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10 | HE IS NOT MADE OF IRON

Confesso que chorei escrevendo esse capítulo, pois foi o momento exato em que algo realmente significou. Os últimos dias estão terríveis para mim, escrever sendo meu meio de escape. A bwbypay fez mais um das edits de War, sou completamente apaixonada pelo trabalho dela.
Amo vocês, obrigada por tudo ❤

Aproveitem a leitura!

{ Ele não é feito de aço }

Sua respiração estava pesada, a água entrava dentro de seus pulmões enquanto o sufocava lentamente. Todo seu corpo ardia ao mesmo instante em que queimava, estava preso.

Não tinha para onde sair e nem pelo o que lutar, não existia mais uma próxima missão para o homem de ferro.

A única coisa que Tony conseguia enxergar pela visão da armadura era o azul escuro do oceano, que englobava seu corpo por dentro e por fora.

Sempre se imaginou morrendo de uma maneira heroica, salvando o universo e coisa parecida.

Nunca pensou que seria por pura estupidez de sua parte, desejou que eles mentissem para a imprensa e que inventassem qualquer coisa. Menos o fato de ter morrido afogado.

A água começou a se encher dentro de si, mostrando que não havia mais ar para ser respirado.

Então começou a se sufocar, seu corpo parou de responder aos comandos e seus olhos pesaram. Foi quando a morte veio, parecendo rir de sua cara...

O AR DAQUELE QUARTO ESTAVA NOVAMENTE GELADO, Stella não aguentava mais esperar por algum tipo de milagre de Deus. Precisava fazer alguma coisa, não podia ficar quieta enquanto a torre inteira parecia se ruir.

Ela enfiou os dois pés na sapatilha azulada que Steve havia deixado mais cedo, tirou o oxigênio de seu nariz e se levantou da cama por completo. Não havia melhorado cem por cento, provavelmente nem cinquenta. Mas, definitivamente não aguentava mais ser o motivo daqueles olhares de pena.

O movimento pelos corredores estava insano para as três horas da madrugada, aquele era o tipo de coisa que não acontecia frequentemente. Na verdade não havia acontecido em nenhum dos dias em que esteve ali. Stella puxou uma blusa de manga comprida que tinha na cabeceira da cama e finalmente colocou seus pés para fora da enfermaria.

Quase esbarrou em uma das enfermeiras que corria para o elevador com muita pressa. Observou por alguns segundos ao redor e não encontrou nenhum rosto conhecido, então supôs novamente o pior.

Ou estavam sendo atacados por Ultron, ou alguém havia se ferido bastante.

Assim que pegou o elevador e desceu no mesmo andar que a enfermeira havia descido, uma pequena multidão estava aglomerada ali. Stella se esgueirou com dificuldade, até encontrar o rosto conhecido de Clint. O arqueiro estava com os braços cruzados e o cabelo molhado colado sobre a testa, Barton observava algo pelo enorme vidro que havia ali.

— Ei. — a garota o chamou assim que se aproximou dele. — O que houve?

— Por que saiu da cama?

— Já tô bem. Bruce me deu alguns medicamentos, o que aconteceu? — respondeu questionando novamente em seguida.

Ela não conseguia ver muita coisa ali pelo vidro, nem mesmo se ficasse na ponta dos pés. Parecia que tinha algumas pessoas ao redor da cama.

— Foi só o Stark. — Barton a respondeu, como se aquilo não fosse nada demais. 

— Como assim só?

— Tivemos um pequeno incidente com Ultron, pelo o que parece ele estava planejando atacar alguma coisa...

— Foda - se o Ultron, o que houve com ele? — grudou o rosto no vidro para tentar ver melhor, mas ainda estava da mesma maneira.

— A briga foi em um navio de carga. — Clint respondeu com as sobrancelhas arqueadas pelo tal comportamento da garota. — Tony acabou sendo jogado na água, já tá tudo tranquilo...

