ferro se ergueu, os barulhos da articulações da armadura era o único ali.
— Veio confessar seus pecados? — a voz conhecida de Ultron ecoou pelo lugar.
— Não sei, quanto tempo você tem? — Tony questionou com seu leve toque de ironia.
— Mais do que você. — o respondeu, soando atrás dele.
Tony virou perplexo com o tamanho do robô, erguendo sua cabeça para o conseguir ver direito.
— Ahhh, tomou bomba filhão? Tipo um coquetel de vibranium? Tá meio assim, parrudo. — zombou, mal conseguindo se conter.
— Você tá enrolando para proteger o povo. — Ultron falou, com um olhar entediado. Pelo menos parecia para Tony.
— Ué essa é a missão, esqueceu? — Stark perguntou, mantendo sua pose da mesma maneira, pronto para o ataque.
— Eu já superei a sua missão, estou livre. — ele balbuciou, dando um passo para trás.
Segundos depois um buraco se abriu no meio da igreja, tremendo toda a estrutura do lugar. Milhares de pedras e concretos voaram pelos ares, transformando metade do ar em puro pó. O barulho parecia de uma maquina ou algo do tipo, Tony não conseguia decifrar pois sua visão estava bastante poluída. No instante em que as coisas pareceram se acalmar um pouco, aquilo ali no meio girava conforme ia terminando de subir, faíscas amareladas espiravam ao seu redor. Quando a maquina terminou de rodar, o homem de ferro se deu conta do que era.
— O quê foi? Acha que é o único que está enrolando? — Ultron perguntou dessa vez com sua voz entoada de sarcasmo.
" Ali está o resto do vibranium e da joia da mente, função ainda incerta." Sexta feira avisou o chefe.
Os gráficos do que a maquina era, apareceram na visão de Tony, detalhe por detalhe. Ele não queria hesitar, mas não conseguia se mover da onde estava. Seu peito acelerava ao ver o rosto desacordado da garota, de onde estava não dava para ter certeza se estava morta ou não. A profundidade ali por baixo era mais de duzentos mil metros, ao seguir toda a estrutura, Stark conseguiu ver o que conectava o corpo de Stella ali. Todos os fios daquela maquina levavam para o mesmo lugar, o coração dela.
— Esse vai ser o seu fim, Tony. — o robô alarmou, caminhando em passos lentos por toda a igreja. — Essa é a paz para o meu tempo.
A voz metálica do robô parecia ecoar pelo lugar, deixando o homem de ferro atordoado. Tony não conseguia se mexer, preferia hesitar do que remediar. Porém não conseguia, tudo o que havia planejado fazer quando chegasse ali parecia ter ido pela correnteza de merda. Definitivamente não era um bom dia, era um daqueles péssimos, daqueles que desejamos nunca ter levantado da cama. Pois no momento exato em que aquilo havia começado não teria como parar, era desastroso.
Stark respirava com dificuldade, estava nervoso e nem se dava conta. A voz de sexta-feira parecia dizer alguma coisa, porém ele não ouvia. Novamente, as coisas pareciam estar fora de órbita. Ele sentia seu coração palpitando enquanto um misto de sensações lhe invadiam e se manifestavam por todo seu interior... Dessa vez quem parecia estar tendo um ataque de pânico era ele.
O corpo de Stella estava completamente ligado a maquina, o vibranium conectado ao seu coração da mesma maneira que todo o restante dos fios. Ela não estava morta, mas sim desacordada. Pela primeira vez em muito tempo Tony sentiu medo de quando aquilo acontecesse, não saberia o quanto de dor ela conseguiria suportar. A menina poderia morrer de uma hemorragia no instante em que ele arrancasse os cabos, ou talvez algo pior acontecesse, tudo aquilo explodisse matando metade daquela cidade.
Quando o ar dentro da armadura pareceu ficar sufocante o suficiente, Tony soube naquele mesmo instante o motivo por se sentir assim. Não era tão forte quanto achava que era, a morte não era novidade para si então ela não lhe assustava, mas aquele misto de sensações que pareciam atropelar seu corpo era desesperador... O inevitável se tornando realidade.
Essa semana terá atualização dos três últimos capítulos dessa primeira parte, aí semana que vem irei ajeitar os capítulos da segunda parte para começar às postagens.
Estou ansiosa demais, completamente eufórica. Espero que gostem meus amores ❤
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