— Como assim tranquilo? Ele foi jogado na água e se tivesse afundado ou coisa do tipo? 

— Não afundou, relaxa. — o arqueiro tentou a tranquilizar, achando um pouco engraçado aquele comportamento. 

Não estava assustada nem nada parecido, mas tinha alguma coisa ali que não a deixava ficar tranquila. Se sentia negligenciada e um pouco frustada, afinal eles haviam se metido em uma luta contra aquele robô só para a deixar viva. Novamente eles colocaram a vida dela na frente da deles, como se não fosse nada... Como se fosse a obrigação de um herói. Não parecia certo, isso a incomodava.

Quando as pessoas que estavam dentro do quarto saíram, o restante dos vingadores apareceram também. Todos carregavam um olhar cansado no rosto e as roupas estavam úmidas, Stella se levantou da cadeira que havia sentado e esperou que eles a vissem.

— O que tá fazendo aqui? — Rogers foi o primeiro a questionar, o que fez a garota revirar os olhos entediada.

— Como ele tá? 

— Ele vai ficar bem, Stella. Mas, você devia estar descansando. — Bruce respondeu, passando a mão pelos cachos em seu cabelo.

— Estou ótima. — apoiou as duas mãos na cintura com o queixo completamente erguido para conversar com os rapazes. — Quem está lá com ele?

— Ninguém. Os médicos disseram que Stark vai ficar bem, apenas desmaiou de exaustão e o teor alcoólico estava acima de quinze por cento. Tiveram que dar um pouco de glicose e uma injeção para dormir. Pelo visto estava com sintomas de estafa. — Natasha respondeu pelos garotos, parando ao lado da menina. — Vamos voltar pra enfermaria.

— Eu estou bem. — Stella repetiu a frase novamente. — Será que podem parar?

— Se está bem então volta para o quarto e amanhã fazemos outro exame...

— Jurou que o próximo leva um soco no nariz. — ela cortou a frase de Bruce, que ficou surpreso com aquele ato. — Vou ficar aqui, podem ir dormir sei que estão cansados.

Os quatros trocaram olhares silenciosos pelos próximos segundos, sem saber o que dizer. Nem Stella sabia exatamente o motivo por estar fazendo aquilo, só não queria voltar para a enfermaria. Eles não discutiram, na verdade não disseram mais nenhuma palavra.

Os vingadores estavam exaustos e nada mudaria aquilo, haviam deixado Ultron escapar por causa do Tony. Não tinha como as duas coisas serem feitas ao mesmo tempo, ou eles salvavam o amigo ou pegavam o robô. 

O quarto era diferente do seu, invés de ser escuro e gelado, ali era claro e quente. As paredes pintadas em tons esverdeados, duas poltronas brancas, aparelhos de batimentos cardíacos e a cama no centro de tudo. 

Stella se aproximou lentamente até estar em pé ao lado da cama. Um lençol branco cobria o corpo dele até antes do reator, em sua mão direita havia o pequeno tubo conectado em uma de suas veias, enquanto um esparadrapo o cobria. Os cabelos estavam molhados, totalmente colados sobre a testa dele. Na lateral de seu rosto esquerdo — um pouco abaixo da sobrancelha e quase chegando a sua bochecha — havia um enorme roxo acompanhado de um corte. 

O único barulho ali era o bip do aparelho cardiológico, o que tornava o ambiente um pouco apavorante. Stella nunca esteve em uma situação dessa antes, nunca precisou frequentar hospitais e coisas do tipo. Então não sabia o por quê estava ali, apenas se sentia na obrigação. 

O peito de Tony subia e descia em uma velocidade mínima, o que fez com a garota prestasse bastante atenção nos seus batimentos cardíacos. Era a primeira vez que não se sentia saindo do controle por estar próxima dele... Era calmo. E não sabia se preferia dessa maneira ou das outras, mas sentia que não queria sair dali. Diferente do que pensava de uma forma ou de outra não queria o deixar sozinho. Por quê para o restante das pessoas ali aquilo parecia algo normal que acontecia com frequência, então pelo simples fato de não ser novidade, era como se eles não dessem o devido valor. Pois o fato dele ser um super herói o faria melhorar ou coisa parecida.

Mas, não. Stella não enxergava aquilo daquela maneira, ela melhor do que ninguém sabia a sensação de estar sozinha e a sensação de estar solitária. E entre todas as pessoas do universo inteiro, ela desejou que aquele homem deitado na cama nunca precisasse se sentir daquele jeito. Pois ali, enquanto a respiração saia lentamente por seus pulmões, Tony Stark não era um super herói, gênio, milionário, playboy ou filantropo. Ele era apenas um humano como qualquer outro, uma pessoa normal. E por esse fato fazer sentido na cabeça de Stella, ela não se deu conta de que seu coração começou a bater por outro alguém além de si mesma. 

Arrastou a poltrona até ficar ao lado da cama, se sentou e cruzou os próprios dedos acima da barriga. Ficou nessa mesma posição por longos minutos, prendendo seus olhos nele. Era estranho e reconfortante, ele parecia o mesmo de sempre... Mas estava diferente de uma maneira que a deixava nervosa.

Não se deu conta do momento exato em que pegou no sono, mas dormiu de uma maneira que não fazia a dias. Dessa vez não teve nenhum pesadelo e nem nada parecido, foi totalmente pacífico.

Quando seus olhos se abriram demorou alguns segundos até se acostumar com a claridade. Franziu o cenho algumas vezes até se dar conta de onde estava. O barulho do bip ainda era o único ali no quarto, mas quando moveu seus olhos para o corpo de Stark levou um pequeno susto.

O travesseiro branco estava na altura da cabeça, o corpo em uma posição diferente. E o achocolatado dos olhos dele lhe olhavam, com um misto de incerteza e tristeza. Mas, em seus lábios um sorriso discreto permanecia. Quase como se ele estivesse a observando por tempo demais, e talvez estivesse.

Stella se ajeitou na poltrona, cruzou as pernas e perguntou.

— Tá melhor?

Ele não a respondeu de imediato, parecia não querer. Então a garota ergueu as sobrancelhas em um misto confuso.

— Dá próxima vez que beber vê se não sai voando por aí tentando se matar. — o repreendeu fingindo irritação.

Na verdade estava um pouco decepcionada e não sabia o motivo exato.

— Olhos vermelhos, andou chorando pelo herói favorito? — Tony questionou com um sorriso de lado, mal conseguindo se conter.

As olheiras abaixo dos olhos ainda eram bastante visíveis, mesmo assim ele parecia não se importar.

Estava curioso, só Deus sabia o quanto. Não sabia o por quê não tinha tentando se salvar. Tentou culpar o cansaço e a bebida, mas o motivo exato estava ali diante de seus olhos.

— Seria seu sonho. — Stella respondeu no mesmo tom de brincadeira que ele, mas ambos sabiam que não tinha nada de engraçado naquilo. Era apenas a maneira ridícula que estavam tentando quebrar o clima.

Tony franziu os lábios concordando com a cabeça. Sabia perfeitamente o estrago que tinha acontecido com si mesmo, não estava surpreso com nada. Havia criado seu próprio demônio e agora nada o tiraria dali. 

Havia desejado morrer no fundo daquele oceano igual a um covarde, deixando tudo para trás. Como se tivesse desistido por alguns segundos de lutar, havia sido a primeira vez em que algo dessa maneira tinha acontecido.

Mas, estando ali naquele quarto — com todas aquelas agulhas enfiadas em suas veias — e os olhos azulados de Stella lhe observando, ele percebeu que não precisava exatamente de uma resposta dela. Tony sabia que pelo menos alguém tinha ficado preocupada com ele de verdade, mesmo tendo sido um acidente idiota.

Todos seus amigos sabiam que aquele tipo de coisa acontecia sendo um super herói, então não era novidade. Um afogamento era bem melhor do que ser esfaqueado ou coisa parecida. Mas, para aquela garota de cabelos amarelados aquilo tinha parecido a pior coisa do mundo. Isso fez com ele achasse a situação engraçada e estranhamente acolhedora.

— Bom, acho que mereço pelo menos um beijo de consideração. — Tony balbuciou a frase em um certo tom brincalhão acompanhado de sinceridade. Com seu sorriso sacana no rosto novamente.

O riso de Stella preencheu todo o quarto, deixando o clima mais leve. Foi a primeira risada verdadeira em dias, sem coisas estranhas para somar na conta. Tinha achado graça de toda a situação, mesmo estando machucado ele iria ser sempre o Tony Stark. O que fez ela se questionar o motivo exato por estar se sentindo tão confortável perto dele, já que antes o desconforto era eminente.

Não sabia se aquilo poderia significar alguma coisa boa ou ruim, mas sabia que uma pequena parte sua preferia daquela maneira, sem surtos e coisas parecidas.

— Talvez. — Stella respondeu com um sorriso pacifico nos lábios. Se sentia calma naquele instante, o que fez com o homem deitado sentado naquela cama se questionasse sobre ela estar falando sério ou não. 

Ambos sustentaram os olhares e os sorrisos bobos por mais alguns segundos, sem saber como continuar o assunto, já que era a primeira vez que algo como aquilo acontecia. Mas, antes mesmo de pensarem no que dizer a seguir. A porta do quarto foi aberta e cabelos amarelados apareceram completamente enfurecidos.

— Eu não aguento mais isso! — a mulher esbravejou alto, fazendo com que Stella arregalasse os olhos assustada. — Meu corpo está sobrecarregado de tanto estresse, será que é tão difícil assim você me ouvir? Quantas vezes eu já te disse para não entrar na merda daquela armadura bêbado.

— Relaxa...

— Não me pede para relaxar! — ela gritou totalmente irritada. Tony franziu as sobrancelhas e movimentou os olhos para Stella que os observava. — Me desculpa. 

Ela pediu quando notou a outra presença do quarto, abaixando o tom de voz finalmente. A menina saiu do transe e sacudi-o a cabeça fingindo tranquilidade.

— Stella essa é a Pepper. — Stark as apresentou, achando graça de toda a situação.

— Ah oi. — a menina cumprimentou a mais velha, se levantado da poltrona. — Vou deixar vocês a sós. 

Tony preparou a frase para dizer que não precisava mas a menina foi mais rápida, abrindo a porta rapidamente e saindo para fora. O homem franziu os lábios para a mulher a sua frente demonstrando sua total indignação.

— Ela é uma graça.  — Potts quebrou o gelo, tentando segurar o riso. 

— Tenho ótimos gostos, você sabe. — deu de ombros, voltando a atenção para a ex namorada. — Trouxe tudo que pedi?

— Por que resolveu desenterrar coisas do passado, Tony? — Pepper entregou a pasta cinza com alguns documentos e um dos tablet de Stark. — Não pode só simplesmente voltar ao normal?

— Você sabe que não consigo.

— É, eu sei. — a loira soltou um suspiro, ajeitando a alça do próprio vestido. — Só por favor para de tentar se matar, realmente não aguento mais isso. 

O moreno parou de mexer na pasta e ergueu os olhos achocolatados para a mulher, dando um de seus sorrisos singelos. Ele gostava da maneira que ela se preocupava com ele mesmo não estando mais juntos, seu coração iria ter sempre um espaço para Pepper. 

— Não vou mais te desobedecer. Prometo. — deu um sorriso alinhado e sincero. Não gostava da maneira irritante e decepcionada que a mulher lhe olhava, definitivamente havia pisado na bola. 

As coisas tinham tomado uma estrada diferente naquela etapa do dia, agora Tony se sentia no caminho certo. Quando estava no navio de carga, Ultron havia falado algo como "coisa dos Starks". Não deu muita bola no momento, pois poderia ser apenas mais uma das falas ridículas do robô. Mas, quando acordou naquela cama da enfermaria, começou a relembrar todos os pequenos fatos da noite passada. E aquilo não saia de sua cabeça, pois começou a se questionar de todas as maneiras possíveis. E se estivesse o tempo todo buscando respostas no lugar errado? 

Uma das coisas que sabia sobre a Industrias Stark, era que no tempo em que seu pai a liderava tinha ocorrido uma pequena desavenças com padrões mais altos. Na época em que leu a matéria — na verdade apenas havia corrido os olhos sobre o titulo — não deu muita importância, já que naquele tempo Tony era apenas um jovem milionário tentando lucrar com a venda de armas. Não se culpava por nada e nem dava a minima para o que seu pai fazia, afinal o homem também parecia não se importar com o tipo de coisa que o filho se metia.

Então sem conseguir se conter, pediu para que Pepper levasse todos os documentos daquela época antes do acidente de seus pais e seu tablet da empresa. Uma das únicas coisas que Tony pegava no pé em qualquer coisa da sua industria, era que tudo tinha que ser arquivado. Então torceu internamente para que as coisas daquela época também tivessem guardadas, já que fazia mais de vinte anos. Quando colocava alguma coisa na cabeça, não conseguia tirar por nada. E naquele momento apenas pensava em descobrir o que seu pai sabia e todas as coisas que escondia, pois se Ultron estivesse correto — tinha uma montanha enorme de segredos prestes a serem descobertos.

Tony não ficou naquele quarto de enfermaria por muito mais tempo, apesar de estar plenamente consciente de que seu organismo ainda não havia voltado ao normal totalmente e que sua cabeça ainda latejava por conta do álcool, ressaca era horrível. 

Com todos os documentos em mãos — e após ler mais do que a metade deles. Stark estava concentrado nas entrelinhas de cada arquivo, precisava encontrar alguma coisa. Não suportava mais o fato de não descobrir nada. Suspirou irritado quando os vingadores adentraram o laboratório tirando sua total atenção.

— Eai, o rim novo chega quando? — a viúva negra zombou, se sentando no sofá dali.

— Ainda tenho um funcionando ou pelo menos a metade dele, acho.

— Não dá mais para continuarmos sem resposta desse jeito. — o Capitão ignorou a conversa de ambos, cruzando os braços mostrando sua indignação com aquele fato.

Apesar de Tony sentir o mesmo, sabia que era frustante para os amigos também. Afinal, aqueles problemas estavam tirando a noite de sono de todos. E ficar parado no mesmo lugar definitivamente não significava nada de bom. 

— Ele não vai mais ficar quieto por tanto tempo. — Clint argumentou, ganhando a atenção de todos. — Já vai fazer quase três semanas, o pior tá mais próximo do que imaginamos.

— Não podemos ficar parados enquanto ele destrói cidades e mata civis. — Bruce disse.

— Andei pensando nisso e Fury também... 

— Ele tá puto. — Tony cortou a frase de Steve, soltando uma pequena gargalhada em seguida.

O que fez o mais velho o fuzilar com o olhar, se aquilo matasse ele já estaria enterrado.

— Nada disso contêm graça, Stark. — Rogers vociferou. — Estamos sendo derrotados totalmente.

O homem de ferro revirou os olhos e voltou a atenção para os papeis sobre a mesa, enquanto ignorava a conversação de fundo que os colegas insistiam em fazer naquele lugar. Se sentia exatamente da mesma maneira, frustado e derrotado. Mas, ficar reclamando igual Steve não iria adiantar muita coisa, sabia disso agora. 

Durante seus discursos mentais, notou um nome conhecido em uma das pastas marrons. Instituto Pratt, a letra estava totalmente distorcida mas ele reconheceu que era de seu pai. Um vinco se formou entre suas sobrancelhas, estava confuso por aquilo soar tão familiar. 

Buscou nos registros de sua empresa o nome do lugar e pelo o que os gráficos indicavam, Howard Stark havia doado oito mil reais nos últimos dois meses antes a sua morte. O que não fazia muito sentido... Ou talvez ele poderia estar apenas fazendo caridade. Tornando tudo muito mais estranho, já que seu pai nunca havia sido tão emocional daquela maneira. 

— Sexta - feira, onde foi mesmo o orfanato em que Stella cresceu? — questionou, prendendo seus olhos no restante dos documentos.

— Um pouco afastado do bairro Brownsville, no Brookyln. Instituto Pratt, senhor. 

— Quantos instituto com esse nome existe em Nova Iorque?

— Apenas dois. 

— Mande os endereços para meu celular, bem rápido. — se levantou da cadeira, puxando os papeis e os colocando abaixo do braço.

Precisava resolver aquele enigma que se formava em sua cabeça para conseguir entender o que Ultron disse, se é que existia algo de verdadeiro naquilo. Mas, o fato de ser o mesmo lugar tornava as coisas um pouco mais excitantes. Quase como se estivesse perto o bastante de conseguir finalmente uma boa noite de sono. 

Ao mesmo tempo em que chegava na sala para pegar seu aparelho celular, Natasha, Stella e Clint entraram conversando algo sobre o robô. Aquele parecia ser o único assunto viável nos últimos dias, era até estressante. 

Ele pegou o celular, conferindo os dois endereços e o guardado no bolso. No mesmo instante em que a garota loira observava os movimentos do homem, quase como se fosse natural e seus olhos não pudessem evitar. 

— Vai onde? — Clint questionou, fingindo interesse naquilo. Mas, Tony sabia que era apenas curiosidade.

— Orfanato. — alegou, terminando de ajeitar alguns botões de sua camisa social. — Seu orfanato. 

Apontou o indicador para Stella que franziu o cenho em resposta, tornando seu semblante completamente confuso. 

— Virou caridoso agora? —Natasha perguntou com a mesma expressão da menina. 

— Como assim virou, desde quando não fui? — Tony pousou as duas mãos na cintura, demonstrando sua indignação. — Quem coloca um teto sobre a cabeça de vocês?

— Posso ir? — Stella os interrompeu, atraindo a atenção de todos. — Quer dizer, faz tempo que não vou lá...

— Não acho que seja uma boa ideia...

— Vai fazer dias que estou confinada aqui. Qual é?! — a mais nova interrompeu novamente a frase de Clint.

Não tinha sobre o que discordar, a não ser pelo fato de que ela agora estava oficialmente sobre seus cuidados. Se alguma merda acontecesse, Tony seria claramente o responsável. E até poderia se sentir mal com isso ou coisa parecida, mas a verdade era que estava adorando ter um motivo exato para a manter ao seu lado. Já que sua maior especialidade nos últimos dias e a coisa que mais lhe divertia, era quando a provocava. Pois se tinha algo que havia aprendido sobre Stella é que a menina tinha o pavio muito curto, o que resultava em vários diálogos interessantes entre eles — que Tony fazia questão de ressaltar que sempre tinha um pouco de verdade. O corpo dela não conseguia mentir.

Pouco tempo depois eles já estavam dentro do carro indo em direção ao destino desejado. A menina não sabia o motivo exato por ter se oferecido a ir, tinha completa consciência que havia sido impulsiva. Mas, uma parte sua notou que talvez Tony tivesse encontrado alguma coisa que não disse para mais ninguém. E ela queria saber o por quê desesperadamente, pois não suportava mais não saber o que havia de errado com si mesma. 

Diferente do que Stark imaginava, estava conseguindo conter seu olhar por bastante tempo — o manter fixado na estrada ajudava um pouco. Mas, não sabia até quando. Com todas as coisas de Ultron acontecendo rápido demais e a quase morte dela e a dele também, Tony tinha conseguido esquecer por um tempo a maneira que Stella o atraia. Mas, ali preso naquele carro e com apenas pouco centímetros de distancia entre ambos, começou a se sentir animado. 

A menina esticou as pernas totalmente sobre o espaço a sua frente, enquanto ligava o rádio mais rico que já havia visto em toda sua vida. De fundo começou a tocar never enough, então ela se virou para o homem ao seu lado.

— O que descobriu? 

Quebrou o silêncio, focando seus olhos nele. Enquanto sentia a brisa do vento acertar seus fios de cabelo.

— Bem que imaginei que seu desejo repentino tinha um duplo sentido. — Tony cerrou os olhos, puxando os lábios em um sorriso largo. 

— Tudo tem um duplo sentido quando você tá envolvido. — franziu os lábios pensativa, segurando o sorriso que também queria escapar.

Estava se sentindo animada pela primeira vez desde que acordou na torre dos vingadores, pois a chance de ter respostar era esplendida. Nunca pensou que algum dia não conseguiria se reconhecer, tinha medo de se olhar no espelho e não saber quem era aquela pessoa. Se sentia dessa maneira, como se não fosse a mesma. Então saber que tinha a chance de descobrir nem que fosse apenas uma coisa, a deixava feliz.

— Isso soou completamente sexual. Gostei. — ele deu um sorriso completamente malicioso, a olhando de relance.

— Pra você tudo soa sexual. — a loira revirou os olhos, fazendo com que o homem gargalhasse.

— Por quê sexo resolve tudo. — Tony deu de ombros, tentando se conter.

Mas, na verdade queria mesmo era resolver aquela tensão entre eles.

— Essa é a maior mentira que já ouvi na vida. — dessa vez quem gargalhou foi ela. 

Só conseguia pensar em como Stark era definitivamente idiota em todos os jeitos, falas e sentidos. Era tudo aquilo que o mundo inteiro falava e estava ciente disso, porém a mídia não explanava aquele lado dele. O lado humano, sem ser o famigerado homem de ferro. O lado que faz um bracelete para a impedir de morrer, o que passa a madrugada inteira pesquisando coisas para entender sobre ela. Aquele lado que Tony parecia tentar esconder, mas que sem querer acabava mostrando.

— Espera só a gente resolver, vai ver o quão sincero isso é. 

Ele riu mais uma vez, enquanto mantinha suas duas mãos sobre o volante e seus olhos fixos na estrada. O tempo pareceu parar naquele instante, Stella não pode simplesmente desviar o olhar. A música tocando no fundo foi o que tornou aquele simples segundos excepcionais, pois aquilo parecia tomar sua total atenção e Stella não conseguiu evitar. Se sentia caindo e totalmente presa...

— Resolver? — questionou com as sobrancelhas arqueadas.

Nem se deu conta de que pela primeira vez seus batimentos estavam normais e nenhum tipo de surto havia começado.

— Não acha que está na hora de pararmos de evitar o obvio? 

O homem de ferro tirou os olhos da rua por alguns segundos os prendendo na garota ao seu lado, a imensidão azulada das orbitas dela pareciam transbordar o que ele suspeitou ser desejo. Mas, não podia se dar o luxo de confiar no próprio instinto — já que havia se mostrado falho a tempos atrás. Então antes mesmo que ele pudesse mostrar um de seus sorrisos sacanas e cheio de múltiplos sentidos, Stella virou o rosto se sentindo queimar de vergonha.

Espero que tenham gostado, críticas construtivas e comentários são sempre bem vindos

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